Ataque ao Bataclan: o relatobetbit casinoum sobrevivente do 'horror sem limites'betbit casinoParis há 5 anos:betbit casino

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Mal sabia eu que meu país adotivo estava prestes a passar por um dos piores momentosbetbit casinosua história.
A apenas 3 kmbetbit casinominha casa, naquele exato momento, estava para começar um massacre, o mais sangrento da França desde a 2ª Guerra Mundial.
E, no meio disso, estaria David Fritz Goeppinger, um chileno que entrevistei hoje, no quinto aniversário dos atentadosbetbit casinoParis, que deixaram 130 mortos.

Cercabetbit casinouma hora após o início do jogo, David estava parado perto da janelabetbit casinoum prédio agora famoso no 11º distritobetbit casinoParis. Ele parecia cansado, estava suando e tinha manchasbetbit casinosangue na roupa, sem saber o que fazer ou para onde ir.
Nascido no Chile e criado na França desde os 4 anosbetbit casinoidade, ele acabarabetbit casinotestemunhar um massacre que ainda não havia acabado.
Dezenasbetbit casinoperguntas passavam porbetbit casinocabeça rapidamente. Onde estavam seus amigos? Eles estavam vivos? Por que os agressores não o haviam matado? Ele iria sair vivo daquele lugar?
"Foi uma misturabetbit casinosentimentos muito estranha. Estava sofrendo porque tinha certeza que ia morrer, que ia deixarbetbit casinoexistir. Também fiquei desanimado, disse a mim mesmo: 'Droga, como é curta a vida!'. Eu queria ter filhos, uma esposa... mas eu estava lá sozinho. Acho que é uma sensação muito dura. Eu me senti muito sozinho e vazio", diz David, que hoje tem 28 anos e é fotógrafo.
Naquela sexta-feira, às 21h40, três extremistas invadiram o Bataclan, uma emblemática casabetbit casinoshows parisiense, - durante apresentação do grupobetbit casinorock americano Eagles of Death Metal.
Armados com fuzis AK-47, bastante munição e cintos explosivos, membros do autodenominado Estado Islâmico (EI) gritaram Allahu akbar ("Deus é o maior") "com toda a forçabetbit casinoseus pulmões" antesbetbit casinocomeçar a atirar na multidão,betbit casinoacordo com o engenheirobetbit casinosom da banda, Shawn London.

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"Éramos nós contra os terroristas. E quando digo nós, quero dizer todos os espectadores", lembra David.
O tiroteio no Bataclan deixou 90 mortos e foi realizado paralelamente a três ataques suicidas no Stadebetbit casinoFrance, onde jogavam as seleçõesbetbit casinoFrança e Alemanha, e uma sériebetbit casinoataques a bares e restaurantes dos movimentos 10º e 11º distritos, no nordestebetbit casinoParis.
O saldo final da noite sangrenta foibetbit casino130 mortos,betbit casino19 nacionalidades diferentes, e 350 feridos.
2 horas e meiabetbit casinoterror
David lembra que havia acabadobetbit casinovoltar do banheiro quando ouviu sons metálicos e percebeu que a música havia parado e as luzes haviam sido acesas,betbit casinoacordo com seu relatobetbit casinoUn jour dans notre vie (Um diabetbit casinonossa vida,betbit casinotradução livre), livro que ele escreveu após a insistênciabetbit casinoseu psicólogo e no qual relatou tudo o que viveu naquela noite.
Os disparos que "fizeram o ar vibrar" ajudaram-no a entender que um tiroteio estava acontecendo.
Ele correu, procurou um lugar para se esconder e tentou escapar por uma janela, da qual ficou pendurado por cercabetbit casinoquatro minutos pensando no que fazer até que um dos agressores o viu e pediu-lhe, com seu fuzil na mão, para voltar para dentro.

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Perguntando-se por que o extremista não havia atirado, David obedeceu e, a partir daquele momento, ele se tornou uma das dezenasbetbit casinopessoas que foram feitas reféns.
"Naquela noite, o horror não teve limites. O horror é o mundo, e o mundo é o horror", relata o jovembetbit casinoseu livro.
'Sou chileno'
David se lembra muito bembetbit casinouma das primeiras palavras trocadas com os autores do ataque.
"Você bombardeia nossos irmãos na Síria, no Iraque", "Soldados franceses e americanos bombardeiam do ar. Nós somos homens e bombardeamos do solo", "Obrigado (François) Hollande, você o escolheu", começou a dizer Ismaël Omar Mostefaï, um dos extremistas.
O agressorbetbit casino29 anos nasceu e foi criado nos arredoresbetbit casinoParis e era descendentebetbit casinoargelinos. Ele conseguiu ser identificado por um dedo encontrado nos restos mortais recolhidos da casabetbit casinoshows, depoisbetbit casinodetonar seu cintobetbit casinoexplosivos após ser mortalmente ferido pela polícia.
Mas isso seria apenas mais tarde. Antes, ele teve uma conversa com David:
- O que você acha do seu presidente?
- Nada. Não sou francês, sou chileno.

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'Permanecemos dignos, fortes e muito unidos'
Cinco anos depois, David reflete sobre essa conversa.
"Não creio que o simples fatobetbit casinoter respondido que sou chileno salvou minha vida. Disse isso porque, administrativa e mentalmente, eu era chileno naquela época."
"Eu era um chileno no massacrebetbit casinoBataclan", insiste.
"O cara viu que eu claramente não tinha respondido suas perguntas sobre François Hollande nem tinha uma opinião sobre a política francesa. Era natural para mim dizer que era chileno, porque nunca tive a opção ou o poderbetbit casinovotar."
O ponteiro dos minutos avançou, talvez devagar demais para David e os outros reféns no Bataclan. Entre as discussões, os terroristas tentaram negociar com a polícia por telefone: pediram a Hollande que retirasse todas as tropas francesas da Síria.
"Todos (os reféns) permaneceram extremamente dignos, fortes e muito unidos durante aquelas duas horas e meia. Isso nos permitiu ficar à tona apesar da tempestade que nos cercava", lembra David.
Em cinco telefonemas, todos muito curtos, os jihadistas insistiram com suas demandas, enquanto o negociador da Brigadabetbit casinoInvestigação e Intervenção (BRI, na siglabetbit casinofrancês) pediu que esperassem e tivessem paciência: "Faremos todo o possível".
David entendeu tudo muito claramente: o agente estava tentando ganhar tempo.

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O julgamento dos atentadosbetbit casinoParis
Após exaustiva investigação, a Justiça francesa julgará 20 pessoas suspeitasbetbit casinoterem participado daquela sériebetbit casinoatentadosbetbit casinojaneirobetbit casino2021.
O julgamento terá duração estimadabetbit casinoseis meses.
Entre as 20 pessoas indiciadas, está o franco-belga Salah Abdeslam, único sobrevivente do grupobetbit casinoagressores acusados de atirarbetbit casinocentenasbetbit casinopessoas nos bares e restaurantesbetbit casinoParis, no Bataclan ebetbit casinotorno do Stadebetbit casinoFrance.
Além dos acusados, maisbetbit casino1.750 civis e centenasbetbit casinoadvogados e jornalistas devem participar do processo.
14 dos indiciados encontram-se hoje sub a custódia da Justiça francesa ou belga, entre intermediários e responsáveis pela logística do ataque; 11 estãobetbit casinoprisão preventiva e outros 3 estão sob supervisão judicial.
As outras 6 pessoas serão julgadas à revelia. Um mandadobetbit casinoprisão internacional paira sobre elas, embora,betbit casinoacordo com algumas versões, 5 tenham morrido no Iraque ou na Síria.

Um ataque que 'transformou' a França
A intervenção da BRI foi rápida e ocorreu momentos após a última chamada. Houve tiros, gritos, granadas, muita fumaça, seguidos por mais tiros e mais gritos.
Os agentes conseguiram entrar no Bataclan e imobilizar Mostefaï, que, feridobetbit casinomorte, ativou seu cinturãobetbit casinoexplosivos. A explosão matou um segundo extremista, Foued Mohamed-Aggad.
O terceiro, Samy Amimour, havia morrido duas horas antes, depoisbetbit casinoser neutralizado por um policial e explodir o cinto.
Naquela noite tudo mudou na França.
"O ataque transformou a sociedade francesa no sentidobetbit casinoque a luta contra o terrorismo foi militarizada", diz o filósofo e geopolítico Cyrille Bret, professor do Institutobetbit casinoCiências Políticasbetbit casinoParis (Sciences Po).
"A França não descobriu o terrorismobetbit casino2015. Há muito tempo convive com ele, com movimentosbetbit casinolibertação nacional, terrorismobetbit casinoextrema direita, comunista, marxista, islâmico...", diz o autor do livro Dix attentats qui ont changé le monde - Comprendre le terrorisme au XXIe siècle (Dez atentados que mudaram o mundo - compreendendo o terrorismo no século 21,betbit casinotradução livre).
"A novidade do dia 13betbit casinonovembro é que os terroristas recorreram a técnicas militares, organizando ataques por meiobetbit casinocomandos coordenados. Para combater o extremismo, a França transformou a lutabetbit casinouma guerra real".
Uma nova etapa
E, é claro, a vidabetbit casinoDavid também mudou.
"Ainda penso naquele dia quase com tanta frequência quanto antes, só que antes doía e me fazia sofrer. Hoje, não é mais assim. Já consegui analisar, desconstruir e construir novas memórias sobre ele, principalmente com outros ex-reféns do Bataclan", diz ele.
"Acho que o título do meu livro resume bem como o vejo hoje: 'Um dia na nossa vida'. Acho que devo deixar espaço para essas memórias e não tentar combatê-las, porque há uma espéciebetbit casinotrabalho psicológicobetbit casinoandamento."
No quinto aniversáriobetbit casinoum ataque que mudou a vidabetbit casinomilhõesbetbit casinocidadãos, a data é recordada sem muitas cerimônias. Desde 29betbit casinooutubro, o país inteiro está sob confinamento para conter a propagaçãobetbit casinouma segunda ondabetbit casinocoronavírus que afeta toda a Europa.
Cinco anos depois dos acontecimentos, os franceses estãobetbit casinobuscabetbit casinorespostas e, enquanto isso, David tenta seguir combetbit casinovida.
"Estou tentando ser fotógrafo e, ao mesmo tempo, trabalhandobetbit casinoum documentário sobre o ataquebetbit casinoBataclan. Diria que depoisbetbit casinocinco anos, estou parcialmente refeito, mas digo isso com reservas, porque, no próximo ano começa o julgamento. Essa será uma nova etapa."

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