Coronavírus: confinamento é um luxo inviável para os mais pobres, afirma sociólogo francês:pinnacle surebet

A pandemia atingiu com força os franceses e a economia do país. Na semana passada, o Banco da França anunciou uma quedapinnacle surebet6% no PIB, o pior desempenho trimestral desde 1945.

E o númeropinnacle surebetinfectados segue aumentando. Até esta segunda-feira (13/04), o país havia registrado 133 mil casos da doença e 14 mil mortes.

Para o sociólogo francês, o confinamento é um luxo que não chega às classes mais pobres, que precisam continuar trabalhando para sobreviver.

Leia a entrevista abaixo.

pinnacle surebet BBC pinnacle surebet News pinnacle surebet Mundo - Qual é a opinião do senhor sobre o confinamento?

pinnacle surebet Hamza Esmili - Acredito que obviamente o confinamento é necessário para frear a pandemia atual. Mas, como sociólogo, vejo que a ideiapinnacle surebetconfinamento tem um certo númeropinnacle surebetpressupostos e não corresponde à realidade. Especialmente, não corresponde à realidade da população nos bairros mais pobres.

O confinamento é um conceito burguês. A ideia é que todos tenhamos uma casa separada, um pouco burguesa, na qual possamos nos refugiar quando há uma pandemia ou um desastre natural.

Mas nos bairros pobres não vejo nada disso. Existe uma realidade rodeadapinnacle surebetcondições insalubres, mas não é só isso. Nesse tipopinnacle surebetbairro, há casaspinnacle surebetque vivem quatro, cinco pessoas por cômodo, por exemplo.

Há também moradias que não são habitáveis, onde não é possível ficar ali o dia inteiro porque o espaço não serve para isso.

O problema do confinamento é que ele se baseia numa espéciepinnacle surebetmentira,pinnacle surebetque estamos todos confinados. Maspinnacle surebetbairros mais pobres, como Saint-Denis, muita gente continua trabalhando, já que algumas fábricas continuam abertas, alguns mercados continuam abertos. O mesmo se passa com os agentespinnacle surebetsegurança.

Tudo isso tem consequências dramáticas. Hoje, a regiãopinnacle surebetSaint-Denis tem uma das mais altas taxaspinnacle surebetmortalidade da França por causa do vírus.

pinnacle surebet BBC pinnacle surebet News pinnacle surebet Mundo - Como a população local recebe anúncios do governopinnacle surebetque não deve sairpinnacle surebetcasa e pinnacle surebet deve pinnacle surebet trabalhar remotamente, s pinnacle surebet e pinnacle surebet puder?

pinnacle surebet Esmili - Isso não significa nada para eles. É como se você falassepinnacle surebetum idioma que ninguém entende. Não se traduz no cotidianopinnacle surebetmuitas pessoas.

Como você diz a um caixapinnacle surebetmercado para trabalhar remotamente? Como você diz isso a um vigia?

pinnacle surebet BBC pinnacle surebet News pinnacle surebet Mundo - Eles não têm medopinnacle surebetse infectar?

pinnacle surebet Esmili - Claro que sim. Mas o que é possível ser feito quando se trabalhapinnacle surebetum hospital ou quando se encontrapinnacle surebetuma situaçãopinnacle surebetque tempinnacle surebetalimentarpinnacle surebetfamília?

Hoje, por exemplo, uma caixapinnacle surebetum mercadopinnacle surebetSaint-Denis morreu. No dia anterior, foi um açougueiro que morreu.

As pessoas morrem porque as circunstâncias as obrigam a continuar trabalhando. Isso gera medo e raiva ao mesmo tempo, porque muitos se sentem abandonados. É como se a vida dos pobres não tivesse valor nenhum.

pinnacle surebet BBC pinnacle surebet News pinnacle surebet Mundo - O senhor acredita ser possível permanecer confinado quando se vivepinnacle surebetum bairro periférico na América Latina, no Sudeste Asiático ou na África?

pinnacle surebet Esmili - O caso brasileiro é ainda mais complicado porque lá o próprio presidente nega a realidade da pandemia.

Em alguns casos, como no Marrocos, uma realidade que eu conheço bem, o confinamento é extremamente difícil porque a maioria da população vivepinnacle surebeteconomia informal.

Atualmente, temos visto manifestações no Líbano, na Tunísia epinnacle surebetum países do hemisfério sul, onde as pessoas falam 'sim, o coronavírus mata, mas mata menos que a fome. A fome mata com certeza'.

pinnacle surebet BBC pinnacle surebet News pinnacle surebet Mundo - O senhor acha necessário impor punições a quem viola as medidaspinnacle surebetconfinamento, como tem sido adotadopinnacle surebetalguns países, como a França?

pinnacle surebet Esmili - Acho que essa é uma medida extrema.

Há governos que têm sido inconsistentes no tratamento da crise. Na França, o Estado manteve as eleições municipiais no mesmo momentopinnacle surebetque a epidemia ganhava força no país.

Hoje, sabemos prefeitos que morreram e pessoas que colaboraram nos colégios eleitorais também foram afetadas.

Contamos com governos que não sabem como gerenciar a crise e mudampinnacle surebetopinião constantemente. Essas ações têm cobrado vidas humanas.

Punir pessoas, seja por repressão policial, multas ou prisão, parece grave e extremo para mim.

pinnacle surebet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube pinnacle surebet ? Inscreva-se no nosso canal!