'Sair da China por causabrt365 desurto seria desistirbrt365 desonho': o brasileiro que decidiu ficarbrt365 deWuhan apesarbrt365 decoronavírus:brt365 de

Crédito, Arquivo pessoal
"Minha mãe disse que se eu voltasse para o Brasil ela não saberia quando me mandariabrt365 devolta à China", disse. Sem saber como, nem quando, poderia retomar os estudosbrt365 deHubei, Manacero optou por arriscar e permanecerbrt365 deWuhan apesar do alto riscobrt365 deinfecção. "Tento não pensar muito (no contágio), mas sei que o risco é grande", afirma.
A embaixada brasileira na China deu um prazo para a comunidade no local decidir se embarcaria ou nãobrt365 devolta ao Brasil. "Meus pais me apoiaram. Foi algo que pensei muito e tive bastante dificuldade para decidir", relata.
Manacero admite que sentiu "bastante medo"brt365 deficar pela incertezas relacionadas à expansão do vírus. A epidemia já matou 1.013 pessoas (11/02). Apenas na segunda-feira, 108 pessoas morrerambrt365 deconsequência do vírus, o maior númerobrt365 demortes já registradobrt365 deum dia desde o início do surto,brt365 dedezembro.
A letalidade do coronavírus já supera a da epidemia provocada pelo Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) — também originado na China — que matou 774 pessoas ao redor do mundobrt365 de2003.
Repatriados
O grupobrt365 de34 brasileiros que estavambrt365 deWuhan foi trazidobrt365 dedois aviões da FAB no domingo após semanasbrt365 deimpasse. Inicialmente, o presidente Jair Bolsonaro indicou que não tomaria nenhuma medida para retirá-losbrt365 deWuhan. "Não seria oportuno a gente tirarbrt365 delá (…) não vamos colocarbrt365 derisco nós aqui por uma família apenas", afirmou.

Crédito, REPRODUÇÃO/YOUTUBE
O recuo veio logo após a difusãobrt365 deum vídeobrt365 deque o grupo fez um apelo pedindo ajuda ao governo. A iniciativa foi antecipada por uma sériebrt365 dereportagens que detalharam o temor dos brasileirosbrt365 depermanecerembrt365 deWuhan.
Miguel Mancero esteve com os brasileiros na sexta-feira passada pouco antes da viagembrt365 devolta ao Brasil. "O clima erabrt365 dealívio ebrt365 demuita unidade", conta.
Os 34 repatriados ficarãobrt365 dequarentena por 18 dias na cidade na cidadebrt365 deAnápolis, a 55 kmbrt365 deGoiânia. "Chegamos sãos e salvos e estamos sendo bem recebidos", contou à BBC News Brasil a estudantebrt365 dedoutorado Indira Santos, repatriada no domingo. "(Miguel) sempre apoiou a todos desde o início, mas no final decidiu ficar".
A quedabrt365 debraços diplomáticabrt365 detorno à repatriação dos brasileiros teria ajudado o estudante a definirbrt365 decarreira universitária. "Estavabrt365 dedúvida entre (estudar) educação física e relações internacionais, mas acabei decidindo por relações internacionais depois desse processo que infelizmente a gente está passando", afirma.

Crédito, Divulgação/Ministério da Defesa
Campus fantasma, rotina na cozinha, vida social virtual
Desde o ano novo chinês, Wuhan — a 42ª maior cidade do mundo — ainda se vê desabitada. O transporte público continua paralisado, a circulaçãobrt365 deautomóveis proibida e as pessoas permanecem confinadasbrt365 desuas casas com medobrt365 decontágio. Restaurantes e lojas permanecem fechados.
Antes mesmobrt365 deWuhan ser bloqueada para conter a expansão da epidemia, o estudante brasileiro já havia estabelecido uma espéciebrt365 de"quarentena pessoal" para se preparar para uma provabrt365 deproficiênciabrt365 demandarim.
Seu principal desafio, ele diz, não é lidar com o confinamento e sim cozinhar, tarefa que ele nunca tinha feito desde que chegou à China. "Não tinha utensíliosbrt365 decozinha, tinha apenas uma faca e uma chaleira, mais nada. (Cozinhar) me pegoubrt365 desurpresa."
O campus da Universidadebrt365 deHubei onde Manacero mora permanece deserto. O movimento nas ruas aumenta um pouco quando o supermercado local abre "a cada quatro dias mais ou menos", relata. Esse é um dos poucos momentos que o estudante deixa seu apartamento no campus para reabastecer o estoquebrt365 dealimentos.

Crédito, Reuters
Antesbrt365 deentrar no supermercado, a temperatura dos consumidores é verificada e o usobrt365 demáscaras continua sendo obrigatório. Manacero diz que alimentos processados não faltam, mas vegetais estão entre os produtos que desaparecem das prateleiras rapidamente.
O jovem não se arrisca a sair do campus universitário. Quanto maior for a exposição, maior é o riscobrt365 decontágio. O confinamento imposto pela epidemia — e acompanhadobrt365 deperto pelas autoridades chinesas — alterou drasticamente o convívio social. A relação do estudante brasileiro com os amigos que permaneceram na universidade se limita ao contato virtual. "Não os vejo há algum tempo. O pessoal evita falar um com o outro cara a cara", conta.
Imerso no universo das artes marciais e culturais chinesas, como o kung fu e a dança do Dragão e do Leão, Miguel diz que ele e seus companheiros chineses não abandonaram a disciplina mesmobrt365 demeio à epidemia. Treinambrt365 deseus quartos, com a ajudabrt365 deum aplicativo, e logo compartilham as imagens do treinamento "para bater o ponto". "Estamos tentando fazer com que a vida continue caminhando dentro do possível", afirma.
A recomendação dos chineses para combater o vírus é a higienização permanente das mãos, usobrt365 demáscaras, boa alimentação e atividades físicas para reforçar o sistema imunológico.
Por ter uma vidabrt365 deatleta e ser saudável, o estudante brasileiro confia que se for infectado não correria riscobrt365 demorte. "O vírus ataca todo tipobrt365 depessoa, mas a mortalidade ébrt365 depessoas com problemas pré-existentes", afirma.
Entretanto, a visão inicialbrt365 deque somente idosos e pessoas com doenças crônicas correm riscobrt365 demorte "é equivocada". A avaliação ébrt365 deum médico estrangeiro que atua na China e está colaborando para ajudar a controlar a epidemia.
"Não se pode dizer que os jovens não correm riscos", afirma o médico à BBC News Brasil, ao pedir quebrt365 deidentidade seja preservada. "O vírus parece mais agressivobrt365 deWuhan do quebrt365 deoutros lugares. Em outras cidades a taxabrt365 demortalidade é muito mais baixa", compara o médico.

Crédito, Getty Images
A morte do médico chinês que tentou alertar sobre a epidemia se tornou um caso emblemático sobre a agressividade do vírus, inclusive entre os jovens. O oftalmologista Li Wenliang, 34, morreu após contrair o coronavírus enquanto atendia pacientes na cidadebrt365 deWuhan, epicentro do surto da doença.
Dos maisbrt365 de42 mil casosbrt365 deinfecção registrados até esta terça-feira, quase 32 mil — três quartos dos infectados — estão concentrados na provínciabrt365 deHubei.
"Ou o sistemabrt365 desaúde está sobrecarregado ou o vírus é mais agressivobrt365 deHubei, onde parece existir uma carga viral maior", afirma o médico. "Provavelmente é isso que está pesando na mortalidade e na cadeiabrt365 deinfecção", afirma.
No sábado, a Organização Mundialbrt365 deSaúde (OMS) disse que ainda é cedo para afirmar que o surto tenha atingido seu pico.
O estudante brasileiro espera retomar o cursobrt365 demandarim a partir do dia 17. As aulas, antes presenciais, serão substituídas por vídeoaulas. Mancero ainda não sabe quando retornará ao Brasil.

brt365 de Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube brt365 de ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbrt365 deautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabrt365 deusobrt365 decookies e os termosbrt365 deprivacidade do Google YouTube antesbrt365 deconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebrt365 de"aceitar e continuar".
Finalbrt365 deYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbrt365 deautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabrt365 deusobrt365 decookies e os termosbrt365 deprivacidade do Google YouTube antesbrt365 deconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebrt365 de"aceitar e continuar".
Finalbrt365 deYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbrt365 deautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabrt365 deusobrt365 decookies e os termosbrt365 deprivacidade do Google YouTube antesbrt365 deconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebrt365 de"aceitar e continuar".
Finalbrt365 deYouTube post, 3





