Filhosroleta blackjackbrasileiros no Japão começam a superar barreiras no mercadoroleta blackjacktrabalho qualificado:roleta blackjack

Com o diploma universitário obtidoroleta blackjackuma das quase 780 universidades do Japão, essa geraçãoroleta blackjackjovens filhosroleta blackjack"imigrantes" também chamam a atenção dos japoneses pelo ineditismoroleta blackjacksuas conquistas.

É, por exemplo, o casoroleta blackjackRenan, que migrou ao Japão com oito anos acompanhando a mãe Regina. "Como ela trabalhava muito na fábrica, depois da aula eu ficava sozinhoroleta blackjackcasa assistindo a seriados policiais pela TV. Acho que isso despertouroleta blackjackmim o interesse por Direito", diz.

Para ascender profissionalmente, ele conta que precisou se esforçarroleta blackjackdobroroleta blackjackrelação aos japoneses. Conseguiu vaga na universidade públicaroleta blackjackAichi, onde se formouroleta blackjack2014, e depois a aprovação para a Ordem dos Advogados.

A intenção no início era ser promotor ou juiz. Desistiu, porque não queria trocarroleta blackjacknacionalidade, e resolveu se tornar advogado, profissão que passou a ser permitida aos estrangeiros desde uma mudança feitaroleta blackjack1977 pela Suprema Corte japonesa. Renan quer atuar na árearoleta blackjackDireito do Trabalho para ajudar os estrangeiros, principalmente os brasileiros no Japão.

Vida acadêmica

Dados do Ministério da Justiça do Japão estimamroleta blackjack2,5 milhões o númeroroleta blackjackestrangeiros residentes no país, sendo que 196.781 são do Brasil. Desse total, maisroleta blackjack20% são jovens com até 18 anos. Mesmo tão novos, muitos se encontram trabalhandoroleta blackjackfábricas, como seus pais. Outra parcela também decidiu seguir a vida acadêmica e tomar outros rumos profissionais.

A via-crúcis percorrida por Renan até a faculdade é muito parecida com aroleta blackjackoutros conterrâneos que entraramroleta blackjackescolas japonesas sem saber quase nada do idioma. No Japão, a criança é matriculada sempre na série correspondente à idade. Quanto mais velho for o aluno recém-chegado, maiores serão as dificuldades que enfrentará. O jovem advogado diz que a barreira linguística impede o estrangeiroroleta blackjackexercer seus direitos, por isso a importânciaroleta blackjackestudar o idioma local, por mais difícil que ela seja.

Porém, apesar do longo temporoleta blackjackpermanência no Japão, muitos brasileiros avançaram pouco no aprendizado da língua, mantendo-se fechados na rodaroleta blackjackamigos com quem só se comunicamroleta blackjackportuguês.

Levantamento feito pelo Ministério da Educação do Japãoroleta blackjack2017 identificou 34.334 alunos estrangeiros e 9.612 japoneses (de famílias internacionais ou crescidas no exterior) que precisavamroleta blackjackassistência especial na escola, devido à dificuldaderoleta blackjackse comunicar e entender o idioma japonês. Entre os estrangeiros, 25,6% eram crianças falantes nativas do português.

'Futuro diferente'

Na época dos irmãos Igi, não existia esse auxílio que a maioria dos alunos recebe atualmente para poder acompanhar as aulas. Assim que chegaram do Brasilroleta blackjack1996, Rodrigo foi matriculado na quarta série e André, na segunda série do ensino fundamentalroleta blackjackuma escola públicaroleta blackjackToyokawa. Eles levaram a primeira bronca assim que entraram na classe,roleta blackjacktênis, pois desconheciam a existência da sapatilharoleta blackjackuso obrigatório dentro da escola. O segundo sermão veio na sequência, quando começaram a mascar chiclete.

"Éramos os únicos brasileiros lá e não sabíamos das regras", lembram.

Essa fase inicial da vida escolar no Japão foi uma sucessãoroleta blackjackbroncas, zombarias pelos colegas e episódiosroleta blackjackbullying. Eles eram tão frequentes, que após dois anos André pediu aos pais para deixá-lo ficarroleta blackjackcasa ou então ir para uma escola brasileira que começava a surgir na região. "Meu pai insistiu para que eu continuasse, porque só assim poderia ter um futuro diferente das fábricas no Japão", diz.

Nessa mesma época, seu irmão Rodrigo foi diagnosticado com leucemia e precisou ficar internado sete meses. "Não entendia o que se passava com os japoneses, porque eu lutava para viver enquanto muitos jovens pensavamroleta blackjackmorrer. Eram maisroleta blackjack30 mil suicídios por ano", afirma. Essa situação despertou nele a vontaderoleta blackjackser professor. "Percebi que não eram apenas os estrangeiros que sofriam por causa das diferenças. Havia milharesroleta blackjackjaponeses que se sentiam excluídos e eu queria ajudá-los."

Rodrigo obteve a licença para ensinar inglês no ensino fundamental 2. Naquele anoroleta blackjack2009, professor estrangeiro contratado para a rede pública era figura rara, o que fez com que o brasileiro fosse bastante procurado pela mídia japonesa. "Eu passei um medo danado. Achei que se cometesse algum deslize, iriam penalizar a comunidade, e não eu, Rodrigo. Os japoneses poderiam fechar as portas para outros brasileiros que quisessem ser professores", diz.

Ser pioneiro não foi fácil. Rodrigo, hoje com 32, lecionou por seis anosroleta blackjackuma escola públicaroleta blackjackToyota, passou dois anos na Inglaterra fazendo o mestrado e desde 2018 ensina na cidade vizinharoleta blackjackToyohashi. Ele continua sendo referência aos estrangeiros.

Seguindo os veteranos

Karin Oshima, 25, percorre o mesmo caminho do professor veterano. Ela ensina geografiaroleta blackjackuma escola do ensino fundamental 2 na cidaderoleta blackjackKomaki e também passou por situações difíceis emroleta blackjackvida escolar. Diz que o períodoroleta blackjackum anoroleta blackjackque esteve no Brasil como intercambista a fez entender muitas coisas sobre as diferenças culturais.

Também foi ao sair do Japão para fazer estágio nos Estados Unidos que André Igi tomou uma decisão pararoleta blackjackvida. Até então ele pensavaroleta blackjackser professor como o irmão Rodrigo, mas mudouroleta blackjackideia e achou que poderia ser mais útil trabalhandoroleta blackjackgrandes corporações.

"Vi que poderia contribuir mais se estivesse atuandoroleta blackjackvários países, não só no Japão", afirma. Ele é um dos poucos brasileiros, filhoroleta blackjackoperário, a ser contratado direto no Japão por uma multinacional na área alimentícia, com várias unidades espalhadas pelo mundo, inclusive o Brasil.

A decisãoroleta blackjackNayara Kinjo pela carreiraroleta blackjackassistente social teve um pouco da influência do pai Edilson, que durante muitos anos dirigiu uma organização destinada a ajudar brasileiros. A teseroleta blackjackmestrado dela foi sobre o envelhecimento dos brasileiros no Japão. Esse tema a preocupa mais do qualquer outro, porque uma grande parcelaroleta blackjackconterrâneos permanece sem qualquer proteçãoroleta blackjackseguridade social enquanto vê o tempo passar.

"Conheci algumas pessoas que, por vários motivos, não pagaram a aposentadoria e não tiveram acesso aos benefícios da assistência social do Japão. Muitos deles estão na faixaroleta blackjackmaisroleta blackjack60 anos", afirma.

À medida que vão abandonando o movimento pendularroleta blackjackir e vir do Brasil para se fixar no Japão, um maior númeroroleta blackjackbrasileiros se forma nas universidades japonesas e até fogeroleta blackjackcarreiras tradicionais. Ayane Mogi,roleta blackjack25 anos, estudou na faculdaderoleta blackjackBelas Artes pensandoroleta blackjackser designer, mas há um ano trabalha como rakugoka (espécieroleta blackjackhumorista) usando o nome artísticoroleta blackjackRamune.

Filharoleta blackjackbrasileiros, Ayane é nascida e criada no Japão, mas não sabia nada do idioma até entrar na escola japonesa. Também cometeu muitas gafes e diz que, se sofreu maus-tratos, relevou e tentou encarar a situação com bom humor.

O trabalho dela é entreter o público com monólogos humorísticos, num estilo criado no século 17. O humorista precisaroleta blackjackboa memória e expressão corporal, alémroleta blackjackpreparo físico para ficar um longo tempo sozinho no palco, sentadoroleta blackjackjoelhoroleta blackjackuma almofada enquanto conta histórias reproduzindo as falasroleta blackjackvários personagens. Ayane é a únicaroleta blackjackorigem brasileira a encarar esse desafio.

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