Como Trump foi do desinteresse pela América Latina a uma 'política01 betcastigos e ameaças':01 bet

Donald Trump

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Presidente americano usa linguagem beligerante01 betrelação à maioria dos países da América Latina – a exceção tem sido o Brasil

Venezuela, 'a peça central'

A Venezuela se converteu no principal foco01 betinteresse01 betWashington na América Latina a partir01 betjaneiro, quando Trump foi o primeiro chefe01 betEstado a reconhecer o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino – posicionamento posteriormente acompanhado por outros 54 países, entre eles o Brasil.

Venezuelano com máscara01 betDonald Trump

Crédito, Reuters

Legenda da foto, O governo americano tem sido aliado importante01 betJuan Guaidó contra Nicolás Maduro na Venezuela

Os EUA têm buscado isolar econômica e diplomaticamente Nicolás Maduro, a quem definem como um "ditador", com sanções inéditas ao setor petroleiro, vital para a sobrevivência da economia, e incentivo à formação01 betuma coalizão regional para levar ajuda humanitária ao país – que culminou nos episódios01 bettensão01 betfevereiro, quando caminhões com alimentos e remédios foram barrados na fronteira do país com o Brasil e com a Colômbia.

Para entender no quão relevante a Venezuela se tornou para o governo Trump, pode-se olhar, por exemplo, para o Twitter01 betJohn Bolton, assessor01 betSegurança Nacional da Casa Branca.

Entre os 304 tuítes que ele escreveu desde o reconhecimento01 betGuaidó como presidente interino,01 bet2301 betjaneiro, 74% se referiam ao país.

Além disso, os EUA levaram a crise da Venezuela quatro vezes apenas neste ano para o Conselho01 betSegurança da ONU, sem que, entretanto, conseguissem que o órgão adotasse uma resolução específica direcionada ao país.

"A peça central da política (americana01 betrelação à América Latina) tem sido (o esforço para) produzir uma mudança01 betregime na Venezuela, e a maior parte da energia nos níveis superiores da administração01 betTrump se direciona para este fim", destaca Cynthia Arnson, diretora do programa para América Latina do Wilson Center01 betWashington.

John Bolton

Crédito, Reuters

Legenda da foto, John Bolton tem feito uma série01 betcríticas no Twitter ao governo01 betMaduro

Mesmo diante das sanções e da pressão da Casa Branca, entretanto, Maduro se mantém no poder, com apoio da Rússia, da China e dos militares venezuelanos.

Além disso, apesar da postura americana, questiona-se se Trump tem um "plano B" para a Venezuela, ainda que evoque o fantasma01 betuma possível intervenção militar ao repetir que "todas as opções estão sobre a mesa".

'Trump age como Trump'

Trump anunciou no fim01 betmarço que cortaria a ajuda financeira dada aos países do "Triângulo Norte" da América Central – Honduras, Guatemala e El Salvador – sob o argumento01 betque seus respectivos governos não faziam "nada" para evitar a imigração01 betseus cidadãos para os EUA.

Também por causa da questão migratória, o presidente ameaçou reiteradas vezes fechar a fronteira com o México, o que suscitou advertências inclusive01 betcorreligionários01 betTrump no Partido Republicano01 betque esse tipo01 betmedida poderia prejudicar o país.

Área01 betfronteira entre México e EUA

Crédito, AFP

Legenda da foto, Trump já chegou a ameaçar fechar a fronteira com o México

O presidente então mudou o tom na semana passada ao mandar mais um recado ao governo mexicano.

"Vamos dar o prazo01 betum ano e, se o tráfico01 betdrogas não cessar completamente ou em01 betmaioria, vamos impor novas tarifas ao México e a seus produtos, particularmente aos automóveis", ameaçou.

As medidas que afetam os países centro-americanos e o discurso duro contra o México se deram mesmo diante do esforço do governo dessas regiões para agradar Trump ou evitar entrar01 betpolêmicas com01 betadministração.

"Não devemos entrar01 betconflito com o governo dos EUA, como política (de Estado)", afirmou o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, ao ser questionado01 betuma coletiva01 betimprensa no início01 betabril sobre01 betestratégia diante da críticas vindas do presidente americano.

O temperamento01 betTrump também não poupou um01 betseus principais aliados na região, o presidente da Colômbia, Iván Duque, a quem fez reprimenda publicamente.

"Estão chegando mais drogas da Colômbia do que antes01 betele assumir a Presidência, então ele não fez nada pelos americanos", declarou à imprensa01 betmarço.

Donald Trump e Iván Duque

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Trump também não poupa crítica a aliados, como o presidente colombiano Iván Duque

O presidente e01 betequipe argumentam que buscam cumprir as promessas feitas aos americanos durante a campanha01 bet201601 betlutar contra a imigração ilegal e o narcotráfico, construir um muro na fronteira com o México e proteger comercialmente os EUA.

As atitudes01 betTrump, contudo, contrastam com as01 betseus quatro últimos antecessores, os quais, ainda que tivessem divergências com governos na América Latina, evitavam expor as controvérsias, sobretudo com parceiros-chave.

"Trump age como Trump, dizendo o que quer, e muitas vezes diz coisas que são profundamente contraproducentes e que insultam países latino-americanos", afirma Arnson.

E, ainda que haja uma diferença entre o discurso e a prática, avalia a diretora do programa para América Latina do Wilson Center01 betWashington, "no que diz respeito ao México e à América Central, a política interna e externa se unem01 betuma combinação danosa".

Estratégia eleitoral?

Alguns especialistas associam diretamente a postura01 betTrump à01 betestratégia política doméstica, e01 betparticular01 betcampanha à reeleição01 bet2020.

"Trump, como01 bet2016 e talvez mais ainda agora, usa temas sensíveis relativos à América Latina (como imigração, drogas e comércio) para fortalecer01 betbase e buscar a reeleição", avalia Shifter.

Donald Trump

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Ao atacar a América Latina01 bettemas como drogas e imigração, Trump fortalece01 betbase eleitoral, avalia especialista

No caso da Venezuela e01 betCuba, pesa o fator ideológico antiesquerda, sobretudo desde a chegada01 betBolton à Casa Branca há um ano, acrescenta Shifter.

A respeito01 betCuba, nesta semana o governo Trump reverteu uma série01 betmedidas01 betabertura adotadas por Obama, a exemplo01 betrestrições a remessas01 betdinheiro que americanos cubanos enviam para a ilha e viagens ao país.

Trump também autorizou a abertura01 betprocessos contra empresas estrangeiras que se beneficiam01 betpropriedades expropriadas01 betamericanos na esteira da revolução01 bet1959 na ilha.

É uma outra espécie01 bet"castigo exemplar".

Desde que a lei que permite a abertura01 betações desse tipo foi aprovada01 bet1996, os diferentes presidentes americanos haviam suspendido01 betaplicação, diante da inquietação01 betinvestidores europeus que poderiam ser afetados pelas medidas e do risco01 betformação01 betuma onda "incontrolável"01 betlitígios.

Embaixada dos EUA01 betCuba

Crédito, AFP

Legenda da foto, Aproximação dos EUA com Cuba iniciada na administração01 betObama foi freada no governo Trump

Foram anunciadas sanções também à Nicarágua, com novas medidas contra um banco acusado01 betenvolvimento01 betum suposto esquema01 betcorrupção do presidente Daniel Ortega (ele nega) e contra um filho do líder cotado para sucedê-lo.

A exceção à regra, quando se fala da relação01 betTrump com a América Latina, tem sido o presidente Jair Bolsonaro – que promoveu uma série01 betconcessões ao EUA em01 betvisita ao país01 betmarço.

"Dizem que ele é o 'Trump dos trópicos'. Dá pra acreditar? E ele está feliz com isso. Eu não gostaria tanto do país se ele não estivesse (feliz com o apelido), mas gosto dele", disse Trump01 betjaneiro quando falava a uma organização01 betagricultores americanos.

Ambos trocaram elogios durante a visita01 betBolsonaro à Casa Branca01 betmarço. O saldo do encontro, entretanto, foi mais concreto para os americanos. O governo brasileiro retirou a exigência01 betvisto para turistas dos EUA, liberou a entrada por ano01 bet750 mil toneladas01 bettrigo americano no Brasil com tarifa zero e firmou acordo para que os EUA usem a base01 betAlcântara, no Maranhão. Em contrapartida, os EUA se comprometeram, por exemplo, a apoiar a entrada do Brasil na OCDE.

"Foram medidas em01 betmaioria simbólicas, sem concessões reais por parte dos EUA", afirma Arnson. "As concessões reais implicariam algo relacionado à liberalização do comércio".

Línea.

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