O que czares e Stálin têm a ver com a paixão pela vodca na Rússia:apostas seguras bet365

apostas seguras bet365 A família retratada no clássico da literatura russa apostas seguras bet365 Crime e Castigo apostas seguras bet365 ,apostas seguras bet3651866, era assuntoapostas seguras bet365um outro romance, que o autor Fiódor Dostoiévski acabou não publicando, e que se chamaria apostas seguras bet365 Os Bêbados apostas seguras bet365 . A professora e pesquisadora russa Elena Vassina conta que, quando os bolcheviques tomaram o Palácioapostas seguras bet365Inverno, durante a Revolução Russa apostas seguras bet365 ,apostas seguras bet3651917, a primeira coisa que fizeram foi correr para as adegas e beber tudo.

Em 2016, pelo menos 58 pessoas morreram na Rússia depoisapostas seguras bet365beber, como se fosse licor, uma loção para banho que contém metanol ou álcool metílico.

Não é sem motivo que a primeira coisa que vem na cabeçaapostas seguras bet365muita gente quando se falaapostas seguras bet365Rússia é bebida, principalmente a vodca.

Nos últimos anos, a situação vem melhorando a pontoapostas seguras bet365a Organização Mundial da Saúde (OMS) dar destaque ao paísapostas seguras bet365um relatório sobre políticas que deram certo para melhorar a saúdeapostas seguras bet365suas populações. No entanto, russos ainda consomem cercaapostas seguras bet36513,9 litrosapostas seguras bet365álcool puro por pessoa por ano, segundo dadosapostas seguras bet3652016 da OMS, mais que o dobro média mundial,apostas seguras bet3656,4 litros. Outros países da antiga União Soviética também estão entre os que mais consomem bebida, como Moldova e Lituânia.

O país também tem uma enorme proporçãoapostas seguras bet365mortes atribuídas ao álcool. Umapostas seguras bet365cada quatro homens morre antesapostas seguras bet365chegar aos 55 anos por causaapostas seguras bet365bebida e cigarro,apostas seguras bet365acordo com uma pesquisa que envolveu, entre outras instituições, a Universidadeapostas seguras bet365Oxford.

Mas, afinal, como a situação chegou a esse ponto?

A explicação passa pela cultura do país, diz a professora Vassina. "Nos cafundós da Rússia, os mujiques (como eram chamados os camponeses russos antes da Revoluçãoapostas seguras bet3651917) não tinham o que fazer, principalmente quando começava o inverno. As pessoas faziam aguardenteapostas seguras bet365casa. Veja queapostas seguras bet365todo o hemisfério Norte bebe-se muito."

Mas Vassina diz, e é consenso entre os pesquisadores do assunto, que os governantes, desde o século 15, não só toleraram a bebedeira como a incentivaram para se financiar.

Em alguns momentos da história, quem estava no poder tentou controlar o consumoapostas seguras bet365bebida - o czar Nicolau 2º, Lênin e Gorbachev, por exemplo -, mas o problema acabava voltando, seja porque outro líder revertia a política, não resistindo aos lucros da produção e vendaapostas seguras bet365vodca, seja porque a população arrumava outros meiosapostas seguras bet365se manter alcoolizada.

A produção e venda da vodca foi monopólio do governo a partir do século 15 até o fim da União Soviética,apostas seguras bet3651991. Depois disso, o poder público continuou lucrando com os impostos.

"O consumo excessivoapostas seguras bet365álcool era tolerado, ou até encorajado, por causa do potencialapostas seguras bet365gerar lucros", escreveu o pesquisador Martin McKee na publicação Alcohol & Alcoholism,apostas seguras bet3651999.

Vodca financiou czares

A vodca começou a ser destilada no século 14. Há versões diferentes da históriaapostas seguras bet365origem da bebida. Enquanto a Enciclopédia Britânica diz que ela nasceu na Rússia, o livro Sage Encyclopedia of Alcohol diz que não há consenso sobre qual povo iniciouapostas seguras bet365produção - se russos, poloneses, ucranianos -, mas afirma que certamente ela começou com o povo eslavo.

O monopólioapostas seguras bet365produção e vendaapostas seguras bet365vodca pelo governo começou com Ivan 3º,apostas seguras bet3651474. Os czares seguintes o renovaram. "Os nobres recebiam o direitoapostas seguras bet365produzir e vender. Quanto mais alto o posto, mais litros podiam produzir." Ela conta que na épocaapostas seguras bet365Ivan, o Terrível, foram abertas kabaks, tabernas onde se bebiaapostas seguras bet365tudo, gerando ainda mais recursos para o governo.

"No início do século 18, Pedro, o Grande formou o novo Exército russo. Os soldados ganhavam vodca como parte do pagamento. Assim como ganhavam refeições, ganhavam vodca", diz a professora.

Bebia-se tanto que o czar Nicolau Segundo instituiu restrições sobre a vendaapostas seguras bet365álcoolapostas seguras bet3651914.

Vodca no front

Após a Revoluçãoapostas seguras bet3651917, Lênin manteve essa espécieapostas seguras bet365lei seca, mas isso só durou até o governoapostas seguras bet365Josef Stálin. Segundo o pesquisador americano Mark Lawrence Schrad, que escreve sobre o consumoapostas seguras bet365álcool, Stálin disse "O que é melhor, capitalismo ou a vendaapostas seguras bet365vodca? Naturalmente optaremos pela vodca."

Durante a Segunda Guerra Mundial, os soldados ganhavam uma porção diáriaapostas seguras bet365vodca, conta Vassina.

Lei seca fracassada

Na décadaapostas seguras bet3651970, os lucros da venda do álcool representavam um terço dos recursos do governo, segundo escreveu o pesquisador Martin McKee.

Durante a perestroika, Mikhail Gorbachev declarou guerra ao álcool e ao cigarro, controlando as vendas. O númeroapostas seguras bet365mortes ligadas ao álcool caiu, mas a culturaapostas seguras bet365bebida se provou resistente.

Há sinaisapostas seguras bet365que ali tenha se agravado um fenômeno que dura até hoje: o consumoapostas seguras bet365líquidos que contêm álcool, como perfumes, colônias, loções pós-barba e produtosapostas seguras bet365limpeza.

Segundo especialistas, cercaapostas seguras bet36512 milhõesapostas seguras bet365russos bebem produtos que custam o equivalente a menosapostas seguras bet365US$ 1 (R$ 3,3) o litro.

A cada ano os russos consomem entre 170 e 250 milhõesapostas seguras bet365litrosapostas seguras bet365loções, segundo o Serviço Federal para a Regulação do Mercadoapostas seguras bet365Álcool.

Situação melhor no novo milênio

Depois da queda da União Soviética,apostas seguras bet3651991, a privatização e desregulação do mercadoapostas seguras bet365bebidas pode ter contribuído para o aumentoapostas seguras bet365doenças ligadas ao álcool, diz a OMS.

No entanto, políticas adotadas a partirapostas seguras bet3652005 têm surtido efeito, diz a entidade, tanto para reduzir o consumoapostas seguras bet365álcool quanto para diminuir o númeroapostas seguras bet365mortes ligadas a ele - medidas como aumento do controle das vendas, proibição da vendaapostas seguras bet365bebidas com maisapostas seguras bet36515%apostas seguras bet365álcoolapostas seguras bet365alguns lugares, aumentoapostas seguras bet365impostos, restriçãoapostas seguras bet365publicidade, programasapostas seguras bet365prevenção.

O principal líder russo do período, Vladimir Putin, chegou a comentar o problemaapostas seguras bet365discursos, dizendo que o álcool estava dizimando os homens jovens.

Entre 2007 e 2016, o consumoapostas seguras bet365álcool diminui. Entre 2005 e 2015, o númeroapostas seguras bet365novos casosapostas seguras bet365psicose alcóolica caiuapostas seguras bet36552,3 para 20,5 por 100 mil pessoas. A taxaapostas seguras bet365mortes por causas ligadas ao álcool também está menor, especialmente entre os homens. O númeroapostas seguras bet365mortesapostas seguras bet365adultos como um todo caiu, o que a OMS atribui à queda no consumoapostas seguras bet365bebidas.

Mas a culturaapostas seguras bet365bebida ainda existe.

"Temos que entender que há várias Rússias. Nas cidades, mais ocidentalizadas, há uma culturaapostas seguras bet365vida saudável,apostas seguras bet365fitness, as pessoas preferem ganhar dinheiro a beber vodca. Masapostas seguras bet365outras partes do país, onde não tem trabalho e quando tem, paga mal, não há o que fazer, principalmente no inverno, então as pessoas bebem mesmo", diz a professora Elena Vassina.