Qual é o poder militar da Rússia e a quem ela ameaça?:zebet mobile sign up

Crédito, Reuters
Muitos temiam que, quando Moscou rasgou o manualzebet mobile sign upsegurança da Europa pós-Guerra Fria ao tomar para si um pedaço da Ucrânia (como havia feito com a Georgiazebet mobile sign up2008), as repúblicas bálticas pudessem ser os próximos alvos. A Rússia diz, no entanto, que suas ações são apenas respostas às da Otan.
Na verdade, a realidade é mais complexa. Conversei com alguns dos maiores especialistas ocidentais sobre o Exército russo para entender o que há para determinar que tipozebet mobile sign upameaça que o país representa - e para quem.
"A Rússia gostaria que pensássemos quezebet mobile sign upmilitarização é uma resposta à Otan. Mas isso não é verdade", diz Keir Giles, diretor do Conflict Studies Research Centre, que reúne especialistaszebet mobile sign upsegurança euroasiática), e provavelmente o principal analista britânicozebet mobile sign upassuntos militares russos.

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"A reorganização e modernização militarzebet mobile sign upcurso da Rússia, que são extremamente caras, e o programazebet mobile sign uprearmamento já avançavam a todo vapor antes da crise da Ucrânia, quando os países da Otan estavam esvaziando seus exércitos. Em 2013, os Estados Unidos retiraram todas as suas forças da Europa, enquanto a Rússia estava investindo milhões no reforçozebet mobile sign upseu poderio."
O analista Dimitri Gorenburg, da Universidadezebet mobile sign upHarvard, nos Estados Unidos, aponta 2009 como marco inicial da modernização militar russa. Foi uma resposta, diz ele, às limitações expostas pela campanha do país contra a Geórgiazebet mobile sign up2008, que resultou na secessãozebet mobile sign upduas áreaszebet mobile sign upforte influência russa, a Ossétia do Sul e a Abkházia.
Ucrânia no foco
Gorenburg diz que o objetivo do programa é dar "rapidez à tomadazebet mobile sign updecisões e à comunicação delas às tropas, alémzebet mobile sign upmelhorar a interoperabilidade entre diferentes áreas do Exército e substituir equipamentos soviéticos, que estavam chegando ao fimzebet mobile sign upsua vida útil."
Os resultados foram significativos. "Em 2012, a Rússia já tinha conseguido reorganizar suas Forças Armadas, passandozebet mobile sign upum exército soviéticozebet mobile sign upmobilizaçãozebet mobile sign upmassa a uma força permanente", afirma Michael Kofman, do Instituto Kennan (que integra o Centrozebet mobile sign upEstudos Wilson, nos Estados Unidos).
Isso veio acompanhado por um intenso regimezebet mobile sign uptesteszebet mobile sign upcapacidadezebet mobile sign upresposta rápida e inúmeros exercícios, até o ponto,zebet mobile sign up2014,zebet mobile sign upque "o exército russo havia melhorado consideravelmentezebet mobile sign upcomparação com seu desempenho medíocre na guerra contra a Geórgia", diz.
Os especialistas consultados concordam que o foco inicial desse esforço foi a Ucrânia, não a região báltica. Michael Kofman afirma que a guerra na Ucrâniazebet mobile sign up2014-2015 exigiu mais do que o Exército russo esperava - eles estavam sem forças permanentes nas fronteiras e mal posicionados para o conflito. "As Forças Armadas russas estavam, e ainda estão,zebet mobile sign uptransição", afirma.
Para responder à possibilidadezebet mobile sign upuma guerra na Ucrânia a médio e longo prazo, a Rússia passou grande parte dos últimos três anos, afirma Kofman, "reposicionando unidades ao redor do país, construindo novas divisões, rearranjando brigadas e criando um novo exércitozebet mobile sign uparmas combinadas."
"A intenção é que as forças terrestres russas estejam posicionadas do outro lado da fronteira, caso precisemzebet mobile sign upreforços no leste da Ucrânia, invadir por vários vetores ou simplesmente para convencer Kievzebet mobile sign upque podem retomar o controle das regiões separatistas com facilidade na hora que quiserem."
Pode ser que a Ucrânia seja a preocupação imediata. Mas, como observa Giles, "a Rússia está desenvolvendozebet mobile sign upinfraestrutura militar ao longozebet mobile sign upsua periferia ocidental, não só diante da Ucrânia, mas também na Bielorrússia, nos países bálticos e até na Finlândia". "Eles se reorganizaram para serem capazeszebet mobile sign upenviar tropaszebet mobile sign upcombate à fronteira ocidental o mais rápido possível."
"Isso inclui estabelecer novas unidades pesadaszebet mobile sign uptransporte terrestre para reduzirzebet mobile sign uptradicional dependência das ferrovias para enviar veículos armados a zonaszebet mobile sign upoperações. Isso traz muito mais flexibilidadezebet mobile sign upmovimentaçãozebet mobile sign upáreas onde as estradas estão melhores, principalmente no oeste da Rússia, incluindo o outro lado da fronteira, onde ficam os vizinhos ocidentais do país", pontuou.
Reação desproporcional?
Considerando o focozebet mobile sign upMoscou na Ucrânia, teriam alguns países da Otan reagidozebet mobile sign upmaneira desproporcional à ameaça russa? Jamais, assegura Giles. Ele diz que, ao contrário, a preocupação é que a Otan tenha reagidozebet mobile sign upforma fraca.
"O desafio militar da Rússia e a confirmaçãozebet mobile sign upsua disposiçãozebet mobile sign upusarzebet mobile sign upforça contra vizinhos não motivou - salvo algumas exceções - uma reação energéticazebet mobile sign uppaíses europeus, que demonstrasse interessezebet mobile sign updefender seus territórios", argumentou ele, que ressalta ainda a incapacidadezebet mobile sign upmuitos membros da Otanzebet mobile sign upcumprir seus compromissos, até mesmo os simbólicos, como gastar 2% do PIBzebet mobile sign updefesa.
Sem falarzebet mobile sign upmedidas reais e urgentes, como recuperar a capacidadezebet mobile sign upguerrazebet mobile sign upalta intensidade para poderem se igualar ao poderzebet mobile sign updesenvolvimento da Rússia. Isso, afirma o analista, "deixa clara a faltazebet mobile sign updisposiçãozebet mobile sign upreconhecer uma realidade politicamente inconveniente".
A realidade, segundo Kofman, é nada menos que a transformação do Exército russo. "A reforma, a modernização e a experiênciazebet mobile sign upcombate adquiridas na Ucrânia e na Síria terão efeitos duradouros nas Forças Armadas russas", afirmou.

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"A Rússia tem capacidadezebet mobile sign upimplantar uma força decisivazebet mobile sign upqualquer lugarzebet mobile sign upsua fronteira, superando qualquer ex-república soviética. Em relação a seu arsenal nuclear estratégico, a Rússia não está apenaszebet mobile sign uppézebet mobile sign upigualdade com os Estados Unidos, como também está à frentezebet mobile sign upmodernização e investimentozebet mobile sign uparmas nucleares não estratégicas."
"Enquanto as forças convencionais russas são capazes hojezebet mobile sign upimpor danos consideráveis até a adversários tecnologicamente superiores, como a Otan,zebet mobile sign upum conflito aberto - uma briga seria bastante sangrenta para ambas as partes."
Espera-se que essa seja uma situação impensável. Gorenburg diz acreditar que "o poderio convencional russo não será nemzebet mobile sign upperto tão forte como o dos Estados Unidos ou o das forças da Otan juntas."
Perspectiva
Acimazebet mobile sign uptudo, o que dá à Rússia uma vantagem local imediata é a preparação, a proximidade e a capacidadezebet mobile sign upconcentrar rapidamente um alto poderzebet mobile sign upfogo. Mas a Otan precisa colocar essa ameaça sob perspectiva. "A Rússia é uma potência terrestre euroasiática e que emprega muitos recursoszebet mobile sign upbatalha, maszebet mobile sign upforça se destaca quando o combate é pertozebet mobile sign upcasa", afirmou Kofman.
O orçamentozebet mobile sign updefesa e pesquisa da Otan deixa o da Rússia para trás, assim como a capacidade da aliançazebet mobile sign upmobilizar forças e equipá-las para um conflito prolongado.
"O importante é que ainda que a Otan tenha preocupações legítimas sobre um conflito no curto prazo contra a Rússia, a realidade é que trata-se da maior aliança militar do mundo, que detém um poderio enorme, e que uma batalha provavelmente acabariazebet mobile sign upforma desastrosa para Moscou", disse.
O Exército russo simplesmente não está estruturado para manter um território substancial ou para mobilizar forças necessárias a um conflito prolongado. Mas a Otan precisa estar preparada, na opinião dos especialistas. O consenso entre eles é que o conflito contra a Ucrânia foi um sinalzebet mobile sign upalerta.
A recém-recuperada confiança da Rússia, no entanto, não deve ser confundida com um desejozebet mobile sign updeflagrar um ataque militar ao Ocidente. Na verdade, a ameaça imediata dos russos pode virzebet mobile sign upuma guerrazebet mobile sign upinformações ezebet mobile sign upcampanhas cibernéticas direcionadas ao Ocidente.
Essa batalha já está acontecendo. E o Ocidente está igualmente despreparado para enfrentá-la.








