O mundo seria mais pacífico se não houvesse religião?:jogo de dominó

Justin Marozzi, historiador e jornalista

Desde muito tempo, a guerra e a religião se encontramjogo de dominóuma relação complicada e, muitas vezes, tensa.

Mas será que a religião alguma vez é a causa principaljogo de dominóuma guerra? Ou simplesmente um veículo utilizado para incitar as tropas, dividir sociedades e saquear países?

A causa originaljogo de dominóqualquer guerra ou conflito é complexa e cheiajogo de dominónuances, e há muitos fatoresjogo de dominójogo, como poder, ideologia, dinheiro, território e identidade.

Ocasionalmente, esse causa original até é esquecida, se perde ou é mal interpretada.

Na Irlanda do Norte, por exemplo, um conflitojogo de dominó30 anos parecia dividir a sociedadejogo de dominógrupos religiosos: os unionistas protestantes contra os republicanos católicos.

De fato, o problema era mais territorial, com visões distintas sobre a identidade e sentimentojogo de dominópertencimento nacional emjogo de dominóessência. Os unionistas queriam permanecer no Reino Unido e os republicanos queriam voltar a ser parte da República da Irlanda.

Alguns especialistas acreditam que a religião nunca é a causa das guerras. Já outros dizem que a religião tem um papeljogo de dominóprotagonismo na instigação da violência e do conflito.

A campanha do grupo autodenominado Estado Islâmico, por exemplo, criou uma violência generalizada que sacrificou milharesjogo de dominóinocentes,jogo de dominótodas ejogo de dominónenhuma fé,jogo de dominómuitas partes do mundo.

O EI pratica uma versão extrema do Islã, e não pensa duas vezes antesjogo de dominóderramar sangue para lograr seus objetivos.

Sua causa imediata é a invasão do Iraque liderada pelos Estados Unidos, durante a qual seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, foi preso.

Ao mesmo tempo, havia uma lutajogo de dominópoderjogo de dominóBagdá entre duas facções do Islã: o governo dirigido por xiitas e os sunitas privadosjogo de dominórepresentação.

Estes últimos se uniram a insurgentes anti-governo.

O EI aproveitou a situação e ganhou território na Síria e no Iraque.

Com esta situação políticajogo de dominófundo, podemos responsabilizar somente a religião por este conflito violento?

Especialistas como o ex-oficial da CIA e psiquiatra forense Mark Zeiman diriam: "Não, não se trata da fé, sim da indignação emocional e moral, o que leva às pessoas a se unir a grupos como o EI."

Mas eu tenho outro pontojogo de dominóvista.

Depoisjogo de dominópassar a maior parte da última década vivendojogo de dominómeio a conflitos e escrevendo sobre muitos dos países mais assolados pela guerra, meu parecer é que não se tratajogo de dominóanti-imperialismo.

Trata-se se pintar o mundojogo de dominónegro.

Comjogo de dominóinterpretação extremista do Islã, para este núcleo durojogo de dominócrentes, o motivo é puramento religioso.

Históriasjogo de dominóguerras

Esses três conflitos são muitas vezes interpretados como tendo causas religiosas.

Mas será que é isso mesmo?

Os historiadores Marozzi e Aaron Edwards resumem fatores que, para eles, precisam ser levadosjogo de dominóconta quando se pensa nessas guerras.

Guerra da Bósnia

No início da décadajogo de dominó1990, a Iugoslávia se desintegrou diantejogo de dominóuma sériejogo de dominóguerras civis.

Depois da Eslovênia e da Croácia se separarem, a Bósnia teve seu referendojogo de dominóindependência, o que levou a um conflito entre muçulmanos, sérvios (predominantemente cristãos ortodoxos) e croatas (predominantemente católicos).

Com um forte apoio do governo sérvio e grupos extremistasjogo de dominóBelgrado, os bósnios sérvios estavam determinados a ficar no que restava da Iugoslávia e ajudar a estabelecer uma grande Sérvia.

A guerra foi, então, principalmente um conflito territorial, alimentado por nacionalismo e divisões étnicas.

Os enfrentamentos foram amargos, os bombardeios indiscriminados, houve violações massivas sistemáticas e limpeza étnica.

Esta limpeza étnica obrigou comunidades inteiras a deixarem seus laresjogo de dominóoperações cuidadosamente planejadas.

O incidente mais notório resultou no assassinatojogo de dominóquase 8 mil homens e meninos bósnios muçulmanosjogo de dominóSrebrenicajogo de dominó1995, meses antes do fim da guerra.

Afeganistão

Quando os Estados Unidos foram atacadosjogo de dominó11jogo de dominósetembrojogo de dominó2011, foram considerados culpados a Al Qaeda e seu líder Osama Bin Lader, que previamente havia dito que os EUA haviam declarado "a guerra contra Deus, seu mensageiro e muçulmanos" e havia pedido a todos os muçulmanos que "cumprissem a ordemjogo de dominóDeusjogo de dominómatar os americanos".

Depois do 11jogo de dominósetembro, os dirigentes do Talebã do Afeganistão foram acusadosjogo de dominóproteger a Al Qaeda e Bin Laden.

Os EUA, apoiados por aliados, invadiram o país.

O objetivo alegado era desmantelar a Al Qaeda e impedir que tivessem uma base segura para suas operações, tirando os talebãs do poder no Afeganistão, onde eles aplicavam uma rígida interpretação da lei islâmica.

Depois do Afeganistão, a "guerra contra o terror" se expandiu com a invasão ao Iraque, justificada com argumentos que emjogo de dominómaioria foram desacreditados.

Alguns começaram a considerar a "guerra contra o terror" com uma guerra do Ocidente contra o Islã.

O chamado Estado Islâmico emergiu dos escombros da invasão do Iraque e da guerra civil síria, e pratica uma forma extremajogo de dominóislamismo no qual sangue é derramados com objetivos políticos e religiosos.

O grupo conquistou território na Síria e no Iraque e assumiu a responsabilidade por ataquesjogo de dominóvárias partes do mundo, como Tunísia, Líbano, França e Bélgica.

Ele rechaça a democracia, considerando-a como uma ideologia ocidental desencaminhada, e tenta desafiá-la não apenas atacando o que chamajogo de dominógovernos apóstatas (não crentes) do Oriente Médio e África do Norte, mas também as democracias liberais centrais do Ocidente.

O grupo advertiu outros grupos jihadistas do mundo que eles têmjogo de dominóaceitarjogo de dominóautoridade suprema para erradicar os obstáculos para restaurar o reinojogo de dominóAlá Terra e defender a comunidade muçulmana contra infieis e apóstatas.

Aaron Edwards, historiador e escritor

O historiador e escritor Aaron Edwards reuniu uma mostrajogo de dominócitações relacionadas à guerra e o conflitojogo de dominóescrituras sagradas. Clique para vê-las.