O escândalo das tropas fantasmas na luta contra o Talebã no Afeganistão:email galera bet

O documento foi divulgadoemail galera bet30email galera betabril.

"A equipe autorizadaemail galera betforças afegãs foi, durante anos,email galera bet325 mil soldados e policiais", diz o informe.

Mas, além do número incertoemail galera betmilitares no front, há também incertezas sobre seu equipamento e capacidadeemail galera betresposta, segundo o documento.

As listasemail galera betregimentos do país são repletasemail galera betnomes falsos eemail galera betsoldados mortos.

E um informe recente do conselho municipalemail galera betuma das províncias mais afetadas pela guerra, Helmand, no sul do país, descobriu que cercaemail galera bet40% das tropas que figuram nas listas oficiais simplesmente não existem.

O problema dos soldados inexistentes afeta seriamente a luta contra o Talebã, o grupo islâmico radical que controla vastas regiões do país e segue ganhando território.

E estamos falandoemail galera betum conflito com um extraordinário custo humano, da prolongaçãoemail galera betanosemail galera betuma guerra devastadora que, desde 2001, custou a vidaemail galera betmaisemail galera bet90 mil afegãos, incluindo cercaemail galera bet26 mil civis, segundo estudo da universidade Brown, nos EUA.

A grande pergunta é: a que se deve esse fenômeno do Exército fantasma do Afeganistão?

Corrupção

A invasão liderada por Washington ao Afeganistão,email galera bet2001, pôs fim ao regime islâmico do Talebã.

Após o fim formal da missão da OTAN no território afegão,email galera bet2014, a luta contra o grupo radical ficou sob responsabilidade das tropas afegãs.

Os Estados Unidos investiram maisemail galera betUS$ 60 bilhões na formação e treinamentoemail galera betforçasemail galera betsegurança afegãs nos últimos 14 anos, segundo registros da imprensa americana.

Mas o Exército afegão segue marcado por corrupção.

Toofan Waziri, analista político que visitou a provínciaemail galera betHelmand, disse à imprensa britânica que encontrou uma baseemail galera betque o comandante havia demitido a metadeemail galera betseu regimentoemail galera betcem homens sem notificar seus superiores para cobrar todos os salários.

"Os militares-fantasma são um problema geralemail galera bettodo o país", disse a BBC Mundo Inayatulhaq Yasini, editor do site online do serviçoemail galera betlíngua pashto da BBC para o Afeganistão.

"Quando alguns comandantes que lutavam poremail galera betconta durante a guerra civil nos anos 1990 foram incorporados ao Exército, trouxeram suas tropas e,email galera betalguns casos, reportaram mil homens para cobrar mais salários, quando na realidade tinham cercaemail galera betcem."

Favorecimento e moral baixa

A corrupção não é a única explicação para os soldados fantasma.

Alguns generais não comunicam o verdadeiro númeroemail galera betbaixas para ocultar suas derrotas.

E outro grave problema é a deserção por moral baixa.

"Há soldados que abandonam as fileiras porque não são pagos. Mas há outras razões", disse Yasini à BBC Mundo.

"Falei com um soldado no leste do país que lutou no front e, apesaremail galera betseus pedidos, não deram a ele nem um dia para visitar a famíliaemail galera betseis meses."

"Mas esses soldados veem que alguns companheiros têm diasemail galera betfolga, porque são favorecidos pelo comandante."

"Esse favoritismo influi também na horaemail galera betdecidir quem é enviado à frenteemail galera betbatalha e quem cumpre outra funções. E, neste país multiétnico, alguns percebem que só certas etnias obtem benefícios."

A escassezemail galera betalimentos no front também afeta seriamente a moral dos combatentes. O relatório elaboradoemail galera betHelmand cita o casoemail galera betsoldados que ofereceram um lançadoremail galera betmorteiro ao Talebãemail galera bettrocaemail galera betarroz.

O documento também aponta que alguns oficiais estão envolvidosemail galera betvendaemail galera betdrogas.

Números inflados

Combater o problema das tropas inexistentes não será fácil. O informe da SIGARemail galera betabril afirma que "o problema existe há pelo menos uma década."

Jáemail galera bet2006, antes da criação do órgão americano, inspetores do Departamentoemail galera betEstadoemail galera betWashington advertiram sobre os "números inflados" nas listasemail galera betsoldados afegãos que recebiam salários, segundo o documento do SIGAR.

As mesmas advertências foram reiteradasemail galera bet2009 por uma agência do governo americano que monitora o usoemail galera betdinheiro público, Government Accountability Office (ou GAO).

A corrupção é um problema endêmico no Afeganistão, que ocupa um dos piores lugares no Índiceemail galera betPercepçãoemail galera betCorrupçãoemail galera bet2015 elaborado pela Transparência Internacional.

Por quem estamos morrendo?

Para Inayatulhaq Yasini, a corrupção generalizada só diminuirá se for combatido o que a população percebe como amplo nívelemail galera betcorrupçãoemail galera betnível oficial.

"Em muitos casos não há dedicação ou desejoemail galera betlutar pelo país", afirmou Yasini.

"Quando os soldados veem que a corrupção é endêmica no nível mais alto, nas instituições, naturalmente se perguntam: 'Por quem estou lutando?'; 'Por que estamos morrendo?'.

O editor do serviçoemail galera betlíngua pashto da BBC afirma que no passado "o Exército era considerado bom, um baluarte, mas, à medida que a guerra se prolonga, o impacto da corrupção eemail galera betinfluência na guerra aumentam".

"Os exércitos não se formamemail galera betum dia", disse Yasini.

"Problemas graves como o dos soldados inexistentes terão um impactoemail galera betlonga duração na segurança nacional. Talvez seja necessário um dia reconstruir as forçasemail galera betsegurança."

Em 15 anosemail galera betinvasão liderada pelos EUA, o "exército fantasma" torna ainda mais difícil vislumbrar um poucoemail galera betpaz nos 15 anosemail galera betguerra que assolam o Afeganistão.