Depressão pós-parto masculina: condição silenciosa que afeta milhõesroulette apostapais:roulette aposta

  • Amanda Ruggeri
  • BBC News
Homem segura bebê no colo

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roulette aposta Para David Levine, o divisorroulette apostaáguas veio quando ele imaginou que tivesse sacudido seu bebê.

O ano era 2013 e seu filho tinha duas semanasroulette apostaidade. Ele o havia colocadoroulette apostauma esteira "talvezroulette apostaforma um pouco mais bruta do que deveria", relembra ele.

Na época, incapazroulette apostapensar com clareza, ele tinha certezaroulette apostaque tinha errado. E, como pediatra, ele sabia que sacudir o bebê pode causar lesões cerebrais e até a morte. Ele ficou horrorizado.

A dor e a frustraçãoroulette apostaLevine vinham se acumulando desde o nascimento da criança. Como muitos recém-nascidos, levou tempo para que o bebê se ajustasse ao mundo exterior. Mas, para Levine, a impressão era que ele chorava sem parar.

"Eu levei para o lado pessoal, 'estou falhando, não estou fazendo meu trabalho aqui'", ele conta. "E também comecei a sentir que era dirigido a mim, que o meu filho estava chorando porque não gostavaroulette apostamim."

Levine adorava crianças. Desde que começouroulette apostacarreira como pediatraroulette apostaNova Jersey, nos Estados Unidos, ele havia ouvidoroulette apostavários pais: "você será um pai muito bom algum dia."

Ele havia ficado entusiasmado quandoroulette apostaesposa ficou grávida e deu à luz. Levine se sentia útil quando ela teve dificuldades para amamentar e podia usar seu conhecimento médico para ajudar a incorporar a fórmula na alimentação do bebê.

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Mas, depois, o seu papel mudou. Ele não precisava ser médico; ele precisava ser pai. E, quando surgiram as dificuldades com as tarefas práticas da paternidade, como fazer seu filho pararroulette apostachorar, Levine achou que a culpa fosse dele.

"Foi quando as coisas começaram a se agravar", ele conta. Levine menosprezava seu filho e gritava com ele. Ele começou a ver imagensroulette apostaviolência com seu filho e consigo próprio. E não sabia como fazer as coisas melhorarem.

"Eu dizia para a minha esposa que era o fim da nossa vida", relembra. "Tudo o que eu conseguia visualizar era o cicloroulette apostadesespero que seriam as nossas vidas."

No seu trabalho como médico, Levine examinava as mães para diagnosticar possíveis casosroulette apostadepressão pós-parto (DPP), uma doença depressiva que aparece no primeiro ano depoisroulette apostadar à luz. Ela é normalmente considerada uma condição feminina. Mas poderia ocorrer também com os pais?

Levine nunca havia ouvido falar nisso e não era o único. A DPP é uma condiçãoroulette apostasaúde mental que pode fazer com que as mães e os pais se sintam mal permanentemente, apáticos ou até com pensamentos suicidas no primeiro ano após o parto.

É um fenômeno bem conhecido entre as mulheres, embora ainda permaneça subdiagnosticadoroulette apostatodo o mundo e nem sempre seja adequadamente tratado, o que às vezes traz consequências trágicas. O que é menos conhecido, mesmo entre os médicos, é que os homens também podem ter depressão pós-parto.

Muitos dos recursos que podem ajudar no diagnóstico e tratamento da DPP (que vão desde os questionáriosroulette apostadiagnóstico usados pelos médicos até as redesroulette apostaapoio, como gruposroulette apostapessoas) foram estabelecidos para as mulheres. Mesmo os sintomas normalmente associados à depressão pós-parto costumam referir-se mais às mulheres do que aos homens.

Acrescente-se a isso a estigmatização que os homens podem sentir ao expressar problemasroulette apostasaúde mental e os especialistas afirmarão que não são apenas as mães que estamos deixandoroulette apostadiagnosticar com DPP. Milhõesroulette apostapais deprimidos podem também estar desamparados.

Bebê recém-nascido

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A vida muda dramaticamente quando nasce um novo bebê, mas a maioria dos homens não recebe as ferramentas, os recursos ou o reconhecimento necessário para lidar com essa transição

Doença escondida

"Embora tenha aumentado a circulaçãoroulette apostainformações sobre as doenças mentais, como a depressão pós-parto nas mulheres, é fato que ela tem sido muito menos reconhecida nos homens", afirma Grant Blashki, consultor clínico da organização australianaroulette apostasaúde mental Beyond Blue.

Ainda assim, estima-se que cercaroulette aposta10% dos pais sofram depressão no primeiro ano após o nascimento do bebê, o que é o dobro da incidência dessa condição na população geral masculina. E há pesquisas que indicam que 10% talvez seja muito pouco. No períodoroulette apostatrês a seis meses após o parto, cercaroulette apostaumroulette apostacada quatro pais exibe sintomasroulette apostadepressão.

Muitos pais também sofremroulette apostaansiedade generalizada, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e estresse pós-traumático, segundo Daniel Singley, psicólogoroulette apostaSan Diego, na Califórnia (Estados Unidos), especializadoroulette apostaproblemas masculinos. Mas relativamente poucos desses homens expressarão seus problemas (ou mesmo acreditarão que têm um problema, para começar).

"Na minha experiência, é interessante que, mesmo entre pessoas com boa escolarização ou profissionaisroulette apostasaúde, ainda haja alto nívelroulette apostaestigmatização sobre os problemasroulette apostasaúde mental entre os homens", afirma Grant Blashki. "E isso pode resultarroulette apostanegação, baixa procuraroulette apostaajuda ou na sensaçãoroulette apostaque você deveria simplesmente resolver aquilo sozinho."

Geralmente, os homens tendem a evitar cuidados médicos, mais do que as mulheres. No Canadá, por exemplo, pesquisadores concluíram que cercaroulette apostaoitoroulette apostacada dez homens não procuram assistência médica a menos que suas parceiras os convençam.

Mas também existem,roulette apostamuitos casos, sensaçõesroulette apostaconstrangimento ou vergonha por ser um homem (especialmente um pai) com depressão.

"[Os homens] realmente não querem buscar ajuda para a saúde mental, pois isso é estigmatizado e feminizado. E eles com certeza não querem buscar ajuda durante o período perinatal", afirma Singley.

Ele prossegue explicando que,roulette apostacasais heterossexuais com filhos, a mensagem normalmente recebida pelo pai éroulette apostaque a gravidez e o parto fazem parte do universo feminino.

Os pais podem ser excluídos das consultas pré-natal, dos cursos ou até do próprio parto. Quando estão presentes, muitas vezes são instruídos apenas a oferecer apoio, independentemente da ansiedade e do medo que eles também possam estar sentindo.

Singley ressalta que esse tiporoulette apostamensagem ativa o estereótipo masculinoroulette aposta"prover e proteger", ignorando um elemento fundamental: os pais precisam apoiar as mães, mas eles também precisamroulette apostaapoio.

Como disse um pai aos pesquisadoresroulette apostaum estudo recente no Reino Unido, "olhandoroulette apostaretrospectiva, as instituições, a família e eu próprio nos concentramosroulette apostacomo eu apoiaria minha esposa e a ênfase era que eu permanecesse forte".

'Nós precisamos ser a rocha'

É claro que existe a pressão dos estereótipos masculinos. Se os pais devem ser fortes e fornecer apoio, o que acontece com eles se tiverem depressão?

No mesmo estudo britânico, outro participante afirmou que se "sentia um fracasso, não um verdadeiro homem". Outro perguntou: "que tiporoulette apostahomem fica com depressão depoisroulette apostater um bebê?"

E alguns eram ainda mais duros consigo próprios sobre receber tratamento. Um homem que recebeu licença do trabalho depoisroulette apostaum diagnósticoroulette apostaproblemaroulette apostasaúde mental afirmou que, quando ficou difícil formar uma nova rotina com o bebê, aroulette apostadepressão piorou, "pois eu senti que não estava apenas fracassando como pai, mas como marido". Já outros mencionaram preocupações com a possibilidaderoulette apostasuas parceiras os deixarem.

"Ainda são frequentes muitos mitos sobre problemasroulette apostasaúde mental como sinalroulette apostafraqueza ou algo que o homem deveria simplesmente poder resolver sozinho", concorda Blashki. "Esse tiporoulette apostamito pode ser intensificado pela sensaçãoroulette apostaque o homem deveria ser a parte forte durante essa grande faseroulette apostatransição para a mãe e o bebê."

Levine, por exemplo, só contou pararoulette apostaesposa como era forte aroulette apostaDPP cercaroulette apostaum ano mais tarde, quando, depoisroulette apostaconversar sobre DPP com um paciente, que indicou seu nome adiante, foi convidado a compartilharroulette apostaexperiência no programaroulette apostaentrevistasroulette apostaCharlie Rose, nos Estados Unidos.

"Ela não sabia que eu tinha depressão", relembra. "Ela não sabia que eu tinha certos sentimentos com relação ao nosso filho. E ela também não sabia que parte da razão por que nunca contei a ela foi porque eu achava que cairia no seu conceito."

"Os homens não falam sobre seus sentimentos, certo? Nós precisamos ser a rocha para nossas esposas. Eu não tinha ninguém com quem falar sobre isso. E achava sinceramente que, se eu contasse para ela, ela iria me deixar. E a minha esposa é uma pessoa maravilhosa", prossegue Levine.

Universo feminino

Outro obstáculo é o fatoroulette apostaque a depressão pós-parto muitas vezes é associada principalmente às mulheres. Por isso, é menos provável que um homem, ou as pessoas àroulette apostavolta, incluindo profissionais médicos, reconheçam os sintomas da DPP.

É verdade que quem dá à luz tem mais possibilidaderoulette apostater depressão no período pós-parto que os seus parceiros. Um estudo concluiu que,roulette apostamédia, cercaroulette aposta24% das mães têm depressão, contra 10% dos pais. E também é verdade que parte dos motivos da DPP das mães são as mudanças hormonais no cérebro que acontecem ao dar à luz.

Os sintomas também tendem a ser diferentes nos homens e nas mulheres. Enquanto a imagem comum da DPP pode ser uma mãe chorosa e incapazroulette apostasair da cama, os pais com DPP são mais propensos a adotar comportamentosroulette apostafuga: aumentar a cargaroulette apostatrabalho, por exemplo, ou passar mais tempo ao telefone. E eles estão mais sujeitos a abusarroulette apostasubstâncias ou do álcool e a ser indecisos, irritáveis ou autocríticos.

"Às vezes, [os homens] mostram o que chamamosroulette aposta'apresentação depressiva masculina mascarada', que parece um pouco diferente da forma típicaroulette apostaque pensamos sobre a depressão", afirma Singley. "Pode haver tendência à somatização", que é a presençaroulette apostasintomas clínicosroulette apostavezroulette apostaemocionais, como doresroulette apostaestômago ou enxaquecas.

Algumas pessoas afirmam que os pais não estão sofrendo DPP "real", mas sim depressão genérica, um pensamento exacerbado pelo fatoroulette apostaque os pais são mais propensos à depressão pós-parto se já tiverem sofrido depressão anteriormente.

Homem chora enquanto segura bebê

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Legenda da foto,

Quando se diz aos homens que eles precisam ser a 'rocha', suas próprias dificuldades muitas vezes são ignoradas ou minimizadas

Embora haja alguma verdade nisso, é algo enganoso, segundo Michael Wells, professor do Departamentoroulette apostaSaúde da Mulher e da Criança do Instituto Karolinskaroulette apostaEstocolmo, na Suécia, e pesquisadorroulette apostasaúde pós-parto e DPP masculina.

Na verdade, não só os pais são mais propensos à depressão pós-parto se tiverem sofrido depressão no passado, mas também as mães. "Não são só os hormônios", afirma Wells.

Além disso, pesquisas recentes concluíram que os hormônios dos pais também se alteram desde o período pré-natal. Os níveisroulette apostatestosterona dos pais caem durante a gravidez da parceira, por exemplo, enquanto o estrogênio aumenta mais para o final da gestação. E existem evidênciasroulette apostaque a DPP paterna possa estar relacionada com essas alterações.

Causas psicológicas à parte, mães e pais comprometidos enfrentam uma sérieroulette apostamudanças depois que o bebê nasce.

"O ajuste ao novo bebê, mudanças no relacionamento, mudanças na vida sexual do casal, novas responsabilidades, lidar com o estresse do parceiro e pressões financeiras", afirma Blashki. "Pode ser,roulette apostaforma mais geral, uma épocaroulette apostareflexão sobre a identidade da pessoa e muitos homens podem ficar preocupados com a responsabilidade necessária para cuidarroulette apostaum bebê."

Fatoresroulette apostarisco específicos podem também fazer com que alguns pais sejam mais propensos à DPP. Um deles é a saúde mental da parceira. O riscoroulette apostao pai desenvolver depressão pós-parto é maisroulette apostacinco vezes maior se a mãe tiver DPP (e, se o pai tiver DPP, a mãe também é mais propensa a desenvolver a condição).

Outros fatoresroulette apostarisco incluem a faltaroulette apostaestabilidade no emprego, gravidez não planejada, baixa satisfação no relacionamento, faltaroulette apostainformação sobre a gravidez e o parto, pouco apoio social, faltaroulette apostasono e expectativas irreais da paternidade.

É interessante observar que nós associamos a DPP aos pais novos, mas a pesquisa desenvolvida por Wells e seus colaboradores concluiu que não são apenas os paisroulette apostaprimeira viagem que apresentam riscoroulette apostadepressão pós-parto. Muitos pais com outros filhos também desenvolvem DPP.

O fatoroulette apostaque mesmo alguém como Levine, que tinha um emprego e um casamento estáveis, nenhum históricoroulette apostaproblemasroulette apostasaúde mental e pleno conhecimento médico sobre a gravidez e os bebês, pudesse ter DPP tão rápida e profundamente demonstra que essa condição pode afetar qualquer pessoa.

Deroulette apostaparte, Levine acredita queroulette apostaDPP tenha sido exacerbada por não compreender totalmente como pode ser difícil ser pai, ou qual era o comportamento normal dos recém-nascidos. Ele não percebeu que muitos bebês simplesmente acordam com frequência ou choram muito. E achava que a culpa era dele próprio.

'Minha personalidade mudou'

Isso soa muito familiar para Mark Williams, do gruporoulette apostaapoio britânico Fathers Reaching Out.

Quando seu bebê nasceu,roulette aposta2004, Williams, que mora no Paísroulette apostaGales, era trabalhador autônomo. Ele esperava voltar ao trabalhoroulette apostaduas semanas, mas nada saiu conforme o planejado.

Primeiro, o parto daroulette apostaesposa foi traumático. "Tive um ataqueroulette apostapânico na salaroulette apostaparto e o médico disse que a minha esposa iria para a salaroulette apostacirurgia" para uma cesariana não programada, segundo ele.

E, enquanto ela estava lá, ninguém disse a ele o que estava acontecendo. Ele achava que a esposa e o bebê iriam morrer.

Depois desse incidente traumático, Williams foi lançado aos desafios da vida com um recém-nascido, sofrendo ainda a pressãoroulette apostavoltar ao trabalho "sem dinheiro e com a hipoteca para pagar". Sua esposa também teve forte depressão pós-parto.

"Comecei a consumir álcool e evitar situações. Minha personalidade mudou", ele conta. Williams sentia raiva e era agressivo. Certa vez, ele socou o sofá com tanta força que quebrou a mão.

Ele tomou conhecimento da DPP masculinaroulette apostauma conversa casual com alguém na academia. A esposa daquela pessoa também teve DPP e os dois homens acabaram se sentindo deprimidos. Mas, quando Williams procurou saber quais tiposroulette apostagrupos existiam para os pais, como havia para as mães, ele voltou com as mãos vazias.

Ao longo dos anos, ele conseguiu superarroulette apostadepressão com terapia cognitivo-comportamental, medicação e mais apoio. Williams também recebeu diagnósticoroulette apostatranstornoroulette apostadéficitroulette apostaatenção e hiperatividade (TDAH).

Mas ele queria ter certezaroulette apostaque, se outros pais superassem a estigmatização da DPP masculina e pedissem ajuda, eles poderiam encontrá-la. "Não havia nada para eles. Ninguém realmente falava sobre aquilo", ele conta.

Em 2010, Williams lançou a Fathers Reaching Out, para conectar os pais e oferecer apoio e aconselhamento sobre saúde mental. Essa organização se dissolveu posteriormente por "faltaroulette apostafinanciamento", segundo Williams.

Ele rapidamente ouviu não apenas os pais, mas também suas parceiras. "As mães diziam 'meu marido está com muitas dificuldades, seu comportamento mudou desde a gravidez e o nascimento do bebê'", ele conta.

Williams dedicou-se não só a apoiar outros pais, mas também ao ativismo. Ele dá palestras, trabalha com acadêmicos, escreveu um livro, criou o Dia Internacional da Saúde Mental dos Pais e fez lobby junto ao governo britânico para que oferecesse análisesroulette apostasaúde mental aos pais se a parceira sofresseroulette apostaalguma condiçãoroulette apostasaúde mental, com sucesso.

A consciência sobre a saúde mentalroulette apostageral e a DPP masculinaroulette apostaparticular aumentou, segundo Williams, mas não o suficiente. "Melhorou muito, mas ainda falta muito reconhecimento", afirma ele.

"As orientações NICE [as recomendações nacionaisroulette apostasaúde e assistência da Inglaterra] não mencionam os pais. A OMS só tem informações sobre as mães, não sobre os pais. É preciso um grande impulso nacional, ou que alguma celebridade venha e realmente leve isso adiante", segundo Williams.

Michael Wells destaca outro problema, que é o fatoroulette apostaque, como a DPP foi considerada um transtornoroulette apostasaúde mental das mulheres por muito tempo, as ferramentasroulette apostadiagnóstico utilizadas pelos profissionaisroulette apostasaúde (que normalmente consistemroulette apostaum questionário a ser preenchido pela paciente durante a consulta) foram idealizadas para as mulheres.

Ou seja, os médicos são menos propensos a detectar aquelas manifestações cruciaisroulette apostaDPP masculina e emitir o diagnóstico correspondente.

E ainda existem profissionais da medicina que pensam que a DPP é um problema só das mulheres, segundo Wells. Ele conta: "falei [recentemente] com uma enfermeira e perguntei 'vocês estão diagnosticando pais?'. Ela respondeu 'não, os pais não ficam com depressão'. Para ela, tudo era hormonal e tinha a ver com dar à luz. Por isso, os pais não podiam ter."

Como ajudar os pais

Não buscar ajuda pode ter um alto preço. Os homens dos países ocidentais têm quatro vezes mais propensão ao suicídio que as mulheres (naturalmente, não só devido à DPP).

E existe também o efeito sobre as famílias. Os pais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento inicial dos bebês. Um estudo demonstrou, por exemplo, que, se o pai sofrerroulette apostadepressão no primeiro anoroulette apostavidaroulette apostaum bebê, a criança terá maior probabilidaderoulette apostaenfrentar mais dificuldadesroulette apostacomportamento, ter desenvolvimento mais fraco e menor bem-estar com quatro ou cinco anosroulette apostaidade.

Uma solução para ajudar no diagnóstico e tratamento da DPP, segundo os especialistas, é a inclusão dos pais, priorizandoroulette apostasaúde mental além da saúde das mães, desde o princípio. Wells, por exemplo, descobriu naroulette apostapesquisa que, quando os pais recebem mais apoio das parteiras, enfermeiras e das suas parceiras, eles têm menos possibilidaderoulette apostadesenvolver depressão.

Bebê segura a mão do pai

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Desestigmatizar a DPP masculina e o papel do pairoulette apostageral pode ajudar os homens a entender que eles precisarãoroulette apostaapoio e onde procurar por ele

"O pai muitas vezes não recebe atenção dos médicos ou das enfermeiras", afirma David Levine. "Você estabelece essas famílias com a ideiaroulette apostaque a mãe é a mais importante e o pai é secundário. E isso não é verdade."

"Minha esposa não sofreu depressão pós-parto; eu tive. Mas a minha depressão pós-parto poderia ter despertado DPP ou ansiedade nela. Ou, se ela tivesse tido [DPP], haveria 50%roulette apostapossibilidade que eu também tivesse. E ninguém conta essas coisas. Os pediatras, que são os únicos médicos que normalmente veem os dois pais a todo momento, não estão diagnosticando essas famílias", prossegue ele.

Daniel Singley acrescenta que também é importante deixar claro para os pais que eles precisarãoroulette apostaapoio. Esse apoio pode ser algo como procurar amigos que são pais. Ou podem ser gruposroulette apostapais, onde os homens se reúnem para falar sobre os desafios da paternidade.

Além das comunidades presenciais, esses grupos também podem reunir-se online, como fazem os grupos organizados pela Postpartum Support International, norte-americana, ou pelo gruporoulette apostaapoio britânico Pandas.

Mas também é preciso que os homens se abram. Somente falando sobre os problemasroulette apostasaúde mental poderemos desestigmatizá-los, ajudando a garantir que os homens consigam ajuda quando precisarem.

Todos os especialistas estãoroulette apostaacordo neste ponto: Levine, Singley, Wells e outros. E eles acrescentam que o aumento da licença-paternidade e mudanças da cultura do ambienteroulette apostatrabalho, para que passe a aprovar e não estigmatizar os pais que tirarem licença-paternidade, também fariam diferença.

Os pais podem não precisar se recuperar fisicamente do parto como as mães, mas também precisamroulette apostatempo para ajustar-se. E a licença-paternidade pode também permitir que os pais se sintam mais empoderados e comprometidos, o que pode protegê-los contra a depressão pós-parto.

Quando o filhoroulette apostaDavid Levine completou três mesesroulette apostaidade, ele tirou licença-paternidade.

"Foram três semanas e meiaroulette apostacasa com ele que me causaram imenso impacto, pois eu era seu único cuidador, era responsável por ele e ganhei confiança nas minhas habilidades como pai", relembra ele.

"Eu precisava alimentá-lo e vesti-lo, levá-lo no carro para encontrar minha esposa na cidade, ir à casa dos meus pais ou visitar um amigo para almoçar. Comecei a perceber que eu conseguia fazer essas coisas. E isso trouxe um grande impacto para a minha autoestima", ele conta.

Rejeitando a 'Grande Mentira'

Levine afirma que,roulette apostaforma geral, as pessoas também precisam ser mais honestas sobre a paternidade.

Ele fala frequentemente às pessoas sobre o que ele chamaroulette aposta"a Grande Mentira": a ideiaroulette apostaque você pode ter tudo. Você pode trabalharroulette apostatempo integral, ser pairoulette apostatempo integral e tudo parecerá como nas imagens brilhantesroulette apostaquartosroulette apostabebê perfeitos e filhos sorrindo que você vê nas redes sociais.

As pessoas muitas vezes pensam nisso sobre as mães. Mas também pode ocorrer com os homens, que podem ainda sofrer a pressãoroulette apostagênero para prover financeiramente suas famílias.

"Por isso, quando as coisas não parecem sair como você achava que deveriam parecer, você problematiza isso e diz 'devo ser eu. Eu devo estar estragando tudo. Porque vi pessoas lidando com isso a vida inteira'", explica ele. "Não deve ser motivoroulette apostavergonha dizer apenas 'sim, ser pai é difícil. Ser pai é divertido. Mas ser pai é difícil, especialmente no começo."

Para Levine, o medoroulette apostaadmitir que ele tinha problemas fez com que precisasseroulette apostamais algumas semanas, e incentivo daroulette apostaesposa, para buscar ajuda.

Ele falou com uma terapeuta na empresa onde trabalhava. Ela era especialistaroulette apostadepressão pós-parto e compreendia que os homens podiam ter DPP, mas nunca havia sido procurada antes por um paciente homem.

Levine começou a fazer terapia cognitivo-comportamental. E, com a ajudaroulette apostauma enfermeira para o bebê à noite, ele começou a dormir melhor.

Mas ele acrescenta que nem tudo eram flores. Quando seu segundo filho nasceu, quatro anos depois, Levine teve DPP novamente. Mas, desta vez, ele reconheceu os sintomas.

Ocupando a diretoriaroulette apostauma organização chamada Postnatal Support International desde 2018, da qual será vice-presidente a partirroulette apostajulho, Levine irá falar sobre DPP masculina na convenção deste ano da Academia Norte-Americanaroulette apostaPediatria.

Ele contaroulette apostaexperiência a todos os pais que chegam com um novo bebê. Sua missão é desestigmatizar a DPP masculina.

Levine ainda sabe que tudo poderia ter sido muito diferente.

"Quando passei por isso, se não fosse pediatra, se não tivesse o trabalho que eu tinha, é possível que eu não estivesse agora falando com você", relata ele. "Porque algo realmente terrível poderia ter acontecido."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) na seção Family Tree do site BBC Worklife.

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Onde buscar ajuda?

- Centrosroulette apostaAtenção Psicossocial (CAPS) e Unidades Básicasroulette apostaSaúde (UBS) — clínicas da família, postos e centrosroulette apostasaúde;

- Unidaderoulette apostaPronto Atendimento (UPA 24h);

- Serviçoroulette apostaAtendimento Móvelroulette apostaUrgência (SAMU 192);

- Hospitais;

- Prontos-socorros;

Apoio emocional e prevenção ao suicídio:

- Centroroulette apostaValorização da Vida (CVV) — funciona 24 horas por dia pelo telefone 188 (ligação gratuitaroulette apostaqualquer linha telefônica fixa ou celular), e também atende por e-mail e pessoalmente (confira no site do projeto).

- Este texto foi originalmente publicadoroulette apostahttp://www.mi-rob.com/geral-61753907

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