Calendário gregoriano: como papa Gregório 13 mudou contagem dos dias há 440 anos:video slot casino
- Edison Veiga
- De Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil

Crédito, Domínio público
O papa Gregório 13 introduziu o calendário gregoriano, que usamos até hoje, no século 16
video slot casino Há 440 anos, o papa mostrou que tinha, sim, autoridade temporal. Literalmente. Foi por meiovideo slot casinouma canetada pontifícia que um novo calendário foi instituído,video slot casinofevereirovideo slot casino1582.
Gregório 13 (1502-1585) assinou um documento determinando uma reforma na maneiravideo slot casinocontar o tempo. Foi a inauguração do calendário que usamos até hoje — e é por isso que ele se chama gregoriano, aliás.
Naquele dia 24video slot casinofevereiro, imbuídovideo slot casinotoda a autoridade que competia a um papa do século 16, Gregório publicou a bula pontifícia "Inter Gravissimas".
Ficava determinado para aquele ano um ajuste nas datas — o dia seguinte ao 4video slot casinooutubro, quinta-feira, não seria a sexta-feira 5video slot casinooutubro, mas, sim, a sexta-feira 15video slot casinooutubrovideo slot casino1582.
A mudança tinha seus propósitos. Há séculos estudiosos vinham alertando para o fatovideo slot casinoque o calendário vigente estava obsoleto — com o passar do tempo, cada vez menos o número da folhinha correspondia aos fatos do calendário solar, dos equinócios às próprias estações do ano.
O calendário utilizado até então era o juliano, um legado da Roma antiga, praticado desde cerca do anovideo slot casino45 a.C..
E o mesmo já havia passado por alguns ajustes, seja para tentar corrigir desvios, seja para render homenagens a imperadores romanos que passaram a emprestar seus nomes a alguns meses.
A solução adotada por Gregório 13 foi sofisticada por dois motivos: ela remediava o estrago já feito, ao "pular" dez dias e, assim, ajustar novamente a contagem humanavideo slot casinoforma correspondente à natural; e prevenia novos desarranjos, ao melhorar a regra, já adotada, do ano bissexto.
O ano bissexto, ou seja, esse acréscimovideo slot casinoum dia a mais no calendáriovideo slot casinotemposvideo slot casinotempos, foi criado juntamente com o calendário juliano.
Já se tinha percebido, portanto, que o ano não tinha exatamente 365 dias, mas um pouquinho a mais.
Se colocado esse dia a maisvideo slot casinovezvideo slot casinoquando, pronto, o ajuste ficava feito.
Mas era muito impreciso o conhecimento astronômico da época. Assim, o tal diavideo slot casinolambuja já foivideo slot casinotrêsvideo slot casinotrês anos, depoisvideo slot casinoquatrovideo slot casinoquatro.
E, bom, por politicagens e desencontros, houve épocasvideo slot casinoque simplesmente essa mudança não ocorria.
Dezesseis séculos depois, eravideo slot casinose imaginar como as coisas estavam desarranjadas.
Mas, graças a uma comissão científica convocada por Gregório 13, descobriu-se que se a adoçãovideo slot casinoum dia ocorresse simplesmente a cada quatro anos, com o passar do tempo a conta não iria fecharvideo slot casinonovo.
Então a bula papal passou a prever,video slot casinoseu nono parágrafo, três regras complementares para o ano bissexto. Exatamente as normas vigentes até hoje.
É assim:video slot casinoquatrovideo slot casinoquatro anos o ano é bissexto, masvideo slot casinocemvideo slot casinocem anos não é ano bissexto, contudovideo slot casino400video slot casino400 anos é ano bissexto — e as últimas regras prevalecem sobre as primeiras.
Em outras palavras, são bissextos todos os múltiplosvideo slot casino400 — ano 1600 foi bissexto, ano 2000 foi bissexto, ano 2400 será bissexto.
E são bissextos todos os múltiplosvideo slot casinoquatro, exceto se também for múltiplovideo slot casino100 mas nãovideo slot casino400.
Por isso o anovideo slot casino1900 não foi bissexto — e 2100 também não será bissexto.
Com essa fórmula, o ano do calendário ficou matematicamente ajustável ao natural — ou seja, ao fatovideo slot casinoque a Terra leva 365,2425 dias para dar a volta completavideo slot casinotorno do Sol.
Antecedentes
"A necessidadevideo slot casinomudança no calendário, atualizando e reformando o dito juliano, vinha sendo apontada por estudiosos desde muito antes", lembra o estudiosovideo slot casinohagiografias Thiago Maerki, pesquisador da Universidade Federalvideo slot casinoSão Paulo (Unifesp) e associado da Hagiography Society, dos Estados Unidos.
"Essa questão vinha sendo levantada pelo menos desde o século 2."
Oficialmente, o primeiro a apontar problemas no calendário juliano foi o famoso astrônomo, geógrafo, cartógrafo e matemático Cláudio Ptolomeu (90-168).
Na era medieval, o respeitável monge Beda (673-735) também estudou o tema.
E há registrosvideo slot casinoque o frade e filósofo Roger Bacon (1220-1292) seja outro que tenha se debruçado sobre a problemática.
"No anovideo slot casino1267, ele chegou a alertar o papa sobre um errovideo slot casinorelação ao equinócio da primavera", diz Maerki.
"Além desses, há outros que atentavam para uma necessidadevideo slot casinoreformulação."
Em 1344, o papa Clemente 6º (1291-1352) chegou a delegar a importantes astrônomosvideo slot casinoseu tempo a tarefavideo slot casinorepensarem uma forma melhorvideo slot casinoreorganizar o tempo.
Seu sucessor, Inocêncio 6º (1282-1362), também encarregou especialistasvideo slot casinoestudarem a questão.
"No Concíliovideo slot casinoConstança [realizado entre 1414 e 1418] foram organizadas intensas comissões para pensar essa reforma [do calendário]", acrescenta Maerki.
"Foi quando acabou apontado como erro escandaloso o calendário juliano, especialmente no que se refere à determinação da Páscoa. Havia muito debate e especulação, mas ocorriam grandes discussões entre astrônomos e matemáticos."
Nos anos 1476, papa Sisto 4º (1414-1484) chamou o matemático e astrônomo Regiomontano (1436-1476) para Roma, a fimvideo slot casinoencomendar a ele um plano para solucionar o calendário.
"Mas ele morreu logo apósvideo slot casinochegada, segundo historiadores, provavelmente assassinado. Não conseguiu, portanto, ajudar o papa na empreitada", salienta Maerki.
A necessidadevideo slot casinoajuste também foi debatida no quinto Concíliovideo slot casinoLatrão, realizado entre 1516 e 1517.
"O papa Leão 10 [1475-1521] chamou muitos para trabalharem na resolução desses problemas", aponta o pesquisador.
Desta época, há cartas trocadas entre os astrônomos Paolo di Middelburg (1446-1534) e Nicolau Copérnico (1473-1543) debatendo e buscando alguma solução para ajustar a contagem dos dias.

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Até o papa Gregório 13 introduzir a mudança, o calendário utilizado era o juliano, um legado da Roma antiga
"Copérnico,video slot casinouma carta, diz que tudo indicava que não era possível chegar a um calendário perfeito", conta Maerki
A questão da Páscoa
Mudar o calendário não significava apenas uma questão temporal, com o perdão do trocadilho.
Havia também religiosidade envolvida nos argumentos. Afinal, um calendário que não correspondia ao tempo natural dificultava a celebração das festividades religiosas.
"Durante toda a Idade Média, e há muitos escritos sobre isso, o tempo foi se tornando um tempo sagrado, ou seja, o tempo passou a seguir a orientação da Igreja", explica o historiador, filósofo e teólogo Gerson Leitevideo slot casinoMoraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
"Em função do poder que detinha a Igreja Católica,video slot casinocomo ela organizava o mundo, determinando que o domingo era o dia do senhor e alocando as festas ao longovideo slot casinotodo o processo litúrgico. Havia um novo tempo cristão, ou seja, o calendário que vinhavideo slot casinoRoma Antiga foi sendovideo slot casinoalguma maneira apropriado pela Igreja", acrescenta ele.
Assim, quando foi ocorrendo um ajuste nas festas pagãs, cristianizadas, era preciso que elas tivessem um correspondente no calendário.
"Algumas dessas celebrações acabam deitando no leito pagão, se apropriando das datas pagãs. E a principal é a Páscoa", diz o historiador.
Segundo ele, ao longo do tempo, o calendário acabou materializando a própria maneira que a Igreja Católica controlava o mundo — ao menos o mundo cristão ocidental.
"A gente percebe a força da Igreja na Idade Média ocupando o tempo do homem. A vida cotidiana do homem medieval era determinada pelas festas, pela liturgia, pelo calendário da Igreja Católica, que vai se impondo. São mil anos agindo dessa maneira."
E aí residia o principal problema do calendário juliano, quando já defasado: as tais distorções acabavam mais visíveis justamente na festa da Páscoa.
A Páscoa é uma celebração cuja data é móvel — sempre foi assim e segue desta forma até hoje.
Mas obedece a uma certa lógica: é no primeiro domingo depois da primeira lua cheia seguinte ao equinócio da primavera no hemisfério norte.
Em tese, isso implicavideo slot casinoduas consequência: a primeira que sempre ocorreria entre fimvideo slot casinomarço e fimvideo slot casinoabril. A segunda: que sempre deveria acontecer na primavera.
Mas o descompasso estava ficando tão grande entre o calendário natural e o oficial que havia um temorvideo slot casinoum desajuste grave.
"No ritmo que as coisas caminhavam, ia chegar ao pontovideo slot casinoque a Páscoa seria celebrada no verão", comenta Maerki.
O vaticanista Filipe Domingues, vice-diretor do Lay Centrevideo slot casinoRoma e doutor pela Pontifícia Universidade Gregorianavideo slot casinoRoma, na Itália, concorda com esse ponto.
"A data da Páscoa estava se deslocando muito do restante do ano litúrgico. E isso poderia começar a atrapalhar o restante do calendário, encavalando as datas móveis com as datas fixas importantes, por exemplo", argumenta ele.
Contexto da contrarreforma
Mas também havia o contexto terreno, geopolítico. No sentidovideo slot casinoque o século 16 era o momentovideo slot casinoque a toda poderosa Igreja Católica tinhavideo slot casinohegemonia ameaçada pelo contexto da Reforma Protestante.
Nesse sentido, tomar para si a missãovideo slot casinoresolver o problema do calendário era uma demonstraçãovideo slot casinoforça,video slot casinopoder.
"Era um século bastante complicado para a Igreja Católica, quando ela tevevideo slot casinoenfrentar a reforma luterana, a reforma calvinista e a reforma anglicana", pontua Moraes.
Dentro daquilo que ficou conhecido como contrarreforma, a Igreja Católica buscava recuperar espaço.
Este foi o debate central do Concíliovideo slot casinoTrento, realizado entre 1545 e 1563. E acabou sendo também uma espécievideo slot casinolinha-mestra do pontificadovideo slot casinoGregório 13, que ficou no poder entre 1572 e 1585.
"Gregório 13 foi um papa bastante fiel às inovações do Concílio", analisa Moraes.
"Nesse sentido, o interesse no processo [de ajustar o calendário] reunia forças política e espiritual e demonstrava a capacidade da Igreja Católicavideo slot casinodialogar com os avanços científicos da época."
O historiador lembra que a Igreja por um lado assumia uma postura anti-intelectual, ao criar uma listavideo slot casinolivros proibidos, por exemplo; mas, por outro, via espaço para crescer na área intelectual, puxando para si o protagonismovideo slot casinodebates importantes, "a partirvideo slot casinosua visãovideo slot casinomundo".
"A reforma do calendário entra nesse processo", salienta ele.
"Grandes inovações estavam ocorrendo e esse marco temporal era,video slot casinoúltima instância, uma demonstraçãovideo slot casinoforça da Igreja, que tinha essa força a pontovideo slot casinosubstituir ou aprimorar um calendário que se mostrava defasado. Com a reforma, a Igreja demonstrava prestígio dentro da Europa", afirma.
A comissão
Assim, Gregório 13 convocouvideo slot casino1577 uma comissãovideo slot casinocientistas e pensadores — ligados ao clero, evidentemente. Finalmente, um novo calendário deveria sair.
Os trabalhos foram liderados pelo cardeal italiano Guglielmo Sirleto (1514-1585), então bibliotecário do Vaticano.
"Integraram o grupo nomes importantes da época, entre astrônomos, matemáticos, teólogos e historiadores", ressalta Maerki. "Todos eles, exceto um, eram homens do clero, ou seja, padres, frades…"
Fizeram parte do grupo dos religiosos o cardeal Vicenzo Lauro (1523-1592), o matemático jesuíta Cristóvão Clávio (1538-1612), o matemático e teólogo Pedro Chacón (1526-1581), o linguista e pesquisador Leonard Abel (?-1605), o cardeal Serafino Olivier-Razali (1538-1609), entre outros proeminentes da época.
A exceção, ou seja, o nome leigo da comissão era, na verdade, póstuma.
O médico, filósofo, astrônomo e cronologista italiano Luigi Giglio (1510-1576) é conhecido como o verdadeiro autor do calendário gregoriano.
Como ele já havia morrido quando o Vaticano convocou os trabalhos,video slot casinoproposta acabou apresentada e defendida por seu irmão, Antonio.
"A ideiavideo slot casinoGiglio foi considerada a mais eficiente e avideo slot casinomais fácil aplicação", pontua Maerki.
"Foi dele a contribuição mais importante no processo todo. Mas lógico que seu documento inicial acabou passando por aprimoramentos e modificações, nesse sentido houve um trabalho dessa comissãovideo slot casinoreligiosos que formaram um verdadeiro conselho científico. Destes [dos religiosos], o principal nome é Clávio, que era jesuíta, e isso mostra a força cultural dos jesuítas na Europa desse momento", analisa Moraes.
Para o historiador, a reforma do calendário, pela maneira que ocorreu, foi importante para demonstrar o poder da Igreja.
A implementação da nova maneiravideo slot casinoorganizar os dias era uma provavideo slot casinoque o Vaticano ainda era capazvideo slot casinodar as cartas "nas decisões políticas, sociais, econômicas e até científicas".
"Usando a tecnologia da época, consultando-se com pensadores, astrônomos e filósofos, a Igreja Católica conseguiu promover um ajuste no calendário. Mostrava que a Igreja, mesmo tendo perdido terreno, ainda continuava sendovideo slot casinogrande importância", afirma.
"Papa Gregório 13 foi alguém que soube ler o tempo. Acabou eternizado com o 'nome' do calendário", complementa Moraes.
Resistência e coexistência
Publicada a bula pontifícia, ficou decidido que o novo calendário entrariavideo slot casinovigor no mêsvideo slot casinooutubro, portanto. Contudo, é evidente que avideo slot casinoaplicação não seria instantânea.
Por um lado, havia dificuldadesvideo slot casinocomunicação. Por outro, a própria autoridade papal era cada vez mais questionada,video slot casinoum contextovideo slot casinoreformas e ascensãovideo slot casinooutras igrejas.
No meio popular, até fake news surgiu. Muita gente simples passou a acreditar que a mudança era alguma maneira que os poderosos haviam inventado para roubar dez dias das camadas populares, diminuindo seus pagamentos proporcionalmente por exemplo.
Evidentemente que a alteração começou pelos estados mais alinhados ao Vaticano.
"Inicialmente, acabou tendo força nos países baluartes do catolicismo, como Portugal, Espanha, a península itálica. Onde o catolicismo era forte, a adesão foi maior e o calendário pegou primeiro", diz Moraes.
No mundo protestante, a resistência foi grande.
"Havia grupos que rejeitavam, entãovideo slot casinomuitos lugares o calendário novo só começou a ser utilizado no fim do século 17, começo do século 18", acrescenta o historiador.
O mesmo ocorre nas igrejas orientais — algumas ainda seguem liturgicamente o calendário juliano.
Maerki cita alguns exemplos. Na Áustria, o novo calendário foi oficializadovideo slot casino1583. No ano seguinte, nos cantões católicos da Suíça. Estadosvideo slot casinomaioria luterana acabaram adotando o modelo novo por voltavideo slot casino1700. Os anglicanos, apenasvideo slot casino1750.
"Já os países não cristãos levaram mais tempo para adotá-lo. No Japão, foivideo slot casino1873. No Egito,video slot casino1875. Na China,video slot casino1912 e, na Turquia, somentevideo slot casino1924", conta Maerki.
"A adesão não foi imediata, mas com o passar do tempo os países começaram a perceber que aquilo, mesmo sendo uma demonstraçãovideo slot casinoforça da Igreja Católica, estavavideo slot casinoconsonância com o que haviavideo slot casinomais sofisticado do pontovideo slot casinovista científico e astronômico. Não era tentativavideo slot casinoludibriar ninguém", pontua Moraes.
"Masvideo slot casinoboa parte do mundo houve a coexistência [dos dois calendários] por muito tempo", completa ele.
"Em muitos países, os dois calendários coexistiram por um tempo, já que a aceitação foi paulatina", acrescenta Maerki.

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