'Embaixadores da vacina': curso ensina fatos científicos para rebater medo da imunização infantil:bet aceita pix

Vacinação infantil no Rio

Crédito, EPA

Legenda da foto, Segundo a Universidade Johns Hopkins, 'objetivo do curso é empoderar mais pessoas a se comunicar com pais que tenham preocupações quanto a vacinar seus filhos'

Em uma tentativabet aceita pixusar dados científicos para contrapor a hesitação à vacinação que abarca parcela importante da população americana, a Universidade Johns Hopkins criou um curso online gratuito que forma,bet aceita pixduas horasbet aceita pixaulas, "embaixadores da vacinação" - que podem ser pais, educadores ou membros da comunidade - aptos a conversar sobre pontos básicos da imunização infantil e a acolher "com empatia e respeito" as dúvidas dos pais "que ainda estão hesitantes quanto a vacinar seus filhos".

Algumas dessas dúvidas serão respondidas ao longo desta reportagem, também com basebet aceita pixdados oferecidos pela Johns Hopkins ou outras instituições científicas.

No Brasil, uma pesquisa conduzida pela Fiocruz apontou que os principais motivos que levam os pais a hesitar quanto à imunização dos filhos são medobet aceita pixreações adversas e supostos efeitosbet aceita pixlongo prazo, minimização da gravidade da pandemiabet aceita pixcrianças e a falsa ideiabet aceita pixque quem teve covid-19 não precisa se vacinar, por ter "imunidade natural".

O curso da Johns Hopkins, por enquanto só disponívelbet aceita pixinglês, formou até 1°bet aceita pixfevereiro 3.522 "embaixadores da vacina", informa a universidade à BBC News Brasil.

"O objetivo do curso é empoderar mais pessoas a se comunicar com pais que tenham preocupações quanto a vacinar seus filhos, a despeito da disponibilidadebet aceita pixvacinas seguras, eficazes e gratuitas contra covid-19", diz a instituiçãobet aceita pixcomunicado.

"Nas últimas semanas, as hospitalizaçõesbet aceita pixcrianças por covid-19 deram um salto para níveis recordes (nos EUA), inclusive entre crianças a partir dos 5 anos, já elegíveis para a vacinação."

'Escuta ativa' e 'empatia'

A primeira lição do curso é a importância da "escuta ativa", com empatia e sem julgamento,bet aceita pixpais que estejam inseguros quanto à vacinação, sem desmerecer seus argumentos ou suas preocupações.

"Você pode fazer uma grande diferença quando dá às pessoas a chancebet aceita pixfalar sobre suas preocupações e quando oferece informações calcadas na ciência para ajudar a responder suas perguntas", começa o treinamento, que foi criado por Rupali Limaye, diretorabet aceita pixciência comportamental no Centro Internacionalbet aceita pixAcesso a Vacinas da Johns Hopkins.

Protesto antivacina nos EUA,bet aceita pixjaneiro

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Protesto antivacina nos EUA,bet aceita pixjaneiro; vacinação infantil estacionou no país

Algumas das estratégias propostas pelo curso "que pesquisas apontam serem úteisbet aceita pixconversas sobre vacinas" são:

- "Normalizar" a vacinação: os seres humanos não tomam decisões com base sóbet aceita pixdados, mas também com base no que faz o círculobet aceita pixpessoas ao seu redor. Compartilhar fotosbet aceita pixvacinação ou relatar quantas crianças da escola já foram vacinadas, por exemplo, ajuda a tornar a vacinação infantil uma "norma social" - algo que é considerado aceitável dentrobet aceita pixum determinado grupo.

- É contraproducente baterbet aceita pixfrente contra argumentos baseadosbet aceita pixfake news ou mitos. O melhor jeito é ouvir combet aceita pixatenção plena, dizem os profissionais da Johns Hopkins, e tentar migrar a conversa para fatos reais, concretos e embasados na ciência (veja mais dicas no fim deste texto).

- Demonstrar empatia por quem estábet aceita pixdúvida, com perguntas como: "como você se sente a respeito disso? Como posso te ajudar a sanar essas dúvidas? O que te ajudaria a tomar uma decisão?"

E, na segunda hora do curso, são oferecidas informações científicas consistentes para ajudar o interlocutor a responder essas incertezas.

Eis algumas delas:

Vacinas foram produzidas 'muito rapidamente'?

Um dos grandes temoresbet aceita pixrelação à segurança da vacinação se deve à percepçãobet aceita pixque as vacinas contra a covid-19 foram produzidas com muita rapidez, o que tornaria impossível garantirbet aceita pixsegurança.

Na verdade, o curso esclarece que nenhuma etapabet aceita pixtestagembet aceita pixsegurança ou eficácia foi pulada durante as pesquisas para as vacinasbet aceita pixcovid-19, e todas essas fases foram supervisionadas por órgãos regulatórios, como a agênciabet aceita pixmedicamentos (FDA) dos EUA.

O que aconteceu, no caso das vacinasbet aceita pixcovid-19, é que, graças à urgência da pandemia, etapas que antes ocorriam umabet aceita pixcada vez puderam ocorrer simultaneamente, economizando tempo.

Além disso, as vacinas contra covid-19 - quebet aceita pixépocas normais teriambet aceita pixaguardar numa filabet aceita pixmedicamentos até chegarbet aceita pixvezbet aceita pixserem analisadas pelos órgãos regulatórios - foram colocadas logo no começo da fila.

Vacina

Crédito, EPA

Legenda da foto, Cientistas explicam se tratarbet aceita pixum mito a ideiabet aceita pixque rapidez das vacinas impedebet aceita pixsegurança e eficácia

Por fim, os cientistas ressaltam que a tecnologia por trás das vacinas não é nova - pelo contrário, existe há décadas. A ciência já tinha ao menos 20 anosbet aceita pixconhecimento acumulado sobre coronavírus prévios (da SARS e da MERS), então não partiram da estaca zero com o Sars-CoV-2.

Especificamente sobre a tecnologiabet aceita pixmRNA, do imunizante da Pfizer, o curso explica que essa vacina ensina nossas células a produzir um pedaço da chamada proteína spike do coronavírus, para alertar nosso sistema imunológico a reagir caso se depare com o vírus.

Mas essa vacina não tem nenhum efeito sobre o nosso DNA. E a vacina não permanecebet aceita pixnosso organismo por muito tempo: ela é processada e dissipadabet aceita pixquestãobet aceita pixhoras ou dias, diz o curso.

E quanto a "ingredientes tóxicos" presentesbet aceita pixvacinas?

De fato, explica a universidade, ingredientes como o alumínio podem ser tóxicos, mas só quando ingeridosbet aceita pixquantidades muito mais elevadas do que as presentes nas vacinas.

Na verdade, as vacinas têm menos alumínio do que aquele ao qual somos expostosbet aceita pixnosso cotidiano, diz o curso.

E os efeitosbet aceita pixlongo prazo das vacinas?

A Johns Hopkins destaca que nenhuma vacina dos programas globaisbet aceita piximunização tem relação com efeitosbet aceita pixlongo prazo, nem mesmo com problemasbet aceita pixfertilidade ou reprodutivos.

Reproduçãobet aceita pixpágina do curso online gratuito da Universidade Johns Hopkins

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Reproduçãobet aceita pixpágina do curso online gratuito da Universidade Johns Hopkins intitulado 'Embaixadorbet aceita pixvacinas da covid-19: como conversar com pais'

No caso da vacina contra covid-19, uma preocupação dos pais tem sido com a miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco. Vamos aos fatos:

Uma análise feita pelo CDC dos EUA diz que, após aplicarem-se maisbet aceita pix8,7 milhõesbet aceita pixdoses infantis da Pfizer no país, o sistemabet aceita pixvigilânciabet aceita piximunização recebeu 4,2 mil comunicadosbet aceita pixefeitos adversos na faixa etáriabet aceita pix5 a 11 anos. Desse total, quase 98% não foram efeitos sérios.

Dos efeitos considerados sérios, houve 15 relatos preliminaresbet aceita pixmiocardite, desses quais 11 puderam ser verificados - sete crianças se recuperaram e quatro estavambet aceita pixrecuperação à épocabet aceita pixque o relatório foi feito.

Aqui no Brasil, a Fiocruz afirmou que a maioria dos raros casosbet aceita pixmiocardite forambet aceita pixhomens na casa dos 20 e 30 anos. Nas crianças, quadros do tipo, alémbet aceita pixmuito raros, são embet aceita pixmaioria leve e tratáveis.

"É importante ressaltar que devido à baixa frequência desse efeito adverso e a natureza benigna da apresentação clínica nos casos relatados, o benefício da vacinação supera grandemente o pequeno risco dessa complicação", diz um parecer técnico da Fiocruz.

Isso porque a covid-19bet aceita pixsi pode causar uma miocardite.

Veja a diferença: o riscobet aceita pixhomens jovens desenvolverem problemas cardíacos pela covid-19 ébet aceita pixcercabet aceita pix2,3%, segundo estudo citado pela Johns Hopkins.

Já o riscobet aceita pixmiocardite pós-vacinação ébet aceita pixcercabet aceita pix0,000095%.

O mais comum, no caso da vacinação, ainda são os efeitos colaterais leves, como dor e desconforto no braço, febre ou fadiga. "Esses efeitos são temporários e significam que seu sistema imunológico está ficando pronto para combater uma infecção realbet aceita pixcovid-19", explica a Johns Hopkins.

Dá para apostar na 'imunidade natural'?

Criança sendo vacinada nos EUA

Crédito, EPA

Legenda da foto, Imunidade da vacina é mais duradoura do que a da infecção

O material da Johns Hopkins ensina que nosso sistema imune é formado por muitas células diferentes, que nos protegem quando aprendem a identificar e combater patógenos invasores.

Uma das formas mais eficazesbet aceita pixfazer esse combate é criando uma "memória" sobre esse patógeno. E quem já teve covid-19 ou tomou vacina muito provavelmente criou essa memóriabet aceita pixseu sistema imunológico.

No entanto, essa memória pode ser apenas temporária, principalmente no casobet aceita pixquem já se contaminou. Estudos recentes têm mostrado que a imunidade obtida pela vacina dura muito mais do que a imunidade por infecção - na prática, não vacinados têm mais que o dobrobet aceita pixchancesbet aceita pixserem reinfectados pelo coronavírus do que as pessoas plenamente vacinadas.

E por que precisamosbet aceita pixtantas doses?

O curso explica que a vacina é como uma escola,bet aceita pixque a primeira dose é uma espéciebet aceita pixalfabetização do nosso sistema imunológico, e a segunda dose e asbet aceita pixreforço são as séries seguintes - dando um treinamento adicional ao corpo, principalmente diantebet aceita pixvariantes virais às quais somos mais vulneráveis.

Dosesbet aceita pixreforço dão até 75% a maisbet aceita pixproteção contra infecções sintomáticas da ômicron, aponta a universidade.

Por que vacinar crianças, se casos infantisbet aceita pixcovid-19 tendem a ser mais leves?

Um percentual pequenobet aceita pixcrianças sofreu com internações ou casos gravesbet aceita pixcovid-19,bet aceita pixcomparação com adultos. Mas os números absolutos mostram que o público infantil também está sob risco, principalmente diantebet aceita pixvariantes mais agressivas ou contagiosas.

O Brasil contabiliza 1.449 mortesbet aceita pixcriançasbet aceita pix0 a 11 anos desde o início da pandemia, aponta uma nota técnica no Conass (Conselho Nacionalbet aceita pixSecretários da Saúde).

E maisbet aceita pix23 mil crianças foram diagnosticadas com a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é causada pela covid-19.

Houve também 1,4 mil casos confirmados e 85 mortesbet aceita pixcriançasbet aceita pix0 a 19 anos por Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), uma rara mas perigosa síndrome associada à covid-19.

Paciente com covid-19bet aceita pixhospital infantil nos EUA

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Paciente com covid-19bet aceita pixhospital infantil nos EUA; internações têm crescido

Por fim, existem os riscosbet aceita pixas crianças desenvolverem a chamada covid longa: efeitosbet aceita pixlongo prazo pós-covid que ainda não foram plenamente compreendidos pelos médicos.

E o público infantil está sendo, neste estágio da pandemia, proporcionalmente mais afetado pela covid-19, já que a população adulta teve a chancebet aceita pixse vacinar mais cedo.

Nos EUA, no iníciobet aceita pixjaneiro, uma médiabet aceita pix672 criançasbet aceita pixaté 17 anos foi hospitalizada por dia com covid-19, segundo o CDC.

Ou seja, os dados apontam que é uma falácia a ideiabet aceita pixque os riscos da vacina seriam maiores que os da covid-19bet aceita pixcrianças.

E quando as pessoas argumentam usando fake news antivacina?

O curso da Johns Hopkins ensina também alguns sinaisbet aceita pixalerta contra fake news relacionadas à vacinação.

A desinformação costuma ganhar tração nas redes sociais porque apela a sentimentos fortes: nos causa medo, raiva ou revolta, aponta a universidade. Também costuma se basearbet aceita pix"falsos especialistas" - pessoas que não costumam terbet aceita pixfato autoridade suficientebet aceita pixinfectologia ou que não contam com o respaldobet aceita pixcientistas.

Momentosbet aceita pixincerteza e excessobet aceita pixinformação como o atual também são terreno fértil para teorias conspiratórias, as quais trazem explicações simples para eventos complexos e criam "inimigos" ou "bodes expiatórios" para seu público.

Para reagir a argumentos baseadosbet aceita pixfake news, a universidade sugere:

- Ofereça um fato concreto com dados científicos

- Esclareça a desinformação respeitosamente: "é um mito comum achar que…."

- Reforce o fato original.

Isso tende a ser mais útil do que atacar as crenças do interlocutor, ser condescendente, dizer simplesmente que ele está errado ou desmerecer suas fontesbet aceita pixinformação, diz a universidade.

O curso completo da Universidade Johns Hopkins está disponível na plataforma Coursera, gratuitamente,bet aceita pixinglês.

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