O fascinante cintilar do primeiro buraco negro a ser captadomls 2024imagem:mls 2024

Este é provavelmente o resultadomls 2024o M87* fragmentar e consumir a matéria próxima capturada pela atração ferozmls 2024sua gravidade.

A matéria, aquecida a bilhõesmls 2024graus, se contorce e vira atravésmls 2024intensos campos magnéticos. E ao fazer isso, a regiãomls 2024brilho vista no anelmls 2024gás que circunda o buraco negro parece oscilar.

"O que vemos é o fluxomls 2024matéria girando e finalmente mergulhando no horizontemls 2024eventos, mas essa matéria, esse fluxomls 2024plasma,mls 2024gás, é muito turbulento", explica o Dr. Maciek Wielgus, astrônomo da Universidade Harvard.

"Nós esperamos essa turbulência. Há o que é chamadomls 2024instabilidade magneto-rotacional nesta turbulência. E, por essa razão, há alguma estocasticidade (aleatoriedade no comportamento); parece que bolhasmls 2024brilho se formammls 2024locais diferentes", disse ele à BBC News.

Observatório virtual

A imagem histórica do M87*, divulgadamls 2024abrilmls 20242019, foi capturada pelo Event Horizon Telescope (EHT).

Este é um "observatório virtual". Ele conecta uma sériemls 2024oito receptoresmls 2024rádio — do Polo Sul ao Havaí, às Américas e Europa — para imitar a resolução que você obteria com um único telescópio do tamanho da Terra.

Os astrônomos descrevem a resolução alcançada como 42 microssegundomls 2024arco. Para o leigo, trata-semls 2024uma definiçãomls 2024imagem que equivale a "poder assistir a um jogomls 2024bilhar, ou snooker, na Lua,mls 2024poder seguir o movimento das bolas", disse o dr. Wielgus.

E é disso que você precisa se quiser uma visão detalhadamls 2024um objeto — mesmo um tão grande quanto M87* — que está a 53 milhõesmls 2024anos-luz (aproximadamente 500 milhõesmls 2024trilhõesmls 2024quilômetros)mls 2024distância.

O que vimos no ano passadomls 2024jornais, sites e reportagensmls 2024TV foi um objetomls 2024formamls 2024rosquinha — o discomls 2024acreção, que é um anelmls 2024gás superaquecido girandomls 2024tornomls 2024uma região central escura onde se acredita que fica o buraco negro.

A imagem surgiu a partirmls 2024uma única semanamls 2024observações conjuntas pelo EHTmls 2024rede — seguido por um longo períodomls 2024processamento e análisemls 2024computador.

Mas, é claro, para se chegar a esse momento, foram necessários muitos anosmls 2024preparação,mls 2024tentativa e erro, e com menos receptoresmls 2024rádio do que na configuração EHT final.

E são os dadosmls 2024todos esses testes, desde 2009, que o dr. Wielgus e seus colegas revisitaram e descreverammls 2024um artigo publicado no The Astrophysical Journal.

O que eles fizeram,mls 2024suma, foi reavaliar esse materialmls 2024arquivo com basemls 2024tudo o que aprenderam na produção da imagem finalmls 20242019.

O que é um buraco negro?

Eles não conseguem nos fornecer imagens completas a partir dos dados antigos, mas, usando modelos, eles conseguem extrair detalhes para confirmar certas características e comportamentos no M87* que provavelmente já estavam presentes naqueles anos anteriores.

"Nenhum dos períodosmls 2024dados mais antigos foi tão bom quanto esse [da imagemmls 20242019]", disse o professor Anton Zensus, diretor do Instituto Max Planckmls 2024Radioastronomia, na Alemanha, e diretor-fundador do EHT.

"Mas todos eles podem ser examinados, sabendo-se que existe uma estruturamls 2024anel subjacente ali. E então, se você restringiu as condições iniciais para examinar esses dados, então essa estruturamls 2024anel é realmente aparentemls 2024todas essas sessões, desde 2009. Portanto, a importância disso é que confirmamos o resultado [de 2019] observando os dados mais antigos."

Reconhecer uma mudançamls 2024posição do brilho no discomls 2024acreção do M87* é um dos resultados da pesquisa.

Outro é a simples confirmação da constância do diâmetro desta estruturamls 2024anel e, portanto, do diâmetro do próprio buraco negro — ou mais exatamentemls 2024seu horizontemls 2024eventos: a zona dentro da qual a velocidade necessária para escapar da atração da gravidade excede até mesmo a velocidademls 2024luz.

Para o M87*, essa "superfície" tem cercamls 202440 bilhõesmls 2024kmmls 2024diâmetro. Pensemls 2024uma região do espaço com cercamls 2024duas vezes o tamanhomls 2024nosso Sistema Solar.

Outra coisa que esta pesquisa faz é nos dar um vestígio da capacidade futura do EHT.

Com ela, se você rodar muitos anosmls 2024dados juntos, deveria ser possível fazer filmes da atividade nas proximidades dos buracos negros.

Mas isso exigirá que mais receptoresmls 2024rádio sejam incorporados ao EHT e que os períodosmls 2024observação sejam estendidos.

No momento, o EHT funciona apenas durante alguns dias por ano no finalmls 2024março, iníciomls 2024abril, porque esta é a época do anomls 2024que as condições climáticasmls 2024observação são normalmente boasmls 2024todas as diferentes estaçõesmls 2024rádio ao redor do globo.