Os modelos que se afundamslot leondívidas ao tentar carreira no mundo da moda:slot leon

Mais tarde, ela foi levadaslot leonavião para Londres para participarslot leonum processoslot leonseleção, e essa despesa também foi incluída na conta, assim como gastos com acomodação e alimentação. A quantia que ela devia aumentou.

"Eles me perguntavam se eu queria um motorista, sem deixar claro que isso custa muito caro e que eu teria que pagar", revela.

O problema para os modelos é que, embora as agências normalmente paguem antecipadamente por seus voos, hospedagem e despesas, é prática padrão do setor querer receber o dinheiroslot leonvolta.

Portanto, se um modelo viajar para a Semanaslot leonModaslot leonLondres e não conseguir trabalho, ficará com uma dívida com a agência no valor da viagem.

Anna se viu diante deste problema aos 18 anos, quando embarcou para os Estados Unidos para participarslot leonseleções para desfiles da Semanaslot leonModaslot leonNova York, mas acabou não participandoslot leonnenhuma porque ficou doente.

Por dois anos, ela disse que praticamente não recebeu pagamento, já que suas agênciasslot leonParis, Londres e Nova York direcionavam seus honorários para pagar todo o dinheiro que devia.

Assunto ainda é um tabu

A modelo russa Ekaterina Ozhiganova, que trabalhaslot leonParis, diz acreditar que é horaslot leonencarar o problema oculto das dívidas que modelos acumulam ao tentar fazer carreiraslot leonuma das profissões mais precárias do mundo.

Ela é cofundadora da Model Law, a primeira associação francesa que trabalha para proteger os direitos dos modelos. "Antes, a violência sexual era tabu", afirma.

"Agora todo mundo está gritando aos quatro cantos sobre a exploração sexual, mas ninguém quer falar sobre dinheiro. Todo mundo se cala sobre isso."

Como o sucesso no mundo da moda é medidoslot leonparte pelo montante que você ganha, modelos profissionais raramente querem falar abertamente sobre o problema.

Mas, nos bastidores, Ozhiganova conta que a Model Law está ajudando diversos modelos a entender melhor suas finanças. "A faltaslot leoninformação é o principal problema. Os modelos não sabem quanto deveriam receber."

Embora modelos dos quatro cantos do mundo estejam sujeitos a enfrentar dificuldades financeiras, aqueles provenientesslot leonpaíses mais pobres podem ser mais vulneráveis.

"É como qualquer trabalhador estrangeiro que vai para uma economia mais próspera", compara Ozhiganova.

"Há uma grande dificuldadeslot leonrelação à língua, eles não conseguem ler a papelada, o contrato. É um salto no escuro."

Trabalho escasso e salários baixos

Para agravar a situação, a quantidadeslot leonaspirantes a modelos é tão grande que o trabalho é escasso, e os salários podem ser muito baixos.

Alguns trabalhos para revistas, por exemplo, não são remunerados. E os honorários podem variarslot leonR$ 350 a R$ 7 mil ou mais para participarslot leonum desfile durante uma semanaslot leonmoda ou dezenasslot leonmilharesslot leonreais para estrelar a campanhaslot leonuma marca.

No entanto, a dívida dos modelos não é uma dívida no sentido comum do termo, diz John Horner, diretor da British Fashion Models Association, que representa as agências britânicas.

Se um jovem modelo não é bem-sucedido e deixa a indústria da moda, ele não é perseguido para pagar o dinheiro que "deve", explica. Em vez disso, a agência arca com o investimento que fez. "Nós assumimos a dívida", diz.

Segundo Horner, a agência londrina Models 1, gerenciada por ele, tem 60 mil librasslot leondívidasslot leonmodelos penduradasslot leonseus livros caixa, que podem não ser pagas nunca, se a carreira destes modelos não decolar.

Ele acrescenta que as agências são obrigadas a fornecer aos modelos extratos mensais detalhados, listando as cobrançasslot leonseu nome, mas ele receia que os mesmos nem sempre sejam conferidos.

Aindaslot leonacordo com Horner, a maioria dos modelosslot leonsucesso logo paga o investimento inicial e começa a ter lucro.

Jovens e vulneráveis

Esther Kinnear-Derungs é cofundadora da Linden Staub, uma pequena agência criada há três anos,slot leonLondres, para encontrar formas pioneirasslot leontratar melhor os modelos.

Ela diz que avançar na carreira e recuperar gastos faz parte da "natureza do negócio". O problema é que os jovens são vistos como "descartáveis" por muitas agências, acrescenta ela.

E não é segredo que, nas semanasslot leonmoda, algumas grandes agências adotam a posturaslot leonque centenasslot leonnovatos podem ser "jogados contra a parede para ver se grudam".

Segundo ela, os jovens da Europa Oriental costumam ser os mais vulneráveis. Os pais ficam felizesslot leonmandá-los para o exterior, acreditando que é a "grande chance" da vida deles, e não fazem perguntas suficientes.

Os próprios jovens não têm experiência para gerenciar suas próprias finanças ou carreira.

"Acreditamos que temos a responsabilidadeslot leoneducar os modelos desde o primeiro dia, independentementeslot leonterem sido descobertos na Sibéria, na África ouslot leonLondres", afirma Kinnear-Derungs.

Candice (nome fictício) é uma modelo francesaslot leonascendência africana. Ela conta que, quando começou, não tinha ideia que seria cobrada por viagens e outras despesas.

"Quando você consegue seu primeiro trabalho, você percebe que não eraslot leongraça."

"Você pergunta sobre o pagamento, e eles dizem: 'Você não vai receber dinheiro porque está endividada'. Aí você entende", diz.

Segundo ela, mesmo que as agências estejam,slot leonúltima análise, arcando com o risco financeiro, há uma pressão psicológica sobre os modelos.

"Sempre parece que você está fazendo uma aposta ao viajar para uma semanaslot leonmoda, com o riscoslot leonvoltar para casa devendo mais do que quando você chegou", explica.

"Talvez 40%slot leonnós, talvez mais, voltam para casa sem nada. É por isso que é tão estressante."

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