Os sapos da caatinga brasileira que ficam enterrados na areia sem comer por maisdono da arbety2 anos:dono da arbety

Sapo da espécie Pleurodema diploslister após estivação

Crédito, Carlos Jared

Legenda da foto, Sapo da espécie Pleurodema diploslister após fenômeno chamado estivação, que ocorre com anfíbiosdono da arbetydesertos e onde água é escassa

"É um fenômeno que ocorre com vários anfíbios que vivemdono da arbetydesertos oudono da arbetyoutros ambientes com escassezdono da arbetyágua, ao menos temporária", explica Jared.

"Semelhante à hibernação, induzida pelo frio excessivo, pode-se definir a estivação como o estadodono da arbetyletargiadono da arbetyque esses animais entramdono da arbetyum longo sono, quando as condições climáticas se tornam muito secas e quentes."

Levados por Jared a também estudar os anfíbios da caatinga que estivam, os fisiologistas Carlos Navas, da Universidadedono da arbetySão Paulo (USP), e José Eduardo Carvalho, do campusdono da arbetyDiadema da Universidade Federaldono da arbetySão Paulo (Unifesp), começaram seu trabalho na regiãodono da arbety2007.

"Nosso objetivo central era investigar quais mecanismos fisiológicos permitiam aos sapos daquela região ocupar este ambiente aparentemente tão inóspito para este grupodono da arbetyvertebrados", conta Carvalho.

Carlos Jared, pesquisador do Instituto Butantan

Crédito, Marta Antoniazzi

Legenda da foto, 'Esses animais entramdono da arbetyum longo sono, quando as condições climáticas se tornam muito secas e quentes', diz Jared

De acordo com ele, aos olhosdono da arbetyuma pessoa leiga, poderia parecer improvável que qualquer anfíbio, tipicamente conhecidos pordono da arbetydependênciadono da arbetylocais úmidos e com maior disponibilidadedono da arbetyágua, pudesse viver na caatinga.

"Contudo, existem relatos já há bastante tempo da ocorrênciadono da arbetyanuros nesse bioma, e nosso trabalho foi no intuitodono da arbetyexplorar as caraterísticas que permitiam tal mododono da arbetyvida", explica. Apesar das condições adversas, há maisdono da arbety40 espéciesdono da arbetyanfíbios nesse bioma.

Ao longo dos 30 anosdono da arbetyque pesquisa esses animais na região, Jared e Marta realizaram 15 expedições científicas, 10 das quais a locaisdono da arbetymaior probabilidadedono da arbetysurpreender os animaisdono da arbetyestivação.

"Em todas elas realizamos escavações no leitodono da arbetyrios temporários, com medidasdono da arbetyaproximadamente um metrodono da arbetydiâmetro e profundidade variandodono da arbetytornodono da arbety1,5 metro", conta Jared.

"Estudamos as espécies Proceratophrys cristiceps, Pleurodema diplolister e Physalaemus sp, tanto enterradas durante os meses secos como ativas durante os úmidos."

Durante a seca, para se defender da desidratação, os animais se enterram ou procuram micro-habitats, onde exista umidade e a temperatura se mantenha mais friadono da arbetyrelação ao meio ambiente.

Proceratophrys cristiceps estivando, 80 cm abaixo na areia

Crédito, Carlos Jared

Legenda da foto, Na seca, para se defender da desidratação, os animais se enterram ou procuram micro-habitats com umidade e temperatura mais fria

Entre os exemplos extremos desse comportamento está o sapo australiano Neobatrachus aquilonius, que, durante um mêsdono da arbetypreparação para a seca, secreta até 45 camadasdono da arbetypele, que formam um casulo, onde ele aguarda as chuvas e um clima mais ameno. Outra espécie, a Scaphiopus couchii, que vivedono da arbetydesertos norte-americanos, demora cercadono da arbetyquatro horas para sair da dormência, quando perturbado.

Os anfíbios brasileiros que vivem na caatinga e estivam não chegam a tanto. Eles não entram num torpor tão intenso quanto os sapos australianos e norte-americanos, mas ficamdono da arbetyum estadodono da arbetydepressão fisiológica moderado, com queda pela metade do consumodono da arbetyoxigênio - medida que indica o gastodono da arbetyenergia.

Além disso, embora fiquem enterrados na areia, numa profundidade que pode chegar até 1,80 m, ao serem encontrados e tocados, eles saltamdono da arbetyimediato, mostrando que seus músculos não se atrofiam durante a estivações.

"No casodono da arbetyPleurodema diplolistris, não encontramos diminuição significativa da função muscular", diz Carvalho. "Os níveisdono da arbetyproteína muscular são mantidos praticamente inalterados, mesmo quando o animal passa longos períodosdono da arbetyinatividade enterrado sob o solo seco dos leitos do rios temporários na caatinga."

Outras funçõesdono da arbetyseus metabolismos sofrem alterações, no entanto. Durante a estivação, o estômago dos anfíbios permanece vazio, o intestino encolhe e os ovários das fêmeas ficam cheios, prontos para liberar os óvulos assim que chova.

"A medida que se realiza a escavação, os animais vão sendo expostos e, independentemente da espécie, mostram-se inertes, envoltos por areia úmida, com postura fetal, sempre com os olhos fechados e os membros junto aos corpos", informa.

"Quando tocados e expostos à luz do dia, respondem com reflexosdono da arbetyfuga, comumente expelindo pela cloaca a água estocada, que se espalha pela areia circundante. Não existe agregação, mas, muitas vezes, os indivíduos podem ser encontrados bem próximos uns dos outros."

Homem segura sapo da espécie Proceratophrys cristiceps logo após ser retirado do seu localdono da arbetyestivação

Crédito, Carlos Jared

Legenda da foto, Com os conhecimentos adquiridos sobre os sapos dessas regiões, uma das possibilidades que pesquisadores enxergam édono da arbety'gerar ferramentas para um potencial desenvolvimentodono da arbetytecnologiasdono da arbetyaplicação médica para usodono da arbetyhumanos'

Jared constatou ainda que, ao longo do períododono da arbetyseca, à medida que a água da areia vai evaporando, eles vão migrando gradativamente no sentido descendente. "Nesse contexto, a pele fina e delicada deve trabalhar, detectando rapidamente qualquer diminuição do níveldono da arbetyumidade e fazendo com que o animal se movimente no sentido mais favorável", diz.

Mas nem sempre dá certo e muitos não conseguem dar origem a nova geração depois da estivação.

"A frenética atividade desses animais pode, também, não ser recompensada, ficando dependente do volume das chuvas", explica Jared. "É comum, principalmente depoisdono da arbetychuvasdono da arbetypouca intensidade, deparar-se com poças secas, ou comdono da arbetyágua sendo evaporada rapidamente, mostrando girinos mortos ou agonizando."

Seja com for, entender como eles funcionam e como lidam com as condições do ambiente ajuda os pesquisadores a compreender, por exemplo,dono da arbetyque forma as mudanças climáticas irão impactar não somente estes gruposdono da arbetyanuros, mas também outros animais.

"Podemos ainda, com os conhecimentos adquiridos sobre os sapos dessas regiões, gerar ferramentas para um potencial desenvolvimentodono da arbetytecnologiasdono da arbetyaplicação médica para usodono da arbetyhumanos", prevê Carvalho.

"Por exemplo, se entendermosdono da arbetyque forma esses anfíbios regulam seu metabolismo e preservam suas capacidades musculares, podemos tentar transferir este conhecimento para aplicação médica e melhorar as condiçõesdono da arbetypacientes que permanecem por longos períodos imóveis sobre os leitos e, invariavelmente, estão sujeitos a atrofia muscular."

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