Desmatamento para produçãopagbet excluir contacommodities persiste no Brasil e no mundo:pagbet excluir conta

Crédito, Alexander Lees
"Mesmo assim, as commoditiespagbet excluir contasi não devem ser vilanizadas, muito emborapagbet excluir contaprodução contribua significativamente para a perda das florestas", disse à BBC News Brasil o analistapagbet excluir contadados Philip Curtis, colaborador da organização não governamental The Sustainability Consortium e o principal autor do estudo.
"À medida que a população mundial aumenta, há uma demanda cada vez maior por alimentos para as pessoas e rações para os animais,pagbet excluir contamodo que nunca devemos perderpagbet excluir contavista o que é ganho quando as florestas são substituídas para a produçãopagbet excluir contacommodities."

Crédito, WFU/ACERS
O pesquisador verificou que um dos exemplos mais nocivos neste caso é o cultivo para produçãopagbet excluir contaóleopagbet excluir contapalma. "Especificamente no Sudeste Asiático", constata.
"Existem alternativas ao óleopagbet excluir contapalma e seus derivados, mas elas podem ser mais caras. As certificações ajudam a reduzir o desmatamento, mas não são a solução completa. Quase sempre a decisãopagbet excluir contapriorizar a proteção das florestas enfrenta forças econômicas como a necessidadepagbet excluir contaum negócio para obter lucro e a demandapagbet excluir contapessoas por bens menos caros. Assim, governos, empresas e consumidores devem decidir como equilibrar o desejo por produtos baratos com o desejopagbet excluir contaproteger as florestas, se quisermos impedir a perda permanentepagbet excluir contaterras florestais."
Mapas do desmatamento
Para chegar aos dados, o analista utilizou mapas atuais que mostram as áreas desmatadas no planeta. Curtis analisou as transformações florestaispagbet excluir conta2001 a 2015. Alémpagbet excluir contademonstrar essas mudanças, o estudo ainda concluiu que todas as florestas que passam por mudanças drásticas, mesmo que estas sejam pontuais, acabam sendo alteradas permanentemente.
As imagens foram extraídas dos registros feitos e armazenados pela plataforma Google Earth, a partirpagbet excluir contafotografiaspagbet excluir contasatélite. Essas imagens demonstram que 27% do desmatamento global é causado pelas commodities - e, ao contrário dos outros fatores, este é um número que tem se mantido relativamente constante ao longo dos últimos anos.
No artigo, os cientistas ainda frisam que, independentementepagbet excluir contaqualquer conclusão adicional, o estudo "indica que as políticaspagbet excluir contadesmatamento zero não estão sendo implementadas com rapidez suficiente para atingir as metas". Curtis lembra que 450 grandes corporações mundiais já se comprometeram a trabalhar com "desmatamento zero" até 2020.
O estudo mapeou todas as razões que levam a alterações ambientais por meio do desmatamento. O mais grave é a alteraçãopagbet excluir contauma paisagem florestal a fimpagbet excluir contaabrir espaço para a produçãopagbet excluir contabens ditos commodities, tanto na agricultura como na mineração. Esta intervenção é permanente.
Há outros fatores preocupantes, mas estespagbet excluir contacaráter temporário: a agricultura itinerante, a extração madeireira controlada e os fatídicos incêndios florestais.
Outros fatores
Além da produçãopagbet excluir contacommodities, outros são os fatores que causam o desmatamentopagbet excluir contaflorestas. Vinte e seis por cento dos danos atualmente são atribuídos ao manejo comercial florestal, ou seja, a intervenção nessas áreas com o objetivopagbet excluir contaobter madeira ou outros benefícios.
Vinte e quatro por centro são por conta da agricultura - no caso, aquela que não é commodity, ou seja, produções menores e geralmente associadas à subsistência ou a suprir demandaspagbet excluir contacomunidades do entorno.
Incêndios florestais respondem por 23% dos danos e a urbanização, por menospagbet excluir conta1%.

Crédito, Alexander Lees
"Eu diria que esta é a principal conclusão do estudo", afirma Curtis. "Maispagbet excluir conta99% das perdas florestais globais podem ser classificadas nessas quatro causas principais."
"Por outro lado, descobrimos que 27% da perda florestal dos últimos 15 anos é permanente, devido à produçãopagbet excluir contacommodities", ressalta. Por permanente, vale dizer que os efeitos na vegetação não são recuperados. A área permanece destruída, não havendo sinaispagbet excluir contaum reflorestamento natural - ao contrário, por exemplo, das regiões afetadas pelos outros tipospagbet excluir contadesmatamento.
Além da revista Science, os dados completos da pesquisa devem ser disponibilizados hoje também no site da The Sustainability Consortium e também no Global Forest Watch.
Brasil
Curtis observou também que houve uma mudançapagbet excluir contafoco no desmatamento mundial gerado por commodities, muito provavelmentepagbet excluir contadecorrência dos movimentos econômicos e das crises enfrentadas pelos países. "Esse desmatamento mudou, desacelerando no Brasil e aumentando nos países do Sudeste Asiático", comenta o pesquisador.
"Nosso estudo não foi projetado para identificar a causa direta do declínio do desmatamento do Brasil, mas acredito que seja resultadopagbet excluir contaesforços do governo brasileiro e mesmopagbet excluir contaaçõespagbet excluir contaempresas e grupospagbet excluir contadefesa ambiental", afirma.
Mas esta melhora na situação brasileira não refletiupagbet excluir contaum impacto global, já que a mesma diminuição mapeada no Brasil foi refletidapagbet excluir contaum aumento no Sudeste Asiático. Na média, o planeta perde cercapagbet excluir conta5 milhõespagbet excluir contahectarespagbet excluir contaflorestas por ano.
"No geral, não houve redução nas taxas globaispagbet excluir contadesmatamento durante o períodopagbet excluir contaestudo. Mas descobrimos que os principais impulsionadores da perda florestal variam amplamentepagbet excluir contaregião para região", cita ele.
O estudo concluiu que, enquanto nos países mais desenvolvidos e ao norte do planeta as perdas florestais costumam ser atribuídas a incêndios, nas regiões tropicais, dominadas por países subdesenvolvidos, os vilões das florestas são a produçãopagbet excluir contacommodities e a agricultura.
Para Curtis, os compromissos firmados pelos países e pelas corporações para reduzir os danos ambientais são um bom pontopagbet excluir contapartida para que o planeta encontre uma equação mais sustentável. "Mas, para que sejam bem-sucedidos, é preciso que esses compromissos sejam cumpridos e acompanhadospagbet excluir contafinanciamentos compatíveis", afirma ele.
"Um bom programa é aquele que, uma vez devidamente financiado e executado, permita que os próprios cidadãos sejam tomadorespagbet excluir contadecisão sobre como proteger as florestas e como priorizar a criaçãopagbet excluir contaáreas florestais protegidas."
Ele cita como um bom exemplo o engajamentopagbet excluir contaempresas privadas no sentidopagbet excluir contaeliminar práticas que contribuem para o desmatamento e a degradação ambiental.
"Além disso, pode-se investirpagbet excluir contaáreas agrícolas desbastadas, isto é uma solução viável para diminuir o desmatamento, pois é uma maneirapagbet excluir contaabrir novas terras para a agricultura produtiva sem a necessidadepagbet excluir contadesmatar mais florestas", pontua.









