O livro 'antiprincesas' que ensina meninas a se rebelarem:site da betano caiu

"Brynn ficou me perguntando: 'então eles disseram que ela não podia dirigir?'. E eu respondia: 'isso mesmo'. Aí ela sorria maliciosamente e dizia: 'mas ela dirigiu'", contousite da betano caiumãe, Patti.

Brynn ficou tão inspirada pela história que copiou o retrato dela, quesite da betano caiumãe enviou a Manal (veja a postagem,site da betano caiuinglês).

Outra estrela perfilada é a ginasta Simone Biles, uma adolescente americana cujos saltos e giros impressionaram o mundo na Olimpíada do Riosite da betano caiuJaneiro, no ano passado.

Mas há também mulheres menos conhecidas, incluindo Grace Hopper, a pioneira cientista da computação americana, e a jornalista que se tornou levantadorasite da betano caiupesos Amna Al Haddad, dos Emirados Árabes Unidos.

Contra estereótipos

Duas autoras italianas, Elena Favilli,site da betano caiu34 anos, e Francesca Cavallo,site da betano caiu33, estão por trás do livro que virou um sucesso nos Estados Unidos depois que uma campanhasite da betano caiucrowdfunding (vaquinha virtual) arrecadou US$ 1 milhão (R$ 3,12 milhões)site da betano caiu2016.

Em uma entrevista à BBC, Favilli explicou que elas tiveram a ideia quando perceberam que as obras para crianças ainda são recheadas dos tradicionais estereótipossite da betano caiugênero.

"Os livros infantis não mudaram desde que somos crianças: os homens ainda são os protagonistas, e as mulheres ainda são as princesas."

Disparidades na representaçãosite da betano caiuhomens e mulheressite da betano caiulivros infantis tem sido uma questão há muito tempo. Em 2011, acadêmicos da Universidade do Estado da Flórida descobriram que o preconceitosite da betano caiugênero nas obras existe há maissite da betano caiu100 anos.

Eles identificaram que,site da betano caiuquase s6 mil livros ilustrados publicados entre 1900 e 2000, apenas 7,5% mostravam animais do sexo feminino como protagonistas.

Livros e ilustrações são cruciais para definir como as crianças veem e entendem o mundo. Prova disso seria que, aos 6 anos, meninas se veem como menos talentosas ou "brilhantes" que meninos,site da betano caiuacordo com a pesquisa, publicadasite da betano caiujaneiro deste ano.

O estudo sugere que tanto meninas como meninos dessa idade tendem a identificar como "muito, muito espertos" personagens que são masculinos.

"Se todas as crianças lerem que as princesas têm que esperar serem salvas pelo príncipe, então a mensagem que elas aprendem é que mulheres não são tão valiosas quanto homens, que não somos iguais", disse Favilli.

Fora da ficção

As autoras não são as primeiras a tratar da questão da gênero com crianças.

Também cansadasite da betano caiuver meninas retratadas como princesas, a psicóloga americana Stephanie Tabashneck lançousite da betano caiu2015 um livrosite da betano caiucolorir que destaca garotassite da betano caiudiversas etniassite da betano caiuempregos valorizados, como cirurgião, professor e engenheiro.

A Princesa Sabichona,site da betano caiuBabette Cole, é outro exemplosite da betano caiuuma históriasite da betano caiudesafia as normas,site da betano caiuacordo com a professora Gemma Moss, especialistasite da betano caiueducação.

Mas Favilli e Cavallo acreditam que a ênfasesite da betano caiumulheres rebeldes que desafiaram normas sociais na vida real traz uma mensagem importante para as crianças, que geralmente apenas leem sobre meninas da ficção.

"Historicamente, as conquistas das mulheres foram diminuídas", diz Favilli.

"O termo rebelde tem conotações negativassite da betano caiutodas as culturas, e geralmente é considerado ruim quando associado com a mulher. Nossa mensagem é que é aceitável e até mesmo bom para as mulheres quebrar regras."

Campanha feminista

Robyn Silverman, especialistasite da betano caiudesenvolvimento infantil do Estado americanosite da betano caiuNew Jersey, reúne seus filhos Tallie,site da betano caiu8 anos, e Noah,site da betano caiu6, para ler as histórias da obra.

Ela comprou o livro na época do início da campanha #StillShePersisted, criada nos Estados Unidos depois que a senadora Elizabeth Warren foi forçada a parar seu discurso no plenário ao criticar Jeff Sessions, procurador-geral então indicado pelo presidente Donald Trump.

"Escrevi uma dedicação a Tallie dizendo que sempre se rebelasse", conta Silverman.

"No livro, há exemplos concretossite da betano caiumulheres que lutam pela educação das meninas quando isto é ilegal, ou pelo voto feminino quando elas não são aceitas na política - isto mostra para meninas que é possível superar qualquer coisa", acrescenta.

Silverman diz que seu filho também gosta das histórias:

"Isso é muito importante, porque homens precisam ver que mulheres devem usar suas habilidades e seguir seus sonhos para progredir da mesma maneira que eles - não se tratasite da betano caiudizer que as mulheres são melhores do que os homens."