A brecharoleta mágicasegurança no códigoroleta mágicareserva aérea que expõe dados pessoaisroleta mágicapassageiros:roleta mágica

  • Lucía Blasco
  • Da BBC Mundo
Un joven reservando vuelos con una computadora portátil

Crédito, Thinkstock

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Reservar um voo pela internet é simples, mas não necessariamente seguroroleta mágicarelação à privacidade.

roleta mágica Comprar uma passagem área pela internet está cada dia mais fácil. É preciso apenas selecionar o trajeto e a data, preencher seus dados, efetuar o pagamento e clicar na opçãoroleta mágica"reservar voo".

A partir deste momento, tudo fica gravado num código que é enviado por e-mail e que garante aroleta mágicareserva. Fácil assim.

Este código alfanuméricoroleta mágicacinco ou seis dígitos é fundamental. Os especialistas o chamamroleta mágicaPNR - o acrônimoroleta mágicainglêsroleta mágicaPassenger Name Record (registroroleta mágicanomeroleta mágicapassageiro, na traduçãoroleta mágicaportuguês) -, mas ele armazena muito mais do que apenas os dados do voo.

"Qualquer pessoa que tirar uma foto do seu código PNR, ou o encontrar na internet, pode saber quem você é,roleta mágicaonde viaja e com quem, seu númeroroleta mágicacelular, endereço, e-mail, itinerárioroleta mágicaviagem, assento e até os númerosroleta mágicacartõesroleta mágicacrédito", conta à BBC Mundo Karsten Nohl, especialistaroleta mágicaengenhariaroleta mágicainformática e criptografia, que trabalha na companhiaroleta mágicasegurança alemã Security Research Labs.

A empresaroleta mágicaconsultoria acabaroleta mágicapublicar um comunicado alertando o que considera uma "ameaça à privacidade dos viajantes", que Nohl apresentouroleta mágicadezembro no Chaos Communications Congress, o maior evento anual da Europa sobre hacking.

códigos PNR en un billeteroleta mágicaaviónroleta mágicaLufhansa

Crédito, Security Research Labs

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O PNR é um códigoroleta mágica5 ou 6 dígitos impressos no cartãoroleta mágicaembarque e na etiquetaroleta mágicacobrança da bagagem.

O que é o PNR?

  • PNR (Passenger Name Record) é um códigoroleta mágicareserva que companhias aéreas utilizam para acessar informaçõesroleta mágicaviajantes.
  • Está impresso no cartãoroleta mágicaembarque e na etiquetaroleta mágicabagagem.
  • Também é possível acessar às informações do código através da página na internet da companhia aérea ou dos DGS (Global Distribution Systems), os sistemasroleta mágicainformática para reservas do setor turístico.
  • Inclui dados pessoais como nome, endereço ou númeroroleta mágicatelefone do viajante, mas também informações sensíveis e detalhes referentes à reserva.

Fonte: Security Research Labs

Nohl pesquisa o assunto há maisroleta mágicauma década. Ele explica que o sistema é usado desde a era pré-digital, nos anos 70 e 80, e que pouco mudou desde então, apesar dos riscosroleta mágicaataquesroleta mágicahackers ao gerenciamento das reservas online.

"Apenas com o sobrenome do passageiro, é possível encontrar seu códigoroleta mágicareserva na internet sem grande esforço", disse o Security Research Labs num comunicado.

E o uso desse sistema não se reduz a viagens aéreas. Também é utilizado para reservar quartosroleta mágicahotel, comprar bilhetesroleta mágicatrem ou alugar carros pela internet.

O mais preocupante, destaca Nohl, é que o sistema não prevê o usoroleta mágicauma contrassenha. E fica impresso no cartãoroleta mágicaembarque e na etiqueta da bagagem.

viajantes no aeroporto

Crédito, Win McNamee/Getty

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Os hackers podem usar este sistema para manipular informações sobre o viajante ou roubarroleta mágicaidentidade.

"O PNR contém muito mais informação pessoal do que a maioria das pessoas pensa. Pode incluir informações sobre com quem viaja, quantos quartosroleta mágicahotel reservou, que menu pediu no avião ou com que endereço IP (identificação do computador) fez a reserva", explica à BBC Mundo o escritor e jornalista norte-americano Edward Hasbrouck, autor do livro The Practical Nomad (2001) e consultor no Identity Project, iniciativa voltada para questõesroleta mágicaliberdades civis que afetam viajantes.

"Os dados mais delicados são os relacionados à própria viagem: onde vai estar e quando. Essa informação pode ser usada para te espiar e assediar, ou para roubarroleta mágicacasa quando você não estiver nela", alerta Hasbrouck, que há 15 anos pesquisa o tema.

"Também há riscos potenciaisroleta mágicarouboroleta mágicaidentidade", acrescenta.

Em relação aos riscosroleta mágicacrime financeiro, o especialista afirma que são "menos sérios" e que afetariam principalmente as agênciasroleta mágicaviagem e companhias aéreas, e não os consumidores.

Perigo publicado nas redes sociais

Crédito, Security Research Labs

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Não é recomendado publicar o código nas redes sociais, como no Instagram.

O que podem fazer os viajantes?

Hasbrouck aconselha tratar o código e o localizadorroleta mágicareserva como se fosse uma "senha especialmente delicada", pois não pode ser modificada.

Isto é o que aconselha o especialista:

  • roleta mágica Rasgar ou queimar seus cartõesroleta mágicaembarque, etiquetasroleta mágicabagagem eroleta mágicaitinerários e e-mails das empresas aéreas e agênciasroleta mágicaviagens que sejam impressos e que contenham o código do localizador.
  • roleta mágica Tirar as etiquetas de bagagem (e escondê-las até que possam ser destruídas) assim que recolher a bagagem.
  • roleta mágica Nunca compartilhar ou lerroleta mágicavoz alta seu localizador num telefone público. Não o compartilhar com ninguém que não sejaroleta mágicaempresa aérea ou agênciaroleta mágicaviagens.

Os especialistas destacam a necessidaderoleta mágicamedidas no que veem como "um conflito entre segurança e privacidade que a indústria do turismo deve resolver", nas palavras do próprio Nohl.

A preocupação com a segurança contra ataques e atentados levou a mudanças nos acordosroleta mágicaPNR entre a União Europeia e os Estados Unidos, que permitem a transferênciaroleta mágicainformação a autoridades como parte da "luta contra o terror".

Um dos mais polêmicos foi firmado depois dos ataques do 11roleta mágicasetembroroleta mágica2011roleta mágicaNova York e permitiu a transferênciaroleta mágicadadosroleta mágicalongo prazoroleta mágicapassageiros europeus a autoridades norte-americanas.

Protestos contra o acordo PNRroleta mágica2012

Crédito, Getty Images

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Um acordoroleta mágica2012, entre EUA e Europa, suscitou grande polêmica e protestos na sede do Parlamento Europeuroleta mágicaEstrasburgo, na França.

E há outros atores envolvidos nessa trocaroleta mágicainformações, como o Sistema Globalroleta mágicaDistribuição (GDS na siglaroleta mágicainglês), que gerencia as reservasroleta mágica90% das passagens aéreasroleta mágicatodo o mundo, englobando três aliançasroleta mágicacompanhias áreas: uma com base na Espanha, a Amadeus (Air France, Lufthansa, Iberia e Scandinavian Airlines), e duas nos Estados Unidos, a Sabre (American Airlines e IBM) e a Travelport (da união entre Galielo e Worldspan,roleta mágica2007).

As possíveis soluções

Para Nohl, uma solução seria proporcionar uma senha aos viajante na horaroleta mágicafazerroleta mágicareserva. Mas alerta que isto levará tempo, pois requer a colaboração das instituições.

De acordo com o criptógrafo, a forma como são escolhidos os códigos PNR nos deixa menos seguros do que qualquer senharoleta mágicacinco dígitos.

Além disso, tanto o GSD como as páginas na internet das empresas aéreas permitem fazer milharesroleta mágicareservas atravésroleta mágicaum único endereço IP, o que põe o compradorroleta mágicarisco.

Hasbrouck diz que seus usuários "devem exigir urgentemente mudanças técnicas às companhias e pedir que sejam reforçadas as leisroleta mágicaproteçãoroleta mágicadados".

homem com bilhesroleta mágicaavião

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Especialistas recomendam que tenha cuidado com seu códigoroleta mágicaembarque

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Nohl contou à BBC Mundo que "tem tido conversas" com duas das empresas GDS, mas não deu detalhes do que foi discutido.

A reação das companhias é a seguinte:

"Estamos avaliando os resultados das pesquisas sobre a segurança da indústriaroleta mágicaviagens e temos tido melhoras. Damos prioridade à segurança dos clientes e dos dados e revisamos continuamente nossos sistemas e processos", respondeu à BBC Mundo um porta-voz da Amadeus.

"Vamos considerar estas descobertas e trabalharemos juntos com nossos colaboradores para tratar dessas questões e buscar soluções a potenciais problemas", acrescentou.

O Travelport destacou a "cibersegurança e a privacidade do cliente como prioridades críticas" e afirmou que está fazendo "contínuos investimentosroleta mágicaseus sistemas e se comprometendo com vários atores da indústria para implementar qualquer mudança recomendadaroleta mágicareservas pela internet".

Timothy Enstice, directorroleta mágicacomunicação da Sabre, disse que "o acesso não autorizado a informaçõesroleta mágicaviajantes, através do GDS, é bastante improvável porque temos várias camadasroleta mágicasegurança para restringi-lo", e destacou que "são outros atores do setorroleta mágicaviagens que devem adotar medidas similaresroleta mágicasegurança".

Mulherroleta mágicaaeroporto

Crédito, kasto80

O que podem fazer com seu PNR pessoas mal-intencionadas?

Existem quatro tiposroleta mágicaabusos potenciais:

  • roleta mágica Invasãoroleta mágicaprivacidade: o código contém informaçãoroleta mágicacontato, datasroleta mágicaviagens e preferências e, muitas vezes, os dadosroleta mágicaseu passaporte.
  • roleta mágica Rouboroleta mágicavoos: a maioria das empresas áereas permite trocar seu voo ou até cancelá-lo com seu PNR, tornando possível que um fraudador voeroleta mágicagraça.
  • roleta mágica Desvioroleta mágicamilhas: ao mudar a informação sobre o viajante na reserva, podem roubar suas milhas aéreas sem comprar outro voo.
  • roleta mágica Pishing/vishing: os hackers podem usar práticas fraudulentasroleta mágicaengenharia social (obter informação confidencial) ou acessar seus dadosroleta mágicapagamento ou credenciais.

Fonte: Security Research Labs