Eleições 2022: como institutosludijogos trancapesquisa explicam Bolsonaro subestimado nas sondagens:ludijogos tranca

Nesta segunda-feira, os principais institutos procuraram apontar possíveis explicações para as diferenças entre as pesquisas e os resultados das urnas e refutaram que tenha havido erros nas sondagens. Entre as explicações apresentadas estão uma migraçãoludijogos trancaúltima horaludijogos trancavotosludijogos trancaCiro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) para Bolsonaro, o chamado voto útil, e uma abstenção alta que deve ter afetado mais os eleitoresludijogos trancaLula.

Os institutos Ipec, Datafolha e Quaest insistem que pesquisas eleitorais são retratos da intenção do eleitor no momento das entrevistas. Segundo os institutos, as sondagens não servemludijogos trancaprognóstico para o resultado das urnas porque o eleitor pode mudar seu voto até o momento que digita os númerosludijogos trancaseus candidatos na cabineludijogos trancavotação.

Datafolha e Ipec deram 14 pontosludijogos trancavantagem para Lulaludijogos trancaseus levantamentos divulgados na véspera da votação, enquanto a Quaest mediu 11 pontosludijogos trancadiferença. Os três institutos realizam pesquisas presenciais. Considerando a margemludijogos trancaerro, as três sondagens não permitiam cravar se a disputa presidencial terminaria ou não no primeiro turno.

O saldo das urnas mostrou uma vantagem mais apertada para o petista. Com 99,99% das urnas apuradas, ele obteve 48,4% dos votos válidos, contra 43,20%ludijogos trancaBolsonaro — uma diferençaludijogos trancacinco pontos percentuais.

Simone Tebet (MDB) ficouludijogos trancaterceiro, com 4,16%, seguidaludijogos trancaCiro Gomes (PDT), com 3,04%.

Em nota enviada à BBC News Brasil, o Ipec destacou os acertos do instituto.

"Especificamente com relação a estas eleições presidenciais, nossa última pesquisa mostrou que não era possível afirmar se a eleição acabaria ou não no primeiro turno. Assim se confirmou. A pesquisa Ipec apontava Lula como o candidato que ficaria melhor posicionado no 1º turno. Isto também se confirmou. Já o presidente Jair Bolsonaro obteve 6 pontos a mais do que a pesquisa mostrava", destacou o comunicado.

Segundo o instituto, o desempenho do presidente foi resultadoludijogos trancauma migraçãoludijogos trancavotosludijogos trancaúltima hora, que vieramludijogos trancaparte dos que pretendiam votarludijogos trancaCiro e Tebet, alémludijogos trancaeleitores que estavam indecisos e optaram por Bolsonaro.

"Em nossa avaliação, isto (a votação maiorludijogos trancaBolsonaro) ocorreu por tendências também já apontadas pela pesquisa: 3% que ainda estavam indecisos; Ciro Gomes, que na pesquisa aparecia com 5% e obteve 3% dos votos na apuração; além do índiceludijogos trancaSimone Tebet que também ficou um ponto abaixo do que a pesquisa mostrava (obteve 4% na apuração contra 5% na pesquisa)", argumenta a nota do Ipec.

A diretora do Datafolha, Luciana Chong, fez análise semelhanteludijogos trancaentrevista ao canalludijogos trancanotícias Globo News.

"Acreditamos que teve um movimentoludijogos trancadecisãoludijogos trancaúltima hora, especialmenteludijogos trancaeleitoresludijogos trancaCiro, Simone Tebet, indecisos e os que poderiam votar branco e nulo, e esse movimento acabou sendo maisludijogos trancafavorludijogos trancaBolsonaro. Por isso que ele ficou com um resultado maior do que a pesquisa tinha captado na véspera da eleição", afirmou.

Chong não atendeu ao pedidoludijogos trancaentrevista da BBC News Brasil, assim como Felipe Nunes, da Quaest.

O Ipec disse ainda por meio da nota que estáludijogos trancaconstante reavaliaçãoludijogos trancaduas metodologias.

"O Ipec é associado à ABEP [Associação Brasileiraludijogos trancaEmpresasludijogos trancaPesquisa], segue o códigoludijogos trancaética da ESOMAR [associação internacional do setor] e os mais altos padrões adotados internacionalmente nos métodos utilizadosludijogos trancasuas pesquisas. Além disso, está empenhado e comprometidoludijogos trancasempre analisar, identificar e aplicar melhorias técnicas e metodológicas que contribuam para o avanço e a acuracidade do resultadoludijogos trancasuas pesquisas, pois sabe que este processo é contínuo", destacou.

'Eleitor mobilizado favoreceu Bolsonaro'

Já Andrei Roman, presidente da AtlasIntel, empresa que chamou atenção neste ano ao realizar pesquisas eleitorais com entrevistas online, avaliou que houve sim erro dos institutosludijogos trancapesquisa.

"Não, as pesquisas erraram! Atlas chegou mais próximo que qualquer outra e mesmo na nossa pesquisa Bolsonaro foi subestimadoludijogos tranca2pp [pontos percentuais] e Lula superestimado 2pp. A diferençaludijogos tranca9 pontos no Atlas acabou sendoludijogos tranca5 pontos no resultado. Precisamos encarar esse desfecho com honestidade", escreveu no Twitter,ludijogos trancaresposta a um comentário da colunista do jornal Folhaludijogos trancaS. Paulo Mônica Bergamo argumentando que as pesquisas acertaram.

A última pesquisa AtlasIntel indicou que Lula tinha 50,3% dos votos válidos, contra 41,1%ludijogos trancaBolsonaro.

Além da transferêncialudijogos trancavotosludijogos trancaCiro e Tebet para Bolsonaro, Roman acredita que o resultado melhorludijogos trancaBolsonaro foi puxado por uma mobilização mais "aguerrida" do seu eleitorado devido à possibilidadeludijogos trancaLula ganhar já no primeiro turno, indicada nas pesquisas. Isso, avalia, reduziu a abstenção dos eleitores do presidente.

"A pesquisa Datafolha mostrando uma possível vitórialudijogos trancaLula no primeiro turno assusta o eleitoradoludijogos trancauma forma que eles comparecemludijogos trancamassa", acredita.

Além disso, Roman também considera que Ipec e Datafolha superestimaramludijogos trancasuas amostrasludijogos trancaentrevistas o peso do eleitorludijogos trancamenor renda, que tende a apoiar mais Lula.

Ambos não usam cotasludijogos trancarenda para buscar uma proporção fixaludijogos trancaentrevistados com determinada remuneração, pois avaliam que os ganhos familiares são muito instáveis no Brasil, ou seja, a renda das famílias teria grandes oscilações.

Com isso, os levantamentosludijogos trancaIpec e Datafolha costumam entrevistar maisludijogos tranca50%ludijogos trancapessoas com renda familiarludijogos trancaaté dois salários mínimos, enquanto o dado mais recente do IBGE,ludijogos tranca2021, indica que esse grupo representa 38% da população.

'Votosludijogos trancaLula foram tragados por abstenção'

O cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe (Institutoludijogos trancaPesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), instituto que realiza pesquisas por telefone, também considera que a maior mobilização do eleitorludijogos trancaBolsonaro parece ter feito a diferença no resultado das urnas.

Lavareda, porém, não considera que as pesquisas erraram, como faz Roman. Em manifestação no Twitter, ele também repetiu que pesquisas não são prognóstico do saldo das urnas e destacou que as sondagens não conseguem medir qual será a abstenção no dia da votação e como isso afetará os resultados.

O cientista político propôsludijogos trancaseu Twitter uma análise comparando as intençõesludijogos trancavotos totais medidas na última pesquisa do Ipespe e o resultado total das urnas,ludijogos trancavezludijogos trancacomparar os votos válidos.

Considerando essa leitura, que não descarta votos brancos, nulos e pessoas que dizem não saberludijogos trancaquem votar, o Ipespe mediu um apoioludijogos tranca46% dos eleitores a Lula, eludijogos tranca33% a Bolsonaro.

Já o resultado do TSE, levandoludijogos trancaconta brancos, nulos e abstenções, mostra que o petista recebeu os votosludijogos tranca36,60%ludijogos trancatodos os eleitores aptos a votar, contra 32,64%ludijogos trancaBolsonaro.

Os demais candidatos somados, porludijogos trancavez, apareciam com 16% na última pesquisa Ipespe, e ficaram com apenas 6,33%, sempre considerando os votos obtidos no totalludijogos trancaeleitores aptos a votar.

Nessa análiseludijogos trancaLavareda, não foi a votaçãoludijogos trancaBolsonaro que a pesquisa Ipespe "errou" para menos, mas aludijogos trancaLula que teria sido superestimada.

"No dia deu-se uma abstençãoludijogos tranca20,95% que essa pesquisa e nenhuma outra conseguiria medir. Lula perdeu 9 pontos e os candidatos não competitivos outros 9 pontos. Lula por conta da vulnerabilidade — custoludijogos trancavotar — do seu eleitorado mais pobre. Os demais candidatos certamente por não serem competitivos", escreveu emludijogos trancaconta no Twitter.

"Lógico que pode ter havido movimentosludijogos trancavoto útil. Mas o fato é que aludijogos trancaresiliência deve ser creditada, sobretudo, ao perfil socioeconômico dos seus apoiadores e à 'taxaludijogos trancaentusiasmo' dos mesmos, como se pode depreender das manifestações que convoca. Ou seja, a pesquisa estimou Bolsonaro praticamente igual ao seu desempenho. Enquanto parte dos votosludijogos trancaLula foram tragados pela abstenção", acrescentou Lavareda.

Disputas estaduais também são alvoludijogos trancacontrovérsias

Além das discrepâncias no cenário nacional, candidatos bolsonaristas tiveram votações expressivasludijogos trancaalgumas disputas por governos estaduais. Em São Paulo, Tarcísio ludijogos trancaFreitas (Republicanos) ficouludijogos trancaprimeiro lugar e vai disputar o segundo turno contra Fernando Haddad (PT), que liderava as pesquisas.

Já no Rio Grande do Sul, Onyx Lorenzoni (PL) também teve desempenho melhor do que se esperava, vencendo o primeiro turno, e vai disputar o segundo contra Eduardo Leite (PSDB), que liderava pesquisas antes do pleito, mas acabou quase ficandoludijogos trancafora do segundo turno.

Resultados como esses levaram o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), a voltar a defender que o Congresso aprove uma regulamentação com regras para os institutos.

"Nós tínhamos pesquisas que mostravam o Tarcísio 10 pontos atrás e a realidade da eleição mostra o Tarcísio na frente. As votações e expressões da população brasileira deixam claro que as empresasludijogos trancapesquisa não devem ser usadas para conduzir o eleitorado", defendeuludijogos trancaentrevista ao canalludijogos trancanotícias Globo News.

No início do ano, uma proposta chegou a ser debatida no Congresso, mas não avançou. A proposta inicial previa que os institutos deveriam informar um percentualludijogos trancaacertos das pesquisas realizadas nas últimas cinco eleições. Além disso, proibia a divulgaçãoludijogos trancapesquisas na véspera da votação.

Antonio Lavareda, do Ipespe, também refuta que tenha havido erros nas pesquisas estaduais. Naludijogos trancaavaliação, a forte polarização entre Lula e Bolsonaro afetou a decisão final dos eleitores nas disputas estaduais, levando a um alinhamento entre o voto para presidente naquele Estado e a escolha do candidato ao governo apoiado por ele.

"Na quase totalidade dos Estados onde a eleiçãoludijogos trancaGovernador foi decidida nesse domingo as pesquisas anteciparam essa tendência. Sobre as mudançasludijogos trancaúltima hora, elas foram exatamente isso. Movimentos finais que ocorreram depois dos últimos resultadosludijogos trancapesquisas serem divulgados."

"Precisamente como a teoria do voto estratégico supõe: eleitores que utilizam os dados dos últimos levantamentos para alterar seu comportamento. Em Estados como São Paulo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, e Bahia, é nítido um processoludijogos tranca'alinhamento' com a disputa nacional super polarizada", disse ainda.

- Este texto foi publicadoludijogos trancahttp://www.mi-rob.com/brasil-63128876

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