Eleições 2022: 4 fatores que dificultam possível vitóriabet cocoLula no 1º turno:bet coco

  • Thais Carrança
  • Da BBC News Brasilbet cocoSão Paulo
Lula votabet cocoSão Bernardo do Campo no primeiro turno das eleiçõesbet coco2014

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Vantagem apertada nos votos válidos, abstenção, voto útil e indecisos. Entenda como cada um desses fatores pode definir se a corrida eleitoral acababet coco2bet cocooutubro

bet coco As pesquisas eleitorais mais recentes, que indicam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com maisbet coco50% dos votos válidos ou muito próximo disso, aumentaram a expectativabet cocoque a eleição presidencialbet coco2022 possa ser definida já no primeiro turno,bet coco2bet cocooutubro.

A campanha petista trabalha para que isso ocorra, incentivando o voto útil e o comparecimento às urnas no dia da votação.

Já a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) se esforça para que haja segunda turno, o que daria aos eleitores mais tempo para sentirem a melhora recente da economia, impulsionada por estímulos como o Auxílio Brasilbet cocoR$ 600 e o corte do ICMS (Imposto sobre Circulaçãobet cocoMercadorias e Serviços) sobre combustíveis.

Segundo cientistas políticos, quatro fatores podem definir se a corrida eleitoral acaba neste domingo (2/10) ou só no dia 30. Entenda cada um deles.

1) Lula tem vantagem apertada nos votos válidos

Para que a eleição seja definidabet cocoprimeiro turno, é necessário que o candidato mais votado tenha mais do que 50% dos votos válidos, que é a somabet cocotodos os votos, descontados brancos, nulos e abstenções.

Nas pesquisas já divulgadas nesta última semana antes da votação, Lula registrou 48% dos votos válidos na pesquisa estimulada FSB/BTG Pactual, 49% na Atlas, 50,5% na Genial/Quaest e 52% na Ipec.

Mas, como a margembet cocoerro das pesquisas varia entre 1 ponto (Atlas) e 2 pontos (FSB, Quaest e Ipec) para mais ou para menos, é difícil saber se o petista tembet cocofato a maioria da preferência dos eleitores.

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"Em algumas pesquisas, falta muito pouco para Lula atingir mais da metade dos votos,bet cocooutras, ele passa um pouquinho. Então não conseguimos ter certeza se ele vai conseguir ter esse númerobet cocoeleitores ou não no dia da votação", afirma Carolina Botelho, cientista política e pesquisadora do Laboratóriobet cocoEstudos Eleitorais,bet cocoComunicação Política e Opinião Pública da UERJ (Universidade do Estado do Riobet cocoJaneiro).

Ela observa que as pesquisas têm diferenças metodológicas,bet cocofunçãobet cococomo são construídas as amostras para aplicação do questionário, e da forma como é feita a coleta dos dados (presencial, por telefone ou pela internet).

"As pesquisas não servem exatamente para se fazer prognósticos eleitorais", diz Fernando Meireles, cientista político e pesquisador do Cebrap (Centro Brasileirobet cocoAnálise e Planejamento).

"Pela natureza delas, servem muito mais para mapear tendências ao longo do tempo do que para fazer uma predição. Por isso, na situação atual, é muito difícil dizer se Lula vai ganhar ou não no primeiro turno."

Botelho observa ainda que, no Brasil, é mais comum que eleições majoritárias presidenciais sejam resolvidasbet cocosegundo turno.

Desde a redemocratização, apenas duas eleições para presidente do Brasil foram encerradasbet cocoprimeira: as duas vitóriasbet cocoFernando Henrique Cardoso (PSDB)bet coco1994 e 1998, tendo Lula como principal adversário.

Nos demais seis pleitos (em 1989, 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018), houve segundo turno.

Por fim, Meireles observa quebet cocotodas as eleições anteriores — à exceçãobet coco2018, quando Bolsonaro foi eleito — o primeiro colocado teve menos votos nas urnas do que apontavam as pesquisas da última semana e da véspera da votação. (Confira abaixo tabela elaborada pelo professor Bruno Carazza, da Fundação Dom Cabral)

Se essa tendência se repetir, Lula pode ter menos votos do que sugerem as pesquisas. Mas é importante destacar que o passado não necessariamente determina o presente, como mostrou 2018.

Reta final				. Desempenhobet cococandidatos nas últimas pesquisas antes da eleição e no primeiro turno.  .
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2) O peso das abstenções

Um segundo fatorbet cocodúvida para uma possível vitóriabet cocoLulabet cocoprimeiro turno é qual será o percentualbet cococomparecimento às urnasbet coco2022. Isso porque a abstenção nas eleições tem crescido ano a ano, um fenômeno também identificadobet cocooutros países.

Taxabet cocoabstenção nas eleições. Em %,bet cocorelação ao totalbet cocoeleitores aptos.  .
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Junto aos votos brancos e nulos, as abstenções determinam o númerobet cocovotos válidos. Além disso, o perfil dos eleitores faltantes pode influenciar no resultado.

"Nem todo mundo que é apto — que está registrado para votar, que tem títulobet cocoeleitor — vai votar. Por uma sériebet cocorazões, no Brasil, historicamente, pessoas mais pobres e menos escolarizadas tendem a votar menos", diz Meireles, do Cebrap.

Segundo ele, parte disso tem a ver com o custobet cocodeslocamento para os locaisbet cocovotação, pois muitas dessas pessoas moram no interior,bet cocolocaisbet cocodifícil acesso e não têm recursos para ir até as seções eleitorais, ou não podem perder o diabet cocotrabalho para ir votar.

Esses mesmos eleitores, segundo as pesquisasbet cocoopinião e o históricobet cocovotações anteriores, tendem a preferir candidaturas do PT. Assim, uma maior abstençãobet cocoeleitoresbet cocobaixa renda poderia tornar mais difícil a vitóriabet cocoLulabet cocoprimeiro turno.

Meireles pondera, porém, que historicamente a abstenção sozinha não tem impacto significativo nos resultados eleitorais. Isso porque os grupos que têm baixo comparecimento representam fatia pequena do eleitorado.

Por exemplo, no primeiro turnobet coco2018, os analfabetos tiveram taxabet cococomparecimento significativamente mais baixa do que a dos eleitores com mais escolaridade, conforme mostra esse gráfico elaborado pelo cientista político Jairo Nicolau, da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Gráfico mostra percentualbet cococomparecimento no 1º turnobet coco2018 por graubet cocoescolaridade segundo dados do TSE

Crédito, Jairo Nicolau

Legenda da foto, Analfabetos tiveram baixo comparecimento no 1º turnobet coco2018

No entanto, observa Meireles, os analfabetos representam apenas 4,5% dos eleitores, um peso relativamente pequeno dentro do total.

Além disso, outros grupos também têm abstenção alta, como os idosos com maisbet coco70 anos, idade a partir da qual o voto deixabet cocoser obrigatório.

Gráfico mostra percentualbet cococomparecimento no 1º turnobet coco2018 por faixa etária segundo dados do TSE

Crédito, Jairo Nicolau

Legenda da foto, Idosos com maisbet coco70 anos também tendem a comparecer menos

Esses eleitores tendem a votar maisbet cocoBolsonaro, segundo as pesquisas eleitorais, compensandobet cocoalguma medida a abstenção dos mais pobres, que votam maisbet cocoLula, exemplifica o pesquisador do Cebrap.

"No saldo geral, todas essas movimentações são muito pequenas e não chegam a alterarbet cocoforma significativa as características do eleitorado ou o perfil eleitoralbet cocoquem vai votar. Essas movimentações acabambet cococerta medida se anulando", avalia Meireles.

"É claro, como estamos falandobet cocouma eleição que pode ser decididabet cocoprimeiro turno, com pouca diferençabet cocovotos, pode ser algo que faça diferença. Mas é difícil prever se esse vai ser o caso ou não", acrescenta.

Carolina Botelho, da UERJ, acredita que a abstenção poderá ser menor este ano do quebet cocoeleições anteriores.

"Há estudos, inclusive nos EUA, que mostram que, quando há eleições muito tensionadas, como é o caso dessa, o eleitor tende a ir às urnas tentar resolver logo. Acredito que, por conta da forma atípica que se construiu essa eleição, a tendência ébet cocoque a abstenção diminua."

3) A incógnita do voto útil

Muita gente deixa para decidir o voto na véspera, principalmente para os cargosbet cocosenador e governador dos Estados, que são cargos sobre os quais as pessoas acabam se informando menos ao longo da campanha eleitoral, deixando para tomar uma decisãobet cococima da hora.

Por isso não surpreende que as pesquisas mostrem resultados diferentes dos votos efetivamente apurados nesses casos, mais do que na eleição presidencial, observa Meireles.

Mas, nas eleições presidenciais, dois fenômenos podem causar mudançasbet cocoúltima hora nos resultados eleitorais: o voto útil e movimentações entre os indecisos.

Eleitoresbet cocofila para votar

Crédito, Marcelo Camargo/Agência Brasil

Legenda da foto, Muita gente decide o voto na última hora

"O voto útil é o daquela pessoa que, dado as pesquisasbet cocovéspera, ela decide alterar seu voto estrategicamente, pensandobet cocoter maior influência no resultado final ou votar no candidato vencedor, para sentir que seu voto não foi desperdiçado", diz o pesquisador do Cebrap.

Ele cita o exemplobet coco2018, quando candidatos como Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) tiveram votações muito mais baixas do que apontavam as pesquisas eleitorais, enquanto Bolsonaro e Fernando Haddad (PT) registraram mais votos do que era esperado.

"2018 foi um ponto fora da curvabet cocorelação a voto útil e eu não duvidaria que algo parecido — não necessariamente na mesma magnitude ou proporção — acontecesse agora", diz Meireles.

Assim, candidatos como Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (UB), poderiam perder votos na reta final para as candidaturas maiores. Mas é difícil preverbet cocoque medida isso vai acontecer e como vai afetar o resultado final.

4) O movimento dos indecisos

Por fim, a última incógnita para saber se vai haver segundo turno para presidente ou não está na movimentação dos indecisos.

Segundo a pesquisa FSB/BTG Pactual dessa segunda-feira (26/9), por exemplo, 86% dos eleitores diziam quebet cocodecisãobet cocovoto no primeiro turno já está tomada e não vai mudar, enquanto 13% afirmavam que ainda poderiam mudarbet cocoideia.

Mulher com sacolabet cococompras observa toalhas estampadas com rostosbet cocoLula e Bolsonaro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Segundo a pesquisa FSB/BTG Pactualbet cocosegunda-feira (26/9), 13% dos eleitores diziam que ainda poderiam mudar seu voto no primeiro turno

Apesar do percentualbet cococertezabet cocovoto ter se mantido mais alto ao longobet cocotoda a corrida eleitoralbet coco2022 do quebet cocoeleições anteriores, a parcelabet cocoindecisos ainda é relevante.

"O indeciso,bet cocogeral, é uma pessoa que não acompanha tanto política. É uma camada da população que está entre a classe média e um pouco mais baixo do que isso, um pouco mais feminina do que masculina. Essas pessoas acabam decidindo o voto muito na última hora", diz Meireles.

Segundo o pesquisador, dois fatores movem esse grupo. Um é o voto estratégico, que é a tendênciabet cocoacompanhar a maior parte do eleitorado, votando nos candidatos com maior chance: Lula ou Bolsonaro.

Mas, dentro desse grupo, também costuma haver muita abstenção, pois essas pessoas, por não se importarem tanto com política, acabam muitas vezes não indo votar.

"O que importa é que esse grupo é muito grande. Como é muita gente, se na véspera acontecer qualquer coisa, algum fator que impulsione uma das candidaturas, isso pode mudar muito o resultado eleitoral,bet cocorelação às pesquisas da véspera", diz o cientista político, citando como exemplo a eleiçãobet cocoWilson Witzel (PSC) ao governo do Riobet cocoJaneirobet coco2018.

Carolina Botelho, da UERJ, porbet cocovez, avalia que o fatobet cocoas mulheres serem maioria entre os indecisos pode favorecer o candidato petista na última hora.

"Esse grupo pode influenciar numa vitóriabet cocoLulabet cocoprimeiro turno. A mulher ficou mais desempregada do que o homem na pandemia e tradicionalmente são elas que cuidambet cococrianças e idosos no Brasil. Então, na pandemia, foram elas que cuidaram dos idosos que ficaram doentes e morreram e das crianças que ficaram dois anos sem escola", observa.

"Não faltam motivos para esse grupo ter uma rejeição maior a Bolsonaro, como mostram as pesquisas, e isso pode vir a decidir a eleição", conclui.

- Este texto foi publicadobet cocohttp://www.mi-rob.com/brasil-63056226

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