Covid-19: como se determina o fimbaixa galera betuma pandemia:baixa galera bet

Saída do metrô Trianon-Masp, com pessoas usando máscara

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Legenda da foto, Anúnciobaixa galera betque São Paulo não teve nenhuma morte por covid-19baixa galera bet24 horas é simbólico, mas deve ser colocadabaixa galera betperspectiva e contextualizada

O virologista Paulo Eduardo Brandão, da Faculdadebaixa galera betMedicina Veterinária e Zootecnia da Universidadebaixa galera betSão Paulo (USP), concorda. "Com base no que sabemos sobre outros tiposbaixa galera betcoronavírus, é provável que o Sars-CoV-2 [o responsável pela pandemia atual] se atenue com o passar dos anos e se torne um causadorbaixa galera betresfriado comum. Mas a atual reemergênciabaixa galera betcasos na Europa mostra que ainda estamos longe disso", analisa.

Já a médica Lucia Pellanda, professorabaixa galera betepidemiologia e reitora da Universidade Federalbaixa galera betCiências da Saúdebaixa galera betPorto Alegre, destaca a importância da saúde coletiva e o caráter global do desafio que enfrentamos. "Como o próprio nome já diz, a pandemia é um problema mundial. E, enquanto a situação estiver ruimbaixa galera betalguma região, todos nós continuaremos sob risco."

Mas como chegamos até aqui? E quais são as perspectivas mais otimistas e mais pessimistas para os próximos meses? Entenda a seguir como uma pandemia acaba — e o que pode acontecer na sequência dela.

Cenário positivo no Brasil e preocupante na Europa

Após um primeiro semestre muito duro, com centenasbaixa galera betmilharesbaixa galera betcasos ebaixa galera betmortes por covid-19, o Brasil está numa situação bem mais tranquila desde o finalbaixa galera betjulho e o iníciobaixa galera betagosto.

Para ter ideia, a média móvel diáriabaixa galera betóbitos (que levabaixa galera betconta os registros dos últimos sete dias) está atualmentebaixa galera bet236,baixa galera betacordo com o painel do Conselho Nacionalbaixa galera betSecretários da Saúde (Conass).

Um número desses só havia sido observadobaixa galera betabrilbaixa galera bet2020, quando o vírus começou a se espalhar pelo país. No pior momento da crise sanitária, essa taxa chegou a atingir,baixa galera betabrilbaixa galera bet2021, um picobaixa galera bet3.124 mortes diárias.

Médias móveisbaixa galera betcasos e mortes por covid-19 do Conass

Crédito, Conass

Legenda da foto, De acordo com médias móveisbaixa galera betcasos e mortes por covid-19 do Conass, números estãobaixa galera betqueda desde agosto

A sequênciabaixa galera betboas novas culminou com a notícia, divulgada na segunda-feira (8/11),baixa galera betque São Paulo não registrou nenhuma morte por covid-19baixa galera bet24 horas, fato que não havia acontecido nenhuma vez desde o início da crise sanitária.

Nesse mesmo dia, outros oito Estados brasileiros não tiveram óbitos pela doença: Acre, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Piauí, Rondônia, Roraima e Sergipe. O Acre, aliás, está sem nenhum registrobaixa galera betmorte há maisbaixa galera betdez dias.

Segundo os especialistas, há três ingredientes que ajudam a explicar essa melhora.

"É evidente que a vacinação é o principal deles. A partirbaixa galera betjunho, momentobaixa galera betque a campanha ganhou força e a cobertura vacinal na população brasileira aumentou, tivemos uma queda substancial nas hospitalizações e nas mortes", observa Werneck.

"Não podemos nos esquecer também do enorme númerobaixa galera betcasos que tivemos, o que certamente contribuiu para criar uma imunidade, e a adesão às medidas não farmacológicas, especialmente o usobaixa galera betmáscaras", complementa o médico.

O cenário mais ameno permitiu que muitas cidades brasileiras aliviassem as restrições, que mantinham espaçosbaixa galera betconvivência, como restaurantes, bares e shoppings, fechados ou com horáriobaixa galera betfuncionamento e taxabaixa galera betocupação bem reduzidos.

Alguns prefeitos e governadores foram além e chegaram até desobrigar mais recentemente o usobaixa galera betmáscarasbaixa galera betalguns locais abertos.

Os especialistas, no entanto, temem que essa ondabaixa galera betotimismo e relaxamento reverta a tendência positiva e desperdice todas as conquistas do momento.

"É claro que a notíciabaixa galera betum dia sem mortes é excelente, mas não dá pra comemorar demais. Trata-sebaixa galera betuma data isolada e, quando vemos as estatísticas, ainda estamos com médias razoáveisbaixa galera betcasos e óbitos por covid", diz o médico Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileirabaixa galera betInfectologia.

"Temos que ter cuidado para que a situação no Brasil não volte a piorar, como acontece agora na Europa, que está com uma nova subida nos casos e nas hospitalizações após fazer a reabertura", aponta o especialista.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Europa voltou a ser o epicentro da pandemia, com uma piora considerável da situação no Reino Unido, na Alemanha, na Hungria, na Áustria e na Ucrânia.

Durante uma coletivabaixa galera betimprensa no dia 4baixa galera betnovembro, Hans Kluge, diretor regional da OMS, disse que a situação representa uma "grave preocupação" e que a região está "num ponto crítico para a ressurgência pandêmica".

Profissionais da saúde na Rússia

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Legenda da foto, De acordo com a OMS, a Europa voltou a se tornar o epicentro da pandemiabaixa galera betcovid-19

A explicação para esse recrudescimento, segundo a avaliação do próprio representante da entidade, está no relaxamento das medidas não farmacológicas, como o usobaixa galera betmáscaras e a prevençãobaixa galera betaglomerações, e a baixa taxabaixa galera betvacinaçãobaixa galera betalguns países.

Não é possível afirmar que o mesmo cenário acontecerá no Brasil (até porque a campanhabaixa galera betimunização por aqui conta com uma maior participação popular), mas, até agora, a piora do cenário na Europa se repetiu alguns meses depoisbaixa galera betnosso país.

"É possível escaparmos disso, a depender do comportamento das pessoas e das políticas públicas. Precisamos continuar com a vacinação e seguir com as camadasbaixa galera betproteção, como o usobaixa galera betmáscaras e o cuidado com as aglomerações e com a circulaçãobaixa galera betar pelos ambientes", indica Pellanda.

Como uma pandemia acaba?

Por algum tempo, aventou-se a possibilidadebaixa galera betque a imunidade coletiva (ou imunidadebaixa galera betrebanho) seria capazbaixa galera betdar um fim à covid-19: conforme as pessoas ficassem doentes (ou, preferencialmente, fossem vacinadas) o Sars-CoV-2 não encontraria mais hospedeiros e deixariabaixa galera betcircular.

Mas o surgimentobaixa galera betnovas variantes, como a Alfa, a Beta, a Gama e a Delta, junto com o conhecimentobaixa galera betque a imunidade contra esse coronavírus não dura para sempre e varia muitobaixa galera betpessoa para pessoa, praticamente descartou essa ideia.

Hojebaixa galera betdia, há uma maior concordância entre os cientistasbaixa galera betque a pandemiabaixa galera betcovid-19 se transformará aos poucosbaixa galera betuma endemia.

Isso significa que a doença continuará a ser frequentebaixa galera betuma (oubaixa galera betvárias) regiões do planeta, com um númerobaixa galera betcasos ebaixa galera betmortes esperados todos os anos.

É isso o que ocorre com uma sériebaixa galera betoutras enfermidades, como a malária, a febre amarela ou a própria gripe.

Legenda do vídeo, Como reduzir riscosbaixa galera betcovid após 2ª dose

"O desafio será estabelecer um patamar admissívelbaixa galera betcasos e óbitos, o que exigirá um consenso não apenas da comunidade científica, masbaixa galera bettoda a sociedade", antevê Werneck.

"E, para evitar que esses números voltem a subir novamente e tenhamos surtos ou epidemias no futuro, necessitamosbaixa galera betum sistemabaixa galera betvigilância muito forte, capazbaixa galera betdetectar aumentos repentinos e lançar mãobaixa galera betmedidas preventivas. É o que acontece hoje com meningite e sarampo", exemplifica o médico.

Pellanda concorda com essa dificuldadebaixa galera betestabelecer os critérios que determinarão o fim da pandemia atual.

"Estamos num períodobaixa galera betinstabilidade dos dados e não sabemos bem como será o futuro. Por isso, devemos desconfiarbaixa galera betqualquer pessoa que tenha muita certeza agora do que vai acontecer", diz.

Exemplos do passado

Para entender os próximos passos do Sars-CoV-2, Brandão traça um paralelo histórico com outro tipobaixa galera betcoronavírus, o OC43, que possivelmente causou uma epidemia (ou até uma pandemia) no final do século 19.

"Você pode até nunca ter ouvido falar dele, mas provavelmente já foi infectado algumas vezes por esse vírus", brinca o cientista.

"Após ter 'pulado'baixa galera betbovinos para seres humanos, ele era agressivo. Mas, com o passar do tempo, foi atenuado por ciclos sucessivosbaixa galera betinfecção na nossa espécie. Atualmente, o OC43 é um dos principais causadores do resfriado comum, quadro que é autolimitado e não costuma causar sintomas mais graves", conta.

O virologista lembra que a "meta principal"baixa galera betum vírus é se replicar, e não matar o seu hospedeiro. Portanto, um agente infeccioso que consegue criar essa "convivência pacífica" com o ser humano acaba atingindo seu objetivo com mais facilidade e permanece entre nós por um tempo prolongado.

Sars-CoV-2

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Legenda da foto, Com o passar do tempo, o Sars-CoV-2 pode se tornar mais ameno e virar um dos causadoresbaixa galera betresfriados

Na contramão, um vírus muito agressivo, que mata rapidamente após a infecção, tem menos probabilidadebaixa galera betcausar uma epidemia ou uma pandemia, já que a transmissão acaba prejudicada.

É o que acontece, por exemplo, como o Mers-CoV, um outro tipobaixa galera betcoronavírus responsável pela Síndrome Respiratória do Oriente Médio (ou Mers, na siglabaixa galera betinglês): o índicebaixa galera betletalidade dele chega a 37%, mas os casos ficaram restritos a alguns paísesbaixa galera bet2011 e 2015.

Será que esse fenômenobaixa galera betatenuação acontecerá com o Sars-CoV-2? Não dá pra ter certeza disso.

"Vivemos um momentobaixa galera betque esse coronavírus está dando as primeiras voltas ao redor da Terra. Já foram duas e ele está na terceira, com o aumento recente da transmissão pela Europa", explica Brandão.

"Por ora, não é possível afirmar categoricamente que o Sars-CoV-2 ficará mais ameno, a exemplo do OC43. Em termos evolutivos, essa é uma possibilidade que pode demorar alguns anos para acontecer", continua.

"Portanto, não é horabaixa galera betbaixar a guarda. Esse coronavírus não está atenuado e a relação não é amigável o suficiente a pontobaixa galera betdeixarmos que ele circule livremente pela nossa casa", completa o pesquisador.

Nessa mesma linhabaixa galera betraciocínio, não está descartada também a possibilidade diametralmente oposta: o surgimentobaixa galera betvariantes do coronavírus ainda mais agressivas e com capacidadebaixa galera betdriblar a proteção das vacinas disponíveis.

"Essa é uma realidade matemática: quanto mais o vírus se replica, mais versões dele aparecem e, consequentemente, maior o riscobaixa galera betsurgirem mutações preocupantes", ratifica Brandão.

E isso só reforça a ideiabaixa galera betque o problema é global e deveria ser tratado como tal. "Em algumas nações mais pobres, a proporçãobaixa galera betvacinados segue muito baixa. Isso abre o riscobaixa galera betbolsõesbaixa galera betcovid-19 que podem 'exportar' o vírus novamente para o resto do mundo", alerta Pellanda.

"A pandemia reforçou a noçãobaixa galera betque toda a saúde é coletiva e está conectada com as pessoas ao redor e ao planeta inteiro. Enquanto um ser humano estiverbaixa galera betperigo, todos estaremos", completa a médica.

Profissionalbaixa galera betsaúde vacina mulher

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Legenda da foto, Vacinação contra a covid-19 pode ser periódica no futuro, especulam cientistas

É justamente por isso que os especialistas batem tanto na tecla da vacinação e dos demais cuidados não farmacológicos (usobaixa galera betmáscaras, evitar aglomerações, cuidados com a ventilação…).

As medidas preventivas podem até ser um pouco aliviadas se a situaçãobaixa galera betmomento num país ou numa região for boa, mas não é possível abandoná-las por completo (a exemplo do que foi feitobaixa galera betalguns países europeus), pelo menos durante os próximos meses ou anos.

O mesmo raciocínio também se aplica à imunização: é provável que teremos a aplicaçãobaixa galera betnovas dosesbaixa galera betvacinas contra a covid-19baixa galera bettemposbaixa galera bettempos.

Embora o fim da pandemia ainda seja cercadobaixa galera betmistérios e pareça apenas uma perspectiva distante, Brandão se lembrabaixa galera betum discurso feito pelo então primeiro-ministro britânico Winston Churchillbaixa galera bet1942,baixa galera betmeio à Segunda Guerra Mundial, após uma vitória importante dos aliados contra os nazistas.

Na visão do virologista, a frase se aplica perfeitamente ao atual estágio da covid-19 no mundo: "Esse não é o fim. Não é sequer o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo."

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