As imagensbetnacional 1 realanimais que lutam pela vidabetnacional 1 realmeio a incêndios no Pantanal:betnacional 1 real
- Vinícius Lemos - @oviniciuslemos
- Da BBC News Brasilbetnacional 1 realSão Paulo

Crédito, Fernando Faciole/GRAD
Atenção: esta reportagem contém imagens que podem ser consideradas perturbadoras.
betnacional 1 real Os animais têm enfrentado, novamente, uma luta pela vida no Pantanal. Além dos incêndios no bioma, eles também precisam sobreviver a uma seca intensa na região. Os bichos passam por problemas para encontrar alimentos, sofrem com a perdabetnacional 1 realhabitat e têm dificuldades para conseguir água.
Além disso, o cenário atual, considerado menos extremo que o do ano passado, envolve consequênciasbetnacional 1 real2020, quando o bioma passou pelo seu pior período das últimas décadas, com recordesbetnacional 1 realincêndios.
"Levará décadas para que o equilíbrio ecológico se restabeleça no Pantanal. Com certeza os animais ainda vivem o impacto do ano passado", afirma Vinícius Silgueiro, coordenadorbetnacional 1 realinteligência territorial do Instituto Centrobetnacional 1 realVida (ICV).
No início deste mês, uma reportagem da BBC News Brasil mostrou dois jacarés que trocaram seu habitat natural por uma piscinabetnacional 1 realuma pousada no Pantanal,betnacional 1 realuma tentativa desesperadabetnacional 1 realescapar do fogo e da estiagem extrema na região.
Para ajudar os animais, voluntários têm resgatado bichos que foram alvos do fogo ou que sofrem com a faltabetnacional 1 realágua ou alimentosbetnacional 1 realdiversos pontos.
"A seca está deixando os animais muito desesperados", diz a veterinária Carla Sassi, coordenadora do Grupobetnacional 1 realResgatebetnacional 1 realAnimaisbetnacional 1 realDesastres (GRAD), que tem atuado no Pantanal nos últimos dias. Ela conta que há preocupação também sobre incêndiosbetnacional 1 realáreas que concentram muitas espécies.
Em meio ao atual cenário, esta reportagem da BBC News Brasil traz 16 fotografias que ilustram a situação vivida por animais no Pantanal neste ano. As imagens foram feitas entre o fimbetnacional 1 realagosto e meadosbetnacional 1 realsetembro.

Crédito, Ahmad Jarrah
As dificuldades dos animais no Pantanal
Uma análise feita pelo ICV com basebetnacional 1 realdadosbetnacional 1 realuma plataforma mundial, a Global Fire Emissions Database (GFED), apontou que 655 mil hectares do Pantanal brasileiro foram atingidos pelo fogo entre 1betnacional 1 realjaneiro e 12betnacional 1 realsetembrobetnacional 1 real2021. Nesse mesmo período no ano passado, 2,17 milhõesbetnacional 1 realhectares já haviam sido afetados pelo fogo no bioma pantaneiro.
Os especialistas frisam que não é adequado comparar o atual período com 2020. "O ano passado foi realmente uma situação atípica, que assustou todo mundo e deixou todo mundobetnacional 1 realchoque", comenta André Luiz Siqueira, diretor da ONG ECOA - Ecologia & Ação.
A situação do ano passado, dizem especialistas, trouxe maior conscientização para a comunidade local sobre o combate aos incêndios, que são causados na imensa maioria das vezes por ação humana.
Especialistas afirmam que houve mais cuidadobetnacional 1 realrelação ao fogo no primeiro semestre deste ano, para evitar que avançasse pelo bioma durante a estiagem comobetnacional 1 real2020.
Neste ano foram criadas diversas brigadas comunitárias no bioma. Além disso, especialistas apontam que desde o início do ano houve maior atenção ao tema por partebetnacional 1 realautoridades locaisbetnacional 1 realMato Grosso e Mato Grosso do Sul, Estados brasileiros que abrigam o Pantanal.
Ainda que os númerosbetnacional 1 real2021 façam parecer que a situação no bioma é positiva, o Pantanal continua passando por dificuldades intensas.
"Tivemos chuvas importantes nas últimas semanas, o que ajudou o trabalho dos brigadistas e diminuiu os focosbetnacional 1 realincêndio. Porém ainda temos focosbetnacional 1 realincêndio. Mas, claro, nada que se compare ao ano passado", afirma André Siqueira.
O calor intenso na região, os fortes ventos e a seca extrema colaboram para agravar as dificuldades no bioma atualmente. Nas últimas semanas houve registrosbetnacional 1 realchuva, mas não o suficiente para contornar a crise hídrica.
De acordo com a Empresa Brasileirabetnacional 1 realPesquisa Agropecuária (Embrapa), o nível do rio Paraguai, principal formador do Pantanal, foi correspondente a 18 centímetros negativos na segunda-feira (20/09). A média na data ébetnacional 1 realtrês metros. Conforme a empresa, é o menor nível no mesmo dia nas últimas cinco décadas. No ano passado, por exemplo, que foi considerado um períodobetnacional 1 realseca intensa, o nível na data erabetnacional 1 real19 centímetros positivos.

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Crédito, Fernando Faciole/GRAD
"A temporadabetnacional 1 realchuvasbetnacional 1 realoutubrobetnacional 1 real2020 a março deste ano não foi capazbetnacional 1 realabastecer o sistema, que já estavabetnacional 1 realdéficit hídrico. Com a estiagem normalbetnacional 1 realabril a setembro, o nível dos rios baixou ainda mais neste ano", explica o biólogo Carlos Padovani, pesquisador da Embrapa Pantanal.
Entre os principais afetados pela crise hídrica no bioma estão os animais. É um cenário sem trégua para eles, que também enfrentam o fogo deste ano e convivem com as inúmeras áreas do bioma destruídas pelos incêndiosbetnacional 1 real2020.
No ano passado, os incêndios afetaram, ao menos, 65 milhõesbetnacional 1 realanimais vertebrados nativos e 4 bilhõesbetnacional 1 realinvertebrados, segundo estudo feito com base na densidade das espécies presentes nos locais afetados. O levantamento foi feito por pesquisadores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Centro Nacionalbetnacional 1 realPesquisa e Conservaçãobetnacional 1 realMamíferos Carnívoros (Cenap) e da Embrapa.
Importante área úmida no planeta, o Pantanal enfrenta uma seca aguda desde 2019 e com isso tem visto "a quantidadebetnacional 1 realágua reduzir nas planícies e rios, resultandobetnacional 1 realum solo e vegetação extremamente secos, aumentando o riscobetnacional 1 realincêndios", aponta o estudo.
"Embora as mudanças climáticas sejam uma das principais causas dos incêndios descontrolados pelo mundo, e fogos naturais possam ocorrer, no Pantanal quase 98% das queimadas são causadas por atividades humanas, sejam acidentais ou criminais", diz o texto assinado por pesquisadores do bioma.

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Crédito, Fernando Faciole/GRAD

Crédito, Fernando Faciole/GRAD
Ferimentos e mortes
Os animais sofrem impacto direto — como ferimento ou morte — ou indireto, pela perda do habitat diante dos problemas ambientais enfrentados no Pantanal.
Diversos voluntários têm ajudado os animais. No bioma, essas pessoas têm se deparado com cenas como bichos que foram vítimas do fogo ou que sofrem com sede ou fome, diante da devastaçãobetnacional 1 realalguns pontos do Pantanal nos incêndios.
As dificuldades enfrentadas pelas espécies podem ser avistadasbetnacional 1 realdiferentes pontos do bioma.
A veterinária Carla Sassi, do GRAD, coordena uma equipe que já resgatou diversos animais no Pantanal. Os voluntários têm se mobilizado para levar caminhões-pipa e frutas, obtidos por meiobetnacional 1 realdoações, para ajudar os bichos.
"Muitos animais precisam andar longas e longas distâncias para conseguir água e alimentos", explica Sassi. Ela ressalta que nem todos conseguem ir a lugares distantes e, por isso, o apoio dos voluntários se torna fundamental.
Entre os animais que têm lutado para sobreviver no Pantanal estão os jacarés. Uma imagem feitabetnacional 1 realmeadosbetnacional 1 realsetembro pelo biólogo e fotógrafo Fernando Faciole mostra diversos jacarés-do-pantanal amontoados e desnutridos. "A cada dia que passa o nível da água abaixa mais e a situação é crítica", diz Faciole.
A imagem (que abre esta reportagem) foi feitabetnacional 1 realuma ponte da rodovia Transpantaneira, que liga a cidadebetnacional 1 realPoconé (MT) à regiãobetnacional 1 realPorto Jofre, na divisa com Mato Grosso do Sul. Segundo o fotógrafo, voluntários resgataram alguns desses animais e levaram para áreas com água para que possam sobreviver. "Porém, a quantidade desses animais é extremamente grande", afirma.

Crédito, Ahmad Jarrah

Crédito, Ahmad Jarrah

Crédito, Ahmad Jarrah

Crédito, Ahmad Jarrah

Crédito, Ahmad Jarrah
Faciole também fez outros registros que ilustram a situação dos animais no Pantanal. Uma das fotos feitas por ele mostra um quati com as patas queimadas que foi resgatado por voluntáriosbetnacional 1 realuma área remota e muito seca. "O animal estava com uma das patas traseiras queimadas Ele recebeu todos os cuidados e agora passa bem", diz.
Em outra fotografia,betnacional 1 realmeadosbetnacional 1 realsetembro, Faciole registrou um macaco-pregobetnacional 1 realmeio às cinzasbetnacional 1 realuma região tomada pelo fogo. "Os animais, como esse macaco, agora enfrentam a fome cinzenta (causada por incêndios florestais, que destroem os alimentos deles). Muitos se aproximam das equipesbetnacional 1 realresgatebetnacional 1 realbuscabetnacional 1 realajuda", diz.
Ele também fotografou resgatesbetnacional 1 realanimais feridos, bichos mortosbetnacional 1 realregiões sem água, entre outras imagens no Pantanal (algumas disponíveis ao longo desta reportagem).
Outros registros que mostram a situação do Pantanal neste ano, e estão ao longo desta reportagem, foram feitos pelos fotógrafos Bruna Obadowski e Ahmad Jarrah entre o fimbetnacional 1 realagosto e o iníciobetnacional 1 realsetembro. Eles encontraram animais como cobras e macacos-prego carbonizados. Também viram um tuiuiú e uma vaca passando por áreas incendiadasbetnacional 1 realbuscabetnacional 1 realabrigo.
Outra cena que registraram foi uma vaca presa pelo fogo,betnacional 1 realuma das áreas mais afetadas pelas chamas na Transpantaneira, enquanto permanecia à esperabetnacional 1 realajuda. Posteriormente, o animal foi resgatado. "Segundo os brigadistas, é comum os animais ficarem presos pelo fogo e virem a óbito quando não são resgatados a tempo", diz Bruna.
As dificuldades enfrentadas pelos animais no Pantanal devem continuar nas próximas semanas. Isso porque a estiagem deve durar ao menos até meadosbetnacional 1 realoutubro e não há expectativabetnacional 1 realmelhora no nível do rio Paraguai no próximo mês.

Crédito, Ahmad Jarrah

Crédito, Bruna Obadowski

Crédito, Bruna Obadowski

betnacional 1 real Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube betnacional 1 real ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetnacional 1 realautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetnacional 1 realusobetnacional 1 realcookies e os termosbetnacional 1 realprivacidade do Google YouTube antesbetnacional 1 realconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetnacional 1 real"aceitar e continuar".
Finalbetnacional 1 realYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetnacional 1 realautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetnacional 1 realusobetnacional 1 realcookies e os termosbetnacional 1 realprivacidade do Google YouTube antesbetnacional 1 realconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetnacional 1 real"aceitar e continuar".
Finalbetnacional 1 realYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosbetnacional 1 realautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticabetnacional 1 realusobetnacional 1 realcookies e os termosbetnacional 1 realprivacidade do Google YouTube antesbetnacional 1 realconcordar. Para acessar o conteúdo cliquebetnacional 1 real"aceitar e continuar".
Finalbetnacional 1 realYouTube post, 3








