Fotógrafo registra há 50 anos a natureza que o Brasil está destruindo:minimum withdrawal on zebet

Crédito, Araquem Alcantara

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Também prepara uma mostra do seu trabalho para influenciar os líderes mundiais na tomadaminimum withdrawal on zebetdecisões na COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticasminimum withdrawal on zebet2021, prevista para acontecerminimum withdrawal on zebet31minimum withdrawal on zebetoutubro a 12minimum withdrawal on zebetnovembrominimum withdrawal on zebetGlasgow, na Escócia.
"Meu trabalho é resistência da memória. Maisminimum withdrawal on zebet50% do Cerrado já foi; restam só migalhas, nem 1% das matasminimum withdrawal on zebetaraucárias; e a Amazônia começa a entrar no seu pontominimum withdrawal on zebetdeclínio, no seu pontominimum withdrawal on zebetsavanização e daqui a pouco não produz mais chuva", diz Araquém à BBC News Brasil.
"O [historiador americano] Warren Deanminimum withdrawal on zebetdeterminado momento se pergunta: 'Não deveria esse holocausto produzido pelo homem ser relatadominimum withdrawal on zebetgeração para geração? Não deveria o manualminimum withdrawal on zebethistória aprovado pelo Ministério da Educação começar assim: Crianças, vocês vivemminimum withdrawal on zebetum deserto, vamos lhes contar agora como foi que vocês foram deserdadas'", afirma o fotógrafo, citando o autorminimum withdrawal on zebetA Ferro e Fogo, clássico da história ambiental sobre a devastação da Mata Atlântica brasileira.
"É preciso documentar, é preciso mostrar isso, é preciso gritar por mudança já. Ainda bem que, para isso, eu tenho o texto e a foto."

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'Comecei cantando minha aldeia'
Nascidominimum withdrawal on zebetFlorianópolis,minimum withdrawal on zebet1951, Araquém estudouminimum withdrawal on zebetcolégio interno, num seminário carmelitaminimum withdrawal on zebetItu, no interiorminimum withdrawal on zebetSão Paulo. A princípio um amante da escrita, se apaixonou pela imagem numa sessãominimum withdrawal on zebetcinema promovidaminimum withdrawal on zebetSantos pelo agitador cultural francês Maurice Lègeard.
"Eu era meio 'hippão' — ou totalmente 'hippão' —, cabeludão à la Jimi Hendrix. Era um janeirominimum withdrawal on zebet1970, eu tinha 17 anos, nem sabia direito que filme era, eminimum withdrawal on zebetrepente me aconteceu", lembra o fotógrafo.
"O filme se chamava A Ilha Nua,minimum withdrawal on zebetKaneto Shindô, e eu vendo aquilo ali fui ficando transido no escuro dianteminimum withdrawal on zebettanta beleza. Quando acabou o filme, teria uma festa, eu falei à namorada que não iria. 'Eu vou para a praia, preciso pensar'. Na praia do Gonzagaminimum withdrawal on zebetSantos, tirei o tênis, fui andando pela beirada da água e me veio um insight. No dia seguinte, virei fotógrafo."

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Ele conta que começou a fotografar com uma câmera emprestada. "Fui fotografar as putas do cais e os urubusminimum withdrawal on zebetSantos, tema do meu primeiro ensaio."
Mas foi o apocalipse da Cubatão dos anos 1980 — cidade que ficou conhecida como "Vale da Morte", devido à elevada concentraçãominimum withdrawal on zebetpoluentes industriais, impossibilitadosminimum withdrawal on zebetse dispersar pelo paredão da Serra do Mar — que despertou Araquém para a questão ambiental.
"Comecei a cantar minha aldeia. E a minha aldeia, a baixada santista, tinha Cubatão, o rico 'Vale da Morte'. Eu comecei ali a entender o que significava sustentabilidade — ou insustentabilidade. Crianças sem cérebro, a destruiçãominimum withdrawal on zebetfunção da ganância", relata, lembrando das maisminimum withdrawal on zebet30 crianças nascidas mortas devido a anencefalia causada pela exposição das mães à poluição excessiva.
"Ao tomar uma chuva ácida nas costas, ali eu comecei a ser um precursor da fotografiaminimum withdrawal on zebetnatureza e comecei a minha andança, minha Odisseia, que dura até hoje."
Desde então, Araquém passou por veículos diversos da imprensa nacional (os jornais Cidademinimum withdrawal on zebetSantos, O Estadominimum withdrawal on zebetS. Paulo, Jornal da Tarde, O Globo, Tribunaminimum withdrawal on zebetSantos, a revista IstoÉ), fundouminimum withdrawal on zebetprópria editora — a Terra Brasil, batizada a partir do livrominimum withdrawal on zebetmesmo nome, lançadominimum withdrawal on zebet1998 e que desde então já vendeu maisminimum withdrawal on zebet130 mil cópias, num país onde a tiragem média das obras éminimum withdrawal on zebet2,5 mil — publicou 58 livros e ganhou maisminimum withdrawal on zebet100 prêmiosminimum withdrawal on zebettodo o mundo.

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A velhice e as redes sociais
Araquém vive agora a experiênciaminimum withdrawal on zebetenvelhecer como um fotógrafo ainda na ativa.
"Agora, o olhar mais amadurecido já hospeda melhor o silêncio, a percepção, eu já simplifico as coisas. A fotografia é um grande exercíciominimum withdrawal on zebetpaciência eminimum withdrawal on zebetcontemplação, sobretudo aminimum withdrawal on zebetnatureza. O verdadeiro fotógrafominimum withdrawal on zebetnatureza perde 99%minimum withdrawal on zebetsuas fotos, mas aquele 1% corrige tudo sob o céu", afirma,minimum withdrawal on zebetforma grandiloquente.
Bastante ativo nas redes sociais, o fotógrafo teve no iníciominimum withdrawal on zebetagosto umaminimum withdrawal on zebetsuas imagens apagadas pelo Instagram. A fotografia mostrava uma jovem indígena do povo Zo'é dandominimum withdrawal on zebetmamar ao seu filho, ao ladominimum withdrawal on zebetuma outra jovem indígena com os seios à mostra.
A rede social alegou que a imagem ia "contra as diretrizes da comunidade sobre nudez".
"Acho muito importante para o meu trabalho e ominimum withdrawal on zebetoutros fotógrafos e artistas a divulgação nas redes sociais. Mas não dá para entender a faltaminimum withdrawal on zebetcritério, a burrice dos algoritmos", diz.
"O Instagram precisa mudar seus filtros e os artistas precisam se movimentar nesse sentido. O meu gritominimum withdrawal on zebetrepúdio teve esse objetivo", completa.

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Um andarilho na pandemia
Autodefinido como um "fotógrafo andarilho", Araquém decidiu abandonar o isolamento imposto pela pandemia quando,minimum withdrawal on zebetmeadosminimum withdrawal on zebet2020, o Pantanal começou a queimarminimum withdrawal on zebetforma sem precedentes.
"Quando o Pantanal começou a ser incinerado eu pensei: 'Eu não posso ficar aqui'. E aí me expus", lembra o artista. "Nessa ida para o Pantanal, no períodominimum withdrawal on zebetque fiquei lá, eu vi a face do horror. Vi que é possível tudo virar cinza e deserto."

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Esse ano, Araquém volta a campo para uma nova temporada na Amazônia, que deve se estender do fimminimum withdrawal on zebetagosto a outubro, auge do períodominimum withdrawal on zebetqueimadas na região.
"Estou indo para a Amazônia novamente porque as perspectivas são catastróficas", afirma.
"A seca está muito severa e o enfraquecimento todo da fiscalização sugerem mais um anominimum withdrawal on zebetrecordes", alerta, lembrando que o maior númerominimum withdrawal on zebetfocosminimum withdrawal on zebetqueimadas dos últimos 14 anos foi registradominimum withdrawal on zebetjunho, mês que ainda não éminimum withdrawal on zebettemporadaminimum withdrawal on zebetfogo.
"É fundamental uma moratória. É fundamental parar o desmatamento já e a fotografia tem um papel importante nisso."

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As fotografias da viagemminimum withdrawal on zebetagora devem ser aproveitadas no livro sobre a Amazônia voltado para o mercado europeu, que deverá ser divididominimum withdrawal on zebettrês partes: A Terra, O Homem e O Desequilíbrio — uma referência aos Sertõesminimum withdrawal on zebetEuclides da Cunha, cuja obra seminal sobre o conflitominimum withdrawal on zebetCanudos é dividida entre A Terra, O Homem e A Luta.
Primeiro fotógrafo a documentar todos os parques nacionais do Brasil, Araquém avalia que a mudança da política ambiental nacional no período recente é "criminosa".
"É uma coisa catastrófica, um crimeminimum withdrawal on zebetlesa humanidade", afirma. "A questão fundiária na Amazônia precisa ser resolvida e é preciso manter a florestaminimum withdrawal on zebetpé imediatamente. Os governos ignoram a ganância das quadrilhasminimum withdrawal on zebetgrileiros,minimum withdrawal on zebetnomeminimum withdrawal on zebetum falso progresso que só enriquece uma minoria."
"Eu sou uma testemunha ocular dessa barbárie, porque fotografo a natureza desse país há meio século. E me parece que o [antropólogo, historiador, sociólogo e escritor] Darcy Ribeiro tinha razão quando ele disse há vinte anos atrás: 'Só o engajamento total da opinião pública mundial pode salvar a Amazônia'. Então meu grito é um grito por atitude, minha fotografia está a serviço da vida."

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