'Melhora da morte': por que alguns pacientes graves melhoram pouco antesblackjack demorrer?:blackjack de

  • Matheus Magenta
  • Da BBC News Brasilblackjack deLondres
Alita Porto Reis com a neta Samanta no colo

Crédito, Acervo pessoal

Legenda da foto, 'Minha avó melhorou pouco antesblackjack demorrer e minha mãe conseguiu ter por alguns momentos a mãe delablackjack devolta, podendo se despedir', conta Samanta

blackjack de A gaúcha Alita Porto Reis passou a criar seus oito irmãos e irmãs após perderem muito cedo a mãe. Décadas depois, por não conseguir engravidar, decidiu adotar uma garotinha, Ana Lúcia. E ao longo desses anos sustentou a todos com o dinheiro que obtinha ao cozinhar pratos alemães e lavar e costurar roupas. Mas, por volta dos 80 anos, ela começou a perder a independência e a precisarblackjack deajuda por causa da doençablackjack deAlzheimer. Com o tempo não conseguia mais comer, tomar banho e se vestir sozinha. Quase não reconhecia mais ninguém. Só queblackjack deseus últimos diasblackjack devida, Alita teve uma melhora repentina.

"Do nada, começou a conversar com minha mãe. Lembravablackjack detudo", conta a neta Samanta. "Minha avó sempre teve uma personalidade muito forte, mas ela foi esquecendo quem era, perdendoblackjack deessência. E, nos últimos dias, ela voltou."

Aquele retorno teve também um significado especial para a filha Ana Lúcia. "Ela acabou consolando a minha mãe com muito carinho, disse que tudo ia ficar bem no dia 31. Minha mãe chorava muito, dizia que não queria perdê-la. Ela acabou falecendo exatamente no dia 31blackjack deagostoblackjack de2011. De certa forma, tudo isso ajudou muito a minha mãe porque ela pode matar a saudade da mãe dela. Pode sentar e conversar com ela mais uma vez e se despedir."

"Todo mundo que atuablackjack dehospital tem uma história dessas", diz Frederico Fernandes, médico do Hospital das Clínicas da Universidadeblackjack deSão Paulo (USP) e presidente da Sociedade Paulistablackjack dePneumologia e Tisiologia.

Algo parecido pode ser ditoblackjack deasilos. No Reino Unido, uma pesquisablackjack de2008 com profissionais destas instituições apontou que 7blackjack decada 10 presenciaram casosblackjack depacientes com demência ou confusão mental que melhoraram pouco antesblackjack demorrer.

Há termosblackjack dediferentes idiomas e épocas para descrever esse mesmo fenômeno, inexplicável até hoje para a Ciência: melhora da morte, o último adeus, a iluminação antes da morte (da era vitoriana no Reino Unido), a melhora do fim da vida, a visita da saúde, a melhora da despedida, o último uhul!, episódiosblackjack delucidez, a lucidez paradoxal, a lucidez terminal ou o último raioblackjack deSol (do chinês 回光返照).

Mas por que alguns pacientesblackjack dedoenças crônicas ou recentes como a covid-19 apresentam uma melhora súbita antesblackjack demorrer?

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As dúvidas existem pelo menos desde Hipócrates, médico grego considerado o pai da Medicina, que nasceu quatro séculos antesblackjack deCristo.

Ele e outros outros nomes da Grécia Antiga acreditavam que a alma permanecia basicamente intacta enquanto o cérebro é afetado por um mau funcionamento físico ou distúrbios da mente.

"Eles acreditavam que, durante e após a morte, a alma foi libertada das limitações materiais, recuperando todo o seu potencial. A mente humana seria mais do que um mero produto da fisiologia do cérebro, talvez envolvendo até mesmo um tipoblackjack de'sujeito transcendental' ou 'vida interior oculta'", explica à BBC News Brasil o biólogo alemão Michael Nahm, que cunhou o termo "lucidez terminal" para o fenômeno e se debruçou sobre relatos históricos do tipo feitos ao longoblackjack decentenasblackjack deanos.

Há diversas hipóteses que tentam explicar o fenômeno, mas nenhuma delas foi comprovada até agora. Entre elas, oscilações normaisblackjack depacientes graves, uma reação química do corpo que funcionaria como um instintoblackjack desobrevivência, o acaso, a persistência da consciência durante a morte e o viésblackjack deconfirmação, ou seja, pessoas morrem o tempo inteiro, mas acabamos lembrandoblackjack dehistórias surpreendentesblackjack dequem melhorou antesblackjack demorrer.

Há também diversos obstáculos, inclusive éticos, para testar essas hipóteses, como realizar exames invasivosblackjack depacientes graves. Mas qual seria a relevânciablackjack deentender isso tudo?

Para Nahm, estudos podem,blackjack detese, abrir portas para entendermos os mecanismosblackjack detorno da memória para além do sistema nervoso, por exemplo. "Se as memórias não forem armazenadas apenas no cérebro, isso certamente aumentaria nossa compreensão do processamento da memória e da mente humana, porque isso não poderia ser reduzido a um mero subprodutoblackjack deneurônios ativados."

Ilustraçãoblackjack decérebro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Michael Nahm, que cunhou o termo lucidez terminal, afirma que estudos sobre o tema podem apontar que a consciência iria bem além do sistema nervoso

O que dizem os raros estudos

Pesquisadores e especialistas afirmam serem comuns oscilaçõesblackjack deconsciênciablackjack depacientes com demência nas fases iniciais e moderadas da doença.

Mas os casos ligados a esse fenômeno tratam especificamenteblackjack deepisódios inesperadosblackjack delucidez ("episódios espontâneosblackjack decomunicação relevante e significativa")blackjack depessoas que haviam perdido a capacidadeblackjack dese comunicarblackjack deforma compreensiva.

A maioria dos estudos e relatos sobre esse tema se concentrablackjack depacientes com doenças neurodegenerativas, mas há registrosblackjack decasosblackjack depessoas que apresentavam tumores, abscessos no cérebro, meningite, doenças pulmonaresblackjack deestágio avançado, coma ou acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.

E essa melhora súbita nem sempre ocorre às vésperas da morte. Em 2009, Michael Nahm e Bruce Greyson, pesquisador do departamentoblackjack depsiquiatria e ciências neurocomportamentais da Universidade da Virgínia (EUA), levantaram 49 casos descritos na literatura médica.

A pequena amostra não permite conclusões profundas sobre o tema, mas dá algumas pistas do fenômeno ou da tendência dos pesquisadoresblackjack derelatarem mais casos com essas características. Dos 49 casos, 43% foramblackjack demelhora súbita 1 dia antes da morte, 41%blackjack de2 a 7 dias e 10%blackjack de8 a 30 dias.

Mulher sendo amparada por outra

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Há casos relatadosblackjack demelhora súbita antes da morteblackjack depacientes com doenças neurodegenerativas, câncer, meningite, entre outras

A maioria dos pacientes tinha demência, cuja forma mais comum é a doençablackjack deAlzheimer. Em geral, essa síndrome tem um quadroblackjack deatrofia gradual do cérebro, perdablackjack desinapses e neurônios e acúmuloblackjack desubstâncias tóxicas associado a um declínio cognitivo que compromete diversas áreas, como memória, linguagem e raciocínio.

A prevalência da demência entre pacientes com melhora súbita às vésperas da morte aparece tambémblackjack deestudo produzido pelo filósofo e cientista cognitivo Alexander Batthyány, pesquisadorblackjack deinstituições da Hungria, Áustria, Rússia e Liechtenstein.

Ele analisou 38 casos descritosblackjack depacientes com demência. Do total, 44% ocorreram 1 dia antes da morte e 31%,blackjack de2 a 3 dias. Além disso, 43% dos episódios duraram menosblackjack deuma hora e 16% duraram 1 dia ou mais.

Mas, até o momento, não há estudos que apontem quantos casosblackjack defato existem por ano dessa melhora antes da morte. Ou seja, há diversos relatosblackjack decasos publicados, mas nenhum queblackjack defato quantifique ou investigue o que está acontecendo no cérebro durante esses episódios em, por exemplo, pacientes com demência.

As principais hipóteses

Um grupoblackjack dedez pesquisadores, entre eles Nahm e Batthyány, analisoublackjack de2018 as evidências científicasblackjack detorno do fenômeno e chegou à conclusão que é bastante improvável que ele seja explicado por uma regeneração dos neurônios afetados ao longo do tempo.

Por outro lado, essas oscilaçõesblackjack deconsciência podem refletir "ajustes complexosblackjack decascatasblackjack desinalização (um evento desencadeia o outro), modificações sinápticas, interações na rede neuronal e, talvez, compensação ou reversão temporária da inibição funcional crônica devido a proteínas neurotóxicas".

Fernandes, do Hospital das Clínicas da USP, aventa a hipótese, por exemplo,blackjack deo corpo emitir uma descargablackjack dehormôniosblackjack deestresse quando percebe que está próximo da morte, como uma situação conhecida como "luta ou fuga", que é a resposta fisiológica que funciona como uma espécieblackjack deinstintoblackjack depreservação.

Dois profissionaisblackjack desaúde, cobertos por roupas e máscarasblackjack deproteção, se abraçamblackjack decorredorblackjack dehospital

Crédito, PAOLO MIRANDA

Legenda da foto, Para pesquisadores, mesmo sem respostas conclusivas sobre a melhora antes da morte, já é claro como essas experiências podem ajudar a lidar com o luto

Ele explica que, na fase imediata dessa situação, há uma liberaçãoblackjack deadrenalina e outras substâncias que leva a mudanças no corpo, como aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, que melhoram o funcionamentoblackjack deoutros órgãos possivelmente comprometidos, a exemploblackjack deuma melhor ativação neuronal e até da lucidez do paciente.

"Isso pode ser na horablackjack deque o corpo sente que está próximoblackjack demorrer. Ele então teria essa liberação, mas ela é transitória. E quando esses compostos se esgotam, o paciente piora e vem a falecer."

Segundo ele, caso essa explicação seja confirmada, ela também poderia trazer pistas sobre por que essa melhora súbita é rara.

"Em pacientes com doenças respiratórias graves, por exemplo, o consumo dos hormôniosblackjack deestresse já ocorreu antesblackjack deo paciente poder ter a chanceblackjack deter uma melhora como essa. Mas alguns pacientes que têm essa reserva podem conseguir fazer uso desse expediente fisiológico."

Stafford Betty, professorblackjack deEstudos Religiosos da Universidade do Estado da Califórnia, diz que a questão passa pelo que alguns chamamblackjack dealma.

"Penseblackjack deuma mulher que perdeu toda ablackjack decapacidadeblackjack dese comunicar com outras pessoas e, por alguma estranha razão, pouco antesblackjack demorrer, ela irrompe emblackjack deantiga personalidade, com seu cérebro totalmente destruído, e consegueblackjack derepente conversar com pessoas amadas. A razãoblackjack deesses momentosblackjack delucidez aparecerem é que a consciência do ser (que alguns chamamblackjack dealma) conseguiu se desvencilhar do cérebro e funcionar independentemente do sistema nervoso."

Mesmo depois da morte como a conhecemos? Talvez sim, explica a neurofisiologista Jimo Borjigin, da Universidadeblackjack deMichigan.

Ela liderou um estudo com ratosblackjack de2013 que apontou que mesmo após o coração e circulação sanguínea pararem o cérebro continuava funcionando. Mais especificamente, havia ondas gama, associadas nos humanos à consciência. Isso poderia explicar as experiênciasblackjack delucidez terminal, por exemplo.

Norbert Schemm

Crédito, ADAM SCHEMM

Legenda da foto, Com câncer, Alzheimer e oscilaçõesblackjack deconsciência, Norbert Schemm se rodeou por familiares na vésperablackjack demorrer; foto viralizou como um dos exemplosblackjack decomo passar os últimos dias ao ladoblackjack dealguém prestes a morrer

Borjigin explica que alterações nos níveisblackjack deoxigênio levam o cérebro a ser capazblackjack defazer com que pessoas com apneia do sono acordem e voltem a respirar, e um mecanismo semelhante ocorre com pacientesblackjack dedoenças crônicas. "Nesses casos, quando um limite é ultrapassado, o cérebro é ativado e temporariamente aumentablackjack deatividade com um alto nívelblackjack deconsciência que permite falar, agir racionalmente e talvez isso seja o que esteja por trás da lucidez terminal."

Para os pesquisadores que analisaram as evidênciasblackjack detorno da melhora antes da morte, uma das hipóteses que o estudo liderado por Borjigin aponta é que, à medida que os níveisblackjack deoxigênio e glicose caem ou oscilam, há um aumento dos níveisblackjack deneurotransmissores que resultariamblackjack deuma ativação transitória ou instável do cérebro.

"Mas esses aumentosblackjack deatividade elétrica oublackjack deliberaçãoblackjack deneurotransmissores não explicariam como pode haver uma melhoria da comunicação ou da sincronização no cérebro."

Para Peter Fenwick, que foi professor do Institutoblackjack dePsiquiatria do King's Collegeblackjack deLondres e escreveu o livro The Art of Dying (A Arteblackjack deMorrer,blackjack detradução livre), é possível concluir a partir desses relatos que a humanidade ainda não tem uma compreensão adequada da relação entre mente e cérebro.

Para ele, o termo "lucidez terminal" está ligado a um conceito mais antigo, chamado "teoria da transmissão", cunhado no fim do século 19 pelo psicólogo e filósofo americano William James.

Segundo Fenwick, o cérebro seria como uma televisão, mas a mente estáblackjack deoutro lugar, como parteblackjack deuma consciência universal. O cérebro capta o sinal da mente, mas não a produz. Como uma televisão que não produz o programablackjack desi, mas o exibe, como se filtrasse a informação externa. E, quando o cérebro não está funcionando direito, o sinal está lá, mas distorcido. Pouco antesblackjack demorrer, o cérebro parablackjack dedistorcer o sinal, e a mente surge claramente.

O problema para comprovar alguma dessas hipóteses é a sérieblackjack deobstáculos logísticos, científicos e éticos.

Um exemplo é que esses pacientes já não podem, por si sós, autorizarem a participaçãoblackjack deestudos científicos. Outro é que submeter pessoas nesse estágio da vida a exames (invasivos ou não) poderia afetar a saúde delas ou mesmo impedi-lasblackjack deviver esse momento significativo com entes próximos.

Paciente na cama

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para alguns pesquisadores, o fenômeno da melhora súbita não está necessariamente ligado ao momento que antecede a morte

Caso os cientistas consigam encontrar soluções para essas barreiras, há diversos caminhos possíveis apontados pelo Instituto Nacionalblackjack deEnvelhecimento dos Estados Unidos (NIA, na siglablackjack deinglês), que passou a financiar estudos para entender os episódiosblackjack delucidezblackjack depacientes com demência avançada, não necessariamente pouco antes da morte. Por isso, especialistas do instituto falamblackjack de"lucidez paradoxal" e nãoblackjack de"lucidez terminal".

Entre eles, projetos com monitoramentoblackjack deáudio e vídeo desses pacientes durante esses episódios ou questionários retrospectivos com profissionaisblackjack desaúde e familiares que levantem dados sobre quão frequentes eles são, fatores genéticos, o conteúdo das conversas, medicamentosblackjack deuso, entre outros.

Para Basil Eldadah, supervisor médico no NIA, entender esse fenômeno pode transformar o que se sabe sobre deficiência cognitiva e demência.

"Também podemos ampliar nossa compreensão sobre consciência e personalidadeblackjack depessoas com demência, o que pode afetar a maneira como cuidamos delas. E compreender melhor a lucidez paradoxal poderia ajudar os cuidadores a lidar com as preocupações éticas eblackjack detomadablackjack dedecisão que podem surgir após testemunhar um episódioblackjack delucidez", disse ele, ao convidar pesquisadores a se debruçarem sobre o tema.

Viésblackjack deconfirmação e significados para os familiares

Uma das principais hipóteses aventadas para o fenômeno passa pelo viésblackjack deconfirmação, que é a tendência a procurarmos sempre por mais evidências que confirmem nossa opinião.

Durante décadas, estudos sobre o viésblackjack deconfirmação mostraram que é mais provável que a gente pesquise, preste atenção e se lembreblackjack dealgo que valide nossas crenças.

Nesse caso, o viés confirmatório teria um componente fortemente afetivo.

"O fatoblackjack deserem histórias marcantes faz com que a gente hipervalorize a frequência delas na nossa memória e com isso a gente tenha a impressãoblackjack deque se tratablackjack dealgo muito mais frequente do que realmente é. E talvez seja essa explicação. Talvez sejam acontecimentos ao acaso que a gente simplesmente transformablackjack deeventos", afirma Fernandes, do Hospital das Clínicas da USP.

Nahm, que cunhou o termo "lucidez terminal", diz que "o viésblackjack deconfirmação pode muito bem ser um fator" e "é por isso que documentar as ocorrências da inversão lúcida no cursoblackjack dedoenças demenciais é tão importante". Mas acredita que "a neurofisiologia do cérebro desempenhe um papel relevante" nesse fenômeno e não seja "o caso apenasblackjack deum viésblackjack deconfirmação".

A médica Suelen Medeirosblackjack deMacedo, coordenadora do serviçoblackjack decuidados paliativos do hospital Sírio Libanêsblackjack deBrasília, discorda. Segundo ela, flutuaçõesblackjack deconsciência fazem parte da trajetóriablackjack depacientes com doenças gravesblackjack decontextoblackjack defimblackjack devida.

Paciente junto à família

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para a médica paliativista Suellen Medeirosblackjack deMacedo, não cabe ao profissionalblackjack desaúde interferir nas crenças e nos significados das famílias sobre uma eventual melhora súbita antes da morte

"Há alguns diasblackjack deque o paciente está melhor e há alguns diasblackjack deque ele está pior. E pode ser que coincidentemente,blackjack deforma aleatória, aconteça algum tipoblackjack demelhora do quadro antesblackjack devir a falecer, mas sem relaçãoblackjack decausa e efeito. A gente tende a lembrar mais dos pacientes que melhoram, mas depois falecem, do que daqueles que melhoram e não falecem logo depois."

O segmentoblackjack decuidados paliativos é uma abordagem multidisciplinar (médicos, psicólogos e enfermeiros, por exemplo) que cuidablackjack depacientes com doenças graves com enfoqueblackjack dequalidadeblackjack devida e controleblackjack desintomas.

Segundo ela, mesmo neste setor, o númeroblackjack decasosblackjack demelhora súbita pouco antes da morte é muito pequeno, e por isso, na avaliação dela, não é possível estabelecer a relaçãoblackjack decausa e efeito para o fenômeno.

Mas isso não chega a esvaziarblackjack deimportância. Pelo contrário. Medeirosblackjack deMacedo afirma que não cabe a ela, como médica, invalidar crenças espirituais ou tentar dar explicações a perguntasblackjack defamiliares como "ele melhorou para se despedir?" ou "ele vai receber alta e poder voltar para a casa?".

"Quando eu me deparo com uma situação dessablackjack deque não há explicações técnicas, o que eu tento trazer e desenhar com a família é entender qual é o significado que a família traz para aquilo e como aquela experiência que a família está tendo pode até ajudar a lidar com aquela dor."

Ela conta que por anos buscou explicações técnicas para as experiências com pacientesblackjack defimblackjack devida, mas com o tempo percebeu que não precisava delas.

"Hoje me preocupo muito maisblackjack desaber o quanto que isso trazblackjack designificado para a família eblackjack deempoderá-la a aproveitar esse momento. Falo que devemos aproveitar o diablackjack dehoje. O paciente está conversando. Fale o que você quer dizer, ouça o que ele tem a dizer. Porque esse momento transforma a vida. É quase um presente. Se amanhã vier a morte ou a melhora, a gente vai viver o diablackjack deamanhã. Mas hoje o que a gente tem é essa melhora e nos cabe aproveitá-la."

A médica recorda do casoblackjack deum paciente que, pouco antesblackjack demorrer, estava bastante sonolento e mal respondia aos estímulos, como costuma ocorrer quando a morte se aproxima. Sua família queria muito que ele conseguisse resistir até a chegadablackjack dedois netos para que pudesse benzê-los, como fazia antesblackjack deadoecer.

"Quando os netos chegaram, surpreendentemente ele abriu os olhos, sentou e com a voz bem baixa fez uma oração para cada neto. Era um momento sagrado para a família. E a mulher dele me olhou sorrindo como quem dizia 'Era disso que precisávamos'." Ele acabaria morrendo horas depois.

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