CPI da Covid: Em meio a colapso por faltaparimatch apostasoxigênio, Manaus fez apelo por azitromicina e ivermectina ao Ministério da Saúde:parimatch apostas

Logo no início do ofício, a secretária diz que "a situação é caótica no Estado, e mais especialmente da capital amazonense, dado o crescente e explosivo númeroparimatch apostascasosparimatch apostasCOVID-19". Em outro trecho, destaca que Manaus encontra-se "com a rede hospitalar, a cargo do estado,parimatch apostasviasparimatch apostascolapsar mais uma vez",parimatch apostasreferência à primeira crise no sistemaparimatch apostassaúde do Amazonasparimatch apostas2020, no início da pandemia.

Em meio a esse cenário descrito no ofício, Fraxe ressalta a carênciaparimatch apostasrecursos financeiros,parimatch apostasprofissionaisparimatch apostassaúde eparimatch apostasinsumos e medicamentos na redeparimatch apostassaúde para enfrentar a pandemia. Chama atenção, porém, a ênfase dada à necessidadeparimatch apostasrepor os estoquesparimatch apostasazitromicina e ivermectina, medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid.

"Registramos que o estoqueparimatch apostasAzitromicina, Ivermectina, prednisona e dexametasona, estão baixíssimos, e é imperativa uma ação saneadora para tal", diz o ofício.

Outro trecho do documento solicita também o envioparimatch apostas150 mil comprimidosparimatch apostashidroxicloroquina, quantidade que depois foi corrigidaparimatch apostasoutra comunicação ao ministério para dez mil comprimidos.

Azitromicina, ivermectina e hidroxicloroquina são medicamentos que, embora sem eficácia comprovada contra covid-19, fazem parte do chamado "tratamento precoce" defendido pelo governo Jair Bolsonaro. Já prednisona e dexametasona são corticoides recomendados pela Organização Mundialparimatch apostasSaúde (OMS) para tratar casos gravesparimatch apostascovid-19 - as substâncias não atingem o vírus diretamente, mas combatem inflamações causadas pela doença.

Após esse primeiro pedido, a secretáriaparimatch apostasSaúdeparimatch apostasManaus enviou outro ofício endereçado a Pazuelloparimatch apostas14parimatch apostasjaneiro, insistindo na necessidade dos medicamentos ineficazes e tratando essas substâncias como "essenciais" para enfrentar a crise na capital amazonense.

"Baixo estoque ou estoque zeradoparimatch apostasmedicamentos essenciais para a profilaxia ou tratamentoparimatch apostascasos suspeitos ou positivadosparimatch apostasCOVID-19, sendo esse um dos mais graves problemas, dada as dificuldades regionaisparimatch apostasaquisição e entrega imediata,parimatch apostasespecial,parimatch apostasAzitromicina e Ivermectina, que para o primeiro encontramos um estoque para menosparimatch apostas20 dias, e para o segundo o ESTOQUE ZERADO", diz o ofício.

Mais à frente, outro trecho insiste: "Encontramos estoques zeradosparimatch apostasIvermectina, e também dificuldades para aquisição, com entrega imediata. Há processos emergenciais e por dispensaparimatch apostascurso, mas o medicamento tem se revelado o mais promissor tanto na profilaxia quanto no tratamento".

Os documentos enviados à CPI pela Secretariaparimatch apostasSaúdeparimatch apostasManaus mostram que o Ministério da Saúde respondeu aos pedidosparimatch apostas21parimatch apostasjaneiro. A pasta concordouparimatch apostasfornecer os dez mil comprimidosparimatch apostashidroxicloroquina e informou o envioparimatch apostas60 mil comprimidosparimatch apostasAzitromicina ao Estado do Amazonas, dos quais um terço seria destinado à prefeituraparimatch apostasManaus.

Além disso, o ministério disse que enviaria 250 mil comprimidosparimatch apostasfosfatoparimatch apostasoseltamivir, conhecido pelo nome comercial Tamiflu. Usado para tratamentoparimatch apostasalguns tiposparimatch apostasgripes, incluindo a H1N1, o medicamento também não tem eficácia para covid-19.

O pedido da Prefeituraparimatch apostasManaus por substâncias ineficazes ocorreuparimatch apostasum contextoparimatch apostasque os remédios eram demandados pela própria população local, sob incentivo do governo Bolsonaro.

Essa situação foi descrita pelo coordenador da UTI do Hospital Getúlio Vargas,parimatch apostasManaus, Anfremon Neto,parimatch apostasdesabafo gravadoparimatch apostas15parimatch apostasjaneiro que viralizou nas redes sociais. Ele regiu a uma fala do presidenteparimatch apostas12parimatch apostasjaneiro, afirmando que Manaus "estava um caos" porque "não faziam tratamento precoce".

"O nosso governo tem sido negacionistaparimatch apostasrelação à pandemia, relativiza tudo, banaliza tudo. A última foi dizer que o que está acontecendo aquiparimatch apostasManaus é porque a gente não faz tratamento precoce", criticou Anfremon Neto.

"Eles (os pacientes) sabem, já compram (os medicamentos), fazem estoqueparimatch apostascasa e começam a tomar sozinhos. Então, gente, quem for ver esse vídeo: não é faltaparimatch apostastratamento precoce. Isso é sacanagem com a gente que trabalha aqui. Dizer que o que tá acontecendo aqui é faltaparimatch apostastratamento precoce", disse ainda.

A BBC News Brasil enviou questionamentos à Prefeituraparimatch apostasManaus e ao Ministério da Saúde no início da tardeparimatch apostassegunda-feira (14/06), solicitando retorno até a noite do mesmo dia. A prefeitura não respondeu, enquanto o ministério disse que precisavaparimatch apostasum prazo maior para se manifestar. A reportagem será atualizada assim que a pasta se enviar suas respostas.

Os documentos enviados à CPI pela Secretariaparimatch apostasSaúdeparimatch apostasManaus mostrando a comunicação do órgão com o Ministério da Saúde não indicam qualquer pedido da prefeitura por fornecimentoparimatch apostasoxigênio no inícioparimatch apostasjaneiro.

Em manifestação à comissão, o órgão diz que não faltou oxigênio nos dois serviços da rede municipal que usam o insumo: a Maternidade Dr. Moura Tapajóz e o Serviçoparimatch apostasAtendimento Móvelparimatch apostasUrgência (SAMU).

"Não houve, pois, faltaparimatch apostasoxigênio medicinal nas unidadesparimatch apostassaúde sob gestão municipal, e não há registrosparimatch apostasóbitosparimatch apostaspacientes,parimatch apostasdecorrênciaparimatch apostasfaltaparimatch apostasoxigênio medicinalparimatch apostaspacientes internadosparimatch apostasambiente hospitalar", conclui a manifestação à CPI.

Governo do Amazonas também pediu cloroquina

A resposta das autoridades ao colapso do sistemaparimatch apostassaúde do Amazonas é o principal foco da CPI nesta terça-feira (15/06), com o depoimento do ex-secretárioparimatch apostasSaúde do Amazonas, Marcellus Campêlo. Investigado por supostos desviosparimatch apostasrecursos destinados ao combate da pandemia, ele nega ter cometido qualquer ilegalidade.

Documentos enviados pelo governo estadual à comissão também indicam que houve solicitaçãoparimatch apostasremédio ineficaz durante o colapso da redeparimatch apostassaúde. Uma lista com resumo dos pedidos ao Ministério da Saúde mostra queparimatch apostas5parimatch apostasjaneiro houve "Solicitaçãoparimatch apostasCloroquina" por meio do ofício nº 0052/2021- GAB/SES-AM.

A BBC News Brasil, no entanto, não localizou esse documento entre os anexos enviados à CPI para que pudesse checar seu teor. O documento foi solicitado à Secretaria Estadualparimatch apostasSaúde, mas não houve retorno até o fechamento da reportagem.

Já outro ofício disponibilizado pela Secretariaparimatch apostasSaúde do Amazonas à comissão mostra queparimatch apostas13parimatch apostasjaneiro Marcellus Campêlo pediu ao Ministério da Saúde que fossem cedidos 16 farmacêuticos para a implementação no Estado do "projeto TrateCov Brasil", uma plataforma desenvolvida pelo governo federal para prescrever o "tratamento precoce" onlineparimatch apostasforma rápida.

A plataforma chegou a ser lançadaparimatch apostasManausparimatch apostas11parimatch apostasjaneiro,parimatch apostasevento com participação do então ministro Pazuello, mas foi tirada do ar após reportagens mostrarem que a ferramenta prescrevia medicamentos ineficazes contra covid-19 indiscriminadamente, até mesmo para bebês.

Os documentos enviados à CPI também mostram os pedidos do governo do Amazonas para que o governo federal apoiasse o Estado no abastecimentoparimatch apostasoxigênio, confirmando informações já noticiadas pela imprensa brasileira.

O primeiro deles é um ofícioparimatch apostas07/01, uma semana antes do colapso,parimatch apostasque Campêlo pediu ao Comando Militar da Amazônia apoio no transporte do gásparimatch apostasBelém, no Pará, para o Amazonas. O documento diz que houve "súbito aumento no consumo (de oxigênio)" devido "à alta da contaminação (do coronavírus)".

Segundo reportagem do portal G1parimatch apostasmaio, tambémparimatch apostas07/01 Campêlo comunicou por telefone Pazuello sobre a iminente faltaparimatch apostasoxigênio.

As informações contrariam a versão do ex-ministro, que disse à CPI ter sido comunicado pelas autoridades locais sobre o riscoparimatch apostasfaltar o insumo apenas na noiteparimatch apostas10parimatch apostasjaneiro.

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