Auxílio emergencial: Com benefício reduzidobonus sem registro2021, Brasil terá 61 milhões na pobreza:bonus sem registro

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Para as pesquisadoras Luiza Nassif-Pires, Luísa Cardoso e Ana Luíza Matosbonus sem registroOliveira, autoras do estudo, o aumento da miséria esperado para esse ano revela que o auxílio emergencial com valor médiobonus sem registroR$ 250 é insuficiente para recompor a perdabonus sem registrorenda da população mais pobrebonus sem registromeio à pior fase da crisebonus sem registrosaúde pública provocada pela covid-19.
"Já havia um crescimento da pobreza antes da pandemia, isso só não se agravou no ano passado devido ao auxílio emergencialbonus sem registroR$ 600 a R$ 1.200", observa Oliveira.
"O novo modelo do auxílio, que sofreu um corte significativo, está deixando grande parte da população desamparada", acrescenta a economista, lembrando ainda que a quedabonus sem registro4,1% do PIB (Produto Interno Bruto)bonus sem registro2020 só não foi maior devido ao benefício, que permitiu a parcela significativa da população manter um nível mínimobonus sem registroconsumo.
As economistas destacam ainda que as mulheres e a população negra são as mais afetadas por essa grave piora das condiçõesbonus sem registrovida no país.

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Pobreza vem crescendo desde 2015
Até 2014, a pobreza diminuiu durante anos no Brasil, graças ao avançobonus sem registropolíticas sociais como o Bolsa Família, os ganhos reais do salário mínimo e a ampliação do acesso à educação.
Em 2015, sob efeito da crise econômica, a tendência se inverteu e a miséria voltou a crescer ano após ano. A trajetóriabonus sem registroalta, no entanto, foi interrompidabonus sem registro2020, graças ao efeito do auxílio emergencial.
O benefício foi criadobonus sem registroabril do ano passado, com valorbonus sem registroR$ 600, que podia chegar a R$ 1.200 para mães solteiras chefesbonus sem registrofamília. Foram pagas cinco parcelas nesses valores cheios e outras quatro com os valores reduzido à metade, num totalbonus sem registroR$ 295 bilhões.
Em julhobonus sem registro2020, mêsbonus sem registroque o efeito do benefício atingiu o seu auge, a taxabonus sem registroextrema pobreza do país foi reduzida a 2,4% e abonus sem registropobreza a 20,3%, estimam as pesquisadoras, com basebonus sem registrodados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostrabonus sem registroDomicílios) Contínua e da Pnad Covid-19 do IBGE (Instituto Brasileirobonus sem registroGeografia e Estatística).
Foram os patamares mais baixos já registrados para esses indicadoresbonus sem registropelo menos 40 anos, conforme uma série mais longa produzida pelo pesquisador Daniel Duque, do Ibre-FGV (Instituto Brasileirobonus sem registroEconomia da Fundação Getúlio Vargas).
A títulobonus sem registrocomparação, essas mesmas taxas erambonus sem registro6,6% e 24,8%bonus sem registro2019, antes da pandemia. Agorabonus sem registro2021, a expectativa ébonus sem registroque a extrema pobreza atinja 9,1% da população e a pobreza chegue a 28,9%.

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Neste ano, a populaçãobonus sem registrobaixa renda ficou sem auxílio nenhumbonus sem registrojaneiro a março. Em abril, o pagamento começou a ser feito primeiramente apenas através do aplicativo da Caixa, o que dificultou o uso do recurso por parte das famílias, que têm dificuldadebonus sem registroacesso à internet.
O valor do benefício foi reduzido a uma média R$ 250, variando entre R$ 150 para pessoas que moram sozinhas, R$ 250 para domicílios com maisbonus sem registrouma pessoa e R$ 375 para mães solo.
O universobonus sem registrobeneficiários foi diminuídobonus sem registro68,2 milhõesbonus sem registropessoasbonus sem registro2020, para 45,6 milhõesbonus sem registrofamíliasbonus sem registro2021.
O saque foi restrito a uma pessoa por família e limitado a indivíduos que já receberam o auxíliobonus sem registro2020 - o que significa que quem perder a renda esse ano, não poderá contar com a ajuda.
O montante autorizado pelo Congresso para o auxílio emergencialbonus sem registro2021 ébonus sem registroR$ 44 bilhões, comparado aos R$ 295 bilhões do ano passado. Está previsto o pagamentobonus sem registroquatro parcelas este ano, ante nove parcelas pagasbonus sem registro2020.
"Estamos no pior momento da pandemiabonus sem registrotermos sanitários, com diversas cidades voltando a restringir atividades e, justamente agora, foi reduzido o estímulo fiscal", observa Oliveira, que é professora visitante da Flacso Brasil (Faculdade Latino-Americanabonus sem registroCiências Sociais) e coordenadora-geral da secretaria executiva da Frente Parlamentar Mistabonus sem registroDefesa do Serviço Público.
"Isso deve ter um impacto não só para a população vulnerável, mas também um efeito macroeconômico muito grande. Então é um problema para os mais pobres e para o Brasil como um todo."
Mulheres negras são as mais prejudicadas
Embora a redução do estímulo fiscal afete o Brasil como um todo, são as mulheres negras as mais prejudicadas pela redução do auxílio emergencialbonus sem registro2021, aponta o estudo lançado nesta quinta-feira pelo Made-USP.
Antes da pandemia, a pobreza atingia 33% das mulheres negras, 32% dos homens negros e 15% das mulheres brancas e dos homens brancos. Com o auxílio reduzidobonus sem registro2021, esses mesmos indicadores devem subir a 38%, 36% e 19%.
Já a taxabonus sem registroextrema pobreza, antes da crise, erabonus sem registro9,2% entre mulheres negras, 8,9% entre homens negros, 3,5% entre mulheres brancas e 3,4% entre homens brancos.
Com o benefício emergencial nos valoresbonus sem registro2021, a miséria deve chegar a percentuais muito acima dos verificados antes da crise: respectivamente, 12,3%, 11,6%, 5,6% e 5,5%.

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"De modo geral, as mulheres estão mais sujeitas à pobreza", observa Nassif-Pires, professora no Levy Economics Institute do Bard College (EUA).
"Elas são mais propensas a terem emprego informal, estão segregadasbonus sem registroocupações que pagam menos e existe um hiato salarial entre homens e mulheres mesmo dentrobonus sem registrouma mesma ocupação. Além disso, elas mais frequentemente têm dependentes do que os homens", diz a economista.
"Então, há toda uma questão que vembonus sem registroantes da pandemia, mas tudo isso se agrava com a crise, porque, devido à informalidade maior, é mais fácil para elas perderem o emprego", destaca, acrescentando que a pandemia também exigiu maior produção dentrobonus sem registrocasa,bonus sem registroatividadesbonus sem registrocuidado dos filhos ebonus sem registroidosos, que são no geral realizadas pelas mulheres.
"Em casais heterossexuais, frequentemente é a mulher que abre mão do emprego", lembra a professora do Bard College. Além disso, com as escolas e creches fechadas, muitas mulheres tiveram que deixar seus trabalhos forabonus sem registrocasa por não terem com quem deixar as crianças.
"Em resumo, como a posição das mulheres no mercadobonus sem registrotrabalho já é mais vulnerável, quando tem uma crise, elas são mais atingidas", sintetiza Nassif-Pires.
Com relação à população negra, a pesquisadora é enfática quanto à origem das maiores taxasbonus sem registropobreza desta parcela dos brasileiros: a herança da escravidão.
"Essa é a resposta rápida, mas, para além disso, há todo um racismo estrutural que resulta que, mesmo para um grupobonus sem registropessoas com a mesma escolaridade, há diferenças no nível salarial, nos tiposbonus sem registroocupação e na taxabonus sem registroinformalidade entre negros e brancos."
"Então existe um racismo muito forte dentro do mercadobonus sem registrotrabalho que coloca a população negra numa posição um tanto mais precáriabonus sem registrotermosbonus sem registrotrabalho formal", observa.
'Estados deveriam complementar auxílio'
Para Oliveira, a pesquisa deixa evidente que são as mulheres negras as que mais estão sofrendo com a crise atual.
"Fica claro que precisamosbonus sem registropolíticas específicas voltadas para esse grupo", diz a pesquisadora. "Precisamos também entender como a política fiscal e a política econômica como um todo impactam especificamente essa parcela da população."
A professora da Flacso-Brasil destaca, por exemplo, que cortesbonus sem registrorecursos destinados à saúde, educação e assistência social afetam diretamente essa população mais vulnerável.
Além disso, a pandemia traz o riscobonus sem registroque avanços conquistados nas últimas décadas na redução da desigualdade racial ebonus sem registrogênero se percam, caso o Estado não dê uma resposta, na formabonus sem registromedidasbonus sem registroapoio a essa população.
"Recomendamos a continuação do auxílio enquanto a pandemia durar e o pagamentobonus sem registroauxílios adicionais por Estados e municípios, para complementar esse valor tão baixo do auxílio federalbonus sem registro2021", diz Cardoso, pesquisadorabonus sem registropós-doutorado na UFMG (Universidade Federalbonus sem registroMinas Gerais).

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"Além disso, indicamos também a elaboraçãobonus sem registropolíticas voltadas aos jovens e crianças que estãobonus sem registrocasa, como políticasbonus sem registroacesso à internet para os alunosbonus sem registroescolas públicas, porque a pobreza tem um caráter geracional", afirma a economista e demógrafa.
"Então esse impactobonus sem registroagora que as famílias estão sofrendo não vai durar apenas um ano ou dois. É muito provável que isso se estenda e tenha reflexos no futuro também."
Para Cardoso, a demora do governo para retomar o auxíliobonus sem registro2021 e os baixos valores estabelecidos mostram o descaso do governo com a população e com o combate às desigualdades. "Essas coisas deveriam ser prioridades", avalia.
Quanto à viabilidadebonus sem registrose estender o auxílio enquanto durar a pandemia, Nassif-Pires avalia que a restrição financeira imposta pelo tetobonus sem registrogastos é uma limitação política.
"O espaço fiscal poderia existir, mas existe um embate político por esse espaço", afirma.
"Pensandobonus sem registroforma estratégica, o custo do auxílio emergencial não é somente o seu valorbonus sem registroface, porque há um retorno disso. Ele faz com que a economia continue funcionando, então seu custo líquido é muito menor do que aquele que vai aparecer no Orçamento."
Além disso, a professora destaca que o auxílio emergencial tem papel fundamental no controle da pandemia.
"As pessoas que estão na extrema pobreza e na pobreza não têm a possiblidadebonus sem registroescolher cuidarbonus sem registrosua saúde. Elas estão numa situaçãobonus sem registrovida ou morte diária e não podem deixarbonus sem registrotrabalhar, mesmo que estejam doentes ou trabalhandobonus sem registrosituações precárias e expostas à pandemia", diz a economista.
"Manter a economia funcionando apesar da emergênciabonus sem registrosaúde, às custasbonus sem registroas pessoas precisarem se expor para sobreviver, tem impacto sobre a própria continuidade da pandemia. O problema econômico é resultado do problema sanitário."
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