‘Não tem UTI, amo vcs’: a história por trás do tuíte viral que revela mensagenscasa dando bônusmãe morta por covid-19 no RS:casa dando bônus

A situação vivida por Valéria ilustra o caos no paíscasa dando bônusdecorrência da covid-19 — nos últimos dias, o Brasil registrou sucessivos recordescasa dando bônusmortes e se aproximoucasa dando bônus2 mil óbitos pelo novo coronavíruscasa dando bônus24 horas.

Internação e faltacasa dando bônusUTI

A família relata que Valéria sempre adotou os cuidados necessários para que não fosse infectada pelo coronavírus.

Os parentes acreditam que ela, que era donacasa dando bônusuma sorveteria na cidadecasa dando bônusEsteio, tenha sido infectada pelo coronavírus enquanto atendia algum cliente. "As pessoas pouco se importavam. A minha mãe cansoucasa dando bônusbrigar com clientes (para que usassem máscara)", relata Giulia.

Os primeiros sintomas da comerciante começaram por voltacasa dando bônus14casa dando bônusfevereiro, quando ela passou a tossir muito. Dias depois, fez um teste que apontou que ela e o marido estavam com o novo coronavírus. O casal ficou isolado. Giulia, que mora com a avócasa dando bônusoutra casa, relata que a mãe chegou a ir algumas vezes ao hospital, mas logo era liberada.

"Os hospitais estavam cheios, então os profissionaiscasa dando bônussaúde viam alguma melhora nela e a liberavam para que outra pessoa pudesse ser atendida também", relata a jovem.

Em 20casa dando bônusfevereiro, a situação se agravou. Valéria, que tinha diabetes e asma, teve os pulmões duramente comprometidos pelo coronavírus. Ela foi internada na áreacasa dando bônusemergênciacasa dando bônusuma unidadecasa dando bônussaúde pública.

"Ela sempre mandava mensagens para a gente porque podia ficar com o celular enquanto estava internada. Porém, ninguém podia visitá-la, só o meu pai que podia ir para levar algo que ela precisasse", relembra a jovem.

No último sábado, o quadrocasa dando bônusValéria se agravou ainda mais. Os médicos orientaram que ela fosse encaminhada para uma Unidadecasa dando bônusTerapia Intensiva (UTI). Mas diante do cenáriocasa dando bônusfaltacasa dando bônusleitos no Rio Grande do Sul, ela não conseguiu.

Comocasa dando bônusdiversas partes do Brasil, a atual situação da pandemia no Rio Grande do Sul é considerada extremamente preocupante. O cenário é o pior desde os primeiros registroscasa dando bônuscovid-19. Há filacasa dando bônusespera por um leitocasa dando bônusUTI. O governo do Estado avalia o aluguelcasa dando bônuscontêineres refrigerados para acomodar um eventual excessocasa dando bônuscorpos.

"Ela precisava disso (um leitocasa dando bônusUTI). Ligamos para hospitais, até do litoral, inclusive particulares, e nada. Havia um leitocasa dando bônusum hospitalcasa dando bônusSanta Maria, mas era a cinco horacasa dando bônusviagem e os médicos avisaram que ela não aguentaria o trajeto", diz Giulia à BBC News Brasil.

"A faltacasa dando bônusUTI se dá pelo colapso da redecasa dando bônussaúde, como já haviam dito que aconteceria desde o ano passado, mas ninguém levou a sério", acrescenta a jovem.

Quando soube da situação da mãe, Giulia mandou as mensagens para saber como ela estava.

"Mãe, eu tô torcendo por ti. Eu te amo muito", escreveu a jovem. "Tu tem que ser firme. Tem que me ver formar", acrescentou a filha para a mãe, nas mensagens por WhatsApp. Foi o último contato entre elas.

"A saturação dela ficou muito baixa e ela precisou ser intubada. O médico disse ao meu pai que o quadro dela era grave e explicou que o problema era a asma dela e um quadrocasa dando bônuspneumonia", relata.

Sem leitocasa dando bônusUTI, a comerciante permaneceu na áreacasa dando bônusemergência. "O hospital fez o possível para equipar o leito dela (na emergência). Mesmo com ajuda do respirador, a saturação dela não melhorava", relata Giulia.

"Foi tudo muito terrível e muito rápido", lamenta Giulia. Na terça-feira, a comerciante teve uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.

"Eu fico muito frustrada. Se não fossem as aglomerações e faltacasa dando bônusposicionamento decente dos governos, minha mãe poderia estar aqui ainda", diz a jovem.

Conscientização

Depois da morte da mãe, Giulia decidiu compartilharcasa dando bônusseu perfil no Twitter as últimas mensagens trocadas entre elas para tentar conscientizar outras pessoas sobre a gravidade da covid-19.

"Fiqueicasa dando bônuschoquecasa dando bônuscomo (a publicação) viralizou. A postagem foi, acimacasa dando bônustudo, um desabafo", diz a jovem à BBC News Brasil.

Depois da repercussão, ela recebeu inúmeras mensagenscasa dando bônuscarinho. A jovem agradeceu as manifestações na rede social. "Não estou conseguindo responder as pessoas porque não tenho forças", escreveu no Twitter.

"Uma das piores partes é que ninguém pode ou quer vir me ver e dar um abraço, por causa da covid-19. Vocês não têm noçãocasa dando bônuscomo é solitário", desabafou Giulia na rede social — ela está com suspeitacasa dando bônuscovid-19 e aguarda o resultado do exame.

Por meio do Twitter, a jovem recebeu diversos relatoscasa dando bônuspessoas que também perderam parentes para a covid-19, que já matou maiscasa dando bônus260,9 mil pessoas no país. Nas mensagens, muitos relataram a tristeza após a morte do ente queridocasa dando bônusdecorrência do coronavírus.

"Sinto muito pelacasa dando bônusperda. Essa foi a última mensagem com a minha mãe antescasa dando bônusela ir pra UTI. Depois ela só foi piorando. Hoje só restam a saudade e um aperto no coração", escreveu o universitário Kayk Cezarino,casa dando bônus27 anos.

Na postagem, ele compartilhou mensagenscasa dando bônussetembro passado, nas quais diz para a mãe que a ama e que a situação dela irá melhorar. Ela morreu dias depois,casa dando bônusdecorrência da covid-19.

"Senticasa dando bônusdor daqui! Perdi meu pai também (em razão da covid-19), vai fazer um mês! Dói muito, muito. É avassalador!", escreveu uma outra jovem.

Alémcasa dando bônusGiulia, Valéria também deixa outras duas filhas, uma jovemcasa dando bônus22 e uma garotacasa dando bônusoito anos. "A minha mãe era o meu porto seguro. Nós teremos que aprender a caminhar sem a segurançacasa dando bônuster alguém como ela para nos acolher", diz a primogênita à BBC News Brasil.

"Eu escolhi o caixão mais bonito que tinha para ela. Espero que ninguém mais tenha que passar por essa dor tão cedo na vida", escreveu a jovem no Twitter.

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