Por que Bolsonaro pode sofrer uma 'tempestade perfeita' na política e na economia1xbet 962021:1xbet 96

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Segundo projeção1xbet 96um sociólogo ouvido pela BBC News Brasil, cerca1xbet 96um terço da população brasileira estaria hoje vivendo abaixo da linha da pobreza definida pelo Banco Mundial (R$ 434 por pessoa por mês), se não fosse pelo auxílio.
No xadrez político1xbet 96Brasília, o presidente enfrentará um período1xbet 96incertezas: Câmara e Senado definirão no dia 1º1xbet 96fevereiro seus presidentes para os próximos dois anos, o que obrigará Bolsonaro a fazer novas concessões e acordos para tentar emplacar aliados no comando das duas casas legislativas.
Para complicar, o Congresso entrará 2021 sem a Lei Orçamentária Anual (LOA) do ano que vem aprovada, o que limitará a capacidade1xbet 96gastos do governo ao mínimo, pelo menos nos primeiros meses.
Finalmente, há a pandemia do novo coronavírus: no fim1xbet 962020, o país voltou a registrar um novo aumento no número1xbet 96casos e1xbet 96mortes, depois1xbet 96meses1xbet 96declínio. Segundo pesquisadores que acompanham os números da pandemia, a situação configura uma segunda onda do vírus, que voltará a tensionar os serviços1xbet 96saúde e pode comprometer a retomada da economia.
"A verdade é que todo presidente, da metade para a frente do governo, o cenário começa a mudar. Aquela lua-de-mel (do começo do mandato) já passou, e as articulações (para a eleição seguinte) começam a ser feitas. A gente sabe também que o ambiente político é muito guiado pela circunstância econômica. Então, se a gente enfrentar uma crise econômica mais forte (...), pode ser que ele enfrente bem mais dificuldades", diz o cientista político Bruno Carazza.
"Bolsonaro vai ser realmente testado no ano que vem (2021). Este ano (2020) foi um ano atípico,1xbet 96que ele não conviveu com restrições fiscais (graças ao 'orçamento1xbet 96guerra' aprovado pelo Congresso), e 2019 foi o ano do início do governo, quando ele tinha a popularidade da eleição a favor dele e conseguiu aprovar a reforma da previdência. Então, ele navegou bem1xbet 962019, e 2020 foi um ano super atípico. Agora, ele vai ser realmente testado1xbet 962021", disse Carazza, que é professor do Ibmec e da Fundação Dom Cabral.
A seguir, a BBC News Brasil detalha cada uma dessas fontes1xbet 96tensão para o ocupante do Planalto.
Um adversário ideológico na Casa Branca

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No dia 201xbet 96janeiro, o democrata Joe Biden tomará posse como o 46º presidente dos Estados Unidos.
Para o governo brasileiro, esse cenário está longe1xbet 96ser o ideal. Jair Bolsonaro e seus filhos nunca esconderam que tinham lado na disputa presidencial americana: o lado do atual presidente, o republicano Donald Trump, derrotado nas urnas.
Bolsonaro foi o último líder1xbet 96um país do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, a reconhecer a vitória1xbet 96Biden.
Além disso, o presidente brasileiro chegou a dizer, sem apresentar provas, que houve fraude na eleição dos EUA.
Segundo telegramas diplomáticos obtidos pelo jornal O Estado1xbet 96S. Paulo, Bolsonaro recebeu do embaixador brasileiro1xbet 96Washington, Nestor Forster, análises baseadas1xbet 96notícias falsas — o material enviado por Washington questionava a lisura do pleito.
Enquanto a maioria dos chefes1xbet 96Estado e1xbet 96governo parabenizou o democrata1xbet 9671xbet 96novembro, quando a contabilização1xbet 96votos permitiu que se projetasse1xbet 96vitória, Bolsonaro aguardou até 151xbet 96dezembro, depois que o resultado foi confirmado pelo Colégio Eleitoral.
Ao reconhecer a vitória1xbet 96Biden, Bolsonaro disse que estará "pronto a trabalhar com o novo governo e dar continuidade à construção1xbet 96uma aliança Brasil-EUA".
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Final1xbet 96Twitter post
Fernanda Magnotta é coordenadora do curso1xbet 96relações internacionais da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e pesquisadora sênior do Centro Brasileiro1xbet 96Relações Internacionais (Cebri). Segundo ela, o Brasil sempre viu os Estados Unidos como um parceiro prioritário — o que é novo, no governo Bolsonaro, é o alinhamento "ideológico" a Donald Trump.
"O que a gente vê no governo Bolsonaro até agora é mais que um alinhamento automático desses que a gente já conhecia. O que a gente assistiu foi um alinhamento ideológico. Só que não é um alinhamento ideológico com os Estados Unidos, é um alinhamento ideológico com o 'trumpismo',1xbet 96particular", diz ela.
"O risco1xbet 96estabelecer uma política1xbet 96governo, e não1xbet 96Estado, é que os governos vão e vêm. E na medida1xbet 96que os governos vão, a gente se torna vulnerável", diz ela.
Segundo Magnotta, o governo brasileiro enfrentará dificuldades1xbet 96três tipos num governo Biden.
O primeiro é1xbet 96agenda: o próximo mandatário norte-americano estará focado1xbet 96temas domésticos, como o enfrentamento à pandemia1xbet 96covid-19.
"Isso já é ruim para o Brasil, porque, querendo ou não, o país vai estar no final da fila para apresentar suas credenciais e suas demandas para o governo americano. Não vai ser visto como um parceiro que merece atenção imediata", diz ela.
Depois, há a divergência1xbet 96termos1xbet 96valores: Biden foi eleito defendendo pontos1xbet 96vista opostos aos1xbet 96Bolsonaro e1xbet 96Donald Trump1xbet 96várias áreas — inclusive na chamada "agenda1xbet 96costumes".
"Então, quando uma nova narrativa chega à Casa Branca, e a narrativa anterior é incompatível, vai haver a necessidade do governo brasileiro1xbet 96tomar medidas para se desvencilhar da narrativa anterior. Se não fizer, vai sofrer as consequências do isolamento", diz Magnotta.
Por fim, há a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos: o Brasil é um país agroexportador, cuja imagem na área ambiental se tornou muito ruim nos últimos anos. Se não agir para mudar esta percepção, pode acabar sendo escanteado pela administração Biden, que elegeu o meio ambiente como uma1xbet 96suas prioridades.
"Caso o governo brasileiro não tome as medidas para lidar com isto com uma certa celeridade, pode acabar se tornando 'útil' para os Estados Unidos,1xbet 96certa medida, escolher o Brasil como uma espécie1xbet 96mau exemplo a ser combatido", diz ela.
Na economia, o fim do auxílio emergencial

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Nos últimos meses, a equipe econômica do governo apresentou várias ideias para financiar a chamada "Renda Cidadã", um programa cujo objetivo era substituir e ampliar o atual Bolsa Família,1xbet 96modo a amenizar o choque provocado pelo fim do auxílio emergencial.
Foram várias as sugestões do time1xbet 96Paulo Guedes para conseguir dinheiro: uma nova CPMF, o congelamento do valor das aposentadorias e até o uso do dinheiro1xbet 96emendas parlamentares. Mas, ao fim, estas ideias fracassaram, e o Bolsa Família deve continuar como está.
Junto com o auxílio emergencial, que chegou a atingir mais1xbet 9666,2 milhões1xbet 96brasileiros, também devem acabar1xbet 96janeiro outras iniciativas criadas para minimizar a destruição econômica provocada pelo vírus.
Um deles é o Programa Emergencial1xbet 96Manutenção do Emprego e da Renda, que permitiu às empresas reduzir a jornada1xbet 96trabalho e os salários dos funcionários, que passaram a ser complementados por recursos públicos. Sem a medida, há a expectativa1xbet 96mais demissões.
Além disso, linhas1xbet 96crédito criadas para auxiliar as empresas durante a pandemia também devem se encerrar neste fim1xbet 962020.
O sociólogo Rogério Barbosa, professor do Instituto1xbet 96Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio1xbet 96Janeiro (Uerj), afirma que, sem o auxílio emergencial, quase um terço da população brasileira pode cair abaixo da linha da pobreza definida pelo Banco Mundial,1xbet 96R$ 434 por pessoa por mês.
Sem o benefício, a pobreza teria chegado a 35% dos brasileiros já1xbet 96maio1xbet 962020, no auge das medidas1xbet 96restrição contra o novo coronavírus, acrescenta o pesquisador, que se concentrou1xbet 96estudar os efeitos da pandemia sobre a pobreza no Brasil nos últimos meses. Ao longo do ano1xbet 962020, porém, o índice foi diminuindo, graças às pessoas que voltaram a trabalhar.
"O problema é que isso tem um teto. Quando os negócios fecham, eles acumulam dívidas, eles acumulam uma série1xbet 96custos, e não conseguem simplesmente abrir depois. Você vai ter custos com contador; custos com fornecedores (...). Negócios pequenos que fecham não reabrem imediatamente depois que a economia puder funcionar, depois da vacina."
"O fim da calamidade pública, nominalmente, não vai ser o fim da calamidade econômica", afirma o sociólogo, que é também pesquisador do Centro1xbet 96Estudos da Metrópole (CEM) da Universidade1xbet 96São Paulo (USP).
"Em julho (de 2020), 7% da população vivia exclusivamente1xbet 96auxílio emergencial. São 14 milhões1xbet 96pessoas. São pessoas que não têm emprego, não tem nada."
"O risco disso é muito grande. Tem um risco1xbet 96curto prazo, que é a pobreza absoluta, pessoas morrendo1xbet 96fome. Isso pode gerar uma fratura social importante, uma crise1xbet 96legitimidade do sistema político. A pressão social sobre a política pode aumentar,1xbet 96momentos assim", afirma.
Em Brasília, incertezas na relação com o Congresso

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Um terceiro foco1xbet 96tensão para Bolsonaro1xbet 962021 é a relação com o Congresso.
No dia 1º1xbet 96fevereiro, Câmara e Senado elegerão seus presidentes para os próximos dois anos — e, desde o fim das eleições municipais, esta é a principal disputa1xbet 96poder1xbet 96Brasília.
Para Bolsonaro, é vital conseguir emplacar um aliado no comando das duas casas do Legislativo, especialmente da Câmara. Além1xbet 96decidir quais projetos serão pautados, é o presidente da Casa Baixa que decide sobre aceitar ou não um pedido1xbet 96impeachment — atualmente, há quase 60 demandas do tipo aguardando na fila.
No momento, a eleição mais tensa, do ponto1xbet 96vista do governo, é justamente a do comando da Câmara: o deputado Arthur Lira (PP-AL) é o postulante apoiado pelo Planalto. Ele deve concorrer contra o nome a ser escolhido pelo grupo do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o atual presidente da Câmara.
No começo1xbet 96dezembro, Lira lançou1xbet 96candidatura à presidência com o apoio1xbet 96cinco partidos do Centrão: PP, PL, PSD, Solidariedade e Avante. As legendas somam 135 nomes.
Já o grupo reunido1xbet 96torno1xbet 96Rodrigo Maia conseguiu atrair os partidos1xbet 96oposição e soma hoje 11 siglas: DEM, MDB, PSL, PSDB, Cidadania, PV, PT, PSB, PCdoB, Rede e PDT. São 281 deputados nestes partidos.
Apesar disso, os apoios das legendas raramente se traduzem diretamente1xbet 96votos, porque o escrutínio é secreto. Além disso, o grupo1xbet 96Rodrigo Maia ainda não escolheu um candidato, e a demora favorece o Arthur Lira.
Para tentar ganhar apoios para o deputado do PP alagoano, o Planalto tem negociado com os parlamentares.
Recentemente, o governo liberou R$ 1,9 bilhão para obras1xbet 96infraestrutura a serem indicadas pelos deputados; e1xbet 96Brasília já se fala na realização1xbet 96uma reforma administrativa para liberar espaços para políticos que venham a apoiar Arthur Lira.
Um dos parlamentares a ser acomodados é o atual vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), que deixou o grupo1xbet 96Maia para apoiar o candidato do Planalto.
Finalmente, quando o calendário virar1xbet 962020 para 2021, Bolsonaro precisará da boa vontade dos congressistas para votar duas medidas extremamente importantes, que não foram apreciadas este ano.
A primeira é a Lei Orçamentária Anual (LOA)1xbet 962021. Sem a aprovação do Orçamento, o governo seguirá funcionando à base dos chamados Duodécimos — o que impede gastos novos ou investimentos.
A segunda medida a ser aprovada é a chamada PEC Emergencial, uma proposta que traz mecanismos para tentar controlar a trajetória da dívida pública, impedindo que o governo fure o chamado teto1xbet 96gastos.

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