Sarampo: Pará vira o epicentro da doença no Brasilbaixar betano app2020; entenda por quê:baixar betano app
Mas como o Pará se tornou o epicentro da doença no país?
Imigração e falha vacinal
Para entender direitinho essa história, é preciso voltar no tempo:baixar betano app2016, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde um certificadobaixar betano appeliminação do sarampo. Na prática, isso significava que o vírus causador da moléstia não estava mais circulando dentrobaixar betano appnossas fronteiras.
Em menosbaixar betano appdois anos, a conquista foi por água abaixo:baixar betano app2018, o país viveu um surto da doença como não sofria há quase duas décadas. Naquele ano, os Estados do Amazonas e Roraima foram os mais acometidos, com quase 10 mil indivíduos infectados.
Mas o que explica esse ressurgimento justamente nessa região do Brasil? "Houve uma reintrodução do vírus a partir da Venezuela, com a chegada dos refugiados que cruzaram a fronteira desses Estados", conta a infectologista Tânia Chaves, professora da Faculdadebaixar betano appMedicina da Universidade Federal do Pará.
Que fique claro: a culpa pelo surto não deve ser creditada aos venezuelanos. Afinal, se toda a população brasileira estivesse vacinada contra o sarampo, o agente infeccioso não conseguiria circular livremente entre nós.
"Infelizmente, relaxamos nossa vigilância e tínhamos uma grande parcela da população desprotegida", lamenta Chaves, que também representa a Sociedade Brasileirabaixar betano appInfectologia.
Em 2019, a situação se agravou ainda mais, com a confirmaçãobaixar betano app15 mil casosbaixar betano appsarampo. Os Estados mais atingidos foram São Paulo, Paraná e Riobaixar betano appJaneiro.
Chegamos, então, ao surto atual no Pará. Os especialistas concordam que o sarampo parece ter "pulado" do Amazonas e encontrado no Estado vizinho toda uma população vulnerável. Em um contextobaixar betano appbaixa imunização, a proximidade com dois Estados que tiveram rem anos recentes um alto númerobaixar betano appcasosbaixar betano appsarampo deixou o Pará extremamente vulnerável à doença.
"O grande númerobaixar betano appcasos se deve a um bolsãobaixar betano apppessoas suscetíveis que se formou a partir das baixas taxasbaixar betano appvacinação nos últimos anos", analisa o sanitarista Bruno Pinheiro, diretor do Departamentobaixar betano appEpidemiologia da Secretariabaixar betano appEstadobaixar betano appSaúde Pública do Pará.
Vale dizer que o sarampo está entre as doenças mais contagiosas que afligem os seres humanos: um único indivíduo infectado chega a transmitir o vírus para outras 18 pessoas. A títulobaixar betano appcomparação, estima-se que, na covid-19, esse número varie entre 2 e 3.
Então, o que fazer?
Para conter o problema, nos últimos anos o Ministério da Saúde e as secretarias estaduais fizeram extensas campanhasbaixar betano appvacinação contra o sarampo.
O imunizante, conhecido como tríplice viral por proteger contra os vírus causadoresbaixar betano appsarampo, caxumba e rubéola, está disponível há décadas no Sistema Únicobaixar betano appSaúde a todos os brasileiros.
A recomendação é tomar duas doses. A primeira é dada quando o recém-nascido completa os 12 mesesbaixar betano appvida. A segunda pode ser aplicada até os 29 anosbaixar betano appidade.
Os surtos que se iniciaram no Brasil a partirbaixar betano app2018 motivaram algumas alterações nesse esquema vacinal: atualmente, os especialistas oferecem uma "dose zero"baixar betano appbebês que possuem entre 6 a 11 meses. "Essa é uma medida emergencial para garantir uma maior proteção neste momento, mas as duas outras doses a partir do primeiro anobaixar betano appvida continuam essenciais", diz Chaves.
Outra estratégia adotada foi reforçar a proteção dos adultos. A ideia é que as pessoasbaixar betano app20 a 49 anos que não têm carteirinhabaixar betano appvacinação ou não sabem se tomaram a tríplice viral no passado recebam uma dose da vacina ou completem o esquemabaixar betano appimunização para ficarem resguardados.
As campanhas, porém, apresentam resultados frustrantes. O Pará tinha como meta vacinar 3,4 milhõesbaixar betano apppessoas ao longobaixar betano app2020. Até o iníciobaixar betano appnovembro, apenas 26% do público-alvo, ou cercabaixar betano app900 mil adultos, receberam suas doses.
A situação é ainda pior quando analisamos o país como um todo. Entre o início da mobilização nacional contra o sarampo (iniciada no dia 16baixar betano appmarço) até 29baixar betano appoutubro, 11,7 milhõesbaixar betano appbrasileirosbaixar betano app20 a 49 anos foram imunizados. Isso corresponde a 13% da meta.
Motivos para a baixa procura
Com o sucesso dos programasbaixar betano appvacinação nas últimas décadas, a população deixoubaixar betano appver casos próximosbaixar betano appsarampo ebaixar betano appoutras doenças infecciosas. "Havia uma percepçãobaixar betano appque esses problemas estavam controlado ebaixar betano appque não havia mais necessidadebaixar betano appse preocupar com eles", observa Chaves.
Essa menor percepçãobaixar betano apprisco fez com que muitos pais deixassembaixar betano applevar seus filhos aos postosbaixar betano appsaúde para completar a carteirinhabaixar betano appvacinação.
Em paralelo, há uma grande preocupação com os movimentos antivacina, que compartilham informações mentirosas sobre os imunizantes, desencorajando as pessoas a tomarem suas doses. Mas os especialistas acreditam que esse fator seja menos importante na realidade brasileira.
Por fim, não dá pra ignorar o impacto da pandemia neste contexto. "Muitos serviços não essenciais tiveram suas atividades reduzidas por conta da covid-19 e as pessoas ficaram com medobaixar betano appir até o postobaixar betano appsaúde para vacinar", acredita a infectologista.
Do pontobaixar betano appvista das ações estratégicas, o coronavírus também dividiu muito as atenções dos gestoresbaixar betano appsaúde e exigiu que as equipes profissionais focassem no problema mais urgente. Isso, claro, levou a um descuido e a um descontrolebaixar betano appoutras doenças infecciosas.
Por meiobaixar betano appuma nota, a assessoriabaixar betano appimprensa do Ministério da Saúde respondeu às questões enviadas pela reportagem da BBC News Brasil e reforçou a importância da vacinação contra o sarampo:
"O ministério afirma que tem ampliado as estratégiasbaixar betano appconscientização da população, bem como ações junto a profissionaisbaixar betano appsaúde, com o objetivobaixar betano appmanter as altas e homogêneas coberturas vacinais e, consequentemente, reduzir os riscosbaixar betano appintrodução e transmissãobaixar betano appdoenças imunopreveníveis no país."
Desafio global
Não é só no Brasil que o sarampo virou preocupação. Em comunicado recente, a Organização Mundial da Saúde e o Centrobaixar betano appControle e Prevençãobaixar betano appDoenças dos Estados Unidos alertaram que essa doença matou 207 mil pessoas ao longo do ano passado. Esse número aumentou 50% entre 2016 e 2019.
Ainda segundo o relatório, o númerobaixar betano appcasos superou a marcabaixar betano app869 mil, um recorde dos últimos 23 anos. As entidades pedem que os países reforcem suas campanhas e criem estratégias para conter os surtos locais.
O sarampo é uma doença transmitida por meiobaixar betano appgotículasbaixar betano appsaliva que saem da boca e do nariz por meio da fala,baixar betano apptosses, espirros ou pela própria respiração.
Trata-sebaixar betano appuma doença extremamente contagiosa que pode levar a complicações graves e até a morte, principalmentebaixar betano appcrianças com menosbaixar betano appcinco anos,baixar betano appquem sofrebaixar betano appdesnutrição oubaixar betano appindivíduos com problemasbaixar betano appimunidade.
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