Prometer vacinação para dezembro ou janeiro 'não é realista', diz brasileira que integra comitê da OMS contra covid-19:cassino vera e john

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"Eu tranquei minha matrícula e fui fazer um estágio na Organização Mundial da Saúde (OMS). Foi lá que descobri o interesse pela epidemiologia, uma abordagem que estavacassino vera e johnpleno crescimento", conta.
De volta ao Brasil, ela resolveu fazer residênciacassino vera e johninfectologia. Além do mestrado e doutorado, a médica ainda teve uma oportunidadecassino vera e johnespecializar-secassino vera e johnserviçoscassino vera e johninteligência epidêmica no Centrocassino vera e johnControle e Prevençãocassino vera e johnDoenças (CDC), nos Estados Unidos.
Atualmente, Toscano é professora da Universidade Federalcassino vera e johnGoiás e representa a Sociedade Brasileiracassino vera e johnImunizações (SBIm) no Estado. Além disso, a especialista atua como a única brasileira e latino-americana no Grupo Conselheiro Estratégicocassino vera e johnImunizaçãocassino vera e johncovid-19 da OMS.
A equipecassino vera e johnexperts se reúne periodicamente para discutir os avanços das pesquisas que desenvolvem uma vacina contra a covid-19, estabelecer diretrizes sobre os grupos prioritários e definir recomendações sobre o uso dos candidatos a imunizantes.
Em entrevista à BBC News Brasil, a infectologista analisou o atual cenáriocassino vera e johndesenvolvimento das vacinas e as perspectivascassino vera e johnelas ficarem disponíveis à população nos próximos meses. A seguir, a entrevista:
cassino vera e john BBC News Brasil - Como é trabalhar com infectologia num país como o nosso?
cassino vera e john Cristiana Toscano - Eu considero uma oportunidade e um desafio ao mesmo tempo. Vivemos no Brasil, e no mundo inteiro, uma transição demográfica e epidemiológicacassino vera e johnque muitas doenças infecciosas estão diminuindo. Ao mesmo tempo, vemos o aumento proporcionalcassino vera e johndoenças crônicas não transmissíveis relacionadas aos hábitoscassino vera e johnvida.

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Enquanto isso acontece, há uma recrudescência e o aparecimentocassino vera e johnnovos desafios na infectologia. Ainda lidamos com HIV, hepatite C, dengue, chikungunya e zika. Em paralelo, há sempre esse perigo iminentecassino vera e johnuma pandemia, a partircassino vera e johnum vírus que se hospedacassino vera e johnanimais e se torna capazcassino vera e johnpular para seres humanos.
Estamos vivendo uma pandemia agora, causada por um coronavírus. E não existem dúvidas que veremos outras pela frente. Há todo um desafiocassino vera e johnpreparar os sistemascassino vera e johnsaúde, fazer a detecção precoce, monitorar os vírus e promover o trabalhocassino vera e johnarticulação entre gestorescassino vera e johnsaúde, vigilância, inovações tecnológicas, métodoscassino vera e johndiagnóstico, vacinas e tratamentos.
Apesar a magnitude das doenças crônicas, que seguem muito relevantescassino vera e johnboa parte do mundo, nos países menos desenvolvidos as doenças infecciosas são um problema. Muitas vezes, falamoscassino vera e johnenfermidades que já deveriam ter sido superadas. Sou suspeita para dizer, mas a infectologia é fascinante e temos muitas coisas a fazer. Não é um campo estagnado sob nenhum aspecto.
cassino vera e john BBC News Brasil - Como é trabalhar com estratégias globaiscassino vera e johnvacinação?
cassino vera e john Toscano - A áreacassino vera e johnimunizações é muito complexa. Ela envolve questõescassino vera e johnepidemiologia, as dinâmicascassino vera e johntransmissãocassino vera e johnuma doença, as formascassino vera e johntratamento, a prevenção… É uma estrutura enorme, que beneficia a populaçãocassino vera e johnlarga escala. Sabemos que a vacinação é a estratégiacassino vera e johnmaior custo-efetividade já demonstrada. Por ano, ela evita algocassino vera e johntornocassino vera e john4 a 5 milhõescassino vera e johnmortes no mundo.
Atualmente, possuímos vacinas contra maiscassino vera e john20 doenças. Dos anos 1970 para cá, tivemos um avanço científico muito grande nessa área. Dito isso, temos que considerar todas as questões operacionais envolvidas nas políticas e nas estratégiascassino vera e johnimunização. Ter uma vacina não basta: precisamos otimizar seu uso para responder a uma necessidadecassino vera e johnsaúde pública. Isso envolve definir a estratégia, o público-alvo, a periodicidade das doses, onde elas vão ser distribuídas…
Essa articulação, que é muito forte, permitiu avanços como a erradicação da varíola e as propostascassino vera e johneliminaçãocassino vera e johndoenças como poliomielite, sarampo e rubéola, por exemplo. São metas concretas, feitascassino vera e johnforma harmônica entre muitos países. Se não for assim, nada disso é possível. Muitos desses processos existem e foram conformados justamente nesse grupo estratégicocassino vera e johnvacinações da OMS, conhecido pela sigla Sage.
cassino vera e john BBC News Brasil - Você inclusive é a única representante do Brasil e da América Latina no grupo do Sage que está acompanhando as vacinas contra a covid-19. Como é lidar com essas questões nas esferas internacionais?
cassino vera e john Toscano - O Sage é divididocassino vera e johndiversos comitês. Há gruposcassino vera e johnvacinação segura, outrocassino vera e johnensaios clínicos e por aí vaí. O grupo que faço parte tem esse papel essencial: definir as estratégiascassino vera e johnvacinação. Nós fazemos recomendações e cada país ou região utiliza essas informações internamente, fazendo os ajustes necessários. O trabalho passa por essa discussão global, pelos assessores regionais e vai para os grupos responsáveis pelas políticas nacionaiscassino vera e johnimunização.

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Dentro do Sage, também temos subgrupos para cada tipocassino vera e johnvacina. Há alguns que trabalham com poliomielite, outros com sarampo ou coqueluche. Eu particularmente faço parte dos comitês da vacina pneumocócica e agora estou também no grupocassino vera e johntrabalho da vacinação contra a covid-19.
Geralmente, esses comitês só existem para vacinas já disponíveis, validadas e prontas para uso. Mas, como estamos nesse momentocassino vera e johnpandemia, a urgência do tema acabou exigindo a criaçãocassino vera e johnum novo grupo a partircassino vera e johnmaio deste ano. Nós acompanhamos os estudos clínicos que estãocassino vera e johnandamento para já discutir as estratégiascassino vera e johnvacinação. Nas reuniões, muitas vezes temos acesso a informações confidenciais, que ainda não foram publicadas pelos gruposcassino vera e johnpesquisa.
Em paralelo, temos um segundo time, que pensacassino vera e johntoda estrutura a ser montada quando a vacina estiver pronta. Discutimos quem vai ter a prioridadecassino vera e johnreceber as primeiras doses ao longo do ano que vem. Como teremos um número limitadocassino vera e johnimunizantes, precisamos usar várias modelagens estatísticas para otimizar o impacto benéfico que essa ação pode tercassino vera e johntoda a população.
cassino vera e john BBC News Brasil - O Sage recebe algum tipocassino vera e johnpressãocassino vera e johngovernos ou empresas? Como é esse contato com outras entidades?
cassino vera e john Toscano - Nós não interagimos com governos ou empresas. Nosso contato é feito apenas com os pesquisadores. Eventualmente, esses especialistas podem ser contratadoscassino vera e johnum laboratório ou um ministério da saúdecassino vera e johnum país. Mas ele interage ali como pessoa física ecassino vera e johnforma pontual, para apresentar resultadoscassino vera e johnum estudo, por exemplo. Isso nos ajuda a subsidiar a formaçãocassino vera e johnestratégias e políticas públicas.
Esse tipocassino vera e johnabordagem minimiza potenciais conflitoscassino vera e johninteresse. Por isso, as recomendações lançadas pelo Sage são reconhecidamente isentas. Trata-se semprecassino vera e johnuma posição institucional do comitê, o que reforça nosso caráter técnico.
Você deve me perguntar até que ponto os governos têm prerrogativa para ignorar ou não nossas recomendações. Pode acontecercassino vera e johneles não seguirem o que foi estabelecido? Pode. Mas com certeza os responsáveis vão precisar se justificar, pois existe um peso muito grande naquilo que é publicado pelo Sage.
cassino vera e john BBC News Brasil - Num relatório publicado dia 19cassino vera e johnoutubro, a OMS calculava que 44 candidatas à vacina contra a covid-19 já tinham alcançado a fasecassino vera e johnpesquisas clínicas, que envolvem testes com seres humanos. Como a senhora avalia esse avanço?
cassino vera e john Toscano - Do pontocassino vera e johnvista do desenvolvimento tecnológico, temos uma rapidez maravilhosa. A gente sabe da complexidadecassino vera e johnse criar uma vacina. Essa velocidade toda se deve a dois fatores principais. O primeiro deles é que, há algum tempo atrás, gruposcassino vera e johnpesquisa já estavam investindocassino vera e johnvacinas novas, com plataformas absolutamente modernas.
Em segundo lugar, as epidemiascassino vera e johnSarscassino vera e john2003 ecassino vera e johnMerscassino vera e john2012, que também foram provocadas por tiposcassino vera e johncoronavírus, anteciparam algumas coisas para a vacina contra a covid-19. Já tínhamos algumas equipes avançandocassino vera e johnimunizantes contra esses vírus.
Outro aprendizado valioso recente foi a coalizão criada a partircassino vera e john2017 para responder ao surtocassino vera e johnebola na África. Naquele momento, gruposcassino vera e johnfilantropia e governoscassino vera e johnalguns países se uniram com o objetivocassino vera e johndesenvolver vacinas não para uma doença específica, mas para soluções ágeis numa potencial pandemia. Isso foi muito importante.
Tanto é que a primeira candidata à vacina contra a covid-19 entroucassino vera e johnestudo clínicocassino vera e johnmarço, apenas dois meses após o sequenciamento genético do vírus Sars-CoV-2. Esses projetos permitiram que as etapas iniciais do desenvolvimentocassino vera e johnum imunizante ocorressem logo.
Um terceiro ponto é a quantidadecassino vera e johninvestimento que foi realizado por diversos atores. Logo no início, houve uma coalizão para o financiamentocassino vera e johnvacinas. A própria OMS se uniu a outras instituições internacionais para padronizar etapas e processos muito importantes. Assim, logo ficamos sabendo qual seria o objetivo da imunização, o produto-alvo, suas qualificações…

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cassino vera e john BBC News Brasil - E dá pra minimizar as falhas num processo tão frenético?
cassino vera e john Toscano - Geralmente, a criaçãocassino vera e johnuma vacina é sequencial. Você investecassino vera e johnalgumas candidatas e um grupo delas não vão dar certo. E assim vai. O problema é que essas etapas são lentas. A gente está fazendo isso agoracassino vera e johnbolo. Há um número enormecassino vera e johncandidatas e todas correndocassino vera e johnparalelo.
Ao mesmo tempo, já acontece uma ampliação da capacidadecassino vera e johnprodução. Estamos falandocassino vera e johnum investimentocassino vera e johnriscocassino vera e johnbilhõescassino vera e johndólares que envolve a construçãocassino vera e johnfábricas, contrataçãocassino vera e johnprofissionais, treinamentos, ampliaçãocassino vera e johnmanufaturas. Geralmente, tudo isso é feito depois que uma vacina já mostrou resultados sólidos. Vamos supor que algumas das atuais candidatas vão funcionar, mesmo que o sucesso não sejacassino vera e john100%. Esse investimento permite antecipar o processo.
Por outro lado, o que não pode acontecer é o encurtamento das etapas clínicas e um menor rigor metodológico. Nos estudos, é preciso seguir todas as normativas internacionais padronizadas e as regras das agências regulatórias. Na busca por uma vacina, podemos antecipar processos, mas nunca pular algumas etapas.
Não é possível, por exemplo, diminuir o númerocassino vera e johnvoluntários ou avaliar menos casoscassino vera e johninfecção num estudocassino vera e johnfase 3 para que os resultados saiam mais depressa. Há alguns dias, o presidente americano Donald Trump fez até uma pressão nesse sentido, mas isso deu a maior confusão nos Estados Unidos. De forma inédita, as sete maiores produtorascassino vera e johnvacina do mundo se posicionaram publicamente num documento por escrito dizendo que não iam pular etapas.
Imagina se ocorre algum problema? Isso colocacassino vera e johnrisco todo o programacassino vera e johnvacinação. É péssimo e não pode acontecercassino vera e johnjeito nenhum. Por mais difícil que seja lidar com a pandemia, precisamos garantir que as futuras vacinas funcionam e são seguras. Afinal, elas vão ser administradascassino vera e johnmilhõescassino vera e johnpessoas do mundo todo.
cassino vera e john BBC News Brasil - Ainda nessa questão da rapidez e da pressa, recentemente o governadorcassino vera e johnSão Paulo, João Doria, disse que a CoronaVac, vacina produzida pela empresa chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, começaria a ser aplicada na população a partircassino vera e johndezembrocassino vera e john2020. O estudo, porém, só está marcado para terminarcassino vera e johnoutubrocassino vera e john2021. Como lidar com esse descompassocassino vera e johndatas?
cassino vera e john Toscano - Há duas coisas importantes aí. Em primeiro lugar, temos a fasecassino vera e johnregulação, que no Brasil é feita pela Agência Nacionalcassino vera e johnVigilância Sanitária, a Anvisa. Em alguns casos, existe a possibilidadecassino vera e johnse fazer um registro emergencial. Isso só é possível com uma avaliação preliminar dos estudos.
Existe uma definiçãocassino vera e johnque a vacina contra a covid-19 precisa ter pelo menos 50%cassino vera e johneficácia e, claro, ter segurança do pontocassino vera e johnvista dos eventos adversos. Esse registro preliminar está previsto e é importantecassino vera e johnalguns momentos.
Mas essa liberação tem uma duração limitada. Por definição, as vacinas precisam ser avaliadas durante pelo menos 12 meses. Isso é importante porque precisamos saber quanto tempo dura a proteção após a aplicação das doses.
Nessa avaliação preliminar dos estudos, sempre comparamos dois gruposcassino vera e johnvoluntários. Um que recebeu a vacina e outro que não recebeu. Eles então são expostos ao vírus no ambiente e, ao finalcassino vera e johnum período determinado, será possível ver quem teve a doença ou não. A partir daí, é possível fazer os cálculos da taxacassino vera e johneficácia da vacina.
O problema é que essa avaliação inicial não nos diz quanto tempo vai durar essa proteção. A avaliação definitiva, portanto, só é possível após 12 ou 18 meses da aplicação das doses.

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O fato é que teremos esse registro emergencial. Para ele acontecer, os responsáveis precisam submeter toda uma documentação às agências regulatórias. Falamos aquicassino vera e john10 a 20 mil páginascassino vera e johndocumentos.
Numa situação normal, o processocassino vera e johnanálise demora até seis meses. Claro que,cassino vera e johnrazão da pandemia, esse trabalho será feitocassino vera e johnforma mais rápida e eficiente, até porque as entidades como o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz já estão enviando os papéis aos poucos.
Agora, voltando paracassino vera e johnpergunta, há algumas semanas estive num debate com o imunologista Jorge Kalil, que inclusive coordena um grupocassino vera e johncientistas que está desenvolvendo um imunizante brasileiro contra a covid-19. Ele disse uma coisa que resolvi parafrasear. Quando ouvimos que a vacina vai saircassino vera e johndezembro ou janeiro, precisamos saber quem disse isso. Foi um político ou um cientista?
Se tudo der certo, as primeiras avaliações preliminares das vacinas vão começarcassino vera e johndezembro. A Anvisa vai levar pelo menos um mês para analisar os pedidoscassino vera e johnregistro. Depois disso, você tem todo o controlecassino vera e johnqualidade, que é feito obrigatoriamentecassino vera e johncada lote. Na sequência, há o processocassino vera e johndistribuição para as dezenascassino vera e johnmilharescassino vera e johnpostoscassino vera e johnsaúde do Brasil. Isso tudo não acontece do dia para a noite. Sendo realista, a vacinação não vai acontecercassino vera e johndezembro ou janeiro.
cassino vera e john BBC News Brasil - Como você avalia a atuação do Brasil nas pesquisascassino vera e johnuma vacina contra a covid-19?
cassino vera e john Toscano - O Brasil tem atualmente quatro gruposcassino vera e johncientistas que estão trabalhando com candidatas à vacinacassino vera e johnestágio pré-clínico. São soluções 100% nacionais, produzidascassino vera e johnnossas bancadascassino vera e johnlaboratório. Apesar das limitações, nós conseguimos trabalhar e ter um corpocassino vera e johnpesquisadores que produz muito quando comparados com outras nações que possuem um financiamento científico semelhante.
Um aprendizado dessa pandemia é que precisamos pensar, enquanto nação,cassino vera e johnmecanismos mais eficientes e sustentáveis para o investimentocassino vera e johnciência e tecnologia. Além disso, como podemos estruturar a saúde pública para o desenvolvimentocassino vera e johninovações e para o enfrentamento das pandemias do futuro? Nós temos muitos gruposcassino vera e johnpesquisa, mas poderíamos fazer mais.
Além disso, é preciso considerar nossa plataformacassino vera e johnfabricação. Essa é uma estratégiacassino vera e johnlonga data, com planos que vêm desde a décadacassino vera e john1970. Existia no Brasil um financiamento para desenvolver o setorcassino vera e johnimunobiológicos. Tanto que nós fabricamos muitas das vacinas que utilizamoscassino vera e johnrotina e ainda exportamos o excedente.
Especificamente na covid-19, temos o fatocassino vera e johno Brasil ser um país com um alto númerocassino vera e johncasos. O que é paradoxalmente ruim, do pontocassino vera e johnvista da saúde pública, é interessante para a pesquisa clínica das vacinas. Mas não seria possível fazer esses estudoscassino vera e johnfase 3 se nosso país não tivesse estrutura para isso, com equipes capacitadas, testes, condições laboratoriais…
cassino vera e john BBC News Brasil - Num momentocassino vera e johnque já temos 44 vacinascassino vera e johntestes clínicos, faz sentido continuar a investir nas outras candidatas que estão na fase pré-clínica?

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cassino vera e john Toscano - Faz total sentido. Nós temos uma demanda urgente e possuímos uma necessidadecassino vera e johnmédio prazo. Não podemos, portanto, tirar o olho desses dois desafios. De imediato, quanto antes tivermos uma vacina, melhor. Mas provavelmente lidaremos com geraçõescassino vera e johnimunizantes, com uma primeira ondacassino vera e johnaprovaçõescassino vera e john2021.
Mas há tecnologias que são mais complexas e demoradas. Portanto, veremos uma segunda e uma terceira geração na sequência, que serão frutos do trabalho que está sendo feito agora. É importante que cada grupo continue trabalhandocassino vera e johnsuas versões, mesmo que elas estejam na fase pré-clínica.
cassino vera e john BBC News Brasil - E como está a discussão para definir quem serão os grupos prioritárioscassino vera e johnuma futura vacinação contra a covid-19?
cassino vera e john Toscano - O Sage publicou dia 20cassino vera e johnoutubro um documento sobre isso, estabelecendo esses critérios. Já estamos mais avançados nesse sentido. Há também propostas e versões sendo discutidas dentrocassino vera e johncada país. Mas é preciso dizer que a definição dos grupos prioritários vai depender dos resultados dos estudos clínicos.
Quando se fala que os idosos com maiscassino vera e john80 anos serão os primeiros a tomarem as doses, isso até faz sentido do pontocassino vera e johnvista da saúde pública. Mas será que a gente vai ter uma vacina segura e eficaz para essa faixa etária logo? Provavelmente não, pois o númerocassino vera e johnvoluntários com essa idade é pequeno no atual estágio.
cassino vera e john BBC News Brasil - Existe alguma preocupação sobre a distribuição equilibrada das doses entre os países?
cassino vera e john Toscano - Isso está sendo trabalhado e deve ser viabilizado por meio da iniciativa Covax, que conta com o apoio da OMS ecassino vera e johnvárias outras instituições e governos. O objetivo é garantir o acesso equitativo a todas as tecnologias contra a covid-19, desde vacinas até os testescassino vera e johndiagnóstico e os tratamentos. Há um fundocassino vera e johninvestimentocassino vera e johnalguns bilhõescassino vera e johndólares que tem a premissacassino vera e johngarantir a vacinaçãocassino vera e john20% da população mundial até o finalcassino vera e john2021.
cassino vera e john BBC News Brasil - Algumas das vacinas mais comentadas são baseadascassino vera e johntecnologias novas, como aquelas que usam informações genéticas do vírus. O que significaria ter um imunizantes desses?
cassino vera e john Toscano - Isso significa uma revolução no mundo da vacinologia. Esse tipocassino vera e johnimunizante se baseia na identificaçãocassino vera e johnum gene que codifica proteínas e é capazcassino vera e johnincitar a resposta imunecassino vera e johnum indivíduo. Eles são promissores porque você não precisa manipular víruscassino vera e johnlaboratórios ou lidar com estruturas moleculares mais complexas. É uma plataforma tecnológica muito inovadora que pode se tornar um legado positivo desta pandemia.
cassino vera e john BBC News Brasil - Em meio a tantas notícias, como lidar com informações falsas ou discussões sobre a eventual nacionalidade das vacinas ou a obrigatoriedadecassino vera e johntomar as doses?
cassino vera e john Toscano - Vemos muita desinformação e uma enorme polarização das opiniões. Muitas vezes, são assuntos que geram desconfiança, insegurança e um volumecassino vera e johndiscussão que é absolutamente desnecessário e improdutivo. Temos um excessocassino vera e johninformações que desemboca numa dificuldadecassino vera e johndiscernir verdades e mentiras. Precisamos buscar o equilíbrio e aprender, como sociedade, que devemos ouvir opiniões alheias, mas os fatos e as evidências científicas sempre merecem respeito
cassino vera e john BBC News Brasil - Podemos tirar algum aprendizadocassino vera e johntoda essa situação?
cassino vera e john Toscano - O mais importante é pensar que só se vence uma pandemia com o trabalho multiprofissionalcassino vera e johnvários setores da sociedade. É preciso ter articulação entre gestorescassino vera e johnsaúde, cientistas, jornalistas, entre outros. Isso é muito difícil e gera problemas quando não ocorre.
Aliás, estamos vendo essa situação no Brasil ecassino vera e johnalguns outros países. Vivemos o exemplo real do que acontece quando não há coordenação. Isso deve ser um aprendizado para que a gente desenvolva formas perenescassino vera e johnarticulação.
Do pontocassino vera e johnvista global, precisamos fortalecer as agências multilaterais técnicas e isentas politicamente. Durante as pandemias, essas instituições têm um papel muito importante na coordenação globalcassino vera e johntodas as ações.

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