Procurador-geral Augusto Aras esteve com presidente mais que o dobrobet365 com homevezesbet365 com homeantecessora:bet365 com home

bet365 com home O atual procurador-geral da República, Augusto Aras, esteve com o presidente da República muito mais vezes que seus antecessores no comando do Ministério Público. A proximidade é pouco isual nos últimos anos.

Aras esteve com Bolsonaro seis vezes desde que assumiu,bet365 com homesetembro do ano passado, enquanto Raquel Dodge encontrou o ex-presidente Michel Temer apenas duas vezes no período correspondente.

Dentrobet365 com homealgumas semanas, caberá a Augusto Aras uma decisão que afetará Bolsonaro: ele pode ou não denunciar o presidentebet365 com homeum inquéritobet365 com homecurso no Supremo Tribunal Federal, sobre as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro. Bolsonaro queria trocar o comando da Polícia Federal para proteger familiares e aliados políticos, disse o ex-ministro e ex-juiz da Lava Jato.

A investigação apura se Bolsonaro cometeu os crimesbet365 com homefalsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, obstruçãobet365 com homejustiça e corrupção passiva.

Aras esteve com Jair Bolsonaro pelo menos seis vezes desde o começo do seu mandato,bet365 com homesetembro passado. No período correspondente, durante os oito primeiros mesesbet365 com homemandato, a ex-PGR Raquel Dodge esteve com o ex-presidente Michel Temer só duas vezes,bet365 com homeeventos públicos.

Assim como no casobet365 com homeDodge e Temer, o ex-PGR Rodrigo Janot também não teve audiências privadas com Dilma Rousseff nos primeiros oito mesesbet365 com homemandato,bet365 com homesetembrobet365 com home2013 a maiobet365 com home2014. No caso dele, porém, as informações tiverambet365 com homeser colhidasbet365 com homeforma indireta, pois os registrosbet365 com homeagendas não estão mais disponíveis nos sites da Procuradoria-Geral da República e da Presidência.

O último dos seis encontrosbet365 com homeAras com Jair Bolsonaro ocorreu por iniciativa do presidente da República.

Na última segunda-feira (25), o presidente da República acompanhou, por videoconferência, a solenidadebet365 com homepossebet365 com homeCarlos Alberto Vilhena como titular da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), que ocorria na sede da PGRbet365 com homeBrasília. No fim do evento, Aras ofereceu a palavra a Bolsonaro, e o chefe do Executivo disse que gostariabet365 com homeir pessoalmente ao encontrobet365 com homeAras e Vilhena.

"Se me permite a ousadia, se me convidar, eu vou agora aí apertar a mão do nosso novo colegiado maravilhoso da Procuradoria Geral da República", disse o presidente. "Estaremos esperando Vossa Excelência com a alegriabet365 com homesempre", replicou Aras. Bolsonaro então foi à PGR e ficou cercabet365 com home15 minutos com os procuradores.

No mesmo dia, Bolsonaro publicou uma nota oficial que incomodou Augusto Aras: num trecho, o presidente diz acreditar no "arquivamento natural do inquérito", sobre as acusaçõesbet365 com homeinterferência na PF, "por questãobet365 com homeJustiça". A decisão sobre arquivar ou não a investigação cabe ao PGR.

Aras também decidirá se oferece denúncia ou se arquiva outras duas apurações que envolvem aliados do presidente. Um é o polêmico inquérito das fake news, relatado pelo ministro do STF Alexandrebet365 com homeMoraes; e o outro, diz respeito a manifestações antidemocráticas.

No inquérito sobre as fake news, Aras disse ser contrário às medidasbet365 com homebusca e apreensão determinadas por Alexandrebet365 com homeMoraes contra aliados do Presidente da República, e cumpridas na semana passada.

Almoços, homenagens, reuniões

Um mês antes da nota, foi Aras quem atravessou a Esplanada dos Ministérios para se encontrar com Bolsonaro: o PGR esteve no Palácio do Planaltobet365 com home27bet365 com homeabril, no mesmo diabet365 com homeque o ministro do STF Celsobet365 com homeMello decidiu pela abertura do inquérito contra o presidente, a respeito das acusações formuladas por Sergio Moro.

Na ocasião, o PGR foi ao Planalto para discutir a pandemia do novo coronavírus com o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, mas reuniu-se também com Bolsonaro.

No dia 18bet365 com homedezembrobet365 com home2019, mais um encontro privado: Aras esteve no Palácio do Planalto para um almoço com Bolsonaro e com os presidentes do STF, ministro Dias Toffoli, e do Tribunalbet365 com homeContas da União (TCU), José Múcio Monteiro. No dia 02bet365 com homefevereiro, o PGR esteve no Planalto para outro almoço presidencial, desta vez com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ); do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); e várias outras autoridades.

Completam a listabet365 com homeencontrosbet365 com homeAras e Bolsonaro algumas cerimôniasbet365 com homeentregasbet365 com homemedalhas. Em novembrobet365 com home2019, Aras esteve com Bolsonaro na entrega da comenda da Ordem do Mérito do Ministério Público Militar. No dia 12bet365 com homemarço, recebeu do Presidente da República a medalha da Ordem do Mérito da Advocacia-Geral da União,bet365 com homeuma cerimônia no Clube Navalbet365 com homeBrasília.

O númerobet365 com homehomenagens segue crescendo: na última sexta-feira (29), Bolsonaro decidiu agraciar o PGR com a medalhabet365 com homeGrande Oficial da Ordembet365 com homeMérito Naval. Também receberão a honraria os ministros da Educação, Abraham Weintraub; do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio; e da Secretaria-Geral da Presidência, Jorgebet365 com homeOliveira.

Enquanto isso, a antecessorabet365 com homeAras no comando do Ministério Público, Raquel Dodge, só esteve com Michel Temer por duas vezes no período correspondente —bet365 com homesetembrobet365 com home2017 a maiobet365 com home2018.

Ao contráriobet365 com homeAras, a ex-PGR não teve audiências privadas com Temer no período: os dois se encontraram apenasbet365 com homeeventos públicos. Em outubrobet365 com home2017, Temer homenageou Dodge com a Comenda da Ordem do Mérito Aeronáutico. Em fevereirobet365 com home2018, Dodge foi ao Palácio do Planalto para uma cerimônia relacionada ao Documento Nacionalbet365 com homeIdentificação.

Aras: não sou amigobet365 com homeBolsonaro

Na madrugadabet365 com hometerça-feira, Augusto Aras comentoubet365 com homerelação com Jair Bolsonaro durante uma entrevista ao jornalista Pedro Bial, da TV Globo.

Na entrevista, Aras ressaltou que não é "amigo"bet365 com homeBolsonaro — e que se mantém independentebet365 com homerelação ao Presidente da República. "Na verdade, não sou amigo do presidente. Não temos relaçõesbet365 com homeamizade. Temos relaçõesbet365 com homerespeito", disse.

Sobre a notabet365 com homeBolsonaro, na qual o presidente disse acreditar no arquivamento do inquérito, Aras disse se tratarbet365 com homeuma "declaração unilateral"bet365 com homeBolsonaro. "O presidente esqueceubet365 com homecombinar comigo", disse.

Aras também disse que Bolsonaro é livre para expressar suas opiniões — sem que elas o comprometam enquanto procurador. "Imagine se eu ou qualquer outra autoridade pode controlar o que diz o senhor presidente?"

Na entrevista, Aras também negou que tenha a intençãobet365 com homeser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) — a possibilidade foi aventada por Bolsonaro embet365 com hometradicional "live" da última quinta-feira (28). Depois, porém, o presidente recuou da ideia.

Proximidade 'não é normal', diz procurador

A frequência com que Augusto Aras se encontra com Bolsonaro é notada pelos procuradores — e alguns se sentem desconfortáveis com a proximidade. Outros evitam críticas ao PGR e ressaltam que, mesmo no comando da instituição, ele segue tendo a chamada independência funcional.

"No âmbito macro, a gente tem começado a passar vergonha, né? Por que ele vai nas posses, ele senta como se fosse da equipe, vai fazer reunião (com integrantes do governo). E isso não é normal, do jeito que ele faz. Ele é vendido pelo Bolsonaro como alguém da equipe", diz um procurador ouvido pela BBC News Brasil, sob anonimato.

"Há um desconforto, uma insatisfação até, com a realidade que vive hoje o MPF, e que decorrebet365 com homeuma sucessãobet365 com homeacontecimentos. Não é uma coisa que começa hoje", diz este profissional, que é ativo na política interna do Ministério Público.

"Se você for puxar como foi o ingresso do Aras (no cargobet365 com homePGR), ele não participa da disputa (da lista tríplice da ANPR). E mais que isso, ele participabet365 com homeum balcãobet365 com homenegociações sobre pautas. Na época da indicação do PGR, Bolsonaro falava 'não pode ser xiita no meio ambiente', 'não pode ser radical na questão indígena', 'não pode isso', 'não pode aquilo'", relembra ele.

A "insatisfação" mencionada pelo procurador resultou num manifesto assinado por 655 dos cercabet365 com home1.150 membros do MPF. No texto, os profissionais ressaltam a importânciabet365 com homemanter a independência do órgão e defendem que o sistemabet365 com homelista tríplice para a escolha do PGR seja incluído na Constituição.

"De fato existe esta queixa. Ele foi trazidobet365 com homefora da lista tríplice, que é algo que a carreira sempre defendeu, algo que vem desde 2003, e que se imaginava que estivesse consolidado. E ele foi escolhido na frentebet365 com hometrês pessoas muito bem votadas. Agora, apesar disso, é claro que ele tem toda a legitimidade constitucional (foi escolhido pelo Presidente da República como manda a Constituição)", diz outro procurador.

Outros procuradores ouvidos pela BBC News Brasil criticaram também a atuaçãobet365 com homeAras no chamado "inquérito das fake news": a antecessora, Raquel Dodge, determinara o arquivamento do inquérito, que é considerado inconstitucional por muitos procuradores. Ao assumir o posto, Aras disse que a apuração poderia continuar, desde que passasse pelo crivo da PGR.

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