150 anos do fim da Guerra do Paraguai: a história do conflito armado mais sangrento da América Latina:site para analise de escanteios

A vasta maioria dos mortos erasite para analise de escanteioshomens — o Paraguai tevesite para analise de escanteiospopulação masculina praticamente dizimada.

Contam os repórteres da época que, quando terminou a "Guerra Grande" — como a chamam os paraguaios —, havia no país quatro mulheres para cada homem (e,site para analise de escanteiosalgumas regiões, 20 mulheres por homem).

Um desastre demográfico que, segundo muitos historiadores, atrasou gravemente o desenvolvimento do país.

O que aconteceu?

A pior guerra na história da América Latina teve origemsite para analise de escanteiosum conflito interno que surgiu no Uruguai e passou rapidamente para o nível regional (alguns dizem que por contasite para analise de escanteiosinteresses comerciais do Império Britânico).

Foisite para analise de escanteios1864, poucas décadas após os países sul-americanos declararem suas independências das potências europeias, e quando as fronteiras das novas nações ainda estavam sendo definidas.

A faísca que desencadeou tudo foi uma disputa entre os partidos tradicionais do Uruguai: o Partido Nacional (ou Branco), que governava, e o Partido Colorado.

O governosite para analise de escanteiosBernardo Prudencio Berro, do Partido Branco, era o único aliado regional do Paraguai e lhe garantia uma saída ao mar (embora, na prática, antes da guerra, os paraguaios usassem principalmente o portosite para analise de escanteiosBuenos Aires para chegar ao Atlântico).

Já os colorados, liderados pelo general Venancio Flores, tinham o apoio do Brasil.

Por isso, quando Flores, com a ajuda do Brasil, encabeçou uma revolução para derrubar Berro, o presidente paraguaio, o marechal Francisco Solano López, decidiu sairsite para analise de escanteiosdefesa do governo uruguaio.

Solano López ordenou a capturasite para analise de escanteiosum barco mercante brasileiro e invadiu o Estado brasileiro do Mato Grosso, que o Paraguai e o Brasil disputavam.

A partir dali, ele pretendia enviar suas tropas até o Uruguai, mas para isso precisava atravessar a Província argentinasite para analise de escanteiosCorrientes.

Foi assim que a Argentina entrou no conflito. O presidente do país, Bartolomé Mitre, era aliado dos colorados uruguaios, como o Brasil.

Por isso, ele negou o pedidosite para analise de escanteiosSolano López para atravessar Corrientes, e quando o marechal invadiu a Província, a Argentina se uniu ao Brasil e ao novo governo uruguaio contra o Paraguai.

As vítimas civis

Parte do motivo pelo qual a Guerra do Paraguai — ou Guerra da Tríplice Aliança — foi tão sangrenta foi o pacto que Argentina, Brasil e Uruguai fizeram para não encerrar o conflito até que Solano López fosse morto (o que ocorreusite para analise de escanteios1ºsite para analise de escanteiosmarçosite para analise de escanteios1870).

Isso fez com que a guerra se estendesse mesmo depoissite para analise de escanteioso Paraguai ter sido invadido e arrasado, graças à enorme disparidade entre o tamanho e o podersite para analise de escanteiosfogo entre as forças aliadas e as paraguaias.

Segundo o historiador paraguaio Fabián Chamorro, o dado mais "estremecedor" da guerra foi que a maioria das vítimas paraguaias não eram soldados (que eram cercasite para analise de escanteios90 mil), mas sim a população civil, incluindo meninos, velhos e mulheres.

Milharessite para analise de escanteiosmeninos e adolescentes também morreram nas frentessite para analise de escanteiosbatalha, já que, diante do extermíniosite para analise de escanteiossuas tropas, Solano López começou a recrutar soldados cada vez mais jovens.

A historiadora alemã Barbara Potthast, que investigousite para analise de escanteiosprofundidade a Guerra do Paraguai, disse à BBC News Mundo, o serviçosite para analise de escanteiosespanhol da BBC, que esses meninos e jovens haviam atuado como "uma barreira humana para que o exército (inimigo) não avançasse".

O caso mais tristemente célebre foi o da batalhasite para analise de escanteiosCampo Grande (ou Acosta Ñu, para os paraguaios),site para analise de escanteios16site para analise de escanteiosagostosite para analise de escanteios1869, na qual cercasite para analise de escanteios20 mil soldados brasileiros lutaram contra aproximadamente 3.500 menores paraguaios, que morreram emsite para analise de escanteiosmaioria.

Por causa dessa batalha, o Dia da Criança no Paraguai se celebrasite para analise de escanteios16site para analise de escanteiosagosto.

Novo mapa

O panosite para analise de escanteiosfundo da guerra, além do conflito político, foi a disputa territorial.

Antes do embate, o Paraguai tinha acordos territoriais com o Brasil e a Argentina.

Depois da guerra, o país perdeu grande parte do território que reivindicava — e que segundo Chamorro representava maissite para analise de escanteios150 mil quilômetros quadrados, alémsite para analise de escanteios25% do território paraguaio.

O Brasil incorporou áreas aos atuais Estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, e a Argentina conseguiu anexar as atuais Provínciassite para analise de escanteiosFormosa e Misiones.

Além disso, o Brasil ocupou o Paraguai por seis anos e exigiu uma indenização pela guerra.

"A guerra nos condenou a décadas e décadassite para analise de escanteiosprostração econômica", disse à BBC News Mundo o historiador Fabián Chamorro.

"Devastou o país e,site para analise de escanteioscerta forma, o Paraguai nunca se recuperousite para analise de escanteiostudo isso. Nunca teve um apoio da parte dos aliados para voltar a florescer economicamente, e demograficamente a catástrofe foi gigantesca", afirmou.

Uma das consequências indiretas da guerra, segundo Chamorro, foi que o Paraguai "não recebeu a migraçãosite para analise de escanteiosgrande escala que receberam os vizinhos Argentina, Brasil e Uruguai".

"As consequências continuaram a ser sentidas por muito tempo, e periodicamente afloram no espírito paraguaio", conclui o historiador.