O desafiojackpot winner casino slotsmanter jovens no ensino médio, principal obstáculo à universalização da educação:jackpot winner casino slots

Os dados que indicam evasão escolar, na visão dos especialistas, merecem especial atenção porque se referem a uma população que ainda estájackpot winner casino slotsidadejackpot winner casino slotsformação, prestes a entrar no mercadojackpot winner casino slotstrabalho.

"O vilão sempre foi o ensino médio", diz analista da Pnad Educação, Marina Águas.

Na faixajackpot winner casino slots6 a 14 anos, o levantamento indicou que 99,3% das crianças estavam nas escolasjackpot winner casino slots2018 - o que, segundo a analista do IBGE equivale praticamente à universalização, situação que se apresenta desde 2016 (nos últimos dois anos, a taxa foijackpot winner casino slots99,2%).

Os dados da Pnad Educação indicam tendência moderadajackpot winner casino slotsmelhora no setorjackpot winner casino slots2016 para cá. A taxajackpot winner casino slotsanalfabetismo caiujackpot winner casino slots7,2%jackpot winner casino slots2016 para 6,8%jackpot winner casino slots2018. O número médiojackpot winner casino slotsanosjackpot winner casino slotsestudo na população subiujackpot winner casino slots8,9 para 9,3 nos últimos dois anos.

Mas os dados expressam grande disparidade regional. Nos dados sobre analfabetismo, por exemplo, o índice no Nordeste éjackpot winner casino slots13,8%, contra 3,63% no Sul.

A Pnad Educação não traz uma estatística específica sobre evasão escolar. Mas quantifica o númerojackpot winner casino slotsalunos fora da escolajackpot winner casino slotsidadejackpot winner casino slotsensino obrigatório, e além disso traz dados sobre estudantesjackpot winner casino slotssituaçãojackpot winner casino slotsatraso escolar, ou seja, que repetiram anos no passado, o que ajuda a dimensionar o problema.

De acordo com a Pnad Educação, 69,3% dos jovensjackpot winner casino slots15 a 17 anos (0,8 ponto percentual a mais quejackpot winner casino slots2017) estavam na situação corretajackpot winner casino slotsensino no ano passado. Ou seja, estavam cursando a série adequada parajackpot winner casino slotsidade, ou já haviam concluído o ensino médio.

Segundo Marina Águas, isso que significa que os demais 30,7% ou estavam atrasados - ainda cursando séries do ensino fundamental - ou já haviam evadido a escola. Apesarjackpot winner casino slotso problema da evasão se concentrar nos anos finais do ensino básico, ele reflete problemas que vão se acumulando ao longojackpot winner casino slotstoda a formação escolar.

"Se as crianças já estão atrasadas no ensino fundamental, quando chegam no ensino médio as chancesjackpot winner casino slotspermanecerem defasadas e decidirem sair é muito maior", aponta a analista do IBGE.

Evasão escolar

O estudo Políticas Públicas para Redução do Abandono e Evasão Escolarjackpot winner casino slotsJovens, publicadojackpot winner casino slots2017 pelo Instituto Ayrton Senna, Insper, Instituto Unibanco e Fundação Brava, estima que 2,8 milhõesjackpot winner casino slotspessoasjackpot winner casino slots15 a 17 anos abandonem a escola a cada ano.

A pesquisa descreve o problema como uma "tragédia silenciosa" que tem forte impacto para a trajetória individual desses jovens e para o país como um todo.

No ritmo atualjackpot winner casino slotsinclusãojackpot winner casino slotsjovens no ensino médio, o Brasil precisarájackpot winner casino slots200 anos para atingir a metajackpot winner casino slotsuniversalizar o atendimento escolar para esse grupo,jackpot winner casino slotsacordo com o estudo, conduzido pelo economista-chefe do Instituto Ayrton Senna e professor do Insper, Ricardo Paesjackpot winner casino slotsBarros.

De acordo com Laura Machado, especialista da Cátedra Instituto Ayrton Senna no Insper, o percentualjackpot winner casino slotsjovensjackpot winner casino slots15 a 17 anos fora do ensino médio tem se mantido no mesmo patamar ao longo da última década, sem tendência expressivajackpot winner casino slotsmelhora.

"Infelizmente, a previsão é continuar do jeito que está, já que infelizmente a situação está estagnada há 10 anos", diz à BBC News Brasil.

A evasão escolar está longejackpot winner casino slotster uma causa única.

De acordo com Gabriel Corrêa, gerentejackpot winner casino slotspolíticas educacionais do Todos Pela Educação, a decisãojackpot winner casino slotsum jovemjackpot winner casino slotsdeixar a salajackpot winner casino slotsaula pode ser motivada pela faltajackpot winner casino slotsengajamento com a escola, por faltajackpot winner casino slotsacesso a transporte, pela gravidez na adolescência, pela necessidadejackpot winner casino slotsentrar no mercadojackpot winner casino slotstrabalho ou pela defasagem no ensino acumulada dos anos anteriores, entre muitos outros fatores.

"Como a repetência é frequente no Brasil, muitos jovens chegam aos 17 ou 18 anos sem conhecimentos muito básicos que deveriam ter adquirido. E issojackpot winner casino slotsescolas que não se conectam com o mundo ao seu redor, com ajackpot winner casino slotsrealidade. Nesses casos, a escola perde totalmente o sentido para o estudante jovem. Cada aluno que evade é sinaljackpot winner casino slotsum fracasso do sistema educacionaljackpot winner casino slotsque deveria estar", considera.

Maior engajamento

De acordo com Gabriel Corrêa, do Todos pela Educação, alguns Estados brasileiros têm se destacado no combate à evasão escolar. Como exemplos, ele cita o Espírito Santo e Pernambuco, que ao longo dos últimos cinco anos consecutivos registrou a menor taxajackpot winner casino slotsabandono escolar do Brasil na rede estadualjackpot winner casino slotsensino médio (1,5%jackpot winner casino slots2018,jackpot winner casino slotsacordo com o Instituto Nacionaljackpot winner casino slotsEstudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/ Inep, vinculado ao MEC). A melhora é relacionada a um programajackpot winner casino slotseducaçãojackpot winner casino slotstempo integral desenvolvido pelo MEC.

Corrêa considera que as mudanças curriculares do Novo Ensino Médio, aprovadas no ano passado, podem aumentar o engajamento dos alunos com a escola nessa fase da vida, potencialmente sanando um problema crítico para a evasão: o desinteresse dos alunos pela escola.

Com o novo modelo, o ensino médio deixarájackpot winner casino slotster um currículo único e passará a ter pelo menos 40% da carga horária dedicada a um currículo "customizado"jackpot winner casino slotsacordo com os interesses do aluno - que poderá se aprofundar, por exemplo,jackpot winner casino slotsdisciplinasjackpot winner casino slotshumanas oujackpot winner casino slotsexatas, e incluir cadeirasjackpot winner casino slotsensino técnico profissionalizante, já preparando os estudantes para o mercadojackpot winner casino slotstrabalho.

As mudanças ainda estão sendo discutidas pelas secretarias estaduaisjackpot winner casino slotsensino e devem começar a ser implementadas na redejackpot winner casino slotsensino médio a partir do ano que vem.

"Se for bem implementado, estaremos indojackpot winner casino slotsdireção a sistemas educacionais mais avançados, e a expectativa éjackpot winner casino slotsaumentar o aprendizado e reduzir a evasão", afirma Corrêa.

Da roçajackpot winner casino slotsvolta para a escola

Diante da ampla gamajackpot winner casino slotsmotivos para a evasão e da obrigatoriedade constitucionaljackpot winner casino slotsque os alunos estejam na escola, programasjackpot winner casino slots"busca ativa" fazem parte do esforçojackpot winner casino slotsEstados e municípios para identificar casosjackpot winner casino slotsevasão, indo atrás dos alunos que saíram e adotando as medidas necessárias para trazê-losjackpot winner casino slotsvolta para a escola.

Um exemplo dessa abordagem é o Busca Ativa Escolar, uma plataforma lançada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)jackpot winner casino slotsjunhojackpot winner casino slots2017 e adotada por quase 3 mil municípios brasileiros como partejackpot winner casino slotssuas estratégias para tentar mapear e resgatar crianças e adolescentes fora da escola.

Luan Carvalho da Silva Pires,jackpot winner casino slots17 anos, caminhava para se tornar um exemplo clássicojackpot winner casino slotsevasão escolar. Ele morajackpot winner casino slotsum assentamento ruraljackpot winner casino slots39 famíliasjackpot winner casino slotsPiraí, municípiojackpot winner casino slots60 mil habitantes no interior do Rio, na região do Vale do Paraíba.

Levava quase duas horas para chegar na escola, enfrentando van, ônibus e um longo trecho da Rodovia Presidente Dutrajackpot winner casino slotscada trecho. Já havia repetidojackpot winner casino slotsano três vezes. Depoisjackpot winner casino slotsconcluir o 7º ano,jackpot winner casino slotsdezembro passado, decidiu que não queria mais voltar.

"Eu queria trabalhar. Em qualquer lugar. Para comprar as minhas coisas e ajudarjackpot winner casino slotscasa", lembra o rapazjackpot winner casino slots17 anos. Ele mora com a mãe, que trabalha na roça, o padrasto, que é ajudantejackpot winner casino slotspedreiro, e os cinco irmãos.

Um agente municipaljackpot winner casino slotssaúde soubejackpot winner casino slotsseu caso. Registrou um alerta com o nomejackpot winner casino slotsLuan na plataforma digital do Busca Ativa Escolar. Depoisjackpot winner casino slotsreceber o alerta, a professora municipal Silvania Gonçalves Rocha, coordenadora do programajackpot winner casino slotsPiraí, pegou a Kombi da Secretariajackpot winner casino slotsEducação e bateu emjackpot winner casino slotsporta.

"Eu fui lá e contei a minha história", diz Silvania. "Vimjackpot winner casino slotsuma família muito humilde, a minha mãe sempre me incentivou a estudar, e sempre conto que o único jeitojackpot winner casino slotsa gente mudar a vida é pelo estudo. O caminho que abre portas é pelos livros."

Ela própria se tornou órfã do pai aos 8 anos e cresceujackpot winner casino slotsuma famíliajackpot winner casino slotssete irmãos, criados pela mãe, empregada doméstica. "Eu digo que vimjackpot winner casino slotsuma classejackpot winner casino slotsque eu poderia ter desistido, e não desisti", afirma.

Luan resistiu, e só foi convencido depois que Silvania prometeu encontrar uma vagajackpot winner casino slotsuma escola mais próxima. Foi matriculado na Escola Municipal Lúciojackpot winner casino slotsMendonça, e agora leva 40 minutos para a escolajackpot winner casino slotsuma van da prefeitura que o buscajackpot winner casino slotscasa.

Está matriculado no 8º ano do ensino fundamental - três séries a menos do previsto para ajackpot winner casino slotsidade. Mas se diz animado com a escola nova e correndo atrás dos dois mesesjackpot winner casino slotsaula que perdeu no início do ano.

"Está bom, né? Estou trabalhando para recuperar. Agora quero estudar", diz ele. "Queria ser veterinário. Tenho meus bichos aqui na roça" - diz, e é possível ouvir galinhas cacarejando àjackpot winner casino slotsvolta enquanto conversa por telefone com a reportagem. "Está na horajackpot winner casino slotselas comeremjackpot winner casino slotsnovo", comenta rindo.

Mas feliz mesmo com o retorno do menino para a escola ficoujackpot winner casino slotsmãe, Cirlene da Silva Pires. "Apesar da gente morar na roça, meu sonho é ver meus filhos formados. Para eles não passarem o que a gente passa. A vida na roça é muito dura", diz a mãe.

Contra a violência

De acordo com o chefejackpot winner casino slotsEducação do Unicef no Brasil, Ítalo Dutra, para funcionar, o programajackpot winner casino slotsbusca ativa depende do engajamento públicojackpot winner casino slotsvários níveis. Deve envolver secretariasjackpot winner casino slotsEducação, Saúde e Assistência Social, associaçõesjackpot winner casino slotsmoradores e conselhos tutelares do Ministério Público - tanto para mapear os alunos fora da escola quanto para sanar os obstáculos que se apresentam.

Ele ressalta que combater a evasão escolar é também uma formajackpot winner casino slotsproteger crianças e adolescentes contra a exposição a violência e contra violaçõesjackpot winner casino slotsdireitos.

"Em geral as violências mais extremas, letais, armadas, são partejackpot winner casino slotsuma históriajackpot winner casino slotsprivaçõesjackpot winner casino slotsdireitos que começam muito antes", diz Dutra. "O direito à educação abre portas para a garantiajackpot winner casino slotsdireitos."

Yanjackpot winner casino slotsOliveira Rosa Aureliano,jackpot winner casino slots18 anos, tinha desistidojackpot winner casino slotsestudar por causa da violênciajackpot winner casino slotsParaty, mas acabou voltando para a escola com ajuda do programa.

Ele morajackpot winner casino slotsTrindade, uma vilajackpot winner casino slotspescadores na costa do Rio, mas só obtivera vaga no centrojackpot winner casino slotsParaty, no turno da noite, a 25 kmjackpot winner casino slotsdistância. Seus pais foram contra, temendo a violência que aumenta na região.

Ele passou maisjackpot winner casino slotsum semestre sem aulas, até que uma agente comunitária soubejackpot winner casino slotsseu caso e registrou-o no sistema. Acabou sendo alocadojackpot winner casino slotsuma turma do Educação para Jovens e Alunos, recém-abertajackpot winner casino slotsTrindade.

Yan voltou para a escolajackpot winner casino slotssetembro. Está cursando o 9º ano na Escola Municipal Saulo Alves da Silva. Seus colegasjackpot winner casino slotsturma têm entre 16 e 60 anos.

"Agora as aulas são a 50 metros da minha casa", comemora ele. "Acho que foi muito bom para mim. Preciso mesmo terminar os meus estudos."

Yan diz que desde criança deseja estudar biologia marinha, e não sente falta dos dias fora da escola. "Eu não tinha nada para fazer. Ficava entediado o dia inteiro."

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