Como monopóliousuario bloqueado onebetconversa política por minoria amplifica notícias falsas no WhatsApp:usuario bloqueado onebet

Ilustraçãousuario bloqueado onebetpessoas com celulares na mão

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Legenda da foto, Estudo inédito aponta que grupo pequeno monopoliza conversasusuario bloqueado onebetgruposusuario bloqueado onebetWhatsApp

Segundo o estudo, quase 90% dos participantesusuario bloqueado onebetgrupos políticos contribuem com menosusuario bloqueado onebet2% da conversa no chat, enquanto 10% dos usuários enviam a maioria das mensagens.

"É como se fosse um talk show, com uma pessoa, ou um grupousuario bloqueado onebetpessoas, discutindo vários tópicos com um apresentador e um público composto por pessoas que fazem perguntas ou que apenas assistem o programa", diz o estudo.

"Em nossa análise, identificamos que algumas pessoas podem ser chamadasusuario bloqueado onebet'apresentadoras' porque estimulam as discussões publicando um grande númerousuario bloqueado onebetmensagens, (...) e temos a audiência, composta por pessoas passivas ou interessadas."

As conclusões, segundo pesquisadores não ligados ao estudo consultados pela BBC News Brasil, é preocupanteusuario bloqueado onebetum cenáriousuario bloqueado onebeteleições, uma vez que favorece a disseminaçãousuario bloqueado onebetnotícias falsas.

Segundo Lucas Calil, linguista e pesquisador da FGV DAPP (Diretoriausuario bloqueado onebetAnáliseusuario bloqueado onebetPolíticas Públicas), cuja equipe monitora o fluxousuario bloqueado onebetinformações no Twitter e no Facebook, trata-seusuario bloqueado onebetuma dinâmica se repete nessas redes sociais.

Telausuario bloqueado onebetcelular mostra WhatsApp

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Legenda da foto, Para especialistas, dinâmicausuario bloqueado onebetconversausuario bloqueado onebetque um grupo monopoliza as informações e bombardeia leitores que não têm tempousuario bloqueado onebetfiltrar dados pode favorecer disseminaçãousuario bloqueado onebetnotícias falsas

"Apesar do alto volumeusuario bloqueado onebetparticipantes e por mais horizontal que seja o debate nas redes, existe uma tendênciausuario bloqueado onebetmanutençãousuario bloqueado onebet'influenciadores'usuario bloqueado onebetrelação ao restante dos perfis", afirma, citando as celebridades momentâneas do Twitter.

Nos grupos públicosusuario bloqueado onebetWhatsApp, um espaçousuario bloqueado onebetque esses poucos usuários que monopolizam a discussão bombardeiam o restante com muitas mensagens, vídeos e áudios, "existe uma hiper-aceleraçãousuario bloqueado onebetinformações a que cada um dos membros têm acesso e fica quase incompatível processá-las, entendê-las e mesmo ler o que é enviado exercendo uma atividade cotidiana qualquer", afirma ele.

"Muito da discussão fica absorvidausuario bloqueado onebetforma parcial ou limitada por causa do excesso e o sujeito é incapazusuario bloqueado onebetinteragir com todo conteúdo à que ele tem acesso."

Isso, para ele, acende um alerta durante as eleições, já que essa hipertrofiausuario bloqueado onebetinformações dificulta a separação do que é verdadeiro e do que é falso – e durante a campanha eleitoral aumentam as estratégiasusuario bloqueado onebetdesinformação. Ou seja, com pouco tempousuario bloqueado onebetavaliar ou filtrar o material recebido, o usuário que compõe a "audiência" desse talk-show pode acreditar mais facilmenteusuario bloqueado onebetnotícias falsas.

Para Calil, estudos sobre o WhatsApp como esse das universidades mineiras, são importantes principalmente no período eleitoral por causa do alcance do aplicativo na sociedade brasileira – o que acontece no WhatsApp alimenta o que vai parar nas outras redes sociais e vice-versa.

Monitorando alguns grupos públicos sobre política no WhatsApp (não os mesmos do estudo da UFMG e da PUC Minas), a BBC News Brasil percebe que há um envio caótico eusuario bloqueado onebetgrande quantidadeusuario bloqueado onebetmensagens, com pouco diálogo entre os usuários do grupo.

Dominadores

Hoje, o WhatsApp funciona para muitos brasileiros também como rede social, e não apenas aplicativousuario bloqueado onebetmensagens instantâneas. Há grupos "públicos" e temáticos,usuario bloqueado onebetque qualquer pessoa pode entrar por meiousuario bloqueado onebetlinks abertos, um pouco como eram os bate-papos na internet antigamente.

Os chats são formados por pessoasusuario bloqueado onebetdiferentes cantos do Brasil e que não se conhecem. São diferentes dos grupos "privados", como osusuario bloqueado onebetfamília e amigos, com entrada restrita por meiousuario bloqueado onebetconvites. Os pesquisadores analisaram apenas esses grupos "públicos".

Pessoa manuseia celular

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Legenda da foto, WhatsApp deixouusuario bloqueado onebetser apenas aplicativousuario bloqueado onebetmensagens instantâneas e funciona também como rede social, com grupos formados por pessoas que não se conhecem

Para Virgílio Almeida, professorusuario bloqueado onebetCiência da Computação da UFMG, professor associadousuario bloqueado onebetHarvard e um dos autores da pesquisa, o resultado do estudo, que mostra essa dinâmicausuario bloqueado onebet"talk show", "pode significar a existênciausuario bloqueado onebetpelo menos dois perfisusuario bloqueado onebetusuários nos grupos públicos sobre política: os 'dominadores' ou possivelmente ativistas e os outros que formam a audiênciausuario bloqueado onebetdiscussões do grupo".

"Uma hipótese é que existem usuários ativos que entendem e gostamusuario bloqueado onebetassuntos políticos (nos grupos sobre política), então eles naturalmente vão dominar os debates. Isso é similar à vida real. Por exemplo, quando um grupousuario bloqueado onebetpessoas se reúne, geralmente os mais extrovertidos e os que conhecem mais sobre o assunto vão se destacar, 'entreter' e dirigir as conversações."

Outra conclusão da pesquisa: usuáriosusuario bloqueado onebetgrupos políticos publicam mais textos que outros tiposusuario bloqueado onebetmídia, como vídeos, imagens, áudios, links e emojis,usuario bloqueado onebetcomparação com grupos não políticos. "Esse achado pode indicar que há mais discussão entre usuáriosusuario bloqueado onebetgrupos políticos do que entre usuáriosusuario bloqueado onebetgrupos não políticos", diz o estudo.

Também chegaram à conclusão que grupos não políticos são mais ativos à noite eusuario bloqueado onebetmadrugada. Embora ainda não tenham evidência científica, apenas empírica, os pesquisadores apostam que a dinâmica da participaçãousuario bloqueado onebetusuáriosusuario bloqueado onebetgrupos políticos tem mudado, com concentração espalhada ao longo do dia todousuario bloqueado onebettrabalho, aponta Humberto Marques-Neto, da PUC-MG.

O estudo também mostra que,usuario bloqueado onebetmédia, mensagensusuario bloqueado onebetgrupos políticos têm um intervalousuario bloqueado onebet2,8 minutos entre elas, ou seja, há conversas mais intensas, enquanto esse intervalousuario bloqueado onebetgrupos não políticos tem médiausuario bloqueado onebet12,4 minutos.

Resultadousuario bloqueado onebetpesquisa mostra tiposusuario bloqueado onebetmensagensusuario bloqueado onebetgruposusuario bloqueado onebetWhatsApp
Legenda da foto, Usuáriosusuario bloqueado onebetgrupos não políticos publicam mais links, emojis e mídias (fotos e vídeos), enquanto usuáriosusuario bloqueado onebetgrupo políticos publicam mais textos

WhatsApp como meiousuario bloqueado onebetse informar

Hoje, alémusuario bloqueado onebetpoder ser convidado por pessoas para integrar um grupo no aplicativo, usuários podem entrarusuario bloqueado onebetgruposusuario bloqueado onebetWhatsApp por meiousuario bloqueado onebetlinks. Há sites, aplicativos, grupos no Facebook e outros grupos no WhatsApp onde esses links são divulgados – e basta clicar neles para ser adicionado a grupos, os tais grupos públicos.

Para chegar aos grupos políticos analisados, os pesquisadores brasileiros fizeram o seguinte: procuraram pelo link "chat.whatsapp.com" associado com uma listausuario bloqueado onebetpalavrasusuario bloqueado onebetportuguês relacionadas a política, movimentos sociais, eleições, religião, racismo, misoginia, sexualidade, violência e discriminação.

Assim, descobririam links que levariam a grupos temáticos e públicos. Escolheram termos como: "aborto", "cotas", "fascistas", "Gilmar Mendes", "Jean Wyllys", "Moro", "MST", "Sulista", "Alckmin", "Bolsonaro", "Ciro", "Lula", "Marina", "bandido bom é bandido morto", entre outros,usuario bloqueado onebetum totalusuario bloqueado onebet219 termos. Chegaram, dessa maneira, a 13.525 grupos públicosusuario bloqueado onebetWhatsApp.

Os pesquisadores filtraram os maisusuario bloqueado onebet13 mil grupos, escolhendo aqueles que tinham no nome um dos termos selecionados por eles e aqueles que tinham ao menos 64 membros, um quarto do total permitido pelo WhatsApp (256 membros). Além disso, adaptaram a pesquisa à quantidadeusuario bloqueado onebetcelulares que tinham disponíveis. O total analisado pelos pesquisadores, então, ficouusuario bloqueado onebet81 grupos – 49 políticos e 32 não políticos.

A psicóloga Andrea Jotta, do Laboratóriousuario bloqueado onebetEstudos da Psicologiausuario bloqueado onebetTecnologia, Informação e Comunicação da PUC-SP, diz que o WhatsApp é usado por usuários não só para se comunicar, mas também para obter informações.

E compara com o consumousuario bloqueado onebetinformaçõesusuario bloqueado onebetespectadores que antes ficavam sentadosusuario bloqueado onebetfrente à televisão: presenteusuario bloqueado onebetdiferentes grupos, é como se o consumidor agora estivesse "com dez televisões ligadasusuario bloqueado onebetdiversos canais diferentes que passam informações o tempo todo".

"A gente leva o comportamento humano para dentro da mídia", diz ela. Assim, faz sentido que, como na vida real, nem todos queiram fica sob os holofotes, mas ainda queiram se informar e participar – às vezes calados, apenas consumindo.

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