Eleições 2018: Candidaturaspagbet appnegros crescem, mas partidos continuam com maioriapagbet appbrancos:pagbet app

Foto feita quando a Frente Favela Brasil pediu registro como partido no TSE, processo ainda não concluído.

Crédito, Frente Favela Brasil

Legenda da foto, A Frente Favela Brasil pediu registro como partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), processo ainda não concluído

Os números foram extraídos do portal do TSE na noite do dia 20pagbet appagosto, quando a grande maioria dos pedidospagbet appcandidatura já havia entrado no sistema, podendo sofrer alterações residuais conforme entrem novos registros ou a Justiça Eleitoral negue parte das solicitações por algum impedimento legal dos candidatos.

A subrepresentação dos negros é detectada na grande maioria dos 35 partidos existentes no país, mas é mais intensapagbet appseis legendas, que têm maispagbet app60% dos seus candidatos brancos: Novo, PCO, PSDB, PSD, PP e MDB.

Na outra ponta, as siglas que apresentam maior percentualpagbet appconcorrentes negros (54% ou mais) são PCdoB, PTC, Rede, PSC, PMB e PSOL.

No total, haverá na eleição 14,8 mil candidatos brancos concorrendo e 13 mil pretos e pardos. Em termos absolutos, PSOL e PT são os que mais inscreveram negros na disputa, respectivamente 715 e 639.

Considerando os dez maiores partidospagbet apptermospagbet appfiliados no Brasil, o PT é o que apresenta maior percentualpagbet appcandidaturaspagbet appnegros (50% do total) nesta eleição. As legendas com proporção mais significaivapagbet apppretos são PSTU (42% dos candidatos se audocleraram pretos), seguidospagbet appPCdoB (23%), PSOL (23%) e PT (22%). Por outro lado, os quatro apresentam percentualpagbet apppardos menor que a média dos 35 partidos, que épagbet app35,5%.

Já os que apresentam menos pretos concorrendo são Novo (1,2%), PSL (4,7%), PSDB (6%) e PSD (6%).

Partido com menor diversidade racial, o Novo tem 85%pagbet appcandidatos brancos. Disputando as eleições estaduais e nacional pela primeira vez, a legenda criou um processo diferente para escolher seus candidatos, com análisepagbet appcurrículos e entrevistas.

Todos os interessadospagbet appconcorrer tiverampagbet apppagar uma inscriçãopagbet appR$ 600, usados para custear a seleção. O partido não ofereceu isenção para interessadospagbet appmenor renda ou usou mecanismos para incentivar negros a participar.

O presidente do partido, Moisés Jardim, disse à BBC News Brasil que não vê problema na maioria branca dos candidatos. Questionado se não seria importante ter pretos e pardos eleitos para que participem da elaboraçãopagbet apppolíticas públicas que atendam a suas necessidades específicas, Jardim respondeu que os eleitos pelo Novo, independentementepagbet appsua cor e renda, pensarãopagbet apptodos os brasileiros.

"A questão da raça para a gente não é relevante, não é uma prioridade. Entendemos que temospagbet appselecionar (para serem candidatos do Novo) as pessoas mais qualificadas e que pensam como nós pensamos", disse à reportagem.

'O negro está cansadopagbet appver os outros falarem por ele'

A Frente Favela Brasil, que está tentando obter o registropagbet apppartido político no TSE, defende a necessidadepagbet appcolocar mais negros nos espaçospagbet apppoder para pensar políticas públicas que possam reduzir a exclusão desse grupo social.

Como não conseguiu se formalizar a tempo para essa eleição, a frente está lançando 28 candidatos, quase todos negros,pagbet app12 Estados, por oito partidos diferentes (Rede, PSB, PT, PSOL, PCdoB, PRB, PPS e PDT). A grande maioria tenta os cargospagbet appdeputado federal ou estadual e já tem alguma atuação política. Anderson Quack (PSOL-RJ), por exemplo, é um dos fundadores da CUFA (Central Única das Favelas). Derson Maia (PDT-DF) vem do movimento estudantil. E Andréa Reis (Rede-BA) milita no movimento negro feminista.

Uma das lideranças da Frente Favela Brasil, Anna Karla Pereira defende a importânciapagbet appque o Congresso Nacional represente a pluralidade dos brasileiros, com mais negros, mulheres e indígenas. Hoje, apenas 10% dos parlamentares são mulheres e cercapagbet app20% são negros; não há um índio.

"O negro está cansadopagbet appver os outros falarem por ele, pessoas que não vivem a realidade social do negro no país. Precisamospagbet apppolíticas públicas específicas para essa população e não adianta dizer que outras pessoas vão fazer porquepagbet apptoda a construção histórica do Brasil nunca foi feito", diz.

A expectativapagbet appPereira é que a frente eleja ao menos metade dos candidatos, apesarpagbet appos dadospagbet appeleições passadas mostrarem que pretos e pardos têm menospagbet appmetade da chancepagbet appvencer a disputa quando comparados aos brancos. Em 2014, menospagbet app4% dos candidatos negros se elegeram. Já entre as candidaturas brancas, 9% foram vitoriosas.

Candidatos brancos costumam ter mais apoio dos partidos

O cientista social Osmar Teixeira Gaspar estudou empagbet apptesepagbet appdoutorado pela USP os obstáculos enfrentados pelos negros para se eleger. Ele afirma que esses candidatos,pagbet appgeral, recebem menos apoio dos partidos para suas campanhas, como recursos financeiros e pessoal para auxiliar na divulgação. Os candidatos que já têm mandato e tentam a reeleição costumam ser priorizados.

"Os candidatos negros acabam não tendo viabilidade para se eleger e funcionam mais como meio para conseguir votos para outros se elegerem", nota ele, lembrando que no sistema brasileiro os votospagbet appum candidato a deputado podem auxiliar outros do mesmo partido a vencer a eleição.

Integrantes da frentepagbet appIbura, bairro do Recife.

Crédito, Frente Favela Brasil

Legenda da foto, Integrantes da Frente Favela Brasilpagbet appIbura, bairro pobre do Recife

Além disso, destaca Gaspar, negros, por terem menor rendapagbet appmédia, têm mais dificuldadepagbet apppararpagbet apptrabalhar para se dedicar a uma campanha. Por isso, ele cobra que os partidos adotem ações específicas para incentivar as candidaturaspagbet apppretos e pardos e defende também que sejam criadas cotas para candidatos negros.

O pesquisador observou também que os partidos menores costumam oferecer mais espaços para negros do que os maiores, independentemente do espectro político da legenda. Ou seja, nota Gaspar, as legendas com maior espaço na política são as que dão menos chance aos pretos e pardospagbet appestarem nesses lugares.

A BBC Brasil questionou os partidos com maior percentualpagbet appcandidaturas brancas sobre por que deram pouco espaço para candidatos negros.

No caso do PP,pagbet appque 64% dos candidatos registrados são brancos, o presidente nacional do movimento Afro Progressistas, Bruno Teté, disse que o partido tem ampliado gradativamente o espaço para pretos e pardos e deve eleger 3 a 4 deputados federais negros nesta eleição. A bancada na Câmara tem hoje 50 parlamentares, dos quais dois são negros.

"Após a eleição, você vai ver que o PP vai estar entre os três maiores partidos a eleger deputados negros, pois estamos colocando candidatos com chances reaispagbet appganhar a eleição e não candidato só para concorrer como tem muito por aí", afirmou.

Já o PSDB, no qual 67% dos candidatos são brancos, respondeu que "está aguardando o deferimento (aprovação pela Justiça Eleitoral dos pedidospagbet appregistro) para ter o número exatopagbet appcandidaturas. Segundo o partido, "só após esse deferimento será possível analisar dados".

O PSD, porpagbet appvez, que tem 66% dos candidatos brancos, destacoupagbet appnota que "foi fundadopagbet app2011 e vem buscando ampliar seus quadros progressivamente epagbet appmaneira plural, convidando a todos os brasileiros,pagbet appforma indistinta, a participar e se engajar na política e na vida político-partidária, com representantes das mais diversas origens, etnias e orientações,pagbet apptodas as regiões do país".

O partido disse ainda que "as candidaturas para essas eleições são frutos das deliberações realizadaspagbet appcada Estado".

O MDB, que conta com 63%pagbet appbrancos, reconheceu por meiopagbet appnota que a participaçãopagbet appnegros entre seus candidatos "é um percentual ainda aquém do ideal", mas destacou que "é crescente e assim será para os próximos anos".

O partido afirmou também que "incentiva a participação, protagonismo e a candidaturapagbet apppessoas negras a todos os cargos. Inclusive por meio do MDB Afro, essa políticapagbet appincentivo é permanentepagbet appnossa rotina partidária".

Não responderam aos questionamentos da BBC News Brasil PSL e PCO - no caso do último, a reportagem não conseguiu contato por telefone e enviou a solicitação por email.