Belo Monte faz região onde irmã Dorothy foi assassinada voltar a ser palcoplayboy online casinoviolência e tensão:playboy online casino

Crédito, Tomaz Silva | ABr
As denúncias recebidas pela Ouvidoria Agrária Nacional sãoplayboy online casinoque esses pretensos donos contrataram pistoleiros para expulsar os produtores rurais - cercaplayboy online casino250 famílias. Não há decisão judicial que autorize qualquer despejo.
Autoridades ouvidas pela BBC Brasil temem por novas mortes na região. Entre julho e novembroplayboy online casino2015, sete pessoas foram assassinadasplayboy online casinodecorrênciaplayboy online casinoconflitosplayboy online casinoterraplayboy online casinoAnapu, segundo a Comissão Pastoral da Terra.
Seis dessas mortes estariam relacionadas a uma açãoplayboy online casinodespejo semelhante realizada no lote 83. Um dos executados foi José Nunes da Cruz Silva, conhecido como Zé da Lapada, líderplayboy online casinoum grupoplayboy online casinotrabalhadores sem-terra.
"Existem relatosplayboy online casinoque alguns trabalhadores já foram expulsos dos lotes 69, 71 e 73 sem ordem judicial por, digamos, empregados ou jagunços dos pretensos proprietários. Há denúnciaplayboy online casinodesmatamento ilegal e também ameaçasplayboy online casinomorte que estão sendo praticadas pelos pistoleiros", disse o ouvidor agrário nacional, desembargador Gercino José da Silva Filho, após participarplayboy online casinouma reunião sobre a questão na quarta-feiraplayboy online casinoBrasília.
Além do reforço policial na área, a reunião também destacou a necessidadeplayboy online casinoque a Justiça agilize a conclusão dos processos sobre a propriedade das terras. Os fazendeiros que se dizem donos perderam na primeira instância, mas recorreram.

Crédito, Tomaz Silva | ABr
Para Pontes, que participou da reunião com o ouvidor, é importante que a União consiga retomar a posse das terras para destiná-las à reforma agrária.
"Estive na região semana passada e fiquei muito assustado com os relatos que ouviplayboy online casinoAnapu. Os fazendeiros não conseguiram na Justiça a retirada dos colonos e estão tentando fazer isso por meioplayboy online casinointimidações,playboy online casinoqueima das casas das pessoas, das plantações", disse o procurador.
Belo Monte
Os conflitos na região remontam a décadas atrás. Nos anos 1970, durante a ditadura militar, foram licitadas áreas da região amazônica para ocupação por grandes fazendeiros. No entanto, muitos deles não chegaram a ocupar a terra no prazoplayboy online casinocinco anos e seus contratos foram anulados na Justiça.
Apesar disso, alguns fazendeiros hoje dizem que compraram os lotes dos licitantes originários e, por isso, alegam ter direito à posse. Muitas vezes, porém, esses contratos são considerados fraudulentos e a ocupação é feita por grilagem.
"No entendimento do Incra (Instituto Nacionalplayboy online casinoColonização e Reforma Agrária) esse adquirente originário não cumpriu as cláusulas resolutivas e portanto os lotes continuam sendoplayboy online casinodomínio público. Inclusive esses lotes continuam matriculados e registradosplayboy online casinonome da União", observou Silva Filho.
Segundo o procurador Felício Pontes, a maioria das famílias que hoje ocupa a área veio para trabalhar na construçãoplayboy online casinoBelo Monte, do sul do Pará ouplayboy online casinoEstados como Bahia, Piauí e Ceará. São agricultores que não quiseram voltar porque nas suas terrasplayboy online casinoorigem conseguiam produzir meramente para subsistência.
"Esse recrudescimento da violência na regiãoplayboy online casinoAnapu é consequência direta da hidrelétrica. E o poder público já tinha que estar preparado porque isso estava escrito no estudoplayboy online casinoimpacto ambientalplayboy online casinoBelo Monte - que muitas dessas 80 mil famílias que chegariam à região não voltariam para seu lugarplayboy online casinoorigem".
O procurador opina que esses novos ocupantes são positivos para a preservação da floresta na região.
"Em Anapu, a terra é muito fértil. Essas pessoas que entraram lá há quatro anos estão produzindo cacau, cupuaçu. Esse tipoplayboy online casinoprodução precisa da florestaplayboy online casinopé. Então, não houve desmatamento, pelo contrário. Todos eles compraram suas motos, e alguns até já compraram dois carros, um carro para o uso da família e outro para escoar a produção", contou.

Crédito, Valter Campanato/ABr
Segurança
Segundo a BBC Brasil apurou, um ouvidor agrário regional que atua na área tentou, com apoioplayboy online casinoquatro policiais da patrulha rural comunitária, acesso à região nesta semana, mas eles desistiram no meio do caminho.
Quando se dirigiam ao local, encontraram famílias que haviam sido expulsas e estavam se retirando da área. Elas afirmaram que se o ouvidor e os policiais não permanecessem continuamente no local, uma mera visitaplayboy online casinoinspeção geraria represálias violentas contras os moradores tão logo os visitantes deixassem a região.
Dessa forma, o grupo desistiuplayboy online casinoir ao local porque não tinha autorização para pernoite.
Em Anapu há também efetivos das polícias Civil e Militar. No entanto, os pequenos produtores rurais não confiam nessas instituições e dizem que parte dos agentes costumam agirplayboy online casinoparceria com os grandes fazendeiros, segundo Felício Pontes.
De acordo com o procurador federal, ficou decidido na reunião que seria sugerido ao governo do Pará que deslocassem para Anapu agentes especializados da Delegaciaplayboy online casinoConflitos Agrários (Deca)playboy online casinoMarabá, município no leste do Estado.
O secretário-adjuntoplayboy online casinointeligência e análise criminal da Secretariaplayboy online casinoSegurança do Pará, Rogério Morais, disse à BBC Brasil que a Decaplayboy online casinoMarabá instaurou um inquérito para apurar as denúncias e que um efetivo está se deslocando para a região da Mata Preta.

Crédito, Roberto Stuckert Filho | PR
Ele afirmou, porém, não ver necessidadeplayboy online casinoenvio da Força Nacionalplayboy online casinoSegurança. O pedido feito na quarta-feira foi assinado pela procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat.
"O Estado está apto a cumprir seu papel constitucionalplayboy online casinoproteção ao cidadão na área", afirmou. "A área da Mata Preta é uma área tradicionalmente conflituosa, a gente não tem nenhuma dúvida disso. Nós tivemos um fato marcante, o caso da irmã Dorothy, que causou grande comoção nacional e internacional. Não só por esse motivo, por outros também, é uma áreaplayboy online casinoobservação constante da secretaria".
Em carta aberta divulgada nesta terça-feira, as irmãs da congregação Notre Dameplayboy online casinoNamur, a mesmaplayboy online casinoDorothy Stang, disseram que iniciariam na quarta-feiraplayboy online casinonoite uma greveplayboy online casinofomeplayboy online casino"protesto contra a faltaplayboy online casinoaçãoplayboy online casinodefesa das 250 famíliasplayboy online casinoMata Preta" e "até haver uma ação enérgica e decisivaplayboy online casinodefesa das famílias e das leis do país".
Na noite desta quinta, as religiosas informaram à BBC Brasil que, diante da mobilização das autoridades nas últimas 48 horas para prover segurança às famílias, decidiram interromper a greveplayboy online casinofome.
Após a publicação desta reportagem, a Norte Energia, responsável por Belo Monte, enviou uma notaplayboy online casinoresposta à BBC Brasil:
Mentiras e ilaçõesplayboy online casinoopositores à Usina Hidrelétrica Belo Monte têm associado a obra a conflitos fundiários por meioplayboy online casinoomissões e descontextualizações que o assunto exige. Infelizmente, conflitos no campo são uma realidade presente desde a ocupaçãoplayboy online casinomassaplayboy online casinoterras na Amazônia na décadaplayboy online casino1970,playboy online casinoespecial no Pará e na região da Rodovia Transamazônica.
No casoplayboy online casinoAnapu, na região da Mata Preta, onde ocorreu o recrudescimento da violência, o conflito se arrasta há pelo menos 30 anos. Portanto, não é honesto e nem justo atribuir o problema a um empreendimento que, na área da segurança pública, investe maisplayboy online casinoR$ 100 milhões para a prevenção da violência e pelo respeito aos direitos humanos, por meioplayboy online casinoconvênio com o Governo do Estado do Pará.
É uma inverdade que as obras da usina resultaram na permanênciaplayboy online casinomais "80 mil pessoas" na regiãoplayboy online casinoBelo Monte. Uma consulta simples aos dados do IBGE mostra que Anapu, por exemplo,playboy online casino2010 possuía 20.543 habitantes e,playboy online casino2015, tem população estimadaplayboy online casino25.414. Além do mais, dos cercaplayboy online casino30 mil trabalhadores que vieramplayboy online casinooutros estados trabalhar no empreendimento, apenas 3% ficaram na região após as desmobilizações ocorridas à medida que as obras civis avançavam.
Culpar Belo Monte pelos problemas fundiários do Pará, que, lamentavelmente, o poder público não consegue resolver, é mero oportunismo e ataque gratuito ao empreendimento. É lamentável também que essas teses sem fundamento sejam disseminadas pelos meiosplayboy online casinocomunicação sem um contraponto da Norte Energia, prática condenável para qualquer um que preze pelo bom Jornalismo.
Como signatária e cumpridora dos Princípios do Equador, a Norte Energia S.A., responsável pelo empreendimento, trabalha com responsabilidade social e ambiental, portanto, não aceita nem compartilhaplayboy online casinoquaisquer desrespeitos aos direitos humanos e à sustentabilidade. Baseada nessas diretrizes, a empresa já investiu maisplayboy online casinoR$ 4,2 bilhõesplayboy online casinoobras, ações e projetosplayboy online casinotransformação social para as populações dos municípios da áreaplayboy online casinoinfluência direta do empreendimento: Altamira, Anapu, Brasil Novo, Vitória do Xingu e Senador José Porfírio.








