Como poluição pode ajudar a encontrar vida extraterrestre:aplicativo do pixbet
"Eles duram por muito tempo – e, com certeza, não são produzidos pela natureza", afirma González Abad.
te diz. "Todo mundo que olhou para isso diria que é um negócio melhor para a Sony do
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Por isso, se alguma população alienígena poluísse seu mundo como nós fizemos com o nosso no século 20, os nossos telescópios poderiam simplesmente detectar a presençaaplicativo do pixbetCFCs na atmosferaaplicativo do pixbetoutros planetas.
Esta seria, potencialmente, uma indicaçãoaplicativo do pixbetuma cultura ricaaplicativo do pixbettecnologiaaplicativo do pixbetoutro ponto do universo – o que os cientistas chamamaplicativo do pixbet"tecnoassinatura".
Em outras palavras, talvez não sejamos os únicos... a bagunçar com um planeta. Da mesma forma que o lixo das pessoas pode revelar os seus segredos, as civilizações extraterrestres podem se deixar mostrar por pura negligência.
Ao longo dos anos, pesquisadores vêm se debruçando bastante sobre este assunto. Eles encontraram diversas possibilidadesaplicativo do pixbettecnoassinaturas — do excessoaplicativo do pixbetluz até fragmentos espaciais ou gases nocivos na atmosferaaplicativo do pixbetum planeta extraterrestre.
Estão surgindo telescópios suficientemente poderosos para detectar as tecnoassinaturas. E muitos cientistas esperam que eles possam ser utilizados nas próximas décadas para tentar encontrar vidaaplicativo do pixbetoutros planetas.
O lixo está por aí, esperando para ser encontrado. Ou não.
Em busca dos poluentes
Em 2014, González Abad publicou com outros autores um estudo que discutiu a possibilidadeaplicativo do pixbetencontrar seres extraterrestres por meio das emissõesaplicativo do pixbetCFC.
Os pesquisadores calcularam que, se a concentração desses gases na atmosferaaplicativo do pixbetum planeta distante atingir cercaaplicativo do pixbet10 vezes aaplicativo do pixbetconcentração na Terra, talvez seja possível detectaraplicativo do pixbetpresença com o telescópio espacial James Webb, que iniciou suas operaçõesaplicativo do pixbet2022.
Basicamente, os CFCs podem permanecer na atmosferaaplicativo do pixbetum planeta por dezenasaplicativo do pixbetmilharesaplicativo do pixbetanos. Isso significa que uma civilização extraterrestre não precisaria, necessariamente, produzi-los por muito tempo para deixar traçosaplicativo do pixbetatividade.
O cloro na atmosfera da Terra está atualmente ali devido à emissãoaplicativo do pixbetCFCsaplicativo do pixbetdécadas passadas. Hoje, esses gases são proibidosaplicativo do pixbettodo o mundo, mas existe ainda muito trabalho a fazer paraaplicativo do pixbetcompleta eliminação.
Talvez seja possível detectar CFCs com o telescópio espacial James Webb se o planeta poluído orbitar uma pequena estrela anã branca, segundo indicam González Abad e seus colegas. Isso aumentaria as possibilidadesaplicativo do pixbetque quantidade suficienteaplicativo do pixbetluz chegasse até a Terra.
Os cientistas conseguem procurar CFCs e diversas outras substâncias na atmosferaaplicativo do pixbetplanetas distantes estudando os espectros – comprimentosaplicativo do pixbetonda específicos – da luz refletida por mundos alienígenas.
Como parte da luz é absorvida por certas substâncias durante a passagem pela atmosfera, as características exatas da luz emitida podem revelar quais substâncias estão presentesaplicativo do pixbetum corpo distante.
Muitas das categoriasaplicativo do pixbettecnoassinaturas extraterrestres já discutidas são inspiradas pelos poluentes criados pelos seres humanos aqui na Terra.
Os cientistas já consideraram, por exemplo, a possibilidadeaplicativo do pixbetse encontrar civilizações extraterrestres ao detectar quantidades imensasaplicativo do pixbetcalor residual emitidas por fontes industriais.
Outros sugeriram que, no casoaplicativo do pixbetalienígenas que possam ter sucumbido a uma guerra nuclearaplicativo do pixbetlarga escala no seu planeta, poderíamos observar da Terra os flashes brilhantes da explosão das suas ogivas.
E existem os detritos espaciais. Será que poderíamos detectar massasaplicativo do pixbetfragmentosaplicativo do pixbetórbitaaplicativo do pixbetoutro planeta? Afinal, parte deles talvez venha a atingir a Terra algum dia.
A ficção científica é repletaaplicativo do pixbethistóriasaplicativo do pixbetseres humanos que exploraram o espaço e esbarraramaplicativo do pixbetdetritos extraterrestres.
No filme Alien, o Oitavo Passageiro (1979), a tripulação da nave Nostromo encontrou uma meganave alienígena acidentada. Mas, quanto menos se disser sobre o que aconteceaplicativo do pixbetseguida, melhor.
'Esperar o inesperado'
Voltemos aos gases, que podem ser detectados a distâncias muito maiores. Os cientistas consideram também a busca por outros poluentes gasosos, além dos CFCs. O dióxidoaplicativo do pixbetnitrogênio (NO2) é um exemplo.
"A maior parte do NO2 do nosso planeta vem da atividade industrial", diz Giada Arney, do Centroaplicativo do pixbetVoos Espaciais Goddard, da Nasa.
Arney é uma das autorasaplicativo do pixbetum estudoaplicativo do pixbet2021 sobre o potencialaplicativo do pixbetdescobertaaplicativo do pixbetcivilizações extraterrestres através da busca por poluiçãoaplicativo do pixbetNO2 pela galáxia.
Na Terra, cercaaplicativo do pixbet65% do NO2 é provenienteaplicativo do pixbetemissões geradas pelos carros, navios, aviões e usinasaplicativo do pixbetenergia, entre outras fontes antropogênicas.
Ao contrário dos CFCs, o NO2 não permanece na atmosfera por milharesaplicativo do pixbetanos, o que pode dificultaraplicativo do pixbetdescobertaaplicativo do pixbetoutros planetas. Mas, por outro lado, os altos e baixos das concentraçõesaplicativo do pixbetNO2 poderiam oferecer uma indicação dos níveisaplicativo do pixbetatividade industrialaplicativo do pixbetplanetas específicos.
"É possível também pensaraplicativo do pixbettecnoassinaturas temporárias, que podem fornecer informações adicionais sobre o que está acontecendo na atmosfera do planeta", explica Arney.
A cientista conta que ela e seus colegas tiveram a ideia do seu estudo quando os níveisaplicativo do pixbetNO2 na atmosfera da Terra caíram abruptamente durante as medidasaplicativo do pixbetisolamento da pandemiaaplicativo do pixbetcovid-19.
Mediçõesaplicativo do pixbetcampo revelaram que o nívelaplicativo do pixbetNO2 desabouaplicativo do pixbetcercaaplicativo do pixbet30%aplicativo do pixbetalguns países com rigorosas políticasaplicativo do pixbetisolamento. E as reduções das emissõesaplicativo do pixbetNO2 também foram observadas por satélitesaplicativo do pixbetórbita da Terra.
Por isso, não é foraaplicativo do pixbetpropósito sugerir que uma civilização alienígena que esteja nos observando possa vir a constatar essa alteração.
Além da vida curta do NO2 na atmosfera, existe outra questão importante: ,uitas fontes naturais produzem o gás, desde relâmpagos até incêndios florestais.
Por isso, encontrar NO2 na atmosferaaplicativo do pixbetum planeta pode não ser uma prova definitiva do desenvolvimentoaplicativo do pixbetmotores a combustão interna por uma civilização alienígena, por exemplo, nemaplicativo do pixbetqualquer outra fonte emissora desse gás.
Arney e seus colegas defendem que, na Terra, as fontes naturais sozinhas não produziriam quantidade suficienteaplicativo do pixbetNO2 para que o gás fosse detectável à distância. Ou seja, observar dióxidoaplicativo do pixbetnitrogênio na atmosferaaplicativo do pixbetoutro planeta pode realmente indicar a existênciaaplicativo do pixbetalgum tipoaplicativo do pixbetatividade industrial.
Os cientistas já estão estudando a luz refletida por planetas distantes, para tentar determinar quais substâncias podem estar presentes.
Em setembroaplicativo do pixbet2023, pesquisadores relataram ter detectado metano e dióxidoaplicativo do pixbetcarbono, por meio do telescópio espacial James Webb, na atmosferaaplicativo do pixbetum planeta chamado K2-18b.
O planeta orbita uma estrela anã a cercaaplicativo do pixbet120 anos-luz da Terra.
Esta foi uma descoberta importante. Ela sugere que o planeta pode ser banhado por um oceanoaplicativo do pixbetágua.
"É a primeira vezaplicativo do pixbetque conseguimos chegar pertoaplicativo do pixbetdizer que existe um oceanoaplicativo do pixbetum exoplaneta", afirma Nikku Madhusudhan, da Universidadeaplicativo do pixbetCambridge, no Reino Unido.
Mas ele e seus colegas também encontraram evidênciasaplicativo do pixbetum composto ainda mais interessante na atmosfera do K2-18b: sulfóxidoaplicativo do pixbetdimetila (DMS).
Na Terra, apenas organismos vivos produzem esse composto, mas ele também é emitido por certas fontes industriais, como moinhosaplicativo do pixbetprocessamentoaplicativo do pixbetmadeira, por exemplo.
Madhusudhan destaca que este é um resultado preliminar e é preciso aguardar novas confirmações para se ter certeza da existênciaaplicativo do pixbetDMS. Mesmo assim,aplicativo do pixbetprincípio, pode ser uma bioassinatura — um sinalaplicativo do pixbetvida — e, quem sabe, até uma tecnoassinatura, se seres extraterrestres estiverem processando materiaisaplicativo do pixbetforma similar ao que fazemos na Terra.
Mas o cientista acha difícil imaginar uma civilização alienígena industrializadaaplicativo do pixbetum mundo que pode estar totalmente coberto pela água.
Ainda assim, Madhusudhan acredita que a busca por vidaaplicativo do pixbetoutras partes do Universo deve considerar possibilidades que nos surpreendam.
"Precisamos esperar o inesperado", diz.
Novos telescópios
A grande expectativa dos projetosaplicativo do pixbetbusca por civilizações tecnologicamente avançadas por meio dos gases poluentes é que, nas próximas décadas, nossas capacidadesaplicativo do pixbetobservação sejam drasticamente aumentadas, segundo Jane Greaves, da Universidadeaplicativo do pixbetCardiff, no Reino Unido.
"É impressionante que esses traçosaplicativo do pixbetgases sejam potencialmente detectáveis", explica ela.
Greaves destaca que os próximos telescópios a serem inaugurados serão apropriados para este tipoaplicativo do pixbetanálise.
Além do telescópio espacial James Webb, que ficaaplicativo do pixbetórbita do Sol, existe o Telescópio Extremamente Grande, do Observatório Europeu do Sul. Trata-seaplicativo do pixbetuma construção com base terrestre no Chile que deve iniciar operaçõesaplicativo do pixbet2028.
A Nasa atualmente planeja desenvolver um telescópio espacial chamadoaplicativo do pixbetGrande Pesquisadoraplicativo do pixbetInfravermelho, Óptico eaplicativo do pixbetUltravioleta – Luvoir, na siglaaplicativo do pixbetinglês – para os anos 2030.
Arney e seus colegas consideraram as capacidades deste equipamento ao calcular como poderiam detectar NO2aplicativo do pixbetoutros planetas.
E existe o Observatório dos Mundos Habitáveis, um telescópio especificamente projetado para procurar bioassinaturas — e, por extensão, talvez tecnoassinaturas — no final da décadaaplicativo do pixbet2030 ou nos anos 2040.
Para Greaves, "se conseguirmos persistir por um monótono períodoaplicativo do pixbetalguns anos, será fascinante".
Mas os telescópios ópticos têm suas limitações.
Andrew Siemion, do Instituto Seti, nos Estados Unidos, afirma que a maior parte do trabalho daaplicativo do pixbetorganização se concentra na detecçãoaplicativo do pixbetsinaisaplicativo do pixbetrádio alienígenas na nossa galáxia.
O Instituto Seti foi criado para procurar vidaaplicativo do pixbetoutras partes do Universo.
"Dedicamos talvez 5% do nosso tempo e análise a algumas dessas outras ideias", explica ele.
Siemion destaca que as emissõesaplicativo do pixbetrádio podem ser detectadas "em toda a galáxia". Isso significa que a nossa possibilidadeaplicativo do pixbetobservá-las pode ser maior.
Ele salienta ainda que, como todas as possíveis tecnoassinaturas indicadas até agora são essencialmente baseadasaplicativo do pixbetpoluentes produzidos pelo seres humanos, existe o riscoaplicativo do pixbetconsiderarmos que as civilizações extraterrestres seriam muito similares à nossa.
E não existe nenhuma garantiaaplicativo do pixbetque isso seja verdade.
Como diz Madhusudhan, "espere o inesperado", sem assumir uma visão antropocêntrica da vidaaplicativo do pixbettodo o Universo.
Com issoaplicativo do pixbetmente, o Instituto Seti vem se concentrando cada vez mais na busca por anomalias nos dados e não por traços específicos que poderíamos considerar como vindosaplicativo do pixbetuma população alienígena, segundo Siemion.
Qualquer ponto estranhoaplicativo do pixbetum conjuntoaplicativo do pixbetdadosaplicativo do pixbetobservações cósmicas pode ser a indicação que estamos procurando.
"Não precisamos entrar na mente dos ETs, por assim dizer, e imaginar o que eles poderiam fazer, nem exigir que eles tenham o mesmo tipoaplicativo do pixbetevolução tecnológica dos seres humanos", explica Siemion.
Em outras palavras, não é preciso nem mesmo saber exatamente o que procurar. Precisamos apenas encontrar algo inesperado que mereça pesquisas adicionais.
Talvez todas essas tecnoassinaturas propostas, mesmo estando potencialmente no caminho certo, sejam mais um reflexo da nossa consciência cada vez maioraplicativo do pixbetque os seres humanos são uma espécie bagunceira e poluidora.
Talvez haja até um grauaplicativo do pixbetculpa embutido nesta suposição. Nós nos consolamos imaginando que os alienígenas cometeriam os mesmos erros que nós.
Como diz Arney, formasaplicativo do pixbetvida verdadeiramente inteligentes podem não produzir tecnoassinaturas baseadasaplicativo do pixbetpoluentes, como CFCs, por longos períodos daaplicativo do pixbethistória. Talvez o façam apenas por breves momentos e limpem suas atividadesaplicativo do pixbetseguida.
Neste caso, teríamos que ter sorte para procurar essas assinaturas no momento certo.
"Fico imaginando por quanto tempo a poluição irá se expressar", afirma Arney. "Gostoaplicativo do pixbetesperar que uma civilização ajaaplicativo do pixbetforma eficiente."
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.