Como a percepção sobre o aborto mudou ao longo da história:apostas desportivas legais em portugal
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O procedimento abortivo é proibido no Brasil com apenas algumas exceções
apostas desportivas legais em portugal Segundo Alisha Palmer, doutorandaapostas desportivas legais em portugalLiteratura Inglesa na Universidadeapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalEdimburgo, na Escócia, há muitas evidências sugerindo que o aborto tem sido uma constante na sociedade durante milharesapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalanos.
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apostas desportivas legais em portugal Em artigo para o siteapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalnotícias acadêmicas The Conversation, ela escreve: "A história do aborto é muitas vezes contada sob o prisma da legalidade, mas ele vem sendo realizado independentemente, talvez até apesar da regulamentação legal".
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O antigo papiro egípcio Ebers é frequentemente visto como uma das primeiras evidências escritas da prática do aborto.
Datadoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugal1600 a.C., o texto descreve métodos pelos quais "a mulher esvazia o concebido na primeira, segunda ou terceira menstruação", recomendando ervas, duchas vaginais e supositórios. Métodos semelhantesapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalindução ao aborto foram registrados, embora não recomendados, pelo filósofo grego Hipócrates (460 a.C. — 377 a.C.) por volta do século 4º a.C.
Parte da vida diária dos cidadãos antigos, o aborto também entrou naapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalarte. O poeta romano Publius Ovidius Naso (43 a.C — 18 d.C) , comumente conhecido como Ovídio, foi um poeta romano cuja coleçãoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalobras Amores descreve a turbulência emocional do narrador enquanto observaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalamante sofrer um aborto mal administrado.
Uma arteapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalum manuscrito do século 13 mostra um fitoterapeuta preparando uma mistura contendo poejo (planta medicinal e aromática originária da Europa, Ásia e Arábia) para uma mulher; o chá, que ficou famoso na música da banda americana Nirvana, Pennyroyal Tea, era usado na medicina popular para induzir o aborto e aliviar os sintomas menstruais.
"Enquanto ela precipitadamente está derrubando o fardoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalseu ventre grávido, a cansada Corinna corre perigoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalvida. Tendo tentado um perigo tão grande sem me avisar. Ela merece minha raiva, mas minha raiva morre com o medo", escreveu Ovídio.
A preocupaçãoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalOvídio a princípio é com o riscoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalperder seu amor, Corinna, e não o filhoapostas desportivas legais em portugalpotencial. Mais tarde, ele pede aos deuses que ignorem a "destruição" da criança e salvem a vidaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalCorinna. Isso revela alguns aspectos importantes das atitudes históricasapostas desportivas legais em portugalrelação ao aborto.
Embora os debates sobre o aborto no século 21 girem frequentementeapostas desportivas legais em portugaltornoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalquestões relacionadas a vida e à pessoalidade, nem sempre foi assim.
Os antigos gregos e romanos, por exemplo, não acreditavam necessariamente que um feto estivesse vivo.
Pensadores antigos como Santo Agostinho (354-430 d.C.), por exemplo, distinguiram entre o embrião "informatus" (não formado) e "formatus" (formado e dotadoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalalma).
Com o tempo, a distinção mais comum passou a ser feita nos primeiros movimentos do feto, que era quando a gestante sentia o bebê se mexer pela primeira vez. Isso determinava que o feto estava vivo (ou tinha alma).
Como o atraso da menstruação era muitas vezes o primeiro sinalapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalque algo estava errado, e uma mulher podia não se dar contaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalque estava grávida por muito tempo, vários conselhos sobre a prática do aborto se concentravamapostas desportivas legais em portugalrestaurar irregularidades ou bloqueios menstruais,apostas desportivas legais em portugalvez de, na prática, interromper uma possível gravidez (ou feto).
Como resultado, muitas dessas recomendações ao longo da história não mencionam necessariamente o aborto.
Em outras palavras: frequentemente dependia da interpretação pessoal se um aborto havia ocorrido ou não.
Na verdade, receitasapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugal"abortivos" (qualquer substância usada para interromper uma gravidez) podiam ser encontradasapostas desportivas legais em portugaltextos médicos como os da freira alemã Hildegard von Bingen (1098-1179)apostas desportivas legais em portugal1150 eapostas desportivas legais em portugallivrosapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalreceitas nacionais com tratamentos para outras doenças comuns já no século 20.
No Ocidente, essa distinção sobre os primeiros movimentos do feto saiu gradualmenteapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalmoda no final do século 19 e início do século 20.
No entanto, as mulheres continuaram a praticar abortos, apesar das mudanças nas leis e nas crenças sobre a origem da vida.
Na verdade, eles ocorriam com bastante frequência, segundo registros.
Crédito, Domínio Público
O Papiro Ebers (c. 1600 aC) do Antigo Egito
Epidemiaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalabortos
Em 1920, a Rússia tornou-se o primeiro estado do mundo a legalizar o aborto e,apostas desportivas legais em portugal1929, a famosa defensora do controle da natalidade, Marie Stopes (1880-1958), lamentou que "uma epidemiaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalabortos" estivesse a varrer a Inglaterra.
Relatos semelhantes da França e dos EUA também indicam um aumento percebido na prática.
Anúnciosapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalserviçosapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalaborto, como estes publicados no jornal americano New York Sunapostas desportivas legais em portugal1842, eram comuns durante a era vitoriana; na época, o aborto era ilegalapostas desportivas legais em portugalNova York
Em meio a esse contexto, surgiu uma ondaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalpeças, poemas e romances que incluíam o aborto.
Em 1923, Floyd Dell (1887-1969), editor e escritorapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugaluma revista americana, publicou uma nova obraapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalficção, Janet March, na qual a personagem principal reclama do númeroapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalromances que apresentam abortos, afirmando que "já havia coisas terríveis o suficiente nos romances, mas elas aconteciam apenas com meninas pobres — meninas ignorantes e imprudentes".
Mas a literatura do início do século 20, com muitas histórias baseadas nas experiências reais das mulheres, evidencia uma gama mais amplaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalabortos do que a imagem estereotipada das intervenções clandestinas dos anos 1900.
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Uma imagemapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugal1902 publicadaapostas desportivas legais em portugalum jornal francêsapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugaluma mulher buscando um aborto tardio
Por exemplo, a romancista inglesa Rosamond Lehmann (1901-1990) registra uma sedutora "conspiração feminina"apostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalmulheres que abortam esperando com "tato, simpatia, comprimidos e garrafasapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalágua quente", no seu romanceapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugal1926, O Tempo nas Ruas.
Esses textos fazem parteapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugaluma longa tradiçãoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalcontar histórias sobre o aborto que é um antecessor do ativismo contemporâneo.
Por exemplo, We Testify é uma organização dedicada à liderança e representaçãoapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalpessoas que fazem aborto. E Shout Your Abortion, uma campanhaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalmídia social na qual as pessoas compartilham suas experiênciasapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalaborto online sem “tristeza, vergonha ou arrependimento”.
O aborto tem uma história longa e variada, mas acimaapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugaltudo estes textos — desde os papiros egípciosapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugal1600 a.C. até às publicações nas redes sociaisapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalhoje — mostram que o aborto foi e continua a ser central na nossa história, nas nossas vidas e até na nossa arte.
*Alisha Palmer é doutorandaapostas desportivas legais em portugalLiteratura Inglesa na Universidadeapostas desportivas legaisapostas desportivas legais em portugalportugalEdimburgo (Escócia).
**Este artigo foi publicado no The Conversation e reproduzido aqui sob a licença Creative Commons. Clique aqui para ler a versão originalapostas desportivas legais em portugalinglês.
