Quem seriam Cosme e Damião, os médicos gêmeos da Antiguidade que se tornaram santos :win x bet

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Obra provavelmente do século 16 retrata o suposto transplantewin x betperna que os santos teriam realizadowin x betforma milagrosa
“O ‘Martirológio Romano’ [catálogowin x betsantos e mártires organizado pela Igreja Católica] é a melhor fonte para a prova da existência deles”, defende à BBC News Brasil o pesquisador José Luís Lira, fundador da Academia Brasileirawin x betHagiologia e professor na Universidade Estadual Vale do Aracaú, no Ceará. No livro, eles são apresentado como “mártires que, segundo a tradição, exerceram a medicina […] sem pedir nunca remuneração e curando a muitos com os seus cuidados gratuitos”.
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Obrawin x betGerard Seghers, do século 17, retratando Cosme e Damião
Eles também estão registrados na obra ‘Legenda Aurea’, conjuntowin x betnarrativas sobre a vidawin x betsantos reunidas, por volta do anowin x bet1260, pelo então arcebispowin x betGênova, Jacopowin x betVarazze (1229-1298). O livro apresenta Cosme como um modelo para os outros, “ornadowin x betvirtudes”, “purowin x bettodo vício”. E Damião como alguém que “teve comportamento manso e doutrina elevada”, alémwin x better sido “a mão do Senhor que cura como remédio”.
A mais antiga basílica dedicada aos santos, na região do Foro Romano, foi erguida no século 4º — há quem acredite quewin x betconstrução tenha começado no anowin x bet309, mas o outros a situam na primeira metade do século 6º. “É com base nisso que a gente pode voltar para trás para chegar à história deles, aí com base na tradição”, argumenta Domingues.
A maior parte dos relatos sobre eles diz que eram irmãos, e geralmente afirma-se que eram gêmeos. Acredita-se que eles tenham nascido onde hoje é a atual Turquia — ou, segundo algumas fontes, na região da Síria — e tenham atuado como médicos da época, perambulando e curando doentes. Com uma particularidade importante: não aceitavam pagamento por seus préstimos.
“É consenso, nas várias narrativas, que Cosme e Damião eram irmãos gêmeos e praticavam a arte da cura, ou seja, a medicina”, pontua Alves.
“Pela tradição, eram médicos cristãos marcados pela habilidade da profissão da medicina. E não recebiam nadawin x bettroca pelo trabalho”, corrobora à BBC News Brasil o pesquisador Thiago Maerki, associado da Hagiography Society, nos Estados Unidos.
Maerki explica que isso faz com que Cosme e Damião sejam integrados ao rol dos chamados “santos anárgiros”. “Anárgiro significa inimigo do dinheiro”, contextualiza. “Há uma tradiçãowin x betsantos que negavam o dinheiro, não aceitavam e combatiam a riqueza.”
Evangelização e perseguição
Essa atuação,win x betformawin x betcaridade, era acompanhadawin x betevangelização. “Ao cuidarem dos outroswin x betforma gratuita, eles difundiam a fé cristã”, afirma Domingues. “Por causa disso, acabaram ficando conhecidos.”
Não necessariamente isso era uma coisa boa, naqueles tempos. A crescente popularização deles teria despertado o interesse do imperador Diocleciano (243-311), justamente o responsável pela mais sangrenta perseguição aos cristãos. Assim, Cosme e Damião teriam sido executados, como mártires, provavelmente no ano 300. Segundo o livro 'Il Santo Del Giorno',win x betMario Sgarbossa e Luigi Giovannini, a morte deles teria ocorrido na antiga cidadewin x betCirro, na Síria — hoje,win x betruínas.
Alves diz que essa “grande fama” decorrente das curas “sem nada cobrar” contribuiu para atrair muitos “à fé cristã”. De acordo comwin x betversão, isso incomodou o governadorwin x betsua região e este haveria determinado a morte da dupla, depoiswin x bettorturas.

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Representação dos santos médicos datada do início do século 16
A maneira como os dois foram mortos também conta com detalhes diferentes conforme o relato. Mas todos parecem concordar que, depoiswin x beteles sobreviverem a uma sériewin x betsuplícios, acabaram sendo mortos com golpeswin x betespada.
Descreve o 'Il Santo Del Giorno’ que “condenados à lapidação, as pedras voltavam contra os perseguidores; foram colocados no paredão para que quatro soldados os atravessassem com setas, mas os dardos voltavam para trás e feriam a muitos, porém os santos nada sofriam”.
“Foram obrigados a recorrer à espada para decapitação, honra reservada só aos cidadãos romanos”, prossegue o livro.
Doces para crianças
Muitos conhecem São Cosme e Damião pelo hábito popular que relaciona a dupla a ideiawin x betpresentear crianças com doces, principalmente no dia a eles dedicado — anteriormente e,win x betalguns lugares ainda por tradição, o 27win x betsetembro; desde 1969, segundo a Igreja Católica,win x bet26win x betsetembro.
Domingues aponta que esse costume é tipicamente brasileiro — e uma das explicações seria pelo sincretismo deles com religiõeswin x betmatriz africana. O teólogo Alves explica que os antigos escravizados no Brasil, como formawin x betcamuflar suas crenças, passaram a asscoiar seus orixás crianças, os Ibeijis, que também são gêmeos, aos santos católicos Cosme e Damião.

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São Cosme,win x betpinturawin x betBartolomeo Vivarini, datada do século 15
“Na matriz religiosa africana, eles são filhoswin x betXangô e Iansã”, detalha. “Estão associados não apenas à força da natureza que faz brotar e sustenta a vida, mas também à festa, à alegria coletiva, ao divertimento e às brincadeiras infantis.”
Lira interpreta a tradição dos doces “quase como um ex-voto, ou seja, um agradecimento aos santos por um milagre”. “Como eles são venerados nas religiões, afro, nelas há um sentidowin x betoferenda. Mas o importante é que, independentementewin x betreligião, se oferece doces às crianças, e isso faz com que a tradição se perpetue”, acrescenta ele.
Interessante notar que se houve, no Brasil, um sincretismo dos santos católicos com os orixás do candomblé, há quem acredite que a origem míticawin x betCosme e Damião tenha a ver com outro sincretismo: o dos deuses pagãos do mundo antigo com o cristianismo aindawin x betfase inicial.
“No século 6º havia uma forte tendênciawin x betadaptar certos cultos pagãos para o cristianismo. Segundo alguns estudos, foi nessa época que houve a transposição da veneraçãowin x betalgumas figuras ligadas à tradição da medicina e da cura, para os santos cristãs”, diz Maerki. “A ideia dos médicos santos e mártires teria sido uma espéciewin x betadaptação dessa tradição pagãwin x betveneraçãowin x betdivindadeswin x betcura.”
Entre as figuras que teriam inspirado tais narrativas, está o deus helenístico-egípcio Serápis e Esculápio ou Asclépio, o deus da medicina tanto na mitologia grega quanto na romana.

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São Damião,win x betpinturawin x betBartolomeu Vivarini, datada do século 15
Cura milagrosa
Se eles realmente atuavam como médicos ancestrais,win x betum tempowin x betparcos conhecimentos, éwin x betse imaginar como isso acabava garantindo um terreno fértil para narrativas milagrosas. E, ao longo dos séculos, esses relatos cresceramwin x betproporção ewin x betdetalhes.
Maerki destaca um dos mais famosos, o do transplantewin x betuma perna. Uma das versões afirma que teria ocorrido já após a morte da dupla, depois que um sacristão acometidowin x bethanseníase havia sonhado que era curado pelos santos. Outra narrativa conta que o suposto milagre teria sido praticado pessoalmente pelos dois,win x betvida.
“O sacristão padecia da enfermidade ewin x betperna estava toda corroída”, relata Maerki. “Os irmão então teriam amputadowin x betperna apodrecida e transplantado no lugar o membrowin x betum africano que havia morrido há pouco.”

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Ícone ortodoxo dos santos Cosme e Damião,win x betautoria desconhecida








