A escritora premiada por livro sobre feminicídio da irmã: 'Ex-namorado decidiu que ela não teria uma vida sem ele':up bet vip

Crédito, Juan Rodrigo Llaguno
Rivera Garza contou a históriaup bet vipLiliana para tentar dar voz às milharesup bet vipmulheres vítimasup bet vipfeminicídio no México. Ela aborda o que chamaup bet vipviolência machista e patriarcal.
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Uma pessoa ou NPC está à frente up bet vip uma leitura importante, ele pode ser "flushed" (ou “limpo”) 1️⃣ da memória um personagem que é a informação relativa ao estado do indivíduo.
Fim do Matérias recomendadas
"Por muitos anos, não fui capaz sequerup bet vippronunciar seu nome, muito menosup bet vipfalar sobre o que ela havia passado", declarou a escritoraup bet vipentrevista ao programaup bet viprádio Outlook, do Serviço Mundial da BBC.
"A dor se converteuup bet vipum silêncio forçado e muito particular, frequentemente vinculado a sentimentosup bet vipculpa e vergonha, pois é assim que a sociedade mostra estas histórias". ela conta.
Luta por justiça
O livroup bet vipmemórias sobre Liliana foi elogiado pelaup bet vipimportância e honestidade. Ele é não só um tributoup bet vipRivera Garza à vidaup bet vipsua irmã, mas também uma poderosa e comovedora análise da dor, da violência e da luta pela justiça no labiríntico sistema judicial mexicano.

Crédito, Penguin Random House
Liliana Rivera Garza estudava na Universidade Nacional Autônoma do México. Ela morreu com 20 anosup bet vipidade, no dia 16up bet vipjulhoup bet vip1990.
A jovem havia passado anos tentando encerrar seu relacionamento com um namorado do ensino médio, "que insistiaup bet vipnão a deixar ir". E, quando Liliana finalmente tomou a decisão, "ele decidiu que ela não teria uma vida sem ele", contou Rivera Garza à BBC.
Quase três décadas depois, a escritora encontrou uma caixaup bet vipcartas, escritos e anotaçõesup bet vipLiliana – um arquivo detalhado dela própria eup bet vipsua vida. Com estes documentos, Rivera Garza empreendeu um trabalho meticulosoup bet vipreconstrução da vida e da morte daup bet vipirmã mais nova.
"O que encontrei foi uma total surpresa para mim", ela conta.
"Eram toneladasup bet vippequenos pedaçosup bet vippapel... havia todo tipoup bet vipcoisa que ela havia escrito, anotações para si própria, lembretes para comprar comida para o gato, cartas para seus amigos, mensagens... e cadernos, onde havia escrito o que pensava."
"No momentoup bet vipque toquei naqueles papéis, a sensação da presençaup bet vipLiliana foi avassaladora", conta a escritora. "Eu soube, então, que finalmente teria um livro, que seria a vozup bet vipLiliana, e que esse livro teria que existir."
Rivera Garza considerou que esta história seria um instrumentoup bet vipdenúncia e buscaup bet vipjustiça. Afinal, três décadas depois, ninguém havia sido condenado pelo assassinato daup bet vipirmã.
Não houve nenhuma prisão ou acusados, nem julgamento. Nenhum indícioup bet vipjustiça para a jovem.
'Soube que algo terrível havia acontecido'
Em 1990, as duas irmãs viviam vidas separadas. Liliana estudava na Cidade do México e Cristina fazia doutoradoup bet vipHouston.
Em julho daquele ano, duas mulheres do consulado mexicano bateram à porta da escritora. E o mundo dela "desabou".
"Quando abri a porta e elas mencionaram o nomeup bet vipLiliana, eu soube imediatamente que algo terrível havia acontecido", relembra ela.
"Disseram que havia ocorrido um acidente. Perguntei se era fatal e elas disseram que sim. Não quis perguntar mais nada."

Crédito, Getty Images
Rivera Garza se encarregouup bet viptodas as "providências práticas" que se seguiram à morteup bet vipLiliana. Ainda hoje, ela conta que não sabe ao certo quando ou como ela tomou conhecimento da causa da morte daup bet vipirmã.
"Lembro que um tio disse: 'espero que Liliana tenha tido naup bet vipvida um grande amor'", ela conta.
"Eu fiquei alarmada com esse comentário e, pela primeira vez, pensei na possibilidadeup bet vipque pudesse ter ocorrido algum tipoup bet vipviolência doméstica. Ninguém havia me dito nada. Foi esse comentário que me fez pensar naquilo."
"Quando cheguei à Cidade do México [...], eu me reuni com um primo que me tomou pelo braço, disse que eu me sentasse, que precisava falar comigo", relembra ela. "E, chorando, ele me contou que, depoisup bet vipanalisar as informações, ficou claro que Ángel González Ramos, seu ex-namorado, havia assassinado Liliana."
A jovem foi encontrada morta no seu apartamento. Ela havia sido asfixiada e, provavelmente, agredida sexualmente. E a polícia suspeitava que Ángel González Ramos fosse o responsável.
Testemunhas haviam visto ou ouvido o ex-namoradoup bet vipLiliana no edifício onde ela morava. Por isso, desde o início das investigações, González Ramos passou a ser o principal suspeito.
Mas, quando soube que a polícia estava àup bet vipprocura, ele fugiu e nunca foi preso. O casoup bet vipLiliana se tornava mais umup bet vipuma longa listaup bet vipfeminicídios não resolvidos no México.
Dificuldadeup bet vipfalar
No seu livro, Rivera Garza indica que o luto vivido porup bet vipfamília com a morteup bet vipLiliana e a confusão causada pelo que ocorreu dificultaram,up bet vipalguma forma, a buscaup bet vipjustiça.
"O que acontece durante o luto, quando você perde alguém violentamente, é, sobretudo, a dificuldadeup bet vipfalar sobre aquilo,up bet vipforma justa para a vítima", explica Rivera Garza. "Por isso, foi muito difícil para nós falar sobre o que havia acontecido."
"A forma como a sociedade mostra essas histórias, muitas vezes, culpa a vítima e inocenta os perpetradores." Foi assim que, por 30 anos, a família não disse "absolutamente nada" sobre a morteup bet vipLiliana.
Apenas nos últimos anos, com a maior compreensão da discriminação e da violência contra as mulheres, eles puderam afirmar que Liliana havia sido vítimaup bet vipfeminicídio.
"Acompanhei o desenvolvimentoup bet vipum forte movimento feminista, tanto na América Latina, quantoup bet vipoutros lugares", ela conta.
"Observei como estavam surgindo narrativas capazesup bet vipquestionar e derrubar as narrativas patriarcais que não haviam permitido, a mim e a muitas outras pessoas, falar abertamente sobre este tipoup bet vipviolência. E assim soube que a história que eu não havia conseguido contar agora poderia ser registradaup bet vipuma forma que não prejudicasse minha irmã e que outras pessoas estivessem dispostas a ouvir."
Quando El Invencible Veranoup bet vipLiliana foi publicado,up bet vip2021, a autora esperava conseguir alguma informação sobre o assassinatoup bet vipsua irmã.
Ela conta que recebeu "toneladasup bet vipmensagens por correio eletrônico". E uma delas eraup bet vipuma pessoa que dizia ter sido amigoup bet vipGonzález Ramos.
A mensagem incluía um link, que dizia ser para o funeral do ex-namoradoup bet vipLiliana. Supostamente, ele havia usado outro nome e teria morrido no sul da Califórnia.
"Quando cliquei no link, encontrei fotografiasup bet vipÁngel González Ramos desde a infância até os anos 2020", relembra a escritora.
"Uma parteup bet vipmim ficou convencida que o homem havia morrido. Mas outra parte acha que é uma enorme coincidência que, quando começo a procurá-lo, ele convenientemente está morto."
Rivera Garza afirma que isso fez com que ela se sentisse "profundamente triste porque,up bet vipalguma forma, eu estava certaup bet vipque conseguiria pegá-lo."
"Mas o que sei agora, depoisup bet viptodo este tempo, é que Liliana, da mesma forma que muitas outras mulheres, não conhecia as palavras que teriam permitido a ela identificar e se proteger contra a violênciaup bet vipgênero."
"E também sei que contar estas histórias é uma questãoup bet vipvida ou morteup bet vipmuitos lugares do mundo", prossegue ela. "Porque a única coisa que pode transformar o luto é a justiça; nem o perdão, nem o esquecimento."
"Por isso, é importante continuar denunciando os fatos que passaram impunes", defende Rivera Garza.
Ouça o episódio do programa Outlook (em inglês) do Serviço Mundial da BBC, que deu origem a esta reportagem, no site BBC Sounds.







