Caveirinha, o general que pode perder seu nomesportsbet brplaca pública pela 4ª vez:sportsbet br
Seu histórico na caserna, no entanto, é anterior à ditadura. O militar, como lembrou Paulo Malufsportsbet brseu decreto, "participou da repressão à intentona comunista" na décadasportsbet br1930.
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A estrada que ganhou o nome do general assim ficou durante quase 30 anos. Em 2010, uma lei que questionava a referência a um violador dos direitos humanos a uma via pública mudou o destino da estrada. E assim, passou a se chamar Zeferino Vaz,sportsbet brhomenagem ao médico e um dos fundadores da Universidadesportsbet brCampinas (Unicamp), ligada à capital justamente pela rodovia.
Aquela foi a primeirasportsbet bruma sériesportsbet brderrotas das homenagens póstumas ao militar. Mas agora, por determinação da Justiça, a quarta placa com o nome do general poderá ser retiradasportsbet brum equipamento públicosportsbet brSão Paulo.
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Na semana passada, o Tribunalsportsbet brJustiçasportsbet brSão Paulo determinou a mudançasportsbet brnomesportsbet bronze vias e equipamentos públicos da cidadesportsbet brSão Paulo que fazem alusão à ditadura militar. Em caráter liminar, a decisão obriga a Prefeitura a apresentar,sportsbet brum prazosportsbet brsessenta dias, um cronograma para a trocasportsbet brnomes.
A Procuradoria-Geral da Prefeiturasportsbet brSão Paulo afirmou, por meiosportsbet brnota à BBC News Brasil, que foi notificada nesta terça-feira (17/12), e ressaltou que "para haver mudança na denominaçãosportsbet brvias e logradouros públicos, é necessária a aprovaçãosportsbet bruma lei na Câmara Municipal".
No despacho, o juiz Luis Manuel Fonseca Pires, da 3ª Varasportsbet brFazenda Pública, afirma que "há maissportsbet brdez anos o Poder Público municipal é omisso quanto ao iníciosportsbet brrenomeação desses espaços públicos".
A ação foi movida pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH) e pela Defensoria Pública da União, apoiada sobre a lei 15.717sportsbet br2013. A legislação passou a permitir a alteração dos nomessportsbet brvias da cidade que se referem "à autoridade que tenha cometido crimesportsbet brlesa-humanidade ou graves violaçõessportsbet brdireitos humanos".
À legislação, foram somados os esforços do programa Ruassportsbet brMemórias, implementado por meiosportsbet brum decreto pela Prefeiturasportsbet br2016 prevendo a mudança gradualsportsbet brdenominaçõessportsbet brvias e logradouros que homenageiam violadores dos direitos humanos da ditadura militar.
Em conjunto com a Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura, foram mapeados 38 logradouros que homenageiam pessoas vinculadas à ditadura.
O primeiro nome que deixou as placas da cidade movido pelo programa implementado pelo então prefeito Fernando Haddad (PT) foi o do Elevado Costa e Silva, que mudou para Presidente João Goulart aindasportsbet br2016.
Para Rogério Sotilli, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog, essa decisão da Justiça é uma vitória que "representa e reafirma o compromisso com a construçãosportsbet bruma sociedade que reconhece seu passadosportsbet brviolência e valoriza os princípiossportsbet bruma democracia que foi conquistadasportsbet brnome daqueles que perderam suas vidas para que pudéssemos estar aqui hoje".
"Esse passo, alémsportsbet bruma açãosportsbet brpromoção dos direitos humanos, consolida o momentosportsbet broportunidade que se apresenta para o nosso país: Osportsbet brnão repetirmos os mesmos erros que nos levaram a inúmeros casos recentessportsbet brataques contra a democracia e da perpetuaçãosportsbet bruma culturasportsbet brviolência.
As outras vias do general
Sobre a marginal Tietê, uma das principais vias que cortam São Paulo, o viaduto General Milton Tavaressportsbet brSouza era assim chamado até 2012, quando tornou-se viaduto Desembargador Domingos Franciulli Netto.
A mudança foi promovida por meiosportsbet bruma lei apresentadasportsbet br2006 pelo então prefeito José Serra, mas só aprovada seis anos mais tarde.
Cinco anos depois,sportsbet br2017, dentro do programa Ruassportsbet brMemória, a praça General Milton Tavares, na Vila Maria, deixousportsbet brter este nome, derrubando a terceira placasportsbet brvia pública com o nome do general.
No lugar do militar, ficou Paulo Sella Neto (Tin Tin), um skatista que vivia no bairro e faleceu jovem, aos 19 anos.
O quarto equipamento público com o nome do general que pode estar com os dias contados é o Centro Desportivo Caveirinha, na zona Sul da cidade.
A ação movida pelo Instituto Vladimir Herzog que pede a mudança do nome, afirma que a atuaçãosportsbet brCaveirinha "simboliza a repressão brutal e o silenciamentosportsbet brdissidentes políticos".
Outros nomes também já foram alterados ao longo dos últimos anos.
Em 2018, o viaduto 31sportsbet brMarço, então uma referência ao dia do golpe militarsportsbet br1964, tornou-se Therezinha Zerbini,sportsbet brhomenagem à advogada e ativistasportsbet brdireitos humanos e fundadora e líder do Movimento Feminino pela Anistia.
Em 2021, a Câmara Municipalsportsbet brSão Paulo aprovou a alteração do nome da rua Doutor Sérgio Fleury, na Vila Leopoldina, para Frei Tito. Fleury foi delegado do Departamentosportsbet brOrdem Política e Socialsportsbet brSão Paulo (DOPS) durante a ditadura.
Já Frei Tito foi militante da Juventude Estudantil Católica, e preso no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE),sportsbet br1968. Fleury é apontado como um dos torturadores do frade católico.
Do crematório à Marginal
Além do Centro Desportivo Caveirinha, os equipamentos e vias que deverão ter seus nomes mudados segundo determinação da Justiça são os seguintes:
sportsbet br Marginal Tietê - A imensa avenida que margeia o rio e liga a zona Norte ao centrosportsbet brSão Paulo chama-se,sportsbet brum dos seus trechos, Presidente Castelo Branco.
Marechal do Exército e uma das lideranças do golpesportsbet brEstadosportsbet br1964 que instalou a Ditadura Militar, Castelo Branco foi presidente entre 1964 e 1967. Ele foi responsável pela criação do Serviço Nacionalsportsbet brInformações (SNI), que fundamentou perseguições políticas, torturas e execuções durante o período.
sportsbet br Ponte das Bandeiras - Em 2017, a Câmara Municipalsportsbet brSão Paulo aprovou a mudança do nome da Ponte das Bandeiras para Ponte das Bandeiras Senador Romeu Tuma.
Assim, a via passou a homenagear o ex-senador e ex-diretor do Departamentosportsbet brOrdem Política e Social (DOPS), órgão da repressão política durante a Ditadura Militar.
A lei, proposta pelo então vereador Eduardo Tuma, sobrinho do ex-senador, foi promulgada apesarsportsbet brcríticas do Ministério Público esportsbet brentidadessportsbet brdireitos humanos.
sportsbet br Rua Alberi Vieira dos Santos - Segundo a ação movida pelo Instituto Vladimir Herzog, Alberi foi sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e colaborador do Centrosportsbet brInformações do Exército (CIE) durante a ditadura.
A ação diz que Alberi teve "participação na armaçãosportsbet bremboscadas e chacinas" daqueles que faziam oposição à ditadura, "em detenções ilegais, execuções, desaparecimento forçadosportsbet brpessoas e ocultaçãosportsbet brcadáveres".
O Instituto Vladimir Herzog ainda afirma que o militar participou do Massacre do Parque Nacional do Iguaçu,sportsbet brque foram vítimassportsbet brdesaparecimento forçado Onofre Pinto, Daniel Josésportsbet brCarvalho, Joel Josésportsbet brCarvalho, José Lavecchia, Victor Carlos Ramos e Enrique Ernesto Ruggia. Segundo Decreto que nomeia a rua, Alberi, foi assassinadosportsbet brcircunstâncias misteriosassportsbet br1979, na regiãosportsbet brFoz do Iguaçu.
sportsbet br Rua Dr. Mario Santalucia - Médico-legista do Instituto Médico Legal do estadosportsbet brSão Paulo (IML/SP). Teve participaçãosportsbet brcasosportsbet bremissãosportsbet brlaudo necroscópico fraudulento.
sportsbet br Praça Augusto Rademaker Grunewald - Almirante, foi ministro da Aeronáutica e vice-presidente entre 1969 e 1974, durante o governosportsbet brEmílio Garrastazu Médici, o período mais intensosportsbet brrepressão, censura e cassaçãosportsbet brdireitos civis e políticos.
sportsbet br Rua Délio Jardimsportsbet brMatos - O militar foi ministro da Aeronáutica entre 1979 e 1984, e, segundo a ação, "um dos principais articuladores do movimento que promoveu o golpesportsbet brEstadosportsbet br1964". No governo Castelo Branco (1964-1967), integrou o gabinete militar da Presidência da República.
sportsbet br Avenida General Enio Pimentel da Silveira - O general foi comandante da 1ª companhiasportsbet brPolícia do Exército, na Vila Militar do Riosportsbet brJaneiro,sportsbet brmaiosportsbet br1968 a julhosportsbet br1971.
Serviu no Destacamentosportsbet brOperaçõessportsbet brInformações – Centrosportsbet brOperaçõessportsbet brDefesa Interna (DOI-CODI) do I Exércitosportsbet brabrilsportsbet br1972 a junhosportsbet br1974.
Segundo a ação, Silveira "teve participação comprovadasportsbet brcasossportsbet brtortura, execução e desaparecimento forçado".
sportsbet br Rua Dr. Octávio Gonçalves Moreira Júnior - Delegadosportsbet brPolícia, serviu no Departamentosportsbet brOrdem Política e Socialsportsbet brSão Paulo (DOPS/SP) e posteriormente no Destacamentosportsbet brOperaçõessportsbet brInformações-Centrosportsbet brOperaçõessportsbet brDefesa Interna (DOI-CODI).
Foi mortosportsbet br1973 por militantes da resistência à ditadura.
sportsbet br Rua Trinta e Umsportsbet brMarço - Reivindicada pelos apoiadores do Golpesportsbet br1964 como o dia da deposição do Presidente João Goulart, instaurou o regime ditatorial que perdurou no país por 21 anos, responsável por perseguições, torturas, execuções e outras violações aos direitos humanos.
sportsbet br Crematório Municipalsportsbet brVila Alpina - Inauguradosportsbet br1974, o crematório, situado na zona Leste, foi rebatizadosportsbet br1988sportsbet brhomenagem a Jayme Augusto Lopes, então diretor do Serviço Funeráriosportsbet brSão Paulo.
De acordo com a ação, Lopes foi "uma figura controversa, cujo legado está intimamente ligado à utilização dos cemitérios públicos para o desaparecimento forçado durante a ditadura militar."
Segundo depoimentos colhidos pela CPIsportsbet brPerus e documentados pelo Ministério Público Federal, corpos exumados foram clandestinamente enterrados na valasportsbet brPerus, no períodosportsbet brque Lopes dirigia o Departamentosportsbet brCemitérios.
A ação afirma que, durantesportsbet brgestão, Lopes viajou à Europa para estudar sistemassportsbet brcremação,sportsbet brum momento coincidente com o auge das práticassportsbet brdesaparecimento forçado.
A recomendação do pedido é que o local volte a ser identificado como "Crematório Municipalsportsbet brVila Alpina", "um nome que refletesportsbet brfunção institucional sem perpetuar a memóriasportsbet brum perpetrador".