A filha que denunciou torturas e abusos do pai, líderrodada gratis na betano hojeuma das maiores igrejas do mundo:rodada gratis na betano hoje
Agora com 27 anos, Ajoke vive escondida e eliminou seu sobrenome "Joshua". A BBC irá manter seu novo nomerodada gratis na betano hojesigilo.
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Fim do Matérias recomendadas
Pouco se sabe sobre a mãe biológicarodada gratis na betano hojeAjoke. Acredita-se que ela faça parte da congregaçãorodada gratis na betano hojeT.B. Joshua.
Ajoke se lembrarodada gratis na betano hojeter sido criada pela viúvarodada gratis na betano hojeJoshua, Evelyn, desde muito pequena.
Ela conta que teve uma infância muito feliz até os sete anosrodada gratis na betano hojeidade. Ela viajavarodada gratis na betano hojeférias com a família Joshua para lugares como Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Até que, um dia, tudo mudou.
Ajoke foi suspensa da escola por mau comportamento e um jornalista local se referiu a ela como filha ilegítimarodada gratis na betano hojeT.B. Joshuarodada gratis na betano hojeuma reportagem. Ela foi retirada da escola e levada para o complexo da Scoanrodada gratis na betano hojeLagos.
"Fui forçada a me mudar para o quarto dos discípulos", ela conta. "Eu não me voluntariei para ser discípula. Fui forçada a entrar."
Os discípulos eram um gruporodada gratis na betano hojeeliterodada gratis na betano hojeseguidores dedicados que serviam T.B. Joshua e moravam com ele dentro do labiríntico complexo da igreja. Eles vinhamrodada gratis na betano hojetodas as partes do mundo e muitos moravam no complexo por décadas.
Os discípulos seguiam um conjuntorodada gratis na betano hojeregras rigorosas: não podiam dormir mais do que algumas horas por dia, o usorodada gratis na betano hojetelefones próprios era proibido e eles não tinham acesso a e-mails pessoais. Eles ainda eram obrigados a chamar T.B. Joshuarodada gratis na betano hoje"papai".
"Os discípulos sofriam lavagem cerebral e eram facilitadores. Todos agiam simplesmente sob comando, como zumbis. Ninguém questionava nada", relembra Ajoke.
Ela era adolescente e não respeitava as regras como os outros discípulos. Ajoke se recusava a se levantar quando o pastor entrava no quarto e se rebelava contra as severas normasrodada gratis na betano hojesono.
Os abusos começaram pouco tempo depois.
Ajoke se lembrarodada gratis na betano hojeter apanhado por urinar na cama, não muito tempo depoisrodada gratis na betano hojechegar, com sete anosrodada gratis na betano hojeidade. Ela foi forçada a andar pelo complexo com uma placarodada gratis na betano hojevolta do pescoço, com os dizeres: "faço xixi na cama".
Uma antiga discípula conta ter sido informadarodada gratis na betano hojeque Ajoke "tinha maus espíritos que precisavam ser retirados".
"Certa vez, nas reuniões dos discípulos, ele [Joshua] disse que as pessoas podiam bater nela. Qualquer pessoa do dormitório feminino podia simplesmente bater nela e eu me lembrorodada gratis na betano hojeobservar pessoas dando tapas nela quando ela passava", conta.
Quando Ajoke se mudou para a igreja no bairrorodada gratis na betano hojeIkotun,rodada gratis na betano hojeLagos, ela passou a ser tratada como uma pessoa proscrita.
"Ela era meio que rotulada como a ovelha negra da família", conta Rae, do Reino Unido, que morou por 12 anos na igreja como discípula. Como a maior parte dos antigos discípulos entrevistados pela BBC, Rae preferiu usar apenas seu primeiro nome.
Ela relembra uma vezrodada gratis na betano hojeque Ajoke dormiu por tempo demais e Joshua gritou para que ela se levantasse.
Outra discípula a levou para o chuveiro, "bateu nela com um fio elétrico e então abriu a água quente", conta Rae.
Relembrando o incidente, Ajoke contou que "gritava o mais que podia e eles simplesmente deixaram a água correr sobre a minha cabeça por muito tempo."
Ela conta que esses abusos nunca terminavam.
"Estamos falandorodada gratis na betano hojeanos e anosrodada gratis na betano hojeabusos. Abusos permanentes. Minha vida como filharodada gratis na betano hojeoutra mãe prejudicava tudo o que ele [Joshua] afirmava defender", relata.
'Não sei como sobrevivi'
Quando tinha 17 anos, Ajoke confrontou seu pai sobre "relatosrodada gratis na betano hojeprimeira mãorodada gratis na betano hojepessoas que haviam sofrido abusos sexuais".
"Vi discípulas subirem para o quarto dele. Elas ficavam lá por horas", conta ela. "Eu ouvia coisas: 'oh, isso aconteceu comigo. Ele tentou dormir comigo.' Eram muitas pessoas dizendo a mesma coisa."
A BBC conversou com maisrodada gratis na betano hoje25 antigas discípulas – do Reino Unido, Nigéria, EUA, África do Sul, Gana, Namíbia e Alemanha – que deram relatos confirmando terem sofrido ou presenciado abusos sexuais.
"Eu não aguentava mais", conta Ajoke. "Entrei diretamente no seu escritório naquele mesmo dia. Gritei o mais que pude: 'por que você está fazendo isso? por que você está fazendo todas essas mulheres sofrerem?'"
"Eu tinha perdido todo o medo daquele homem. Ele tentou me encarar, mas eu olhava nos olhos dele."
Emmanuel fez parte da igreja por 21 anos e passou maisrodada gratis na betano hojeuma década no complexo como discípulo. Ele se lembra claramente daquele dia.
"Ele [Joshua] foi a primeira pessoa que começou a bater nela... depois, vieram outras pessoas", ele conta.
"Ele dizia: 'pode imaginar o que ela está falandorodada gratis na betano hojemim?' E, por mais que ele a atingisse e batesse nela, ela continuava dizendo a mesma coisa."
Ajoke conta que saiu arrastada do escritório e foi colocadarodada gratis na betano hojeum quarto longe dos demais membros da igreja. Ali, ela viveurodada gratis na betano hojeconfinamento por maisrodada gratis na betano hojeum ano.
A Scoan chama este tiporodada gratis na betano hojepuniçãorodada gratis na betano hoje"adaba". Rae também sofreu o mesmo castigo por dois anos.
Ajoke conta que, durante aquele período, ela apanhou repetidamente com cintas e correntes, muitas vezes diariamente.
"Não sei como sobrevivi àquela época", relembra ela. "Eu ficava dias sem conseguir nem me levantar após os espancamentos. Não conseguia nem tomar banho. Ele tentavarodada gratis na betano hojetudo para impedir as pessoasrodada gratis na betano hojeme ouvirem."
Até que um dia, aos 19 anosrodada gratis na betano hojeidade, Ajoke foi escoltada até os portões da igreja e deixada ali. Os seguranças armados da igreja foram instruídos a nunca permitir que ela retornasse.
Isso ocorreu seis anos antes da morte do seu pai.
"Eu fiquei sem teto", ela conta. "Não tinha ninguém a quem procurar. Ninguém acreditariarodada gratis na betano hojemim. Nada me preparou para aquela vida."
Sem dinheiro, Ajoke fez o que pôde para sobreviver e passou muitos anos vivendo nas ruas.
Ela entrourodada gratis na betano hojecontato com a BBC pela primeira vezrodada gratis na betano hoje2019, depoisrodada gratis na betano hojeassistir a uma reportagem do BBC Africa Eye. Mas a longa investigação sobre os abusos na Scoan só teve início depois que outras pessoas confirmaramrodada gratis na betano hojehistória.
A BBC entrourodada gratis na betano hojecontato com a igreja sobre as denúncias desta investigação. A igreja não respondeu, mas negou acusações anteriores contra T.B. Joshua.
"Fazer alegações infundadas contra o Profeta T.B. Joshua não é novidade... nenhuma das acusações foi comprovada", segundo a igreja.
'Heroína'
Com o auxíliorodada gratis na betano hojeantigos discípulos e alguns amigos próximos, Ajoke conseguiu sair das ruas. Mas a experiência lhe trouxe problemasrodada gratis na betano hojesaúde mental.
Mesmo depoisrodada gratis na betano hojetudo o que atravessou, Ajoke continuou determinada a contar a verdade sobre seu pai.
"Sempre que eu apanhava, sempre que eu era humilhada, só me lembravarodada gratis na betano hojeque havia algo errado no sistema", ela conta.
Antigos discípulos contaram à BBC que ver Ajoke enfrentar aquele homem foi uma das principais razões que os levaram a duvidar darodada gratis na betano hojedevoção a T.B. Joshua.
"Ele nos mantinharodada gratis na betano hojeescravidão, total e absoluta escravidão", declarou Emmanuel. "Ajoke teve ousadia suficiente para confrontá-lo. Eu a considero uma heroína."
Para Ajoke, o mais importante foi ver a verdade subindo à tona.
"Perdi tudo, minha casa, minha família, mas, para mim, o importante é a verdade. E, enquanto houver um soprorodada gratis na betano hojevidarodada gratis na betano hojemim, irei defendê-la, até o fim."
O sonhorodada gratis na betano hojeAjoke é, um dia, voltar à escola e completarrodada gratis na betano hojeformação, interrompida com tão pouca idade.
*Reportagem investigativa conduzida por Charlie Northcott, Helen Spooner, Maggie Andresen, Yemisi Adegoke e Ines Ward.