Por que cultivo legalser cambista sportingbetmaconha não é tão rentável na América Latina:ser cambista sportingbet

O que não tem sido observado, porém, são os grandes lucros que alguns esperavam com a legalização.

Uma indústriaser cambista sportingbet'cuidados intensivos'

"A indústria da cannabis na Colômbia está concentrada no setorser cambista sportingbetcuidados intensivos", diz Miguel Samper à BBC News Mundo, serviçoser cambista sportingbetespanhol da BBC.

Ele é chefe da associaçãoser cambista sportingbetprodutores legaisser cambista sportingbetmaconha no país, a Asolcolcanna.

A Colômbia foi, depois do México, um dos maiores produtores clandestinosser cambista sportingbetmaconha no século 20, durante um período conhecido no país sul-americano como "bonanza marimbera".

Essa fase antecedeu a ascensão dos grandes cartéisser cambista sportingbetcocaína, queser cambista sportingbetdécadas posteriores originaram uma triste fama ao país.

Os ventos da legalização chegaram à Colômbiaser cambista sportingbet2016, quando o então vice-ministro da Justiça, Miguel Samper, viu o país se tornar o quinto do mundo a tornar legal e regulamentar a maconha para fins medicinais.

No entanto, depoisser cambista sportingbetestar na vanguarda, "a Colômbia foi relegada a segundo plano" no desenvolvimento da indústria, diz Samper, que hoje é dirigente sindical.

O país tem 57 mil hectares autorizados pelo governo para o cultivo legalser cambista sportingbetcannabis, mais do que qualquer outro país da América Latina. Segundo Samper, contudo, apenas cercaser cambista sportingbet520 hectares desse total, ou cercaser cambista sportingbet1%, estão realmente sob cultivo.

Ele estima ainda que, até 2022, cercaser cambista sportingbetumaser cambista sportingbetcada três das 1,3 mil empresas oficialmente licenciadas para o cultivo se retiraram efetivamente do negócio.

Emser cambista sportingbetavaliação, um dos problemas do setor é que a produção local não encontra mercado na indústria farmacêutica. O governo não autorizou a fabricaçãoser cambista sportingbetescala industrialser cambista sportingbetnenhum medicamento feito com a cannabis colombiana, diz ele.

Mitos da indústria

A Colômbia não é o único casoser cambista sportingbetexpectativas frustradas na indústria da cannabis na região.

A legalização parcial, afirma o analista sênior da consultoria Euromonitor Erwin Henriquez, não significou o fim iminente das atividades criminosasser cambista sportingbettorno do cultivo ilícitoser cambista sportingbetmaconha.

"O mercado ilegalser cambista sportingbetcannabis ainda é significativamente maior do que qualquer mercado legal", ressalta.

"Nossa estimativa éser cambista sportingbetque continue crescendo."

Na América Latina, o consumo per capitaser cambista sportingbetmaconha mal chega a US$ 1 por ano, ante US$ 88 nos Estados Unidos, afirma Henriquez.

Em conversa com a BBC News Mundo, ele também falou sobre o que considera falsas ideias criadasser cambista sportingbettorno da nova indústriaser cambista sportingbettorno da legalização.

Com o tempo, argumenta, o aspecto clandestino pode começar a desaparecer, apontando para o fatoser cambista sportingbetque no Canadá, pela primeira vez, a indústria legal superou o cultivo ilegalser cambista sportingbetmaconha.

"A legalização da cannabis não é uma cura instantânea para a existência do mercado ilícito", opina.

Outros acreditavam que com a legalização da maconha seriam abertas grandes oportunidadesser cambista sportingbetexportação para os Estados Unidos.

Mais uma vez, diz Henriquez, isso não acontece necessariamente na realidade.

"Os Estados Unidos não são um grande mercadoser cambista sportingbetexportaçãoser cambista sportingbetcannabis para a América Latina."

Uma das razões, segundo ele, se deve ao fatoser cambista sportingbetque a indústria legal do país "tem capacidade para atender o mercado interno".

Mercados como o Oriente Médio e a Ásia, por outro lado, poderiam ser mais atraentes, acrescenta.

A aposta no mercado recreativo

A imagem que os especialistas pintam dessa indústria na América Latina até o momento éser cambista sportingbetuma coleçãoser cambista sportingbetexpectativas não atendidas.

Esses mesmos especialistas avaliam, contudo, que essas frustrações podem mudarser cambista sportingbetbreve.

"Na indústria da cannabis, a América Latina deverá ser a região com maior crescimentoser cambista sportingbetcinco anos. Em termos reais, crescerá bem próximo ao ritmo observado na Europa Ocidental", diz Erwin Henriquez.

Muitos países latino-americanos têm vantagens competitivas naturais para o produto. Por causa da ausênciaser cambista sportingbetestações marcadas, podem obter até três colheitas por ano. A terra, a mãoser cambista sportingbetobra e a energia elétrica são geralmente mais baratas do queser cambista sportingbetoutras áreas da Europa ou da América do Norte.

Pesquisadores apontam que muito do desenvolvimento dessa indústria dependerá da forma como se desenvolverá o debate sobre a futura regulamentação da indústria, e especialmente da maconha para uso recreativo, nos parlamentos das nações latino-americanas.

México e Colômbia, dois dos grandes mercados potenciais, estão discutindo projetos legislativos que legalizam e regulamentam o "uso adulto" da maconha. Apenas dois países no mundo deram o passo completo para legalizar e regulamentar a cannabis para fins recreativos: Canadá e Uruguai.

A Colômbia é, certamente, um dos países onde há expectativa sobre como essa discussão se desenvolve, sobretudo com a chegadaser cambista sportingbetGustavo Petro ao poder,ser cambista sportingbet2022, à frenteser cambista sportingbetum novo governo, que, ao contrário do seu antecessor, parece olhar com bons olhos para a descriminalização e regulamentação da maconha recreativa.

Samper disse à BBC News Mundo que agora "há aresser cambista sportingbetotimismo" na indústria da maconha colombiana, dada a "vontade política manifestada por Petro"ser cambista sportingbetassumir "uma nova abordagem para a políticaser cambista sportingbetdrogas".

O presidente colombiano tem dito que quer uma abordagem menos repressiva nas ações antidrogas e garante que busca proteger os pequenos produtores.

"A cannabis será o tremser cambista sportingbetpouso perfeito para a nova políticaser cambista sportingbetdrogas, que é contrária à abordagem proibicionista que só deixou ondasser cambista sportingbetviolência e décadasser cambista sportingbetsofrimento no país", diz Samper.

Multinacionais têm forte presença

O presidente colombiano diz que, apesarser cambista sportingbeta legislação colombiana exigir que todas as empresas participantes do mercado tenham sido legalmente constituídas no país, até agora várias das principais contaram com participaçãoser cambista sportingbetcapital estrangeiro.

Petro se referiu a essa situação com apenas quatro diasser cambista sportingbetmandato, quandoser cambista sportingbet11ser cambista sportingbetagostoser cambista sportingbet2022 disseser cambista sportingbetum discurso: "Será a multinacional canadense que fica com os dólares e faz as plantaçõesser cambista sportingbetcannabis? Ou serão os produtoresser cambista sportingbetcannabis (da região colombiana)ser cambista sportingbetCauca? Por que não podem?”

Para Miguel Samper, a participação das multinacionais no mercadoser cambista sportingbetcannabis medicinal é resultado dos altos investimentos necessários para atender aos altíssimos padrõesser cambista sportingbetqualidade da indústria farmacêutica global.

Ele afirma que, sem descuidar da saúde pública, um eventual mercadoser cambista sportingbetmaconha recreativa não precisaria ter barreirasser cambista sportingbetentrada tão altas e, portanto, haveria mais agricultores locais participando dos lucros, especialmente se o governo relaxar os requisitos existentes para se obter uma licença.

Samper estima que cada hectareser cambista sportingbetcultivo legalser cambista sportingbetmaconhaser cambista sportingbetprodução na Colômbia gere 20 empregos diretos e quase 18 indiretos.

Se levarmosser cambista sportingbetconta que o país sul-americano já possui maisser cambista sportingbet56 mil hectares autorizados, mas ainda não cultivados, o potencialser cambista sportingbetgeraçãoser cambista sportingbetempregos também seria bastante amplo.

O debate político continua

Apesar do que Petro propõe, a propostaser cambista sportingbetaprofundar a legalização da maconha para incluir o consumo recreativo tem fortes opositores políticos na Colômbia eser cambista sportingbetmuitos outros países da região.

"Os progressistas deveriam entender que a Colômbia rechaça a legalização da cannabis recreativa, que não é nada recreativa, apenas causa destruição da pessoa", escreveu no Twitter a senadora e líder da direita colombiana María Fernanda Cabalser cambista sportingbetnovembro passado.

Cabal citouser cambista sportingbetseu tuíte uma pesquisa da empresa colombiana Invamer que afirmava que 57%ser cambista sportingbetseus compatriotas são contra a legalização da maconha para fins recreativos.

No México, outro dos grandes mercados potenciaisser cambista sportingbetexpansão, a decisão finalser cambista sportingbetlegalizar o "uso adulto", já aprovada pela Câmara dos Deputados, está nas mãos do Senado do país.

Em 19ser cambista sportingbetjaneiro passado, o presidente da comissãoser cambista sportingbetfinanças do Senado mexicano, Alejandro Armenta, afirmou que a discussão seria retomadaser cambista sportingbetfevereiro.

Os anúnciosser cambista sportingbettorno das liberaçõesser cambista sportingbetleis contra a maconha na América Latina têm gerado mais expectativas do que resultados na última década.

Resta saber se agora, com a legalização mais profunda, haverá uma nova bonança econômica na região.

- Este texto foi originalmente publicadoser cambista sportingbethttp://www.mi-rob.com/articles/cp096qmyvngo