Grupo Wagner: as disputas pessoais que levaram à rebelião na Rússia:zebet poker

Das sombras, seus combatentes — formados por ex-militares das forças especiais russas — apoiaram o aliadozebet pokerPutin, Bashar Al-Assad, na Síria e ajudaram a reverter e substituir a influência francesa no Mali.

Até o ano passado, Prigozhin negou que controlasse o grupo, chegando a processar no Reino Unido o jornalista Elliot Higgins, do site investigativo Bellingcat, que o acusouzebet pokercomandar a milícia privada.

A facilidade do governozebet pokerse distanciar das operações mais polêmicas do grupo Wagner agradava Putin, permitiu que Prigozhin construíssezebet pokerprópria basezebet pokerpoder ao longo do último ano, chegando a rivalizar com a elite militar que governa a Rússia.

Um homem imersozebet pokerviolência, corrupção e ambição —zebet pokerascensão é emblemática do Estado construído pelo presidente Vladimir Putin nos últimos 24 anos.

Mas, apesarzebet pokerseu crescente poder, ele continua sendo um estranho entre o pequeno círculo íntimozebet pokerconselheiroszebet pokerPutin, sem medozebet pokercriticar autoridadeszebet pokerMoscou que ele vê como corruptas, preguiçosas ou ambas as coisas.

E ele guarda um ódio especial ao chefe das Forças Armadas, Valery Gerasimov, e ao ministro da Defesa, Sergei Shoigu — outro "outsider".

Rivalidade e vaidade

Ao contrário da maioria dos principais conselheiroszebet pokerPutin, que tendem a vir da cidade natal do presidente, São Petersburgo, Shoigu nasceuzebet pokerum pequeno vilarejo na fronteira entre a Rússia e a Mongólia.

Apesarzebet pokerliderar as Forças Armadas há maiszebet pokeruma década, Shoigu teve uma carreirazebet pokercivil, galgando postos nas fileiras do Partido Comunista anteszebet pokerse tornar o chefe do Ministériozebet pokerEmergência da Rússia na décadazebet poker1990.

Gerasimov, o terceiro personagem nesta crise, é um típico militar. Ele começouzebet pokercarreira reprimindo uma rebelião sangrenta na Chechênia na décadazebet poker1990, e agora é o chefe militar pós-soviético mais antigo no cargo.

Acredita-se que a crescente importânciazebet pokerPrigozhinzebet pokerprojetar o poder russo e a capacidadezebet pokerseu grupozebet pokerrecrutar os principais operadores das forças especiais russas — oferecendo salários mais altos — tenham criado tensões ao longozebet pokervários anos.

Mas foi depois da invasão russa da Ucrânia — ezebet pokerparticular após a luta sangrentazebet pokerBakhmut, a batalha onde se acredita que milhareszebet pokersoldados do Wagner foram mortos — que o ódiozebet pokerPrigozhin pelas elites militares veio à tona.

A tentativazebet pokertomar Bakhmut — uma pequena cidade com uma populaçãozebet pokercercazebet poker70 mil pessoas antes da guerra — é intrigante.

A maioria dos observadores acredita que ela tem um significado militar limitado e alguns dizem que a campanha foi projetada por Prigozhin para permitir que ele reivindicasse o crédito por uma vitóriazebet pokermeio à campanha vacilante dos militares.

Ele regularmente acusa Shoigu e Gerasimovzebet poker"constantemente tentar roubar [o crédito pela] vitória do grupo Wagner"zebet pokercidades como Soledar, onde milhareszebet pokersoldados paramilitares — muitas vezes recrutadoszebet pokerprisões — morreram.

E,zebet pokercontraste com seus rivais mais burocráticos, os discursos muitas vezes desbocadoszebet pokerPrigozhin fizeram dele uma personalidade que frequentemente chama a atenção da imprensa mundial.

Documentos vazados indicaram que o Ministério da Defesa russo não sabe como combaterzebet pokercrescente popularidade.

Mas no Kremlin, Vladimir Putin estava satisfeitozebet pokerdeixá-lo operando livremente.

Permitir que rivalidades cresçam é o estilozebet pokerPutin. Ele permite que centroszebet pokerpoder concorrentes lutem entre si por influência, acreditando que isso impede que uma facção ganhe poder suficiente para desafiá-lo diretamente.

Daniel Triestman, professorzebet pokerciência política na Universidade da Califórnia,zebet pokerLos Angeles, escreveu no ano passado que o sistema criado por Putin contém "armadilhas" para evitar um golpe, observando que as autoridades "com homens armados sob seu comando carecemzebet pokerconfiança mútua para organizar uma conspiração".

Neste regime, Shoigu é mantido sob controle pelo grupo Wagner, enquanto os mercenários são intimidados pelos militares. No topo da pirâmide está Putin, o mestre do xadrez que move as peças pelo tabuleiro e mantém o equilíbrio no sistema.

Enquanto isso, Prigozhin sempre teve o cuidadozebet pokerevitar criticar o presidente diretamente, sugerindo que os fracassos da Rússia desde a invasãozebet pokerfevereirozebet poker2022 acontecem porque Putin está sendo enganado por seus comandantes.

Para Putin, é útil permitir que o líder mercenário culpe seus subordinados pelo fracasso da campanha militar. Acredita-se que o presidente russo tenha criticado Shoigu e Gerasimovzebet pokerparticular pelo ritmo lento da invasão.

Mas, nos últimos meses, essa estratégiazebet pokerPutin parece ter se desgastado.

Prigozhin — cada vez mais irado comzebet pokersuspeitazebet pokerque os militares estavam retendo muniçãozebet pokersuas forças durante a operaçãozebet pokerBakhmut — começou a postar discursos desequilibrados no Telegram.

Em um vídeo — com os restos mortaiszebet pokerdezenaszebet pokercombatenteszebet pokerWagner visivelmente ao seu redor — ele se enfureceu: "Você [palavrão] que não está nos dando munição,zebet pokerescória, você vai comer as entranhas deles no inferno!"

"Shoigu! Gerasimov! Onde está a... munição?... Eles vieram aqui como voluntários e morreram para que você engordassezebet pokerseus escritórioszebet pokermármore", gritou elezebet pokeroutro vídeo, aparentemente tentando chantagear Moscou ameaçando abandonar a luta por Bakhmut.

De acordo com documentoszebet pokerinteligência dos EUA vazados pelo aviador americano Jack Teixeira, Prigozhin foi convocado para uma reunião com Putin e Shoiguzebet poker22zebet pokerfevereiro — o mesmo diazebet pokerque postou o vídeo entre os cadávereszebet pokerWagner.

"A reunião quase certamente envolveu, pelo menoszebet pokerparte, as acusações públicaszebet pokerPrigozhin e a tensão resultante com Shoygu", dizia um documento, usando uma grafia diferente do sobrenome do chefe da defesa.

Mas a reunião parece não ter surtido o efeito desejado.

'Sem acordo'

Enquanto isso,zebet pokerMoscou, Shoigu estava dando toques finaiszebet pokerum plano que esperava reduzir para sempre a influênciazebet pokerseu adversário.

O chefe da defesa costuma ser criticado por não ter servido como oficial, mas seu conhecimentozebet pokercomo manipular o sistema político russo é incomparável.

Ele sobrevive no Kremlin desde 1991. Poucos dos conselheiros do presidente Putin passaram mais tempo ao seu lado.

Em 10zebet pokerjunho, ele apresentou o seu planozebet pokerque "voluntários" seriam convidados a assinar contratos diretamente com o Ministério da Defesa, integrando-os aos militares e conferindo-lhes um novo estatuto jurídico.

O projetozebet pokerlei dava às Formaçõeszebet pokerVoluntários até 1ºzebet pokerjulho para cumprir e assinar os contratos.

Embora o anúncio não mencionasse o grupo Wagner diretamente, isso foi amplamente visto como um movimento para reduzir a influênciazebet pokerPrigozhin, imediatamente invocando a fúria do chefe mercenário.

"O Wagner não vai assinar nenhum contrato com Shoigu", enfureceu-se Prigozhin. "Shoigu não consegue administrar adequadamente a formação militar."

A mudança deve ter provocado descofiançazebet pokerPrigozhin. Como operador político veterano, Shoigu não teria agido para assumir o controle do Wagner sem a aprovação do presidente Putin.

Prigozhin pode ter achado que depoiszebet pokermeseszebet pokerdiscursos e críticas à "operação militar especial" suas, o presidente finalmente decidiu apoiar seus chefeszebet pokerdefesa e marginalizar seu antigo aliado.

Dias depois, Putin apoiou pessoalmente a mudança, dizendo a repórtereszebet pokerMoscou que estava "de acordo com o bom senso" e tudo deveria "ser feito o mais rápido possível".

Alguns sugeriram que este foi o momentozebet pokerque Prigozhin começou a planejar seu motim. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede nos Estados Unidos, afirma que Prigozhin "provavelmente apostou que o único jeitozebet pokermanter o Grupo Wagner como uma força independente seria marchando contra o Ministério da Defesa da Rússia".

Suas tropas logo intensificaramzebet pokercampanha contra os militares regulares, sequestrando um comandantezebet pokercampo russo que acusaramzebet pokerabrir fogo contra as tropas do Wagner.

A imprensa dos EUA relata que oficiaiszebet pokerinteligência, tendo analisado os movimentos do Wagner por vários dias, informaram ao governo Biden que Prigozhin estava planejando algum tipozebet pokeração.

E na sexta-feira (23/6) o chefe mercenário lançouzebet pokercrítica mais contundente ao ministro da Defesa até agora.

Afastando-se da linhazebet pokerPutinzebet pokerque a Rússia invadiu a Ucrânia para afastar a Otan e os nazistas, Prigozhin disse que o conflito nada mais era do que uma desculpa para Shoigu ganhar mais medalhas e obter a honra militar finalzebet pokerser promovido ao postozebet pokerMarechal.

“O Ministério da Defesa está tentando enganar o público, enganar o presidente”, ele se enfureceuzebet pokerum vídeo do Telegram.

Naquela noite, menoszebet pokerduas semanas depois que o ministério da Defesa anunciou seu planozebet pokerassumir o controle do grupo Wagner, Prigozhin e suas tropas deixaram a Ucrânia e tomaram a cidade russazebet pokerRostov.

Alguns especularam que Prigozhin concordouzebet pokerencerrarzebet pokerrebelião depoiszebet pokerobter concessõeszebet pokerPutin, que podem incluir mudanças no topo do ministério da Defesa. Mas ainda não se sabe se isso é verdade.

Quem substituiria Shoigu e Gerasimov também não está claro.

O general Sergei Surovikin, que já foi aliadozebet pokerPrigozhin, mas que se manifestou contra seu motim, pode estar na fila para uma promoção. Conhecido como General Armageddon, ele comandou a invasão por um breve período no ano passado e esteve por trás da campanhazebet pokerbombardeio ineficaz contra alvos civis.

O que acontecerá com o próprio Prigozhin é outra questão. Sua decisãozebet pokerinterromperzebet pokermarcha sobre Moscou provavelmente irritará muitos elementos pró-guerra da linha dura na Rússia. O Instituto para o Estudo da Guerra observa que "muitos funcionários do Wagner provavelmente ficarão descontentes com a possibilidadezebet pokerter que assinar contratos" com o ministério da Defesa.

E não está claro se Prigozhin terá permissão para reterzebet pokerenorme riqueza. A imprensa russa noticiou que cercazebet pokerUS$ 48 milhõeszebet pokerdinheiro foram encontrados durante uma batida na sede do Wagnerzebet pokerSão Petersburgo. Prigozhin disse que o dinheiro foi usado para compensar as famílias dos soldados mortos.

Embora a rebelião tenha sido estrangulada logo no início e a dupla militarzebet pokerShoigu e Gerasimov tenha removido uma grande ameaça ao seu poder, as condições que deram origem ao motim permanecem.

Cercazebet poker10 empresas militares privadas operam agora na Rússia, comzebet pokerlealdade a um grupozebet pokeroficiaiszebet pokersegurança, gigantes do petróleo e oligarcas.

Shoigu supostamente controlazebet pokerprópria empresa, a Patriot PMC, que opera na Ucrânia, e estázebet pokerconcorrência direta com o Wagner,zebet pokeracordo com o departamentozebet pokerEstado dos EUA.

A lealdade desses grupos ao regime é questionável, na melhor das hipóteses, e pode enfraquecer a suposiçãozebet pokerque o governozebet pokerPutin é mais capazzebet pokerresistir a um longo conflito na Ucrânia do que o governo do presidente Volodymyr Zelenskyzebet pokerKiev.

"As esperançaszebet pokeruma parte da elite russa, incluindo, aparentemente, o próprio presidente,zebet pokerque uma longa guerra seja benéfica para a Rússia são uma ilusão perigosa", disse Ruslan Pukhov, analista do Centrozebet pokerAnálisezebet pokerEstratégias e Tecnologias (Cast), com sedezebet pokerMoscou.

"O prolongamento da guerra acarreta enormes riscos políticos internos para a Federação Russa."