Por que animaissite da bet365estimação feios fazem tanto sucesso:site da bet365

Em 1943, Lorenz chamou essas características infantissite da bet365“esquema do bebê”.

Os animais com aparência esquisita, como o peixe-bolha, os cães da raça pug, os lêmuressite da bet365Madagascar e os buldogues, possuem essas mesmas características infantis que ativam reações afetuosas entre os seres humanos e um instinto naturalsite da bet365cuidado e proteção.

E essas características infantis aumentam o “comportamento protetor, a atenção e a disposição ao cuidado” das pessoas pelos indivíduos, reduzindo a “probabilidadesite da bet365agressão ao bebê”, segundo a pesquisadora Marta Borgi, do Instituto Superiorsite da bet365Saúdesite da bet365Roma, na Itália. Borgi estudou como o esquema do bebê se relaciona com a interação entre os seres humanos e os animais.

Entre os seres humanos, cujos bebês “dependem totalmente dos seus cuidadores para sustentá-los e protegê-los, esta reação tem clara importância porque contribui para aumentar as chancessite da bet365sobrevivência dos filhotes”, afirma ela.

Um estudosite da bet3652014 realizado por Borgi e outros pesquisadores concluiu que o conceitosite da bet365“fofura” é comum à espécie e se desenvolve muito cedo. Crianças com até três anossite da bet365idade demonstram preferência por animais e seres humanos com olhos grandes, narizsite da bet365formasite da bet365botão e rosto redondo.

“Nós demonstramos que a reação afetiva a características faciais infantissite da bet365cães e gatos surge logo no início do nosso desenvolvimento”, afirma Borgi.

Os pesquisadores analisaram os movimentos dos olhos das crianças com três a seis anossite da bet365idade e concluíram que eles se concentravam maissite da bet365imagenssite da bet365cães, gatos e seres humanos que haviam sido digitalmente modificadas para oferecer características mais infantis.

Eles também pediram às crianças que avaliassem as imagenssite da bet365uma escalasite da bet3651 a 5,site da bet365que 1 era “não é fofo” e 5 era “muito fofo”. As crianças deram notas mais altas aos rostos redondos com testas grandes, grandes olhos e narizes pequenos,site da bet365comparação com os traços menos infantis.

“Nós demonstramos que o grausite da bet365esquema do bebê no rostosite da bet365cães e gatos é uma característica saliente que afeta a ‘percepçãosite da bet365fofura’ das crianças”, explica Borgi.

Já os animais feios frequentemente têm outro valor. Alguns deles, como o peixe-bolha ou o rato-toupeira-pelado, vivemsite da bet365ambientes extremos e se adaptaramsite da bet365formas notáveis.

Os cientistas se dedicam a estudar esses animais para entender se asite da bet365biologia pode oferecer novas ideias que podem gerar tratamentossite da bet365condiçõessite da bet365saúde humanas, como o câncer, doenças cardíacas e doenças neurodegenerativas.

Mas, embora muitas criaturas feias sejam perfeitamente adaptadas àsite da bet365vida selvagem e possam fornecer enormes benefícios aos ecossistemas onde vivem, elas, muitas vezes, não recebem tanta atenção quanto os animais tradicionalmente mais fofos e graciosos. E isso pode resultarsite da bet365um viés que leva as espécies menos atraentes a serem objetossite da bet365pesquisa com menos frequência.

Problemassite da bet365saúde

Existem fatores culturais que também formam nossa obsessão pelos animais feios, mas fofos.

“O feio mas fofo é muito elegante”, afirma Rowena Packer, professorasite da bet365ciências do bem-estar e comportamentosite da bet365animaissite da bet365companhia da Faculdade Realsite da bet365Veterinária da Universidadesite da bet365Londres. Em parte, isso é incentivado pelas redes sociais, com muitas celebridades e influenciadores exibindo pugs e buldogues franceses no Instagram, segundo Packer.

Mas existem sérias preocupaçõessite da bet365relação ao bem-estar dos animais sobre essa tendência.

Os veterinários estão aconselhando as pessoas a não escolher raçassite da bet365cãessite da bet365focinho achatado, ou braquicéfalas, pois eles sofrem sérios problemassite da bet365saúde. Os pugs e buldogues franceses que passaram por criação seletiva apresentam dificuldadessite da bet365respiração, infecções da pele frequentes e doenças dos olhos.

Um estudo concluiusite da bet3652022 que os pugs “não podem mais ser considerados cachorros típicos, do pontosite da bet365vista da saúde”, devido aos sérios problemas que eles enfrentam. No Reino Unido, os pugs têm probabilidade duas vezes maiorsite da bet365sofrersite da bet365um ou mais transtornossite da bet365saúde por ano,site da bet365comparação com as outras raças.

No verão, os pugs também apresentam riscosite da bet365insolação, pois eles têm dificuldadesite da bet365regularsite da bet365temperatura corporal.

“Se você pensar nos lobos, eles têm narizes muito longos”, explica Packer. “Eles dependem da trocasite da bet365calor através da passagem nasal, que permite que eles regulem eficientementesite da bet365temperatura... eles não suam como nós.”

Mas os pugs têm narinas pequenas e vias aéreas estreitas, o que dificultasite da bet365respiração e o resfriamento dos seus corpossite da bet365diassite da bet365calor.

O resultado é que muitos pugs fazem ruídos – eles roncam e bufam, o que as pessoas costumam achar “fofo”, um reflexo da personalidade do cão, segundo Parker. “Mas, na verdade, é um sinalsite da bet365que suas vias aéreas estão obstruídas.”

E, apesar dos seus muitos problemassite da bet365saúde, os pugs continuam sendo bastante populares.

Segundo a Faculdade Realsite da bet365Veterinária britânica, os registrossite da bet365pugs no Kennel Clube – o registro nacionalsite da bet365cães do Reino Unido – aumentaramsite da bet365cinco vezes entre 2005 e 2017. Já o Kennel Clube dos Estados Unidos relaciona os pugs como a 35ª raçasite da bet365cachorro mais popular do país, entre 280 raças registradas.

Em 2022, outra raça braquicéfala – o buldogue francês – tornou-se, pela primeira vez, o cão mais popular nos Estados Unidos, segundo os registros norte-americanos.

“Existem muitas barreiras psicológicas que fazem com que as pessoas evitem aceitar os problemassite da bet365saúde dos cães braquicéfalos”, explica Packer.

“As pessoas gostam do fatosite da bet365que os pugs são muito engraçados, muito preguiçosos, e não querem vê-los ficando mais moderados cruzando-os com outras raças. Elas receiam que ele não será mais aquele ‘come-dorme’ engraçado, mesmo que aquilo, na verdade, seja causado pelas doenças que nós estamos impondo a eles.”

O cruzamentosite da bet365cães com focinho achatado com outras raças é “realmente essencial”, segundo ela. “Alémsite da bet365terem fenótipos realmente extremossite da bet365formatossite da bet365corpo, eles também têm diversidade genética muito baixa.”

E a diversidade genética é importante. Sem ela, doenças e traços prejudiciais podem se espalhar rapidamente por uma população e acabar fazendo mal a ela – ou até causarsite da bet365extinção.

Em 2016, uma análisesite da bet365102 buldogues ingleses registrados concluiu que eles tinham pouca diversidade genética nas duas linhagens, materna e paterna, incluindo na parte do genoma que contém genes que regulam reações imunológicas normais.

Os buldogues estão “se tornando caricaturas das suas formas originais”, segundo Packer.

“Existe uma enorme tendência entre as pessoassite da bet365querer cães com dobras da pele muito exageradas e corpos compactos”, afirma ela. “Mas, na verdade, isso reflete malformações dasite da bet365coluna – suas vértebras agora são malformadas, o que pode gerar uma enorme variedadesite da bet365doenças neurológicas.”

Por isso, características engraçadas como olhos saltados e focinhos cheiossite da bet365rugas podem nos fazer rir, mas, pela saúde e bem-estar dos animais, nossa obsessão pelo “feio mas fofo” precisa ser reconsiderada.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.