Bolsonaro e as joias: entendatiki pop slotdetalhes o caso que envolve ex-presidente e aliados:tiki pop slot

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu entorno são focotiki pop slotuma investigação da Polícia Federal (PF) que apura um suposto esquematiki pop slotnegociação ilegaltiki pop slotjoias dadas por delegações estrangeiras à Presidência da República.

Segundo a PF, os itenstiki pop slotalto valor foram omitidos do acervo público e vendidos para enriquecer o ex-presidente.

A revista Veja publicou nesta quinta-feira (17/8) que o tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudantetiki pop slotordenstiki pop slotBolsonaro e um dos principais envolvidos no caso, pretende confessartiki pop slotbreve que teria negociado a venda das joias a mando do ex-presidente. Cid está preso.

A intençãotiki pop slotconfessar foi revelada à revista pelo advogadotiki pop slotCid, Cezar Bitencourt, que posteriormente confirmou também a informação ao jornal Folhatiki pop slotS. Paulo e à TV Globo.

Pouco depois da publicação da Veja, o portal G1 e a Folha divulgaram que o ministro Alexandretiki pop slotMoraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo fiscal e bancário do presidente etiki pop slotesposa, Michelle Bolsonaro.

A Polícia Federal havia pedido a quebratiki pop slotsigilo do casaltiki pop slotmeio à investigação sobre as joias.

Ainda segundo o portal G1, Moraes autorizou a cooperação da Polícia Federal com autoridades dos Estados Unidos, para que a quebratiki pop slotsigilotiki pop slotBolsonaro também aconteça neste país.

Procurada pela BBC News Brasil, a assessoriatiki pop slotimprensa do STF não confirmou que a quebratiki pop slotsigilo foi autorizada por Moraes.

O que se sabe até agora sobre este intricado caso?

Operação da PF

Na última sexta-feira (11/8), a PF deflagrou a Operação Lucas 12:2 — o nome foi uma alusão ao versículo bíblico que diz que "não há nada escondido que não venha a ser descoberto".

Quatro pessoas foram alvo da operação, autorizada pelo ministro Alexandretiki pop slotMoraes, do Supremo Tribunal Federal (STF): Mauro Cesar Barbosa Cid; o pai dele, o general do Exército Mauro Cesar Lourena Cid; o ex-ajudantetiki pop slotordenstiki pop slotBolsonaro e tenente do Exército Osmar Crivelatti; e o advogado Frederick Wassef, que já defendeu Bolsonaro e familiarestiki pop slotprocessos judiciais.

Apesartiki pop slotter o nome mencionado pela PF como integrantetiki pop slotuma suposta "organização criminosa", Bolsonaro não foi alvo da operação.

Moraes disse haver "fortes indíciostiki pop slotdesviostiki pop slotbenstiki pop slotalto valor patrimonial" no caso das joias negociadas pelo entorno do ex-presidente.

O ministro do STF é relator do inquérito que investiga a atuaçãotiki pop slotuma suposta milícia digital contra a democracia.

Segundo a PF, os crimes apurados na operação foram lavagemtiki pop slotdinheiro e peculato (desviotiki pop slotbem público).

A operação atingiu integrantes do núcleo mais próximotiki pop slotBolsonaro um mês depoistiki pop slotele ter sido condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ficar inelegível por oito anos.

Presentes recebidos

A investigação envolve os presentestiki pop slotalto valor que Bolsonaro recebeu quando ainda era presidente da República (2019-2022).

Por lei, tais objetos devem ser incorporados ao acervo da Presidência da República, ou seja, são bens públicos e não pessoais. Uma exceção são itens considerados "personalíssimos", como roupas, perfumes e alimentos.

Mas, segundo os investigadores, esses presentestiki pop slotalto valor foram incorporados ao patrimônio pessoaltiki pop slotBolsonaro e negociados com finstiki pop slotenriquecimento ilícito.

Os objetos sobre os quais a investigação da PF se debruçou são, por enquanto: um kit da marca suíça Chopard, dois relógios (um da marca suíça Rolex, acompanhado por joias, e outro da marca suíça Patek Philippe) e duas esculturas douradas folheadas a ouro.

No entanto, os investigadores não descartam que mais peças tenham sido apropriadas indevidamente por Bolsonaro.

Abaixo, mais detalhes sobre cada um desses itens.

Kit da Chopard

Em outubrotiki pop slot2021, durante uma viagem do então ministrotiki pop slotMinas e Energia, Bento Albuquerque, à Arábia Saudita, o governo Bolsonaro recebeu um kit com itens da marca suíça Chopard que incluía: uma caneta, um anel, um partiki pop slotabotoaduras, um rosário islâmico ("masbaha") e um relógio.

Esse kit teria sido trazido pelo próprio ministro natiki pop slotbagagem pessoal sem ser declarado e permanecido guardado no cofre do prédio do ministério por maistiki pop slotum ano, até ser registrado e enviado ao acervo da Presidência da República.

Segundo a investigação da PF, esse kit saiu do Brasil no mesmo voo oficial que levou Bolsonaro,tiki pop slotfamília e seus assessores à Flórida, nos Estados Unidos, no dia 30tiki pop slotdezembrotiki pop slot2022, o penúltimo diatiki pop slotseu mandato.

Levadas a leilão pela Fortuna Auctions, uma casatiki pop slotleilões sediadatiki pop slotNova York, nos Estados Unidos, com valor inicialtiki pop slotUS$ 50 mil (R$ 248 mil, segundo cotação atual) — mas com valor estimado entre US$ 120 mil (R$ 596 mil) e US$ 140 mil (R$ 695 mil) —, as peças não foram arrematadas "por circunstâncias alheias à vontade dos investigados", disse a PFtiki pop slotrelatório.

Em março, o Tribunaltiki pop slotContas da União (TCU) determinou que Bolsonaro entregasse esse kit à Caixa Econômica Federal (CEF) — os bens foram posteriormente "resgatados" na casatiki pop slotleilão e devolvidos ao governo pela defesa do ex-presidente.

Relógio Patek Philippe

O relógio da marca suíça Patek Philippe foi recebido possivelmente, segundo a PF, durante visita oficialtiki pop slotBolsonaro ao Bahrein, um pequeno país no Golfo Pérsico,tiki pop slotnovembrotiki pop slot2021.

Pela investigação, esse item foi negociado junto com o Rolex que fazia partetiki pop slotum dos presentes dados pelo governo da Arábia Saudita (ler mais abaixo).

Segundo a PF, o relógio Patek Philippe foi extraviado do acervo oficial "diretamente para a posse do ex-presidente Jair Bolsonaro".

A investigação aponta que fotos do item foram enviadas por Mauro Cesar Barbosa Cid para um contato cadastrado emtiki pop slotagenda como "Pr Bolsonaro Ago/21"tiki pop slot16/11/21, ainda durante a viagem ao Bahrein.

Cid também enviou ao mesmo contato outra foto, do certificado do relógio, indicando que a peça era originaltiki pop slotuma loja daquele país, ainda conforme a PF.

Esculturas folheadas a ouro

Segundo a PF, Bolsonaro recebeu,tiki pop slotnovembrotiki pop slot2021, uma esculturatiki pop slotbarco folheada a ourotiki pop slotum seminário com empresários árabes e brasileiros no Bahrein.

A outra escultura, também folheada a ouro, mastiki pop slotformatotiki pop slotpalmeira, não teve a origem identificada.

As duas peças recebidas por Bolsonaro como presentes oficiais também foram levadas no voo oficial para Orlando, antestiki pop sloto ex-presidente concluir seu mandato.

Dali, os itens foram encaminhados para lojas especializadas nos estados americanos da Flórida, Nova York e Pensilvânia, "para serem avaliados e submetidos à alienação, por meiotiki pop slotleilões e/ou venda direta".

Segundo a PF, mensagenstiki pop slotMauro Cid indicam que os objetos foram avaliados com valores baixos porque eram apenas "folheadas", e nãotiki pop slotouro maciço.

Não há menção na investigação quanto ao valor das peçastiki pop slotreais.

Rolex e joias

Em viagem oficial à Arábia Saudita,tiki pop slotoutubrotiki pop slot2019, Bolsonaro recebeu um kit com: anel, abotoaduras, um rosário islâmico ("masbaha") e um relógio da marca Rolex,tiki pop slotouro branco com diamantes.

Foi um presente pessoal do rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, ao ex-presidente.

Esse Rolex foi, segundo a PF, negociado junto com o relógio Patek Philippe por US$ 68 mil (R$ 346.983,60 na cotação da época).

A PF não estimou o valor dos outros itenstiki pop slotseu relatório.

Segundo os investigadores, esse kit também foi transportado no último voo oficialtiki pop slotBolsonaro como presidente,tiki pop slotdezembrotiki pop slot2022.

Mas acabou desmembrado por seus assessores: o relógio foi vendido a uma empresa especializada, e as joias, entregues para vendatiki pop slotoutra.

Assim como o kit da Chopard, esse kit teve que ser "resgatado" por aliadostiki pop slotBolsonaro após decisão do TCU,tiki pop slotmarço, que determinou que eles teriam que ser devolvidos ao governo federal.

Segundo a PF, essa "operaçãotiki pop slotresgate" envolveu novamente Mauro Cid — e também Frederick Wassef, amigotiki pop slotBolsonaro e ex-advogado dele.

A recompra teria acontecidotiki pop slotuma loja localizada no complexo Seybold Jewelry Building na cidadetiki pop slotMiami, na Flórida.

"Primeiramente o relógio Rolex DAY-DATE, vendido para a empresa Precision Watches, foi recuperado no dia 14/03/2023, pelo advogado Frederick Wassef, que retornou com o bem ao Brasil, na datatiki pop slot29/03/2023. No dia 02/04/2023, Mauro Cid e Frederick Wassef se encontraram na cidadetiki pop slotSão Paulo, momentotiki pop slotque a posse do relógio passou para Mauro Cid, que retornou para Brasília/DF na mesma data, entregando o bem para Osmar Crivelatti, assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro", diz a PFtiki pop slotseu relatório.

Segundo a investigação, Cid chegou ao Brasiltiki pop slot28tiki pop slotmarço com as joias, e Wassef, no dia seguinte, com o Rolex.

O kit foi remontado e entreguetiki pop slotuma agência da Caixa Econômica Federal,tiki pop slotBrasília,tiki pop slot4tiki pop slotabriltiki pop slot2023.

A PF lembra que, no caso do relógio Patek Philippe, ele não havia sido registrado, portanto, não foi necessária a mesma "operaçãotiki pop slotresgate" para "recuperar o referido bem, pois, até o presente momento, o Estado brasileiro não tinha ciênciatiki pop slotsua existência."

Segundo a PF, Bolsonaro, assim como outros investigados, são suspeitostiki pop slot"desviar presentestiki pop slotalto valor recebidostiki pop slotrazão do cargo pelo ex-Presidente da República e/ou por comitivas do governo brasileiro, que estavam atuandotiki pop slotseu nome,tiki pop slotviagens internacionais, entregues por autoridades estrangeiras, para posteriormente serem vendidos no exterior".

A investigação apontou, além disso, que os montantes obtidos dessas vendas eram convertidostiki pop slotdinheirotiki pop slotespécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente por meiotiki pop slotintermediários e sem utilizar o sistema bancário formal, visando ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

Uma trocatiki pop slotmensagenstiki pop slotjaneiro deste ano por Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial da Presidência da República, incluiu um áudio no qual Cid faz alusão a 25 mil dólares que pertenceriam a Bolsonaro.

"Tem vinte e cinco mil dólares com meu pai. Eu estava vendo o que era melhor fazer com esse dinheiro, levartiki pop slot'cash' aí. Meu pai estava querendo inclusive ir ai falar com o presidente. (...) E aí ele poderia levar. Entregariatiki pop slotmãos. Mas também pode depositar na conta (...). Eu acho que quanto menos movimentaçãotiki pop slotconta, melhor, né?", diz Cid.

A investigação da PF mostrou também, a partir da análisetiki pop slotmensagens no WhatsApp, que Mauro Cid teve a ajuda do seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, para negociar os itens e repassar o dinheiro das vendas.

Uma das evidências disso, segundo a PF, é reflexo deletiki pop slotuma foto da caixatiki pop slotuma das esculturas folheadas a ouro que não foi vendida.

Lourena Cid é amigo pessoaltiki pop slotBolsonaro. Os dois se formaram juntos na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Durante o governo Bolsonaro, Lourena Cid ocupou um cargo na Agência Brasileiratiki pop slotPromoçãotiki pop slotExportações e Investimentos (ApexBrasil).

Mais joias

Também na última sexta-feira (11), uma investigação paralela sobre outras joias — também dadas pela Arábia Saudita — que corria na Justiça Federal paulista, foi enviada ao STF a pedido do Ministério Público Federal (MPF)tiki pop slotSão Paulo.

Essa investigação foi abertatiki pop slotmaio deste ano, após a apreensãotiki pop slotum conjunto formado por colar, anel, relógio e brincostiki pop slotdiamantes pela Receita Federal no aeroporto internacionaltiki pop slotGuarulhos.

As joias seriam presentes para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Os itens foram encontrados na mochilatiki pop slotum assessor do então ministrotiki pop slotMinas e Energia Bento Albuquerque.

Como não foram declaradas, as peças acabaram confiscadas.

Pela lei, todo bem avaliadotiki pop slotmaistiki pop slotR$ 5 mil (US$ 1.000) deve ser declarado na chegada ao país.

A revelação sobre a apreensão dos objetos foi feita,tiki pop slotmarço, pelo jornal Estadão.

Segundo o MPF, o caso sob investigaçãotiki pop slotSão Paulo tem ligação com os fatostiki pop slotanálise no STF.

Outro lado

Na sexta-feira passada (11), após a operação da PF, a defesatiki pop slotJair Bolsonaro afirmoutiki pop slotnota que o ex-presidente "jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos" e que colocatiki pop slotmovimentação bancária à disposição das autoridades.

A defesa também afirmou que ele "voluntariamente" pediu ao TCU (Tribunaltiki pop slotContas da União)tiki pop slotmarço deste ano a entregatiki pop slotjoias recebidas "até final decisão sobre seu tratamento, o quetiki pop slotfato foi feito". A BBC News Brasil está buscando um novo posicionamento do ex-presidente.

À Folha, o advogado criminalista Cezar Roberto Bittencourt, responsável pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, disse nesta quinta (17) que o ex-ajudantetiki pop slotordenstiki pop slotBolsonaro não se beneficiou do negócio.

"Ele confessa que comprou as joias evidentemente a mando do presidente", disse Bittencourt à Folha, acrescentando que procurará Alexandretiki pop slotMoraes na próxima segunda-feira para conversar sobre a confissão.

A jornalistas, Wassef disse na terça (15) quetiki pop slotviagem aos EUA teve "fins pessoais".

Ele acrescentou que comprou o Rolex com dinheiro vivo, "do meu banco", e declarou a transação à Receita Federal.

"Comprei o relógio, a decisão foi minha, usei meus recursos, eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos", afirmou.

Na entrevista, ele disse ainda que o objetivo da compra era "devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República, e isso inclusive por decisão do Tribunaltiki pop slotContas da União".

Segundo o advogado, o pedidotiki pop slotcompra não partiutiki pop slotBolsonaro outiki pop slotCid. Ele se recusou a informar para quem entregou o relógio.

"O governo do Brasil me deve R$ 300 mil", acrescentou Wassef, mostrando um recibotiki pop slotcompratiki pop slotUS$ 49 mil.

Ele justificou o pagamentotiki pop slotdinheiro vivo para conseguir um "desconto". "Consegui US$ 11 mil dólares (de desconto). Se comprasse com cartãotiki pop slotcrédito, pagaria no Brasil com 5%tiki pop slotIOF."

A BBC News Brasil não conseguiu localizar a defesatiki pop slotOsmar Crivelatti.