'Hamas mutilou e estuprou mulheres antes e depoiscoritiba e santosmortas': os relatoscoritiba e santosatrocidades no ataque a Israel:coritiba e santos

Vídeoscoritiba e santosmulheres nuas ensanguentadas, filmados pelo Hamas no dia do ataque, e fotografiascoritiba e santoscorpos tiradas posteriormente indicam que mulheres foram atacadas sexualmente.

Acredita-se que poucas vítimas tenham sobrevivido para contar suas histórias. E seus últimos momentos estão sendo reunidos pelos sobreviventes, coletorescoritiba e santoscorpos e funcionárioscoritiba e santosnecrotérios, aliados às imagens dos locais atacados.

A polícia mostrou aos jornalistascoritiba e santosreunião privada um único e horrível testemunhocoritiba e santosvídeo,coritiba e santosuma mulher que estava no festival Supernova durante o ataque.

Ela descreve ter visto combatentes do Hamas mutilando e estuprando uma mulhercoritiba e santosgrupo, até que o último deles atirou na cabeça dela, enquanto continuava a estuprá-la.

No vídeo, a mulher identificada como Testemunha S imita os combatentes que pegam a vítima e a passamcoritiba e santosum para o outro.

"Ela estava viva", diz a testemunha. "Ela estava sangrando nas costas."

Ela detalha como os homens cortaram partes do corpo da vítima durante o ataque. "Eles fatiaram o seu seio e o atiraram na rua", ela conta. "Estavam brincando com ele."

A testemunha prossegue e detalha que a vítima foi passada para outro homemcoritiba e santosuniforme.

"Ele a penetrou e atirou na cabeça dela antescoritiba e santosterminar", ela conta. "Ele nem mesmo pegou suas calças; ele atira e ejacula."

Falamos com um homem do local do festival, que disse ter ouvido os "ruídos e gritos das pessoas sendo assassinadas, estupradas e decapitadas."

Perguntamos como ele podia ter certeza – sem ver a cena –coritiba e santosque os gritos que ele ouvia indicavam violência sexual e nãocoritiba e santosoutros tipos. Ele respondeu que acreditava, ao ouvir naquele momento, que os gritos só podiam ser causados por estupro.

Em uma declaração feita atravéscoritiba e santosuma organizaçãocoritiba e santosapoio, ele descreve o ocorrido como "desumano".

"Algumas mulheres foram estupradas antescoritiba e santosserem mortas, algumas foram estupradas enquanto eram feridas e outras já estavam mortas quando os terroristas estupraram seus corpos sem vida", diz a declaração. "Eu quis desesperadamente ajudar, mas não havia nada que eu pudesse fazer."

A polícia afirma que recebeu "numerosos" relatoscoritiba e santostestemunhascoritiba e santosviolência sexual, mas não forneceria maiores esclarecimentos sobrecoritiba e santosquantidade. Quando falamos com a polícia, eles ainda não haviam entrevistado as vítimas sobreviventes.

A Ministra do Empoderamento Femininocoritiba e santosIsrael, May Golan, declarou à BBC que algumas vítimascoritiba e santosestupro ou violência sexual haviam sobrevivido aos ataques. No momento, todas estão recebendo tratamento psiquiátrico.

"Mas são muito, muito poucas. A maioria foi brutalmente assassinada", afirma ela. "Elas não conseguem falar – nem comigo, nem com nenhuma pessoa do governo [nem] da imprensa."

Os vídeos filmados pelo Hamas incluem imagenscoritiba e santosuma mulher algemada e levada como refém, com cortes nos seus braços e uma grande manchacoritiba e santossangue na partecoritiba e santostrás das calças.

Em outras imagens, mulheres carregadas pelos combatentes parecem estar nuas ou seminuas.

Diversas fotografias dos locais após o ataque mostram os corposcoritiba e santosmulheres nuas da cintura para baixo ou comcoritiba e santosroupacoritiba e santosbaixo rasgada para um lado, as pernas afastadas e sinaiscoritiba e santostrauma nas pernas e nos genitais.

"Aparentemente, o Hamas aprendeu com o ISIS [o grupo Estado Islâmico] no Iraque e com os casos na Bósnia como transformar os corpos das mulherescoritiba e santosarmas", afirma a especialista legal Cochav Elkayam-Levy, do Instituto Daviscoritiba e santosRelações Internacionais da Universidade Hebraicacoritiba e santosJerusalém,coritiba e santosIsrael.

"Apenas conhecer os detalhes que eles sabiam sobre o que fazer com as mulheres me dá arrepios: cortar seus órgãos, mutilar seus genitais, estuprá-las. É horrível saber disso."

"Falei com pelo menos três meninas que estão agora hospitalizadas com situações psiquiátricas muito difíceis devido aos estupros que elas presenciaram", declarou a ministra Golan à BBC. "Elas fingiram estar mortas, assistiram e ouviram tudo. E não conseguem lidar com aquilo."

O chefecoritiba e santospolíciacoritiba e santosIsrael, Yaacov Shabtai, afirmou que muitos sobreviventes dos ataques têm dificuldade para falar. Ele acredita que alguns deles nunca irão testemunhar sobre o que viram ou sofreram.

"Dezoito homens e mulheres jovens foram internadoscoritiba e santoshospitais psiquiátricos por não conseguirem ter uma vida normal", afirma ele.

Há relatoscoritiba e santossobreviventes com tendências suicidas. Uma pessoa que trabalha com as equipes para cuidarcoritiba e santossobreviventes disse à BBC que alguns deles já se mataram.

Grande parte das evidências veiocoritiba e santosvoluntários coletorescoritiba e santoscorpos que trabalharam após os ataques e das pessoas que cuidaram dos corpos apóscoritiba e santoschegada à base militarcoritiba e santosShura,coritiba e santosIsrael, para identificação.

Um dos coletorescoritiba e santoscorpos, voluntário da organização religiosa Zaka, descreveu sinaiscoritiba e santostortura e mutilação nos corpos. Ele descreve uma mulher grávida que teve o útero rasgado e aberto antescoritiba e santosser morta. O feto foi esfaqueado dentro do corpo da mulher.

A BBC não conseguiu verificar este relatocoritiba e santosforma independente e a imprensa israelense tem questionado alguns testemunhoscoritiba e santosvoluntários que trabalham nos rescaldos traumáticos dos ataques do Hamas.

Outro voluntário, Nachman Dyksztejna, testemunhou por escrito ter visto os corposcoritiba e santosduas mulheres no kibbutz Be'eri com suas mãos e pernas amarradas a uma cama.

"Uma delas foi aterrorizada sexualmente com uma faca inserida na vagina e teve todos os seus órgãos internos removidos", afirmacoritiba e santosdeclaração.

Ele conta que, no local onde foi realizado o festivalcoritiba e santosmúsica, pequenos abrigos estavam "cheios com pilhascoritiba e santosmulheres. Suas roupas foram rasgadas na partecoritiba e santoscima, mas, embaixo, elas estavam completamente nuas. Pilhas e pilhascoritiba e santosmulheres. [...] Quando você olhava suas cabeças maiscoritiba e santosperto, você via um único tiro, direto no cérebrocoritiba e santoscada uma."

Voluntários recolheram centenascoritiba e santoscorpos dos locais dos ataques.

Os pesquisadores admitem que, nos primeiros dias caóticos após os ataques, ainda com algumas regiõescoritiba e santoscombate ativo, as oportunidades para documentar cuidadosamente as cenascoritiba e santoscrime ou coletar evidências forenses eram limitadas ou foram perdidas.

"Nos cinco primeiros dias, ainda tínhamos terroristascoritiba e santosterritório israelense", afirma May Golan. "E havia centenas, centenascoritiba e santoscorposcoritiba e santostoda parte. Eles foram queimados, eles estavam sem os órgãos, eles foram completamente esquartejados."

"Foi um evento com elevado númerocoritiba e santosvítimas", declarou aos jornalistas o porta-voz da polícia israelense Dean Elsdunne,coritiba e santoscoletivacoritiba e santosimprensa.

"A primeira providência foi trabalhar na identificação das vítimas, não necessariamente na investigação da cena do crime. As pessoas esperavam para saber o que havia acontecido com seus entes queridos."

Foram os funcionários da base militarcoritiba e santosShura, onde os corpos chegaram para identificação, que forneceram aos investigadores algumas das evidências mais importantes. Estas evidências surgiramcoritiba e santosum campo improvisadocoritiba e santostendas e contêineres marítimos refrigerados instalado na base para identificar os corpos.

Durante a nossa visita, carrinhoscoritiba e santoshospital, com suas armaçõescoritiba e santosferro cobertas com macascoritiba e santoscor cáqui, estavam perfeitamente alinhadoscoritiba e santosfrente aos contêineres que abrigavam os mortos. As lonascoritiba e santosplástico branco sobre eles ficavam translúcidas frente aos holofotes.

Ouvia-se o barulho dos jatoscoritiba e santoscombate no ar, abafando o canto das cigarras no local. Israel continuava a bombardear a Faixacoritiba e santosGaza.

Equipes da base disseram à BBC que haviam observado claras evidênciascoritiba e santosestupro e violência sexual nos corpos que chegavam, incluindo pelves quebradas por longos períodoscoritiba e santosabuso violento.

"Vemos mulherescoritiba e santostodas as idades", conta uma das reservistas da equipe forense, a capitã Maayan. "Vemos vítimascoritiba e santosestupro. Vemos mulheres que passaram por violação. Temos patologistas e vemos os hematomas, aprendemos sobre os cortes e rasgos e sabemos que elas foram abusadas sexualmente."

Pergunto qual a proporção dos corpos que passaram por ela com esses sinais. "Muitos" foi a resposta. "Grande quantidadecoritiba e santosmulheres e meninascoritiba e santostodas as idades."

Definir o númerocoritiba e santosvítimas é difícil,coritiba e santosparte, devido ao estado dos corpos.

"Certamente, são muitos", afirmou outra soldadacoritiba e santosserviço que pediu que usássemos apenas seu primeiro nome, Avigayil.

"É difícil saber", segundo ela. "Cuideicoritiba e santosmuitos corpos queimados e não tenho ideia do que as pessoas enfrentaram antes daquilo. E corpos com a partecoritiba e santosbaixo faltando – também não sei se foram estupradas. Mas as mulheres que foram claramente estupradas? Existem muitas. Demais."

"Às vezes, chega apenas uma parte muito pequena do corpo", conta Elkayam-Levy. "Pode ser um dedo, um pé ou uma mão que eles estão tentando identificar. Pessoas foram queimadas até virarem cinza. Não sobrou nada. [...] Quero dizer que nunca saberemos quantos foram os casos."

Em conversas privadas, algumas pessoas falamcoritiba e santos"dezenas"coritiba e santosvítimas, mas rapidamente alertam que as evidências ainda estão sendo coletadas e reunidas.

A comissão civil chefiada por Elkayam-Levy para reunir testemunhos sobre crimes sexuais pede o reconhecimento internacionalcoritiba e santosque o que aconteceu no dia 7coritiba e santosoutubro foi abuso sistemático, o que constitui crime contra a humanidade.

"Observamos padrões definidos", segundo ela. "Por isso, não foi um incidente, não foi aleatório. Eles vieram com uma ordem clara. Foi [...] estupro como genocídio."

Avigayil concorda que há similaridades entre a violência observada nos corpos que chegaram à basecoritiba e santosShura. "Existem padrões, com gruposcoritiba e santosmulheres do mesmo local sendo tratadascoritiba e santosforma similar", segundo ela.

"Pode haver um conjuntocoritiba e santosmulheres que foram estupradascoritiba e santosuma forma e vemos similaridades nos corpos; e, depois, um conjunto diferentecoritiba e santosmulheres que não foram estupradas, mas receberam diversos tiros, exatamente no mesmo padrão", prossegue Avigayil. "Por isso, aparentemente, grupos diferentescoritiba e santosterroristas praticavam formas diferentescoritiba e santoscrueldade."

"Foi um evento sistemático e premeditado", disse o chefecoritiba e santospolícia Yaacov Shabtai aos jornalistas.

David Katz, da unidadecoritiba e santoscrimes cibernéticoscoritiba e santosIsrael envolvida na investigação, declarou aos jornalistas que é cedo demais para provar que a violência sexual foi planejada como parte do ataque, mas que os dados extraídos dos telefones celulares dos combatentes do Hamas sugerem que "tudo era sistemático".

"Seria imprudente afirmar que já podemos provar isso [...] mas tudo o que foi feito ali foi sistemático", afirma ele. "Nada aconteceu por coincidência. O estupro foi sistemático."

O governocoritiba e santosIsrael indica documentos que, segundo os israelenses, foram encontrados com combatentes do Hamas. Eles aparentemente apoiam a ideiacoritiba e santosque a violência sexual foi planejada.

O governo também publicou gravaçõescoritiba e santosinterrogatórioscoritiba e santosalguns combatentes capturados, nos quais eles parecem afirmar que as mulheres foram atacadas com este propósito.

Na semana passada, a ONU Mulheres publicou uma declaração afirmando que "condena categoricamente os ataques brutais do Hamas" e que está "perplexa com os inúmeros relatoscoritiba e santosatrocidades baseadascoritiba e santosgênero e violência sexual durante os ataques".

Elkayam-Levy afirmou antes da declaração que as organizações internacionais pelos direitos das mulheres haviam demorado demais para responder ao seu pedidocoritiba e santosajuda. Para ela, "esta é a atrocidade mais documentada da história da humanidade".

"Israelcoritiba e santos7coritiba e santosoutubro não é o mesmo país que acordou na manhã seguinte", diz o chefecoritiba e santospolícia Yaacov Shabtai.

Em meio ao horror do que aconteceu às mulheres durante os ataques, a capitã Maayan, da unidadecoritiba e santosidentificaçãocoritiba e santosShura, afirma que os momentos mais difíceis são quando ela observa "a máscara nos seus cílios ou os brincos que elas colocaram naquela manhã".

Perguntocoritiba e santosreação, como mulher.

"Terror", ela responde. "Aquilo nos aterroriza."

* Com colaboraçãocoritiba e santosScarlett Barter.