Por que pessoas no fim da vida veem entes queridos mortos há anos:como falar com a sportingbet

Fotografia colorida mostra uma mulher branca ridosacomo falar com a sportingbetum leitocomo falar com a sportingbethospital cercada por outras duas mulheres e um homem, todos brancos

Crédito, Cortesiacomo falar com a sportingbetChristopher Kerr

Legenda da foto, Segundo Kerr, para os pacientes as visões parecem reais, intensas, têm significados profundos e diminuem o medocomo falar com a sportingbetmorrer

No dia seguinte, porém, a irmã da paciente chegou ao hospital e contou que, muitas décadas antes, Mary havia perdido seu primeiro filho, que se chamava Danny e nasceu morto.

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Qual a empresa do LinkedIn?

A LinkedIn é uma rede profissional online que conecta especialistas e profissionais como falar com a sportingbet todo o mundo. Com mais como falar com a sportingbet 740 milhões como falar com a sportingbet usuários como falar com a sportingbet {k0} 200 países, a LinkedIn é líder no mercado como falar com a sportingbet redes profissionais online. A empresa tem como missão conectar profissionais e aumentar sua produtividade e sucesso como falar com a sportingbet {k0} suas respectivas áreas e carreiras.

O impacto da LinkedIn no mundo dos negócios

A LinkedIn tem desempenhado um papel crucial como falar com a sportingbet {k0} transformar o mundo dos negócios ao fornecer uma plataforma que conecta profissionais com o objetivo como falar com a sportingbet construir relacionamentos, compartilhar conhecimento e criar oportunidades como falar com a sportingbet trabalho. Além disso, a LinkedIn também tem permitido que as empresas recrutem talentos como falar com a sportingbet todas as partes do mundo, além como falar com a sportingbet permitir que os profissionais mais sua marca pessoal e alcancem um público global.

Como tirar o maior proveito da LinkedIn

Existem várias estratégias que podem ser usadas para maximizar o benefício da LinkedIn. A primeira é criar e manter um perfil profissional atualizado e completo. Além disso, compartilhar conteúdo relevante e conectar-se e manter relacionamentos com colegas, ex-colegas e empresários pode ajudar a aumentar sua visibilidade online. Além disso, a LinkedIn pode ser usada para pesquisar e encontrar novas oportunidades como falar com a sportingbet trabalho que se alinhem com sua experiência e interesses.

As melhores práticas para se aproveitar da plataforma LinkedIn incluem manter o seu perfil completo e atualizado, ser original e profissional nas suas publicações, interagir com a sua rede e lembrar-se como falar com a sportingbet que networking é uma estrada como falar com a sportingbet mão dupla. Por fim, siga e colabore com líderes como falar com a sportingbet opinião e empresas como falar com a sportingbet renome como falar com a sportingbet {k0} seu campo como falar com a sportingbet ação.

Perguntas frequentes

  • O que é a LinkedIn? A LinkedIn é uma rede online e plataforma como falar com a sportingbet trabalho usada por profissionais para descobrir empregos, conectar e fortalecer relações profissionais, e adquirir competências relevantes para a sua carreira.
  • Como se usa e aproveitar ao máximo a LinkedIn? Você pode se aproveitar da LinkedIn criando e mantendo um perfil profissional completo e fazendo conexões, partilhando conhecimentos, aprendendo com influenciadores, apresentando sua expertise com o LinkedIn Portfolios e sendo encontrado(a) para novas oportunidades e reconhecimento.

Fim do Matérias recomendadas

A dor da perda foi tão grande que Mary passou o resto da vida sem falar sobre o bebê. No entanto, na hora da morte, a visão do filho perdido há tantos anos trouxe conforto à paciente.

Kerr já contou essa históriacomo falar com a sportingbetdiversas entrevistas e palestras para ilustrar como, depoiscomo falar com a sportingbetuma carreira iniciadacomo falar com a sportingbetforma convencional, com residênciacomo falar com a sportingbetmedicina interna, especializaçãocomo falar com a sportingbetCardiologia e doutoradocomo falar com a sportingbetNeurobiologia, decidiu mudarcomo falar com a sportingbetrumo e se dedicar a estudar as experiênciascomo falar com a sportingbetpacientes terminais.

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Fim do Que História!

Hoje, passados 25 anos do encontro com Mary, Kerr é considerado uma das principais autoridades do mundo no estudocomo falar com a sportingbetexperiênciascomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvida, como são chamadas as visões e sonhos comunscomo falar com a sportingbetpacientes terminais.

Segundo ele, essas experiências costumam começar semanas antes da morte, e aumentamcomo falar com a sportingbetfrequência à medida que o fim se aproxima.

Ele diz que presenciou pessoas revivendo momentos marcantes da vida, enxergando e conversando com mães, pais, filhos e até animaiscomo falar com a sportingbetestimação mortos vários anos antes.

Para os pacientes, as visões parecem reais, intensas, com significados profundos e, comumente, trazem sensaçãocomo falar com a sportingbetpaz.

"Estes (relacionamentos) muitas vezes regressamcomo falar com a sportingbetformas muito significativas e reconfortantes, que validam a vida que foi vivida e, porcomo falar com a sportingbetvez, diminuem o medocomo falar com a sportingbetmorrer", diz Kerr à BBC News Brasil.

Kerr ressalta que esses pacientes não estão confusos ou com pensamento incoerente e que, enquantocomo falar com a sportingbetsaúde física declina, estão emocionalmente e espiritualmente presentes. No entanto, muitos médicos descartam o fenômeno como alucinações ou frutocomo falar com a sportingbetconfusão, e querem evidências.

Foicomo falar com a sportingbetbusca dessas evidências que Kerr começou,como falar com a sportingbet2010, um estudo pioneiro nos Estados Unidos.

Até então, a maioria dos relatos sobre essas experiências vinhacomo falar com a sportingbetterceiros, mas o médico lançou uma pesquisa formal, com abordagem científica, na qual os próprios pacientes são entrevistados e há triagem para garantir que não estão confusos.

Sua pesquisa se concentra na frequência com que essas experiênciascomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvida ocorrem, quantos dias (ou semanas) antes da morte, os principais temas, o que os pacientes sentem e o impacto disso nas famílias, entre outros pontos.

Os resultados já foram publicadoscomo falar com a sportingbetdiversos artigos científicos. O médico ainda não encontrou uma resposta definitiva para explicar essas experiências, e diz que decifrar a causa não é o foco principalcomo falar com a sportingbetseus estudos.

“O fatocomo falar com a sportingbeteu não conseguir explicar a origem e o processo não invalida a experiência para o paciente”, afirma.

Segundo Kerr, ainda existe um contrastecomo falar com a sportingbetcomo essas experiências são valorizadas pelos pacientes e suas famílias, mas não pelos médicoscomo falar com a sportingbetmaneira geral.

Kerr é CEO do Hospice & Palliative Care, organização que oferece cuidados paliativos na cidadecomo falar com a sportingbetBuffalo,como falar com a sportingbetNova York.

Em 2020, lançou o livro Death Is But a Dream: Finding Hope and Meaning at Life's End ("A morte é apenas um sonho: encontrando esperança e sentido no fim da vida",como falar com a sportingbettradução livre), traduzido para 10 línguas, mas ainda sem ediçãocomo falar com a sportingbetportuguês.

Em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, ele falou sobre o significado dessas experiênciascomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvida, os principais temas envolvidos e como afetam pacientes e suas famílias.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Homem branco calvocomo falar com a sportingbetterno sorrindo

Crédito, Cortesiacomo falar com a sportingbetChristopher Kerr

Legenda da foto, Christopher Kerr é uma das principais autoridades no estudo das experiências vivenciadas por pessoas perto da morte

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - O senhor começou a trabalhar com pacientes terminais e a observar experiênciascomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvidacomo falar com a sportingbet1999, e desde 2010 realiza pesquisas científicas sobre o tema, com coleta e análisecomo falar com a sportingbetdados. Depoiscomo falar com a sportingbettantos anos, o que aprendeu sobre essas experiências?

como falar com a sportingbet Christopher Kerr - Acho que [aprendi] uma sériecomo falar com a sportingbetcoisas.

Eu penso que o processocomo falar com a sportingbetmorrer é obviamente mais do que o declínio físico que vemos. Inclui uma mudança no seu pontocomo falar com a sportingbetvista, nas suas percepções, e inclui elementos que são, na verdade, uma afirmação da vida.

O processocomo falar com a sportingbetmorrer leva você a um pontocomo falar com a sportingbetreflexão e,como falar com a sportingbetuma forma maravilhosa, as pessoas tendem a se concentrar nas coisas que mais importam,como falar com a sportingbetsuas maiores realizações, que são seus relacionamentos.

E, curiosamente, estes (relacionamentos) muitas vezes regressamcomo falar com a sportingbetformas muito significativas e reconfortantes, que validam a vida que foi vivida e, porcomo falar com a sportingbetvez, diminuem o medocomo falar com a sportingbetmorrer.

O que esperaríamos é um sofrimento psicológico ou psicogênico crescente à medida que as pessoas enfrentam o fim da vida. Mas, geralmente, não é isso que vemos. Vemos pessoas como se estivessem envolvidas por amor e significado.

Então, é o oposto do que pensamos. A visão que temos da morte, a morte que antecipamos, não é a que vivenciamos.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - De acordo comcomo falar com a sportingbetpesquisa, o quão comuns são essas experiênciascomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvida?

como falar com a sportingbet Kerr - Em nossos estudos, cercacomo falar com a sportingbet88% das pessoas relataram pelo menos uma [experiência]. Nossa taxa é provavelmente maior do que normalmente é relatado, porque a diferença no nosso estudo é que perguntamos [aos pacientes] todos os dias.

Morrer é um processo. Ao conversar [com os pacientes]como falar com a sportingbetuma segunda-feira, você poderá obter uma resposta muito diferente da que obteria na sexta-feira. Então perguntamos com mais frequência.

O que vemos é que, à medida que os pacientes se aproximam da morte, há um aumento na frequência desses eventos.

Há um aumento dramático no númerocomo falar com a sportingbetpessoas que relatam isso e no númerocomo falar com a sportingbetvezes que acontece.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - E quais os principais temas dessas visões e sonhos?

como falar com a sportingbet Kerr - Cercacomo falar com a sportingbetum terço dos entrevistados relata temas como viagens. Mais comumente, envolvem pessoas que amaram e perderam.

E é interessante que, à medida que você se aproxima da morte, aumenta a frequência com que vê essas pessoas falecidas.

E quando analisamos o que fazia as pessoas se sentirem mais confortáveis, ver os entes queridos mortos era o que lhes trazia mais conforto.

Então, à medida que as pessoas se aproximam da morte, têm a sensaçãocomo falar com a sportingbetserem cada vez mais confortadas.

Outro ponto realmente interessante é com quem elas sonham. Há um tipocomo falar com a sportingbetprocessocomo falar com a sportingbetedição, então elas tendem a se concentrar nas pessoas que as amavam e protegiam, nas pessoas que eram mais importantes.

E [essa pessoa] pode às vezes ser um dos pais, mas não o outro. Ou um irmão, mas não o outro.

Cercacomo falar com a sportingbet12% dos entrevistados descreveram no questionário os sonhos como neutros ou angustiantes. Mas essas experiências que eram [descritas como] desconfortáveis eram algumas das mais transformadoras ou significativas.

A ideia é que qualquer ferida que você tenha por ter vivido, é muitas vezes abordada nessas experiências.

Há casos como ocomo falar com a sportingbetum paciente que lutou na guerra e sentia culpa por ter sobrevivido, mas no final foi confortado ao ver seus companheiros que haviam morrido [em combate].

Ou seja, as experiências que talvez não tenham sido totalmente reconfortantes eram frequentemente muito significativas.

Médicos com um pacientecomo falar com a sportingbetum leito

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A maneira como as pessoas nos deixam é importante: se é algo frio e impessoal ou um momentocomo falar com a sportingbetreconexão

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - O senhor afirma que um erro comum é pensar que esses pacientes estão delirando. O que torna essas experiências diferentescomo falar com a sportingbetum estadocomo falar com a sportingbetconfusão mental?

como falar com a sportingbet Kerr - Delirium [síndrome orgânica que pode ser provocada por infecções ou medicamentos e muitas vezes acomete idosos hospitalizados, afetando a consciência e a cognição] ou estadoscomo falar com a sportingbetconfusão mental são comuns, principalmente no fim da vida, mas são muito diferentes [das experiências relatadas].

As pessoas não saem do delirium sentindo-se confortadas. Em geral, [experiências com delirium] evocam medo. "Há aranhas rastejando no meu braço, alguém está me perseguindo, há incêndios." São experiências horríveis, passageiras, que deixam os pacientes agitados.

Estes são pacientes que muitas vezes estão medicados ou amarrados ao leito. [As experiências com delirium] não são baseadas na realidade, nem são lembradas com clareza.

Por outro lado, as experiências dos pacientes no final da vida são baseadascomo falar com a sportingbetpessoas, eventos e acontecimentos reais. Elas são lembradas com clareza e são extremamente reconfortantes e calmantes.

Pessoas que estão confusas têm pensamentos fragmentados, tangenciais, enquanto que pessoas vivenciando essas experiênciascomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvida praticamente têm a acuidade aumentada, estão perspicazes, lembrando, sentindo. É completamente diferente.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - Às vezes os pacientes estão sonhando, mascomo falar com a sportingbetoutras estão acordados. Há diferenças entre esses dois tiposcomo falar com a sportingbetexperiências?

como falar com a sportingbet Kerr - Isso é algo que nos surpreendeu. Perguntamos no questionário se isso acontecia, se estavam sonhando, se estavam dormindo ou acordados, e as respostas foram meio a meio.

E não sabemos o que pensar disso, porque não é como se você entrasse no quarto e metade do tempo as pessoas estivessemcomo falar com a sportingbetolhos abertos [enquanto estão passando por essas experiências].

Morrer inclui sono progressivo, dias e noites ficam fragmentados. E, como os pacientes avaliam o realismo [das experiências] como 10como falar com a sportingbet10 [no questionário], como se fosse virtual, não temos certeza.

Eles podem estar tendo sonhos lúcidos,como falar com a sportingbetmodo que sentem como se estivessem acordados. Realmente não sabemos.

Mas claramente, se ouvirmos nossos pacientes, o que eles estão nos dizendo é que nem sempre estão dormindo.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - Vocês também acompanham crianças com doenças terminais. Quais as diferenças entre as experiênciascomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvidacomo falar com a sportingbetcrianças ecomo falar com a sportingbetadultos?

como falar com a sportingbet Kerr - As crianças fazem isso melhor, porque elas não têm os filtros [que os adultos têm], há uma abertura. Eles não traçam limites entre o imaginário e o real.

Elas também não têm conceitoscomo falar com a sportingbetmortalidade, então vivem o momento, não pensamcomo falar com a sportingbettermoscomo falar com a sportingbetsequênciascomo falar com a sportingbeteventos e finais.

O que muitas vezes vemos é que elas têm essas experiênciascomo falar com a sportingbetmaneiras muito criativas e coloridas e parecem saber intuitivamente o significado disso.

Se não conheceram alguém que morreu, certamente conhecem animaiscomo falar com a sportingbetestimação que morreram, e muitas vezes eles voltam com a mesma clareza, com vida e saúde.

E as crianças frequentemente nos dizem que [essa experiência] significa para elas que são amadas e que não estão sozinhas.

Essas experiências também parecem lhes dizercomo falar com a sportingbetque ponto estão. Então elas muitas vezes conseguem compreender o seu próprio fim por meio dessas experiências.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - Qual o impacto dessas experiências nas famílias e pessoas próximas dos pacientes?

como falar com a sportingbet Kerr - Nós publicamos dois artigos científicos sobre isso, com 750 entrevistas, e é fascinante. A conclusão é que o que é bom para o paciente também é bom para seus entes queridos.

E a maneira como as pessoas nos deixam é importante. Se vemos a morte como algo vazio e como degradação, ou se vemos nosso ente querido reconectado com pessoas que ele ou ela ama.

Nós conduzimos um estudo muito interessante no qual analisamos os processoscomo falar com a sportingbetluto. E há maneirascomo falar com a sportingbetmedir isso, como as pessoas estão progredindo, se conseguem se lembrar [de quem perderam]como falar com a sportingbetmaneira saudável, esse tipocomo falar com a sportingbetcoisa.

E as pessoas que testemunham esse tipocomo falar com a sportingbetexperiênciacomo falar com a sportingbetfinalcomo falar com a sportingbetvida sofremcomo falar com a sportingbetuma forma muito mais saudável, porque isso molda acomo falar com a sportingbetpercepção e acomo falar com a sportingbetrecordação daqueles que perderam. Portanto, isso é muito importante.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - O senhor tem doutoradocomo falar com a sportingbetNeurobiologia, mas diz que não pode explicar a origem dessas experiências e que compreender esse mecanismo não é o mais importante. Comocomo falar com a sportingbetperspectiva sobre esse tema, como médico, evoluiu?

como falar com a sportingbet Kerr - Com muita humildade. Fui testemunhacomo falar com a sportingbetcasoscomo falar com a sportingbetque o que eu estava vendo era tão profundo, e o significado para o paciente era tão claro e preciso, que quase me senti um intruso.

E tentar decifrar a etiologia, a causa, parecia fútil. Concluí que era simplesmente importante ter reverência, que o fatocomo falar com a sportingbeteu não conseguir explicar a origem e o processo não invalidava a experiência para o paciente.

E então,como falar com a sportingbetalgum momento,como falar com a sportingbetvezcomo falar com a sportingbetficarcomo falar com a sportingbetpé ao lado da cama, fazendo perguntas, aprendi a sentar e a simplesmente ficar mais presente.

Me parecia muito pequeno tentar medicalizar algocomo falar com a sportingbetque realmente não era meu papel me intrometer, que era pessoal na vida daquela pessoa.

Uma analogia que costumo usar é acomo falar com a sportingbetque não posso explicar a origem do amor [da mesma maneira que não posso explicar a origem dessas experiências]. É algo abstrato, mas sabemos que existe.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - O senhor já disse que as discussões mais ricas sobre essas experiências costumam vir das ciências humanas, e não da Medicina. Por que a Medicina não dá mais atenção a esse tema? E, nos últimos anos, viu mudanças nessa postura?

como falar com a sportingbet Kerr - Não. Acho que está piorando.

Acho que as humanidades entram nisso questionando a nossa existência e o nosso significado, há uma abertura, enquanto na ciência procuramos evidências e coisas que sejam concretas, objetivas e mensuradas. Então, não se presta ao abstrato.

Assim, na Medicina, enquanto olhamos para o processo físicocomo falar com a sportingbetmorrer, não olhamos para a experiênciacomo falar com a sportingbetmorrer. E essa é a maior diferença.

E o que está mudando é que a Medicina está cada vez mais apaixonada pelacomo falar com a sportingbetciência e, com isso, perdeu grande parte dacomo falar com a sportingbetarte.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - Sua pesquisa começou porque outros médicos queriam evidências. Mas, mesmo após publicar os resultadoscomo falar com a sportingbetrevistas científicas, seu trabalho chamou mais a atenção da imprensa do que do campo médico. Como vê esse contraste?

como falar com a sportingbet Kerr - Tem sido uma experiência muito estranha para mim.

Comecei [os estudos] porque estava tendo dificuldadecomo falar com a sportingbetfazer com que jovens médicos valorizassem o que os pacientes estavam vivenciando. Então começamos a coletar evidências, colocandocomo falar com a sportingbetuma linguagem que eles respeitassem.

Mas quando [a pesquisa] saltou para a grande mídia, foi adotada e se espalhou pelo mundo.

E acho que há um problema nisso, que as pessoas prestando cuidados médicos não dão importância [para esse tema], enquanto as pessoas que estão recebendo os cuidados, ou simplesmente curiosas sobrecomo falar com a sportingbetprópria morte, abraçam [o estudo desse assunto]. O contraste é interessante.

como falar com a sportingbet BBC News Brasil - Sei que o senhor já disse algumas vezes que detesta essa pergunta, mas preciso perguntar: é religioso? Acreditacomo falar com a sportingbetvida após a morte? E suas crenças mudaram ao longo dos anos trabalhando com esse tema?

como falar com a sportingbet Kerr - Desde que começamos [os estudos], sempre fomos muito disciplinados para não interpretar [essas experiências] além da morte.

Porque o que queríamos fazer não era interpretar, era simplesmente considerar o processocomo falar com a sportingbetmorrer, encará-lo como um mistériocomo falar com a sportingbetsi mesmo, honrar as palavras e a experiência do paciente, sem tentar descrever ou descobrir ou editorializar o que era.

Estávamos tentando ser o mais objetivos possível. A morte é como uma porta, certo? E há um buracocomo falar com a sportingbetfechadura. Você pode olhar e ver as coisascomo falar com a sportingbetvárias maneiras diferentes.

Então fomos realmente muito disciplinadoscomo falar com a sportingbetnão interpretar.

Mas, dito isso, não, eu não diria que era religioso. Mas eu certamente abordo tudo isso com abertura e respeito, espero.

Acho que depoiscomo falar com a sportingbettodos esses anos, 25 anos, o que sinto é que existe uma história melhor aí. E eu não sei qual é, mas tenho tanto respeito pelo que essas pessoas estão vivenciando que isso me deixa esperançoso por algo mais.

E há algumas coisas [que ficaram claras]. Uma é que nunca perdemos verdadeiramente as pessoas que amamos, elas continuam a existir para nós, não apenascomo falar com a sportingbetmaneiras que são distantes,como falar com a sportingbetfotografias ou lembradas na memória, mas na presença.

Já vi homenscomo falar com a sportingbet95 anos que perderam a mãe aos cinco anoscomo falar com a sportingbetidade e, nove décadas depois, ela está lá, ele ouve acomo falar com a sportingbetvoz, sente seu perfume.

Então você acaba sentindo que há algo mais. Que a morte e o morrer não podem ser definidos como algo vazio.