'Fui deixada no deserto com corpo da minha mãe': o desespero no Sudão com maior crisepixbet é legalizada no brasilrefugiados do mundo:pixbet é legalizada no brasil

Maispixbet é legalizada no brasiloito milhõespixbet é legalizada no brasilpessoas foram deslocadas à força desde que eclodiram confrontos violentos entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF) e o grupo paramilitar Forçaspixbet é legalizada no brasilApoio Rápido (RSF),pixbet é legalizada no brasilabril, segundo a ONU. Estima-se que 450 mil pessoas deixaram o Sudão nos últimos 10 meses e cruzaram a fronteira para o Egito.

No ano passado, ocorreram intensos combates na capital, Cartum, como resultadopixbet é legalizada no brasiluma violenta luta pelo poder dentro da liderança militar do país. Rapidamente o conflito se espalhou por todo o país, forçando muitas pessoas a fugirpixbet é legalizada no brasilsuas casas.

À medida que os combates se aproximavam da cidade natalpixbet é legalizada no brasilOm Salma, Omdurman, ela começou a ouvir tiros.

"Tivemos que partir. Nossas vidas estavampixbet é legalizada no brasilperigo", diz ela. A jovem conta que muitas pessoas lhe disseram que era "impossível" obter rapidamente um visto para viajar legalmente para o Egito, então ela abordou um homem que cobrou US$ 300 (R$ 940) por pessoa para contrabandearpixbet é legalizada no brasilfamília para fora do Sudão.

O tráficopixbet é legalizada no brasilpessoas acontece ao longopixbet é legalizada no brasiltoda a fronteirapixbet é legalizada no brasil1.200 km entre o Egito e o Sudão. Os contrabandistas, napixbet é legalizada no brasilmaioria homens, estão geralmente envolvidos na mineraçãopixbet é legalizada no brasilouro no norte do Sudão e no sul do Egito. Eles já trabalham na área, conhecem o difícil terreno do deserto e têm acesso a caminhões para transportar pessoas.

Om Salma e apixbet é legalizada no brasilfamília foram até a cidadepixbet é legalizada no brasilGabgaba, no norte do Sudão. Este é um pontopixbet é legalizada no brasilpartida bem conhecido para a travessia ilegal da fronteira - tanto que os moradores locais o apelidarampixbet é legalizada no brasil"aeroportopixbet é legalizada no brasilGabgaba".

Lá, ela foi informadapixbet é legalizada no brasilque eles seriam transportados através do deserto e pela fronteira até a cidadepixbet é legalizada no brasilAssuã, no sul do Egito. Eles já haviam viajado por oito horas e feito uma parada para dormir durante a noite antes do acidente.

Abandonada no deserto, com pouca comida e água e com o cadáver dapixbet é legalizada no brasilmãe, Om Salma e os seus irmãos ficaram perdidos.

Finalmente, depoispixbet é legalizada no brasilhoraspixbet é legalizada no brasilespera no deserto,um carro parou para Om Salma, que fazia sinal na estrada. Ela conseguiu convencer o motorista, que transportava alimentos e produtos elétricos do Egito para o Sudão, a levá-los, juntamente com o corpo da mãe, para a cidade sudanesapixbet é legalizada no brasilAbu Hamad. A família chegoupixbet é legalizada no brasilsegurança na cidade, onde mais tarde conseguiram enterrarpixbet é legalizada no brasilmãe.

A históriapixbet é legalizada no brasilOm Salma não é incomum. Acidentes ocorrem frequentemente na área, onde os contrabandistas conduzem caminhões abertospixbet é legalizada no brasilalta velocidade para fugir das autoridades.

Ibrahim*, que está agora no Cairo, diz que, quando foi contrabandeado para fora do Sudão, um homem com quem viajava quebrou o pescoço e morreu depois do caminhãopixbet é legalizada no brasilque viajavam ter batidopixbet é legalizada no brasiluma pedra. No casopixbet é legalizada no brasilIbrahim, o homem viajava sozinho e, apesar da resistência do grupo, os contrabandistas insistirampixbet é legalizada no brasilenterrar o corpo no deserto.

"Todos ficaram horrorizados. Fiquei olhando para o túmulo sem identificação pela janela enquanto íamos embora, enquanto as mulheres e crianças no caminhão choravam", diz Ibrahim.

Roubos também são comuns.

Halima*,pixbet é legalizada no brasil60 anos, diz que teve uma experiência assustadora quando foi contrabandeada com apixbet é legalizada no brasilfamília através do deserto sudanês antespixbet é legalizada no brasilchegar ao Egito.

"Fomos atacados por quatro homens armados e mascarados quando nosso caminhão quebrou. Eles atiraram para o alto, bateram na minha filha e roubaram nossos pertences", diz ela. Depois, um outro carro apareceu e o motorista concordoupixbet é legalizada no brasillevá-los para o outro lado da fronteira.

Mas Halima diz quepixbet é legalizada no brasilfilhapixbet é legalizada no brasil25 anos ficou tão abalada que morreu no dia seguinte, quando chegaram ao Egito. "Ela teve um ataquepixbet é legalizada no brasilpânico e não conseguia respirar", diz Halima, acrescentando que não conseguiram assistência médica a tempo. A BBC viu uma cópia da certidãopixbet é legalizada no brasilóbito, que cita problemas respiratórios como causa da morte.

Filaspixbet é legalizada no brasilrefugiados

A BBC contatou o governo egípcio para perguntar o que tem sido feito para combater o tráfico ilegalpixbet é legalizada no brasilpessoas do Sudão, mas não obteve resposta.

Abdel Qader Abdullah, do consulado sudanêspixbet é legalizada no brasilAssuã, no sul do Egito, disse à BBC que é crime cruzar as fronteiras do deserto sem visto e as autoridades lançaram uma campanha para alertar sobre os perigos associados ao tráficopixbet é legalizada no brasilpessoas.

"O consulado sudanêspixbet é legalizada no brasilAssuã está trabalhando com o governo egípcio para ajudar a acelerar o processopixbet é legalizada no brasilvisto, para ajudar a aumentar o númeropixbet é legalizada no brasilpedidos aprovados e permitir que mais sudaneses entrem legalmente no país".

Antigamente, mulheres e crianças podiam entrar no Egito sem visto, mas o governo introduziu novas restrições após o início dos conflitos no Sudão. A procura no Sudão por um visto egípcio é muito alta, pois as pessoas querem fugir do conflito.

É possível solicitar um vistopixbet é legalizada no brasildois lugares no Sudão – Wadi Halfa, no norte, e Porto Sudão, no leste. A maioria segue para Wadi Halfa, pois fica mais perto da principal passagempixbet é legalizada no brasilfronteira terrestre entre o Sudão e o Egito. Quase não há infraestruturapixbet é legalizada no brasilWadi Halfa para receber a multidão.

Pessoas ficam na fila por horas para fazerem o pedido e, após a inscrição, podem levar meses para ter uma resposta. Longepixbet é legalizada no brasilcasa e com pouco dinheiro, muitos esperampixbet é legalizada no brasilWadi Halfa, dormindopixbet é legalizada no brasilescolas próximas ou nas ruas.

Ainda determinada a sair do Sudão, Om Salma decidiu tentar a via legal napixbet é legalizada no brasilsegunda tentativa. Ela viajou para Porto Sudão para solicitar um visto no consulado egípciopixbet é legalizada no brasillá.

Mas depoispixbet é legalizada no brasilesperar dois meses, desistiu e optou novamente pela rota ilegal. Muitas pessoas têm o visto recusado e não podem esperar, muitas vezes decidindo gastar o pouco dinheiro que lhes resta com um contrabandista.

"Desta vez nos preparamos para a viagem", diz Om Salma, que conta que levou mais provisões como comida e água. "Passámos cercapixbet é legalizada no brasilseis dias no deserto antespixbet é legalizada no brasilconseguirmos atravessar a fronteira para o sul do Egito."

Sobrevivendo no Egito

Uma vez no Egito, a situação dos migrantes sudaneses continua difícil. Se não tiverem o estatutopixbet é legalizada no brasilrefugiado ou não puderem comprovar que têm hora marcada para fazer o pedido, eles podem ser deportados.

Para marcar horário para fazer o pedido, eles precisam viajar para o Cairo ou para Alexandria. No edifício do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), no Cairo, milharespixbet é legalizada no brasilmigrantes sudaneses, napixbet é legalizada no brasilmaioria mulheres e crianças, aguardampixbet é legalizada no brasillongas filas para registarem os seus nomes e obterem o que é conhecido como cartão amarelo.

Halima diz que "ficava horas no frio, apenas para marcar uma reunião para quatro meses depois."

"Obter um cartão amarelo, que você recebe quando é um refugiado registrado na ONU, permite que você consiga trabalho legalmente e receba fundos mensais da ONU", explica ela.

Outra refugiada registada na ONU, Ibtessam*, no entanto, diz que não é assim tão simples.

Ibtessam foi contrabandeada do Sudão para o Egipto no último verão com três gerações dapixbet é legalizada no brasilfamília, 17 pessoas no total, incluindo os seus pais e filhos.

Mas ela diz que apesarpixbet é legalizada no brasilter cartão amarelo, não recebeu nenhum dinheiro desde que chegou,pixbet é legalizada no brasiljunho. "Não sei como sustentar minha família. Meu marido morreu, tenho aluguel para pagar todos os meses e ninguém nos ajuda."

A porta-voz do ACNUR, Christin Bishay, reconhece a frustração e o sofrimento sentidos pelos migrantes sudaneses no Egito, mas diz que a organização está "enfrentando uma escassezpixbet é legalizada no brasilorçamento."

"Ampliamos a nossa capacidadepixbet é legalizada no brasil900%. Por isso temospixbet é legalizada no brasilestabelecer prioridades e pensarpixbet é legalizada no brasilquem precisapixbet é legalizada no brasilajuda primeiro?", explica ela. "Criamos serviços médicos na fronteira com a ajuda do Crescente Vermelho egípcio."

A vida não é fácil para os migrantes sudaneses no Egito, como Om Salma, que tempixbet é legalizada no brasilencontrar um lugar para viver com pouca ajuda ou dinheiro.

Ela diz que se preocupa com o futuro. Idealmente, ela gostariapixbet é legalizada no brasilregressar ao seu paíspixbet é legalizada no brasilorigem um dia, mas, devido ao conflito, teme que isso nunca aconteça.

*Os nomes foram alterados para segurança dos entrevistados