Os migrantes sequestrados e torturadoséo brazinouma das rotas mais perigosas do mundo:éo brazino

Vídeoséo brazinomigrantes eram enviados às famílias exigindo pagamentoéo brazinoresgate
"A quem estiver vendo este vídeo: fui sequestrado ontem, eles estão exigindo US$ 4 mil (cercaéo brazinoR$ 19,5 mil) para cada uméo brazinonós. Eles nos espancam dia e noite sem parar", diz um homem, com o lábio ensanguentado e o rosto cobertoéo brazinopoeira.
n can Add retext for Each panel (onn tap an Textt). 3 Fill in comapanal éo brazino &tape Donne
Android Varies with🏵 device Memedroid
ativo digitais digitais
da programação recomendamos SSuello esperamos robóticaOrçamento MEDFl
cadastrar no pixbetConheça a história éo brazino Luiz Gonzaga e éo brazino sua música “Asa Branca”. | Foto: Reprodução/montagem.
O Acervo MPB é um podcast📈 original da Novabrasil que fala éo brazino grandes nomes da música brasileira. Então, é claro que Luiz Gonzaga não poderia ficar📈 éo brazino fora.
Fim do Matérias recomendadas
Outro vídeo mostra um grupoéo brazinohomens completamente nus, rastejando na neve enquanto alguém os chicoteia por trás.
"Eu tenho família, não faça isso comigo; tenho mulher e filhos, tenha piedade, por favor", um homem choraéo brazinooutro vídeo, pouco anteséo brazinoser filmado sendo abusado sexualmente, enquanto era ameaçado com uma faca, por uma das gangues.

Um muroéo brazinoconcreto foi erguidoéo brazinoparte da fronteira da Turquia com o Irã
Esses vídeos perturbadores são evidênciaséo brazinouma atividade criminosa que vem crescendo, no qual gangues do Irã sequestram migrantes afegãos que tentam chegar à Europa.
A rotaéo brazinomigração do Afeganistão para o Irã, passando depois pela fronteira com a Turquia para chegar ao resto da Europa, é usada há décadas.
Na verdade, eu mesmo fiz parte desta jornada há 12 anos, quando fugi do Irã para o Reino Unido, onde recebi asilo.
Mas a rota agora está mais perigosa do que nunca.

Aqueles que tentam atravessar do Irã para a Turquia caminham por horaséo brazinoum terreno montanhoso e seco, sem árvores ou qualquer outra sombra, o que torna mais difícil evitar as forçaséo brazinosegurança que patrulham a área.
Como centenaséo brazinomilhareséo brazinopessoas fugiram do Afeganistão desde que o Talebã retomou o poderéo brazinoagostoéo brazino2021, as gangues viram uma oportunidadeéo brazinolucrar com o grande aumento no númeroéo brazinomigrantes que embarcam nesta jornada.
Muitas vezes com a colaboração dos contrabandistas, eles estão sequestrando pessoas no lado iraniano da fronteira, extorquindo dinheiroéo brazinogrupos vulneráveis que geralmente já pagaram grandes quantias para garantir uma passagem segura.

Crédito, AFP
Centenaséo brazinomilhares fugiram do Afeganistão desde que Talebã retomou poder
'Vamos matar suas filhas'
A equipe da BBC ouviu históriaséo brazinotortura vindaséo brazinopelo menos 10 vilarejos ao longo da fronteira.
Um ativista que vem documentando os abusos nos últimos três anos nos disse que recebia dois ou três vídeoséo brazinotortura por dia.
Em um apartamentoéo brazinoIstambul, na Turquia, conhecemos Amina.
Ela tinha uma carreiraéo brazinosucesso como policial no Afeganistão, mas fugiu do país quando percebeu que o Talebã ia retomar o poder, por ter recebido ameaças do grupo antes.
De fala mansa e usando um lenço roxo na cabeça, ela me contou sobreéo brazinoexperiência na fronteira, quando ela eéo brazinofamília foram feitas reféns por uma gangue.
"Tive muito medo, fiquei apavorada porque estava grávida e não tinha médico. Tínhamos medoéo brazinoestupros."
O pai dela, Haji, nos contou que a gangue enviou um vídeo a ele mostrando a torturaéo brazinoum afegão desconhecido depois que eles haviam sequestrado Amina e outros membros daéo brazinofamília.
"Esta era a situaçãoéo brazinoque eu estava. Ao enviar esses vídeos, eles estavam me dando um aviso. Se você não pagar o resgate, vamos matar suas filhas e seu genro", diz ele.
Haji vendeuéo brazinocasa no Afeganistão para pagar a gangue e libertaréo brazinofamília, que tentou novamente, desta vez com sucesso, entrar na Turquia.
Mas a provaçãoéo brazinooito dias na fronteira foi demais para Amina. Ela perdeu o bebê.
Além das gangues, Amina e outros migrantes enfrentam outro grande obstáculo no caminho: o muro.
Cobrindo mais da metade da extensão da fronteira turco-iraniana, ele tem três metroséo brazinoaltura e é reforçado com arame farpado, sensores eletrônicos e torreséo brazinovigilância financiadas pela União Europeia.
A Turquia começou a construir o muroéo brazino2017 para impedir que os migrantes entrassem no país, mas eles continuam chegando.
Amina e vários outros migrantes nos disseram que caíram nas mãoséo brazinogangues violentas no lado iraniano depois que as autoridades turcas os fizeram voltar pela fronteira durante a noite, acusações que também foram documentadas por gruposéo brazinodireitos humanos internacionais.

Mahmut Kagan, um advogado turcoéo brazinodireitos humanos que representa solicitanteséo brazinoasilo, insiste que esta prática, que é ilegal no âmbito do direito internacional, está ajudando as gangues a explorar as pessoas.
"Essas violações têm muito a ver com a atitudeéo brazinoforçá-los a voltar, porque isso deixa um grupo frágil sujeito a todas as formaséo brazinoabuso", diz ele.
As autoridades turcas não responderam ao pedido da BBC para comentar essas acusações.
Dianteéo brazinodenúncias semelhanteséo brazinogruposéo brazinodireitos humanos, o governo negou enviar os migranteséo brazinovolta, dizendo que quaisquer atividades para impedir a entrada ilegal na Turquia são realizadas no âmbito da gestãoéo brazinofronteiras.
Antes da construção do muro, muitos moradores locais ganhavam a vida contrabandeando mercadorias pela fronteira.
Mas esse comércio praticamente desapareceu agora, o que significa que alguns passaram a sequestrar ou traficar migrantes.
Em Van, a cidade turca mais próxima da fronteira iraniana que é um centroéo brazinotráficoéo brazinomigrantes, encontramos Ahmed, um rapaz afegão,éo brazinoum estábulo, agora usado como esconderijo, enquanto negociava a próxima etapaéo brazinosua jornada com contrabandistas.
O irmãoéo brazinoAhmed foi sequestrado no lado iraniano da fronteira coméo brazinofamília quando eles tentaram fugir do Talebã no ano passado.
Foi Ahmed, que na época ainda estava no Afeganistão, quem recebeu as ligações da gangue exigindo pagamentoéo brazinoresgate.
"Eu disse que não tínhamos dinheiro, o sequestrador estava batendo no meu irmão. A gente conseguia ouvir pelo telefone", diz ele.
Ahmed vendeu os pertences da família para pagaréo brazinolibertação. Mas a experiência não o impediuéo brazinotentar a mesma jornada seis meses depois, desesperado para ganhar a vida após a crise econômica que se seguiu à retomada do Talebã.

Ahmed embarcou nesta jornada seis meses depoiséo brazinoa própria família ser sequestrada
'Sei que serei forte'
Na capital afegã, Cabul, conhecemos Said, que estavaéo brazinovolta ao pontoéo brazinopartida depoiséo brazinoseis tentativas fracassadaséo brazinoescapar do Afeganistão e chegar à Turquia.
Haviam prometido a ele um documento falso que permitiria atravessar para a Turquia.
Em vez disso, ele diz que foi traído por seu contato e entregue a uma gangue, que o torturou e exigiu um resgateéo brazinoUS$ 10 mil (cercaéo brazinoR$ 49 mil).
"Eu estava com muito medo. Eles poderiam fazer qualquer coisa comigo. Tirar meus olhos, meus rins, meu coração", afirmou.
Mas ele nos disse que eraéo brazinodignidade que ele mais temia perder, depois que ouviu a gangue discutindo sobre como poderiam estuprá-lo e enviar o vídeo paraéo brazinofamília.
No fim das contas, ele escapou depoiséo brazinopagar US$ 500 (aproximadamente R$ 2,4 mil).
Perguntamos ao governo iraniano o que estava sendo feito para reprimir as atividades das gangues ao longo da fronteira, mas não recebemos resposta.
A BBC está proibidaéo brazinofazer reportagens dentro do Irã, então não fomos capazeséo brazinocruzar a fronteira para investigar mais a fundo.
Semanas depois da nossa entrevista, Said entrouéo brazinocontato para nos dizer que estava fazendo mais uma tentativa e havia chegado a Teerã novamente. Isso foi há oito meses — e não ouvimos falar dele desde então.
Outros migrantes que conhecemos, como Amina, que conseguiu chegar à Turquia, estão tentando olhar para o futuro, apesar do trauma pelo qual passaram.
"Mesmo tendo abortado, sei que serei mãe. Sei que serei forte", diz ela.
*Mudamos os nomeséo brazinoalguns entrevistados nesta reportagem paraéo brazinosegurança.










